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6 A COMUNIDADE COHAB RAPOSO TAVARES – FASE II

6.3 Aprendizagens com a comunidade

6.3.2 A dinâmica da comunidade

Na dinâmica da comunidade, as ações solidárias se fizeram notáveis não só por estarem presentes em todos os grupos observados, mas pela quantidade e diversidade de formas em que foram expressas, e também pelo significado e importância que demonstravam ter na vida das pessoas. Algumas eram mais pontuais e serviam principalmente para demonstrar o apreço entre pessoas. Outras mais duradouras, com cuidados e atenção mais frequentes, traziam implicações para o dia-a-dia. Outras ainda eram voltadas para ajudar aqueles que estavam passando por um momento difícil a superá-lo, lidar com os problemas ou para lutar por algo de bem para a comunidade. Envolviam ações de ajuda mútua ou daqueles que tinham mais condições no momento para ajudar aquele que precisava: orientando, rezando, até mesmo só ouvindo. Elas aconteceram entre pessoas mais ou menos próximas, como entre familiares ou entre vizinhos e colegas de grupo.

6.3.2.1 As relações solidárias

No grupo Hipertensão e Diabetes um exemplo veio dos cuidados e da percepção da necessidade de ajuda entre um casal. Em um encontro, a auxiliar comentou com o senhor

que estava doente, mas já em tratamento: “o senhor precisa se cuidar, hein”, ao que ele

respondeu: “então, diz pra ela cuidar bem de mim”, se referindo à mulher que o

acompanhava e que também havia vindo fazer exames. Ela, então, relatou uma situação vivenciada pelo casal em que tinha sugerido para o marido amassar a banana pra comer com aveia e que ele disse que não ia fazer porque dava trabalho, ia comer a banana inteira mesmo. Com o exemplo, a senhora considerou: “olha, nós tamo no mesmo barco, com a mesma idade, com os mesmo problemas, por isso a gente precisa se ajudar, não dá pra um só encostar-se ao outro”.

Em outro exemplo no mesmo grupo, a cada encontro a relação de amizade entre dois senhores me chamava mais a atenção. Seu João e seu José sempre chegavam juntos, com o primeiro servindo de guia para o segundo que era deficiente visual. Na sala a relação continuava com a conversa, também com outros colegas, principalmente de seu João que conversava com todos. Um esperava o outro ser atendido para voltarem para casa e havia a preocupação em saber os resultados dos exames de pressão arterial e de glicemia, para saber se estava tudo bem com o outro. Não sabia se eram parentes ou só vizinhos, de qualquer forma havia uma relação de cuidado interessante ali. No dia em que houve a atividade do “café da manhã”, também percebi que o senhor que acompanhava o que era cego, apesar de estarem sentados longe, continuava sendo referência para ele e sempre estavam conversando. Quando seu José queria mais alguma coisa, perguntava: “oh João, o que que tem aí? Ainda

tem coxinha?”; E o outro respondia e pegava os salgados para ele, e também perguntava se

queria mais alguma coisa: “quer mais café? Ainda tem bolo. Não quer mesmo?”.

O interessante é que a relação e a ajuda aconteciam de forma leve, natural, aliás, eram os dois que mais animavam a turma. Laís, que era estagiária na época, também notava a amizade entre eles e comentou comigo: “eu acho muito bonita a relação do seu João com o seu José, acho muito bonito ver como o seu João cuida dele”. Perguntei mais sobre eles para

a estagiária. Disse que não são parentes, só amigos e que moravam perto. Como fazia as visitas domiciliares, notava que a ajuda também acontecia em outras situações do dia-a-dia, como com as coisas da casa.

O acompanhamento da reunião da equipe branca ao final do grupo de Hipertensão e Diabetes, propiciado pelo convite da coordenadora da equipe, também me permitiu conhecer um pouco mais sobre a ajuda entre vizinhos. No final de uma delas, uma moradora entrou na sala. Ela cuidava do senhor que uma ACS tinha relatado a pouco estar com o

“curativo certinho no pé”. Essa senhora veio avisar que ele estava “colocando uns mato no pé, umas erva”. Disse que estava difícil porque ela ia lá fazer o curativo, depois o senhor

tirava tudo e colocava “essas ervas”. Elas programaram para fazer outra visita para conversar com ele.

