• Nenhum resultado encontrado

A fonte e a efusão lírica: da primeira à segunda fase de redacção do

ROMANDE TRISTAN EN PROSE

1/ O herói parte para a caça na floresta; 2/ perde os companheiros / perde-se;

2.3. A fonte e a efusão lírica: da primeira à segunda fase de redacção do

Tristan en Prose

Embora inexistente nos dois primeiros volumes editados por Curtis, um esquema narrativo bem definido repetir-se-á muitas vezes ao longo de TP: um cavaleiro, observado por um ou mais companheiros, expressa os seus desgostos de amor junto de uma fonte, na floresta. Em seguida, entoa um lai em que se lamenta e/ou conversa com o/os cavaleiros que acaba(m) de assistir às suas efusões líricas.

O primeiro episódio em que este esquema narrativo surge completo tem como protagonista Tristão.203 Depois de confessar a Kahedin que, apesar do casamento com

Iseu das Brancas Mãos, não consegue esquecer a rainha da Cornualha, Tristão parte com o cunhado para Tintagel. Aí, passa algum tempo escondido numa torre, amando Iseu em segredo, enquanto Kahedin (que se apaixonara por ela no primeiro momento em que a vira) pode ir e vir livremente no castelo e conversar com a rainha. Um dia, Tristão

Como afirma Mircea Eliade, les eaux symbolisent la somme universelle des virtualités; elles sont fons et origo, le réservoir de toutes les possibilités d'existence (...). C'est pour cela que le symbolisme

des Eaux implique aussi bien la Mort que la Renaissance. Le contact avec l'eau comporte toujours une régénération: d'une part parce que la dissolution est suivie d'une «nouvelle naissance», d'autre part parce que l'immersion fertilise et multiplie le potentiel de vie. (Images et symboles. Essais sur le

symbolisme magico-religieux, Paris, Gallimard, 1952, pp. 199-200.) Segundo P. Gallais, L'eau fertilise

et féconde; elle est nourricière, donc maternelle. Les sources ont été vénérées pour l'enfantement, la conception, l'accouchement, la lactation, la croissance; la fontaine suscite des images de giron, de bouche, de sein, de ventre. La Fée à la Fontaine et à l'arbre, p. 8)

202 Curtis, T. I, § 236, p. 128.

203 Como veremos, na cena A do quadro abaixo reproduzido (anterior, no desenvolvimento da diegese,

encontra uma carta em que Iseu, por amor ao amante, tenta confortar Kahedin, que lhe confessara o seu amor. Tristão toma a missiva por uma prova da traição da amada e parte para a floresta, desesperado, chorando e gritando a sua infelicidade.205 Mais tarde,

já na floresta, chora e suspira, queixando-se do intenso sofrimento que o oprime e implorando à morte que o leve, num discurso que atinge uma intensidade surpreendente.206

Até esta altura, mesmo nos momentos mais difíceis da sua acidentada vida, Tristão raramente se entregara desta forma ao desespero e nas raras ocasiões em que expressara o seu desgosto, nunca, como aqui, o fizera sob a forma de monólogo lírico.207

Agora, ao contrário do que se passa na pré-história e nas primeiras aventuras de Tristão, em que a acção avança rapidamente e os discursos das personagens ou os comentários do narrador ocupam um espaço relativamente reduzido, os lamentos do cavaleiro abrem

