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A experiência de Deus na nova evangelização como experiência de

III- CAPÍTULO

5. A Igreja: uma comunidade do mistério partindo do mistério do ser humano ao

5.3 A experiência de Deus na nova evangelização como experiência de

Outro ponto importante que se deve destacar na nova evangelização é justamente a experiência fontal da experiência de Deus por parte do homem que procura a Deus em nossos dias. Vivemos tempos em que se faz corrente a expressão experiência de Deus. A palavra experiência aparece de maneira bem incisiva nos escritos de Martinho Lutero. O conceito chave de experiência trabalhado pelo ex-frade agostiniano aborda uma experiência pessoal que a pessoa faz dentro do círculo da religião. Para Martinho Lutero toda experiência com Deus é “experientia sola facit theologum”. A pessoa que experiência Deus é uma pessoa teológica que experiência dentro de sua realidade,

dentro de seu ambiente de vida e de relacionamentos. Outros teólogos procuraram definir esta experiência como “cognitio experimentalis”.

A experiência com Deus pode ser classificada de diversas formas, e atualmente alguns parâmetros são de fundamental importância para compreender a própria experiência que se faz. Aqui apresentamos uma relação quádrupla desta experiência363:

1) A relação com a vida: Uma autêntica experiência com Deus não tira a pessoa de sua vida alienando-a frente ao „numinoso‟, mas as coloca dentro de uma responsabilidade mais profunda ainda, responsabilidade que emerge como convite continuo para que a pessoa se torne mais consciente a respeito de sua própria vida como dom e tarefa e com relação a vida daqueles que a circundam; 2) A relação com a história: Toda a experiência com Deus ela acontece

historicamente dentro de uma temporalidade, mesmo sabendo que Deus não se prende ao conceito de tempo e de espaço, mas a forma de Deus se fazer conhecer na história humana é por meio de tempo e espaços bem definidos; 3) A relação com a realidade: A realidade como se verifica e a capacidade de

compreensão da mesma é indispensável por parte daquele que busca compreender a própria experiência de fé;

4) A relação com a percepção: outro ponto importante é como que aquele que faz a experiência com Deus consegue perceber a profundidade, a pertinência e a relevância da própria experiência que o mesmo que faz com Deus pode compreender.

Dentro destas últimas considerações apresentamos aqui apresentar a experiência de Deus como parte fundamental na grande convocação que a Igreja faz para que se realize como que um “novo pentecostes” em seu interior e no mundo por meio de uma nova evangelização. Para que tal acontecimento tomar proporções de totalidade e mudanças significativas fazemos aqui memória do conceito usado pelo Padre Henrique de Lima Vaz no que se refere a fundamental compreensão sobre a experiência de Deus na vida cristã e humana considerando a experiência de Deus como experiência de sentido de plenitude ou de sentido radical: “Com efeito, a experiência cristã de Deus é a experiência da presença do Sentido radical numa existência historicamente dada, a

363LATOURELLE, Rene. O‟COLLINS, G. Problemas e perspectivas de teologia fundamental. São

existência de Jesus e na palavra da revelação que é totalmente condicionada por essa

existência histórica na medida em que dela procede e a ela se refere”.364

Experimentar Deus hoje não é uma questão apenas de fazer uma experiência religiosa ou experiência do Sagrado, mas dentro de uma reflexão missionária fazer uma autêntica experiência de Deus convida-nos a nos colocarmos em um caminho de continua libertação de estruturas que não são e não revela em profundidade o mistério de Deus. Padre Henrique de Lima Vaz compreendeu que a Experiência radical de Deus é totalizante permeia nossa existência cristã, engaja-nos em responsabilidades significativas dentro do tecido eclesial e social em que vivem os homens nosso contemporâneos.