Nos relatos das agentes comunitárias também pude perceber o modo como as pessoas da comunidade demonstravam apreço pelas profissionais e/ou gratidão pelo trabalho que realizavam. A forma de retribuir era oferecendo comida nas visitas domiciliares. Uma delas contou que comeu uma geleia de amora deliciosa que uma moradora fez e ficou até sem graça por querer repetir mais de uma vez. Outra falou que D. Terezinha sempre pedia para ela avisar quando iria fazer a visita para poder preparar coisas, mas nunca avisava, mesmo assim quando chegava na casa essa senhora arrumava “um banquete” pra ela e que já saía de lá “almoçada”. Outra concluiu que esse era o motivo pelo qual as agentes “não conseguem emagrecer”, e completou: “imagina eu que já to aqui há onze anos!”, e todas riram.

Muitas vezes, a solidariedade aparecia na forma da escuta, atenta e compartida, em alguns casos com perceptíveis manifestações de melhora, alívio e gratidão já ao final de uma simples conversa. Foram observados desabafos e pedidos de ajuda como os que presenciei enquanto conversava com a secretária do Centro Comunitário. As pessoas chegavam por algum motivo relacionado ao centro, como atualizar o cadastro para o programa “Leve leite”, mas rapidamente se iniciavam as conversas que expunham problemas familiares, situações de doença, pedidos para inserir o nome de pessoas nas orações da novena, geralmente para restabelecer a saúde. Ou nas aulas de Judô quando algumas mães conversavam no sentido de obter conselhos do professor, do mesmo modo que este sempre se mostrou preocupado com a vida dos alunos fora do período de aula e nas suas relações familiares. Por mais de uma vez, eu o ouvi perguntar para as crianças como estava alguma pessoa da família, se tinham feito “as pazes” com a mãe ou irmão. E ainda, no grupo da Terceira Idade em que a conversa durante as atividades era o fermento do grupo, pessoas que não estavam na atividade entravam na sala para contar algo, desabafar e depois saíam. Nesse grupo a ação não se restringia a ensinar algo, mas incluía a conversa e os incentivos. Em um exemplo, Rose sempre se aproximava de uma senhora que dizia ter mais dificuldade para bordar. Ela pegava a telinha de bordar e explicava e, ao mesmo tempo, continuava com os incentivos de que ela conseguiria fazer um bom trabalho. Ao ver a situação, outra senhora olhou pra mim e disse: “aqui é assim, aula de artesanato e psicologia junto”.

Nas observações também notei a importância do grupo. A participação nas atividades do Centro Comunitário se mostrava relevante não só para adquirir um conhecimento, realizar uma prática, mas para fazer parte de algo maior, como tantas vezes ouvi os alunos do grupo de Capoeira, apesar de já serem conhecidos, identificarem-se com

orgulho ao entrar na portaria da ETEC: “eu sou da capoeira!”. Ou na Terceira Idade, quando

algumas senhoras iam para o grupo mesmo quando não estavam bem para realizar a atividade de artesanato. Em um encontro, uma senhora foi só para ficar com o grupo, sentou-se e depois leu uma revista; em outro D. Carmem chegou e cumprimentou a todas, depois se aproximou e contou que estava com “uma gripe danada”, por isso, não ia fazer nada naquele dia: “vim só pra olhar e pegar o leite”. Ou ainda nas observações pontuais que realizei nas aulas do