204 Cf. Curtis, T. II, § 574, p. 166. 205 Cf. Curtis, T. III, § 840, p. 144.

Cf. Curtis, T. III, § 852, p. 154. Até aqui, os lamentos de amor mais desenvolvidos surgem nas cartas - segmentos bem individualizados e em que o discurso na primeira pessoa se dirige a um interlocutor definido. A carta que Belide, a filha do rei Faramon da Gália, envia a Tristão antes de se suicidar por não ser correspondida no seu amor por ele desenvolve muito pouco os lamentos de amor, que correspondem, sensivelmente, a um quarto de uma missiva bastante breve (cf. Curtis, T. I, § 283, pp. 145-146); Iseu, ao saber do casamento de Tristão com a filha do rei Hoel, envia a Genebra uma carta em que os lamentos desempenham um papel secundário face ao verdadeiro objectivo da mensagem: queixar- se de Tristão kfontene de totes les dames dou monde (cf. Curtis, T. II, § 572, p. 164-165). Tristão, por seu lado, enviará uma carta a Lancelot onde a descrição do seu sofrimento assume já maiores proporções; trata-se, porém, de um pedido de ajuda, não de um monólogo (cf. Curtis, T. III, § 688, pp. 12-14). O mesmo se pode dizer da carta que Iseu envia a Tristão pedindo-lhe que regresse à Cornualha (cf. Curtis, T. III, § 778, pp. 89-90).

07 Quando se apercebe de que as feridas resultantes do combate com o Morholt não saram, Tristão não

perde tempo a lamentar-se, mas decide entregar-se à sorte, partindo numa barca; Governai e Marc choram-no, mas os seus lamentos não são reproduzidos (cf. Curtis, T. I, §§ 305-309, pp. 155-156). Quando Marc expulsa pela primeira vez Tristão da corte (Curtis, T. II, § 514, pp. 117-118), este quer levar Iseu consigo, mas ela resolve ficar; Tristão, preocupado com a sobrevivência imediata, não esboça um único lamento. Quando os amantes são apanhados em flagrante delito e Iseu é encerrada numa torre, Tristão fica desesperado e doente e deseja a morte, mas é em diálogo com Marc, no castelo, e não na solidão da floresta que ele expressa os seus sentimentos; quanto a Iseu, perde pouco tempo com tristezas, apressando-se a urdir um plano para se encontrar em segredo com o amante (cf. Curtis, T. II, §§ 538- 540, pp. 139-140). Quando, tendo sido descobertos novamente, os amantes são condenados à morte, Tristão não tem tempo para se lamentar (cf. Curtis, T. II, §§ 543-548, pp. 142-146). Quando Marc, aproveitando a ausência de Tristão, leva Iseu do seu refúgio no Morois, Tristão deseja a morte, mas os seus lamentos estendem-se apenas por três linhas em discurso directo (cf. Curtis, T. II, § 557, p. 154). Quando, já na Pequena Bretanha, Tristão desmaia ao recordar-se da amada, a descrição que faz do seu próprio sofrimento cabe em quatro linhas e tem uma função narrativa importante, já que Kahedin, partindo do princípio de que Tristão se refere a Iseu das Brancas Mãos, decide pedir para ele a mão da irmã (cf. Curtis, II, § 567, p. 162). Palamedes, tendo sido vencido por Tristão no torneio da Lande, expressa com veemência o seu desgosto chegando a desejar a morte, mas os seus lamentos ocupam menos de dez linhas em discurso directo e não têm lugar junto de uma fonte (cf. Curtis, T. I, § 338, p.

uma das primeiras pausas de alguma importância no desenrolar da acção. O primeiro monólogo de Tristão é ainda relativamente curto (desenvolve-se ao longo de 25 linhas, 14 das quais em discurso directo), mas serve de introdução a um extenso diálogo com Fergus, um amigo que surpreende as suas queixas, o interroga sobre a sua identidade e tenta consolá-lo.208 Só depois de, no dia seguinte, os dois cavaleiros se terem separado,

quando Fergus indica a uma donzela o caminho para o local onde deixara Tristão, ficamos a saber que a cena anterior se desenrolara junto de uma fonte:

Et lors la moine au ruisel d'une fontaine qui devant eus estait non mie loig, et si li dist: «Vos en irez tout contremont cest missel dusqu'au leu ou la fontaine sort, et sachiez que la troverrez vos monseignor Tristan (...).»