A experiência de sentido que cada cristão é chamado a fazer tende a tornar a sua existência não apenas vivida em si mesma, mas uma existência “para”. O encontro com Deus faz-nos “ser-par-os-outros”, na busca da construção de uma sociedade mais justa e fraterna. A experiência de sentido faz-nos “ser-para-Deus”. Nossa existência torna-se uma existência capaz de transcender o que apequena o projeto de Deus para o ser humano ao passo que faz imanar a experiência do mistério do totalmente Outro no contato e na cotidianidade dos outros próximos. A obra da evangelização não é apenas expansão de instituições ou uma mera tarefa que exige o empenho de grandes ativistas eclesiais. A resposta mais plausível a ser construída pela Igreja na grande convocação para uma nova evangelização frente a um mundo secularizado é justamente uma resposta testemunhal onde os valores do Reino são visibilizados no testemunho e na coerência da vida daqueles que o anunciam, pois os homens de hoje escutam mais as testemunhas que os mestres, e se escutam os mestres é porque estes, também são testemunhas.

A nova evangelização é antes de tudo uma irradiação. Irradiação de uma experiência que deu sentido a nossa vida e a nossa existência. Os agentes da nova evangelização são pessoas que se abriram em sua disponibilidade ao chamamento, a ser o prolongamento do Pathos divino por cada ser humano. Como bem definiu o Papa

364 LIMA VAZ, H.C., Escritos de Filosofia I: Problemas de Fronteira, 3ª edição, São Paulo: Loyola,

emérito Bento XVI no início de seu pontificado em 24 de abril de 2005: “Nós existimos para mostrar Deus”. 365

365http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/homilies/2005/documents/hf_benxvi_hom_20050424_

Conclusão

Ao concluirmos este trabalho em que procuramos compreender melhor o conceito de nova evangelização e os desafios colocados pelo processo de secularização constatamos a grandeza do tema e a vastidão de elementos que podem ser trabalhados de modos mais setorizados dentro da teologia pastoral oferecendo preciosos contributos para ação evangelizadora da Igreja. Poder aproximar-se da compreensão de um acontecimento sinodal como o do ano de 2012, é justamente entrar em contato com a dimensão universal de toda Igreja e poder considerar também as suas particularidades como um grande tesouro a contribuir com a dimensão universal. Poder aprofundar textos de diversos pastores da Igreja muitos dentre eles teólogos, temos a impressão de “tocar” esta universalidade do Corpo de Cristo e perceber em cada continente os seus desafios próprios. Poder ler e refletir sobre os discursos dos Bispos presentes no sínodo vindos de todos os continentes nos aproxima de um “Sentire cum Ecclesia” que não é algo focalizado apenas em uma dimensão ou em um epicentro. Sentire cum Ecclesia é podes sentir o todo a partir dos tesouros presentes em cada particular.

Ao discorrermos sobre a nova evangelização, buscamos nos aproximar, também do grande evento que fora o Concílio Vaticano II para toda a Igreja, e que se tornou uma fonte fundamental para compreender a nova evangelização. Documentos como, por exemplo, o da Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, que apresenta linhas fundamentais para toda igreja no que se refere a missão da Igreja no mundo contemporâneo. Outro documento é a Constituição Dogmática sobre a Igreja, “Lumem Gentium”, que apresenta uma reflexão teológica sobre o mistério da Igreja. A “Dei

Verbum” apresenta a fecundidade da renovação bíblica, a “sacrossanctum Concilium”

abre novo caminho para a recepção dos sacramentos da iniciação cristã e a importância da participação mais ativa, consciente e frutuosa dos fiéis nas celebrações. Preciosa é a “Ad Gentes” sobre a evangelização dos povos.

O Concilio Vaticano II apresentou elementos importantes no que se refere à terminologia da missão e o processo de evolução do conceito de evangelização até se chegar ao conceito de nova evangelização, destacando o núcleo principal de “Novas expressões, novos métodos e novo ardor” proposto pelo Papa João Paulo II.

O Papa Paulo VI contribuiu de modo singular com a Exortação Apostólica

Evangelii Nuntiandi onde procurou questionar profundamente a consciência cristã sobre

conteúdos e os meios pelos quais esta evangelização deveria acontecer. Deste modo o Papa Paulo VI vai apresentando através deste documento a importante tarefa de ver a evangelização como uma força transformadora (EN 17-20) que assume uma dimensão fundamental na vida cristã não apenas como uma função a se realizar mas como uma opção a se fazer.