MOVA. Gleison, um dos alunos que conversou comigo durante a observação, contou com alegria que os colegas da outra escola, pois ele também frequentava a escola regular, e outras pessoas conhecidas diziam que ele mudou e melhorou muito depois que começou a frequentar as aulas no Centro Comunitário. Ao ouvir, a professora sorri orgulhosa: “é mesmo?! Que bom!”. No mesmo dia, soube um pouco mais sobre Gleison na saída da aula quando

conversei com a professora dele e a outra que trabalhava com a turma ao lado. As duas moravam na COHAB. As professoras observaram que nesse dia o aluno estava mais falante, sugerindo que a minha presença na sala poderia ter sido o motivo. Elas me explicaram que isso era normal, que “ele fala bastante mesmo” e que também tinha algum problema psicológico. A professora do menino esclareceu: “ele tem uma história difícil... mora com a

avó, sempre ficou muito sozinho”; “acho que o grupo foi bom pra ele porque ele se sente querido, tem com quem conversar, ele conta tudo o que acontece na vida dele na aula”.

Além da relação entre o Centro Comunitário e a “igreja”, a questão religiosa também estava muito presente e vinha em forma de apoio aos colegas nas palavras de fé em Deus, nas intenções e pedidos de oração, na qual buscavam força para continuar e aceitar uma situação, ou nas organizações que envolviam atividades da igreja. São exemplos, quando uma senhora chegou quase no final da reunião da Terceira Idade, e ficou conversando com as outras, pois estava preocupada com uma vizinha que havia perdido um parente e não conseguia se conformar. D. Matilde deu seu relato, falou para as colegas que havia perdido a mãe que estava doente e o marido que “estava bom” na mesma semana, uns três dias depois do outro. Disse: “ninguém vai viver pra sempre, todo mundo vai morrer, a vida é assim” e

outra mulher completa: “Deus não dá a cruz maior do que a gente pode carregar”. Em um

caso mais grave, uma senhora que é do grupo, mas não estava na reunião, entrou na sala. Primeiro conversou com a Angelina sobre as atividades de encerramento do final de ano, mas logo começou a contar sobre um acidente de carro que envolveu adolescentes da comunidade, caso que o professor de Judô já havia comentado no início da semana. Explicou que não poderia ficar, pois só estava resolvendo “umas coisas”, pois uma das pessoas acidentadas estava em sua casa “com a cabeça toda quebrada” e também tinha perdido uma pessoa da

família nesse acidente. As mulheres conversaram com ela, mas depois disse que precisava ir embora, tinha que arrumar a casa porque a Clara do Centro Comunitário combinou de “rezar um terço em casa, por tudo o que aconteceu...”. O terço seria rezado no dia seguinte no final

da tarde. As mulheres confirmaram a hora e o dia para irem rezar.

Em situações de aula, a religião também apareceu. Em um dia, uma mulher que estava ao meu lado disse: “eu sou a menos inteligente da turma”, no sentido de ter mais

dificuldade para aprender e terminar os trabalhos. Mostrou a telinha bordada que fez e como estava o seu avesso, explicou que quem sabe fazer direito “o avesso fica certinho” e o dela

estava cheio de “arranjos” para fazer dar certo o bordado de cima. Rose se aproximou para

orientá-la e disse: “você tem que dizer ‘eu sou abençoada’! Agradece a Deus e diz ‘eu sou abençoada’, e vamos fazendo”. A mulher sorri e continua. Em outros momentos, uma delas

levava música para aula. Geralmente, as canções eram do Padre Zezinho e versões religiosas interpretadas por cantoras como Simone e outros cantores. Nos pedidos de amigo secreto de Natal também apareciam livros religiosos e CD do Padre Marcelo.

Ainda no grupo da Terceira Idade, a oração se fez presente nos momentos de encerramento dos encontros. Ao final da aula acontecia o café, mas antes de iniciá-lo todos os presentes davam as mãos, uma delas fazia um agradecimento a Deus por estarem ali juntas. Depois, pediam por saúde e por casos específicos conforme o dia, como pedidos para aqueles que precisam de algo ou em agradecimento pela presença de pessoas que foram para a reunião inesperadamente, como um visitante, uma aluna nova ou alguém que não viam há muito tempo. Por fim, rezava-se um Pai Nosso e uma Ave Maria. As senhoras também chamavam para tomar o lanche quem estivesse por perto, como os filhos que acompanhavam as mães e ficavam brincando do lado de fora; Jorge e Fernanda, filhos da Regina, que moravam no Centro Comunitário; e Ricardo que sempre estava “passeando” por ali.