A donzela encontra Tristão lamentando-se no mesmo local. O cavaleiro, que alterna silêncio pensativo, choro, lamentos e suspiros não dá pela presença da espectadora apesar de ela o chamar por diversas vezes. Tal como na cena anterior (quando fora interpelado por Fergus) e em muitas cenas posteriores, o cavaleiro enfurece-se quando se apercebe de que é observado;210 tal como Fergus, também a donzela estabelece com

Tristão um diálogo em que pretende chamá-lo à razão, mas sem sucesso.

Tristão acaba por deixar a fonte para fugir à presença incomodativa da donzela e cavalga até chegar devant une tor ou il avoit une fontaine mout bele et mout

envoisiee211 Aí, senta-se de novo e lamenta-se, recordando a maior alegria da sua vida,

que ocorrera nesse mesmo lugar, onde ele combatera contra Palamedes e recuperara Iseu, que havia sido raptada pelo cavaleiro pagão.212 O narrador explica que esse

episódio da vida dos amantes fora relatado

ensi com mesire Luces dou Gaut devise en son livre. Et qui ce voudra veoir apertement, si preigne la grant Estoire de mesire Tristan, car illec devise mesire Luces dou Gaut mot a mot cornent mesire Tristanz se combati a Palamedes, et cornent la roïne Yselt, qui toute paor avoit de mesire Tristan, départi sagement la bataille et envoia Palamedes ou reaume de Logres.213

208 A pausa, que começa com o monólogo de Tristão e prossegue com o seu diálogo com Fergus,

prolonga-se por oito parágrafos (cf. Curtis, T. III, §§ 852-859, pp. 153-160).

209 Curtis, T. III, § 860, p. 162.

210 Cf. Curtis, T. III, § 853, p. 155 e § 862, p. 163. 211 Curtis, T III, § 864, p. 164.

212 Cf. Curtis, T. II, §§ 510-511, pp. 114-115.

213 Curtis, T. III, § 864, p. 164-165. A primeira referência do narrador à estoire de Luce remonta a

Segundo R. Curtis, esta referência ao livro de Luce del Gaut,214 onde estaria incluído um

episódio anterior da história dos amantes da Cornualha, mostra que, algures entre o episódio referido e a referência redaccional, um primeiro autor (com o nome ou o pseudónimo de «Luce del Gaut») teria abandonado a escrita do romance, sendo substituído por um novo redactor.

Esta ideia é corroborada por diversos factos apresentados, já em 1958, pela crítica inglesa. De entre os vinte e três manuscritos de TP que abrem com um Prólogo, dezanove mencionam, neste texto introdutório, um único nome: o do pretenso tradutor de uma parte do grant livre del latin (...) qui devise apertement Vestoire del Saint

Graal - a parte em que é narrada a história de Tristão -, Luce, sires del Chastel del Gat. Quatro manuscritos, porém, contêm um Prólogo diferente, que atribui o romance

a Luce e Hélie de Boron, três dos quais acrescentam que o romance fora começado por Luce, qui briefment parloit tant com il vesqui21* Nenhum Prólogo atribui o romance

apenas a Hélie. O Epílogo de TP é assinado por Hélie de Boron,219 nunca por Luce del

Gaut. Eis portanto as conclusões de Curtis, tal como ela as retoma num artigo de 1983:

These facts seem to indicate that Luce abandoned the work long before it was finished; probably owing to his death, as is suggested in the abridged Prologue. This is the only way one can explain satisfactorily the absence of a Hélie-Prologue, as well as of a Luce- Epilogue. (...) Thus it would seem that the original version of the

Prose Tristan was already the work of two men, begun by Luce del

Gat and finished by Hélie de Boron (...).220

Curtis acrescenta que, na parte de TP por ela editada, as passagens em que o redactor remete para a obra de Luce surgem apenas no T. III, concentrando-se num espaço

Palamedes junto da torre para reaver Iseu e em que o cavaleiro pagão jurara à sua amada que deixaria a Cornualha, não a importunando mais.

Sobre a impossibilidade de relacionar este nome com qualquer personalidade real, cf. R. Curtis, T. I, pp. 11-12 e E. Baumgartner, Essai, p. 96.