No documento do Papa João Paulo II “Redemptoris Missio”. Verificamos o esforço do então pontífice em colocar a relevância da missão no mundo contemporâneo na direção também daqueles que não conhecem a Cristo. O documento possui uma ampla explanação onde procurou apresentar a centralidade da Pessoa de Jesus Cristo como único Salvador, desdobrando e assinalando as características e exigências do Reino. Apresenta o protagonismo do Espírito Santo que atua sobre a vida de Jesus e de seus discípulos os enviando “até os confins da terra” (AT 1, 18). O Papa João Paulo II procuro por meio deste documento colocar novamente a missão ad Gentes no centro das atividades da Igreja , sem deixar de valorizar a importante ação missionária entre os batizados que não praticam mais a sua fé.

No ano de 2000 uma importante contribuição foi dada pelo então Cardeal Ratizinger sobre a “Nova evangelização” num artigo escrito para os catequistas e professores de religião onde numa conferência procurou apresentar a estrutura, os métodos e conteúdos desta grande obra de evangelização. Afirma que a Igreja nunca deixou de evangelizar e celebrar os sacramentos diariamente, contudo, ele já introduz uma reflexão sobre o movimento de secularização presente na sociedade. Convida ao mesmo tempo a cultivar uma importante paciência que faz referência a parábola do grão de mostarda (Mc 4, 26-29), convidando a atuar com humildade. Apresenta a obra da evangelização tendo como força motriz a oração. Não será possível alcançar significados plausíveis sem viver uma profunda experiência pessoal com Cristo que passe pela Igreja como caminho eclesiológico para uma eficaz ação pastoral.

Na América Latina encontramos experiências significativas que vieram somar com todo este caminhar da Igreja frente aos novos desafios da evangelização. Um organismo eclesial que tem colaborado de modo bastante importante foi o CELAM através de documentos que foram verdadeiras bussolas na ação evangelizadora da Igreja na América Latina.

A conferência de Medellín de 1968 procurou deter-se em três pontos importantes: o primeiro que foi compreender o conflito da fé com a modernidade; o desafio da tensão que começava a aparecer entre uma eclesiologia que opõe

institucional com o carismático e o problema social como resposta a “Populorum

progressio”. Outros pontos que se fez notar em Medellín foram à chave hermenêutica

de Leitura da sociedade que se utilizou do método ver, julgar e agir, assim como o surgimento das CEBs como pequenas comunidades que buscam promover a vida cristã, libertando-a do excesso de formalismos dando um “rosto” mais popular, seja no que se refere à liturgia, seja em outras práticas eclesiais.

A conferência de Puebla em 1979 teve a difícil tarefa de buscar caminhos em meio ao período de regimes totalitaristas e por vezes, sob pressão de guerras e terrorismos. Temos neste período a transição de Papas: Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II no mesmo ano de 1978. O foco do documento situa-se sobre a importância da conversão, projeção do testemunho, a participação vital no mistério de Cristo e ao mesmo tempo a tudo aquilo que se opõe ao Reino. O documento fala da dimensão missionária de cada batizado e seu compromisso de ser sinal do Reino de Deus no mundo através do esforço que este realiza na construção de uma civilização do amor. Na IV Conferência do Episcopado latino Americano de Santo Domingo o marco histórico foi os quinhentos anos do descobrimento da América e a evangelização destes povos. Esta conferência foi também uma oportunidade do Papa João Paulo II de lançar de modo mais amplo para toda a América Latina o convite a uma conversão pastoral como caminho para uma nova evangelização. O documento tem alguns pontos chaves como a reconciliação, a solidariedade, a integração e a comunhão, que devem ser características da nova evangelização. Santo Domingo recupera a importância do Querigma cristão como núcleo insubstituível da mensagem cristã e propõe a cada cristão a tarefa insubstituível de colaborar de modo eficaz na evangelização por meio do testemunho e do zelo apostólico que se traduz em coerência de vida e serviço.