Outras relações solidárias também foram observadas. O próprio café do grupo, que acontecia ao final de todo encontro, era preparado com a contribuição de todas. Perguntei para a coordenadora se elas combinavam quem iria levar as coisas em cada dia. Ela explicou que o certo era “comprar alguma coisa com o dinheiro da caixinha e trazer, mas não adianta falar que toda semana elas trazem comida ou bebida para o lanche”.

Também em uma reunião da Terceira Idade, D. Matilde entrou na sala e disse:

“boa tarde pessoal, hoje eu trouxe uma amiga pra ficar aqui com a gente”. Era D. Lurdes,

uma senhora que sempre via no grupo de Hipertensão e Diabetes. Estava a caminho do Centro Comunitário quando a encontrou indo para sua casa, aí em vez de voltar, ela a trouxe junto. O grupo a acolheu prontamente. Algumas já a conheciam, outras vão percebendo aos poucos sua

dificuldade, ela não ouve direito e, como explicou D. Matilde, também tinha síndrome do pânico e, por isso, às vezes, ela começava a gritar e precisava ficar abraçada com ela para se acalmar. Quanto mais percebiam as dificuldades da senhora mais davam atenção: queriam arrumar um lugar para ela se sentar próxima de todas, perguntavam o que ela queria fazer, deixaram-na escolher os panos com que preferia trabalhar. Interessaram-se pela sua história e várias vezes perguntaram quantos anos ela tinha e se vivia sozinha. A dinâmica do grupo passou a girar em torno da D. Lurdes. D. Matilde contou um pouco da história dela. Estava com 85 anos e teve muita vontade de aprender a ler e escrever, mas seu pai não deixava porque não tinha dinheiro para o material. Ela tem um filho, mas ficava a maior parte do tempo sozinha, por causa do trabalho. D. Matilde passou a ser sua companhia, é quem a ajuda com muitas coisas, inclusive nos cuidados com a saúde. Convidaram D. Lurdes para vir toda quarta-feira. Então, D. Matilde falou que não poderia vir toda quarta; perguntaram, então, onde ela morava para tentar escalar quem poderia trazê-la, se ela quisesse. Em vários momentos as mulheres elogiavam D. Matilde e diziam que ela era uma pessoa muito boa, falavam da paciência que tinha com a senhora. Depois, disse para nós: “eu não tenho mãe e

ela não tem filha... aí a gente se adotou”. Rose se aproximou de mim e falou: “é isso, nós temos que se ajudar, não sabemos o dia de amanhã né”.

Até mesmo em momentos de lazer e descontração, como nos bingos organizados todo final de mês pelo grupo da Terceira Idade, foi possível notar a preocupação e o apreço pelo outro. Em um deles, enquanto não começava o bingo e, depois, durante toda a primeira rodada, as mulheres falavam das prendas, do prêmio mais cobiçado que era um tapete, feito por uma delas, de patchwork. Todas queriam bater logo na primeira para poder escolher o tapete. Mas o interessante foi que a ganhadora da primeira rodada era justamente a senhora que fez e doou o tapete para o bingo. Todas dão risada da situação, mas ela gentilmente não pega o tapete de volta, deixa na mesa para que outra pessoa possa escolhê-lo. Em outro dia, D. Jandira estava meio desanimada, pois não conseguia ganhar, dizia: “parece que é fácil ganhar, mas não é fácil não!”. Então, já em uma rodada final ela jogou mais uma cartela e

uma moça que estava ao seu lado foi ajudando-a para não deixar de marcar nenhum número. Foi ela quem viu que D. Jandira já tinha batido sem perceber, disse: “já bateu D. Jandira! Já bateu!”. Angelina conferiu os pontos e estava certo. Mas apesar de ter manifestado o desejo

de ganhar um prêmio, o interessante foi que ao recebê-lo, D. Jandira, sem hesitar e com um sorriso no rosto, deu seu prêmio para a colega que a ajudou.