215 Cf. «The Problems of the authorship of the Prose Tristan», Romania, LXXIX, 1958, pp. 314-338. 2,6 Curtis, T I, p. 39.

217 Cf. R. Curtis, «The Problems of the authorship...», pp. 315-316. 218 Cf. ibidem, p. 318.

219 Segundo E. Baumgartner, são doze os manuscritos que conservam esse Epílogo. Cf. E. Baumgartner,

«Luce del Gat et Hélie de Boron. Le Chevalier et l'Ecriture», in De l'Histoire de Troie au Livre du

Graal, Orléans, Paradigme, 1994, p. 327

220 «Who wrote the Prose Tristan? A new look at an old problem», Neophilologus, 67, 1983, p. 35.

relativamente curto, nos §§ 847, 856 e 864: não há remissões antes disso because the

version we have for that earlier part was written by Luce himself. Em todas estas

passagens, são referidos episódios já relatados e conservados nos manuscritos existentes,222 o que leva a crer, portanto, que Hélie teria simplesmente continuado o

romance de Luce depois da morte deste: assim se explicaria o misterioso qui briefment

parloit tant com il vesqui.

As referências redaccionais são elementos importantes para a reconstituição do processo de elaboração do romance, mas é imprescindível que sejam corroboradas por uma leitura atenta do texto. Os argumentos acima aduzidos, embora fundamentais, não são suficientes: é necessário confirmar se a tese da dupla autoria corresponde a uma efectiva transformação da escrita, evitando assim as observações generalistas e vagas. R. Curtis não cai nesse escolho pois assinala, no T. Ill da sua edição, várias incongruências pontuais entre algumas passagens anteriores às referidas indicações redaccionais e outras passagens posteriores às ditas indicações. Curiosamente, todas essas incongruências parecem estar relacionadas com os dotes musicais de Tristão:

- no § 896, o narrador recorda que Tristão havia ensinado Iseu a tocar harpa quando ambos se haviam retirado para a floresta do Morrois, embora os episódios em que se relatava o exílio dos amantes não incluíssem nenhuma referência a essa actividade;

- no § 867, uma donzela encontra, na torre onde Tristão se refugiara com Iseu, uma harpa que teria pertencido ao cavaleiro e que ele aí teria deixado, ainda que Tristão não tivesse harpa quando passara uma noite nesse mesmo castelo;

- no § 868, essa mesma donzela canta três lais que Tristão teria composto anteriormente, mas esses lais não são mencionados em nenhum dos episódios anteriores. Na verdade, os dois primeiros volumes da edição de Curtis não incluem nenhum lai e as composições poéticas multiplicam-se a partir do terceiro volume, sendo a primeira intercalada no § 870 (já depois das referidas indicações redaccionais). Como nota a

a impossibilidade de identificar o homem por trás desta «impostura literária», cf. E. Baumgartner,

Essai, p. 97-98.

221 Cf. «Who wrote the Prose Tristan...», p. 38.

222 A primeira e a última referência remetem para o episódio em que Palamedes leva Iseu consigo graças

a um dom em branco (cf. Curtis, T. II, §§ 495ss, pp. 182ss); a segunda diz respeito à passagem em que os amantes, condenados à morte, conseguem fugir graças à ajuda de alguns amigos, entre os quais Fergus (cf. Curtis, T. II, §§ 544ss, pp. 143ss).