A conferência de Aparecida que ocorreu em 2007 enfrenta situações históricas bem específicas como o acontecimento histórico de 11 de setembro e o fenômeno da globalização como um completo desafio para a humanidade. Este documento convida a todos os fiéis a sentirem-se convocados a tarefa evangelizadora da Igreja dentro dos episódios de todas as conferências episcopais desde a conferência do Rio de janeiro até Santo Domingo. O documento apresenta uma introdução. Uma primeira parte sobre a vida de nossos povos hoje, numa segunda parte a vida de Jesus nos discípulos missionários. E a terceira parte, a vida de Jesus para nossos povos, o documento traz profundas contribuições pastorais para a proposta de uma fecunda missão continental.

É dentro deste contexto que se insere o Sínodo da nova evangelização para a transmissão da fé Cristã como um convite a uma nova e mais intensa onda missionária na Igreja. Algumas iniciativas precedem o Sínodo como a Carta Apostólica “Ubicumque et Semper”, de Bento XVI. Assim como a propagação do Ano da Fé que tem como elemento principal recordar o acontecimento mais importante do século XX na Igreja que foi o Concilio Vaticano II.

O documento “Instrumentum Laboris”, sobre o Sínodo da nova evangelização retoma algumas linhas gerais, seja do documento Evangelii Nuntiandi como do

Redemptoris Missio. O texto apresenta o documento em quatro capítulos, o primeiro é

Jesus Cristo Evangelho de Deus para o homem; o segundo, o tempo de nova evangelização; o terceiro, sobre a transmissão da fé e o quarto, reavivar a ação pastoral. É dentro deste breve panorama que buscamos desenvolver este trabalho dando um corte no início através de uma atenção especial a secularização, pois, vimos a necessidade de considera-la como um dos temas de maior preocupação do Sínodo para não dizer o maior, o que levou o Papa Bento XVI a escrever a carta “Ubicumque et

Semper” criando um novo dicastério nos organismos de governo da cúria Romana como

o Conselho para a Promoção da nova evangelização frente a um grande desafio atual que é o da secularização, como bem o definiu o Papa Bento XVI em uma entrevista:

“Encontramo-nos diante do confronto entre dois mundos espirituais, o mundo da fé e o mundo do secularismo. A questão é: em que o secularismo tem razão? Em que coisa, portanto, a fé deve apropriar- se de formas e imagens da modernidade, e em que deve, ao contrário, opor resistência? Esta grande luta atravessa hoje o mundo inteiro. Os bispos do Terceiro milênio dizem-me: “Também entre nós existe o secularismo; aqui, porém, mistura-se a estilos de vida ainda arcaicos. Muitas vezes nos perguntamos como é possível que cristãos, que são pessoalmente crentes, não encontrem a força para tornar a sua fé politicamente operante. Devemos buscar sobretudo que as pessoas não percam de vista Deus; que reconheçam o tesouro que possuem;e que, além disso, elas mesmas, a partir da própria fé, no embate com o secularismo, possam praticar o discernimento espiritual. Este processo enorme é a verdadeira, a grande tarefa do momento presente. Podemos apenas esperar que a força interior da fé que existe nas pessoas adquira vigor também na opinião pública,

formando a opinião pública, e, ao agir assim, impeça a sociedade de cair em um poço sem fundo366

Este texto denota grande preocupação do Papa Bento XVI com o avançado processo de secularização, e como sendo até então Pastor da Igreja universal se preocupou em convocar um sínodo para refletir sobre o tema da nova evangelização tendo diante de si a grande importância de tornar novamente a fé cristã plausível, seja na vida pessoal, familiar e social.

A conferência de Aparecida pode ter sido um ponto de despertar de esperanças para Bento XVI, que após quatro anos quis realizar dentro de datas e comemorações significativas na Igreja, um forte movimento de renovação espiritual, seja na Igreja, seja no mundo.