Além do bingo que acontecia na última semana de cada mês e do encerramento do final de ano, algumas senhoras me convidaram para participar do bingo organizado pelos

blocos de prédios em que moravam. Agradeci o convite, mas não poderia estar presente na data. Disseram que os prêmios seriam muito bons. Perguntei como organizaram a atividade. Joana explicou que os moradores se juntavam para contribuir com R$60,00 por bloco para comprar prendas e cartelas, e que o bingo seria no salão de festas do conjunto.

Nos grupos Capoeira e Corporal a relação entre os participantes já chamava atenção pela forma com que crianças, adultos e idosos se tratavam e realizavam as atividades em igualdade, não só entre as idades, mas principalmente pelas condições de cada um. Mas o cuidado entre eles também aparecia em outras situações, como na relatada por uma estagiária da Terapia Ocupacional, em que uma senhora se aproximou de Ricardo para saber se estava tudo bem. Ao final da aula, por volta das 15h30 da tarde, ela contou: “vocês ouviram a D. Maria? Então, ela perguntou para o Ricardo se ele já tinha almoçado e ele disse que não. Aí ela falou para ele passar lá na casa dela para almoçar que ela ia dar comida para ele”.

Ficaram felizes e admiradas com a atitude da senhora.

No final do ano, a terapeuta ocupacional convidou a todos para participar da festa de encerramento que aconteceria na UBS. Esclareceu que todas as pessoas são convidadas e que realizam várias atividades nesse dia – bingo, apresentação de capoeira, dança – mas que o mais interessante era que “todo ano acontece o milagre da multiplicação dos pães”, porque apesar de convidarem várias pessoas, estenderem o convite aos usuários, sempre há muita comida e nunca faltou nada.

Na turma de Origami a organização dos alunos propiciou que eu participasse de duas festas. Isso porque sempre que algum colega fazia aniversário, a turma preparava uma festinha. A professora ajudava com os ingredientes, mas quem fazia o bolo era uma das alunas de 13 anos. A aula começava às 9h00 e ela, com a ajuda do irmão, levavam o bolo ainda quente para aula. Sônia valorizava a iniciativa deles de fazer as festinhas de aniversário, considerava isso muito bom porque demonstrava que “eles tem ego, porque quem não tem não quer comemorar o seu dia”. Dizia: “são eles que se organizam”. Achava que por isso e

por estarem ali no grupo “de algum modo eles estão querendo também se desenvolver socialmente”.

A preparação da sala acontecia antes do início da aula. Em uma das festinhas, eu e a professora fomos surpreendidas ao chegarmos mais cedo e na sala já estar Paula sobre uma cadeira tentando colocar na lousa um enfeite de “feliz aniversário”. Ela também já tinha unido quatro carteiras para fazer uma mesa maior com duas toalhas, uma verde e outra branca, para colocar o bolo. Eles já têm as toalhas que a mãe de uma das alunas deu para usar em dia de festa. Depois, Paula começa a encher bexigas, amarrava uma na outra para fazer um arranjo,

eu a ajudei a colocar as bexigas e os dizeres na lousa. O aniversário era de uma menina que completava seis anos. Ao poucos foram chegando os outros, menos Luciana e Lucas que chegaram um pouco atrasados porque, como avisou um deles, estavam terminado a cobertura do bolo. No momento da festa, depois da aula, foram os próprios alunos que deram os copos, cortaram o bolo e o distribuíram. No final Luciana e Lucas cortaram o que sobrou em pedaços maiores, embrulharam em papel toalha e deram para cada pessoa, inclusive para mim, para a professora e a secretária do Centro Comunitário. Voltaram com a bandeja vazia pra casa, levando apenas com um pedaço igual ao dos outros.

No Dia das crianças também foram eles que levaram saquinhos com bala para distribuir. Lucas e Paula escreveram o nome de todos em papeizinhos para sortear os saquinhos de bala que trouxeram de casa. Conforme sorteavam os nomes, entregavam os