No primeiro capítulo de nosso trabalho procuramos tendo diante dos olhos este contexto histórico desenvolver uma melhor compreensão sobre o fenômeno do processo de secularização. Adentramos na leitura de alguns textos, seja de filosofia, sociologia, história e teologia que traziam reflexões sobre o impacto da secularização no mundo do pensamento. Trouxemos como colaboração alguns textos dos padres sinodais onde a palavra secularização aparece por mais de trinta vezes demonstrando assim uma grande preocupação, seja daqueles pastores que vivem sobre o impacto da secularização seja por aqueles que já começam a perceber com a globalização a transmissão de ideias e formas de vida profundamente marcadas pela secularização. O Sínodo foi um momento de compartilhar as dificuldades e buscar conjuntamente compreender o processo e se fazer presente em meio a este contexto apresentando por meio de uma nova evangelização um caminho possível.

Ao abordarmos o segundo capítulo procuramos observar a importante apreensão do conceito de evangelização e nova evangelização apresentados no Sínodo e nos documentos e contextos precedentes em que eles surgiram na intenção de uma reaproximação e melhor reflexão sobre os desafios de evangelizar em meio a um mundo secularizado. Enfrentar a barreira da linguagem e as fronteiras que ela coloca ao pensamento de nossos contemporâneos é um desafio a se enfrentar. Num segundo

366 BENTO XVI. O Papa, a Igreja e os sinais dos tempos. Uma conversa com Peter Seewald. São

momento apresentamos, também o desfio de uma comunhão interna por meio de uma espiritualidade de comunhão. A nova evangelização só verificará frutos consistentes se as Igrejas locais juntamente com o clero e seu laicato for capaz de pensarem, refletirem e decidirem juntos através de uma leitura aberta dos sinais dos tempos e de uma capacidade renovada de aprofundar os aspectos espirituais que comportam uma ação apostólica mais sólida. Uma pastoral orgânica, um projeto diocesano com diretrizes bem definidas deve ser um trabalho conjunto de muitas mentes e corações que buscam caminhar num mesmo compasso em uma mesma direção, sem isto a nova evangelização não seria irradiação e transmissão, mas apenas um projeto fadado a se perder no vazio. O terceiro capítulo a luz da experiência Sinodal e dentro do paradigma apresentado já em Aparecida e reconfirmado na Exortação Apostólica Evangelii

Gaudium do Papa Francisco procurou ver na leitura de um novo paradigma para a

evangelização um caminho de conversão pastoral e de uma releitura da evangelização tendo como ponto principal a chave hermenêutica da missão, apresenta-se a nova evangelização como uma proposta para uma nova primavera do Espírito Santo para toda a Igreja , como que um grande Pentecostes. Ter a coragem de se avaliar e propor dentro do tecido eclesial uma auto-conversão de suas próprias estruturas, sejam internas na Igreja sejam estruturas do próprio coração e da forma de pensar novos caminhos em contradição com afirmações do tipo “sempre foi feito assim”. O caminho proposto pela nova evangelização à luz da Exortação Apostólica é uma a atitude corajosa e audaciosa do papa Francisco de propor a Igreja à coragem de responder aos grandes desafios contemporâneos de um modo testemunhal. O rosto de uma Igreja diaconal pode ser um precioso auxílio, seja na assimilação do conceito, seja por meio de uma prática que demonstra o desejo da Igreja de ser servidora. Servidora dos mistérios de Deus, servidora da Palavra de Deus, servidora do ser humano. Uma possível guinada na conjectura da Igreja virá com a corajem de tomar a peito “novos paradigmas” de forma a vivenciar “novos conteúdos programáticos” que falem diretamente ao coração a mente dos homens de hoje. Existe uma carência na visibilidade de coerências e atitudes evangélica. É necessário que todo o povo de Deus composto pelo clero e pelos fieis saibam desprender-se das faixas que impedem uma maior mobilidade do Corpo de Cristo. É preciso que a mensagem do evangelho, seja primeiro uma verdade capar de transfigura a vida dos mesmos agentes de evangelização para que o mundo perceba novamente o frescor do evangelho. O Sínodo dos bispos de 2012 assinalou a

importância de voltar ao centro de voltar a Cristo, de tornar-se sinal histórico de seu Reino. Muito existe ainda por aprofundar sobre o tema da nova evangelização, como também sobre o fenômeno da secularização para considera-lo em seu aspectos positivos.