223 Cf. Curtis, T. II, §§ 552-553, p. 150. 224 Cf. Curtis, T. II, §§ 511ss, p. 114ss.

editora, il faut supposer que l'idée d'insérer des pièces lyriques dans le roman en prose

doit être attribuée à Hé lie, et non pas à Luce225

Ora, a tese de R. Curtis é confirmada por uma outra incongruência que a investigadora não parece ter detectado: na cena, atrás descrita, em que Tristão regressa à torre junto da qual lutou com Palamedes para recuperar Iseu e em que se lamenta por estar agora separado da sua amada, o novo redactor acrescenta uma fonte ao espaço onde se desenrolara o já referido combate com Palamedes, como se os lamentos de Tristão não pudessem ter lugar senão no cenário que, a partir de agora, constituirá o quadro tópico dos queixumes dos amantes infelizes. Assim, às incongruências levantadas por Curtis e que diziam respeito à interpolação da dimensão poético- musical da paixão tristaniana - aspecto que já vinha dos romances em verso mas que o primeiro redactor havia elidido - soma-se uma outra incoerência, que não se pode desligar das anteriores, já que a fonte será frequentemente, na segunda fase de redacção de TP, local de efusão lírica e de composição ou interpretação poético-musical.

Com efeito, assim acontece na cena referida: depois de passar oito dias sem comer e sem beber, queixando-se apenas da sua infelicidade, Tristão parece estar moribundo. A donzela, para o consolar, canta três lais da autoria do infeliz amante (os mesmos que nunca haviam sido referidos, apesar de, segundo agora se afirma, terem sido compostos pelo herói em momentos chave da sua vida), e no dia seguinte o próprio Tristão entoa o Lai Mortel, que acabara de compor: trata-se da primeira peça lírica encaixada em TP.226 Depois deste canto em que se despede da existência, Tristão

procura uma espada com a qual possa pôr termo à vida, mas não a encontra e enlouquece. Seguir-se-á um longo período de loucura na floresta do Morrois, durante o qual Tristão, esquecido do amor e da cavalaria, vive afastado dos homens.

Curtis, T. III, p. XXVII, paia esta citação e os argumentos referidos acima. Se esta última afirmação precisasse de ser corroborada, poderíamos acrescentar que, numa passagem não integrada no levantamento que fizemos por já se encontrar fora do nosso corpus (é posterior à partida em demanda do Graal), um cavaleiro que canta o seu amor por Iseu junto de uma fonte e cuja excelência poética iguala a excelência cavalheiresca (Tristão enfrenta-o num longo duelo sem o derrotar) responde pelo nome de «Hélie». Cf. Ménard, T. VI, §§ 133-143, pp. 309-333.

226 Cf. Curtis, T. III, §§ 866-870, pp. 166-173. 227 Cf. Curtis, T. III, § 871, p. 173.

Depois deste episódio fundador, a fonte será muitas vezes ainda cenário de lamentos e cantos de amor. Nas próximas páginas, apresentamos uma sistematização dos elementos que mais se repetem.

Protagonista /

Espectador (es) Cenário Lamentos Lai /Diálogo A) Meleagant junto de uma capela em ruínas, observado por Lamorat. (C, m , § 796) (Não há fonte) (noite escura) Alterna silêncio pensativo e choro convulsivo; dou- lanz et iriez. Monólogo em disc, directo: foi traído por Amor, vai morrer; discorre sobre beleza de Genebra

Não há lai nem conversa com o observador.

Lamorat considera-o/o/ e nice. Parte de manhã sem o acordar e sem o reconhecer (§ 797). B) Tristão Fergus vê-o Fergus explica a donzela mensa- geira o caminho p/ o local onde se encontra Tristão. Donzela assiste aos lamentos de Tristão. Tristão chega Donzela volta a aparecer... Floresta (sem referência à fonte) en son estant (C, HI, § 852) asis desoz un arbre (§ 853) leu ou la fontaine sort... la troverrez vos monseignor Tristan... (§ 860)

devant une tor ou il avait une fontaine moût

bêle et moût envoisiee (§ 864),

junto da qual ele lutara c/ Palame- des p/ reaver Iseu.

... tant iriez qu'a

po qu'il n'enrai- ge, et sospire de cuer parfont. Il plaint et pleure et gemistfort... (§ 852) Monólogo em disc. directo: queixa-se do sofrimento e pede à morte que o leve. Grita, como louco. Tristão pensativo durante toda a noite (§ 858) Choro, suspiros, lamentos, silêncio pensativo (§ 861) Monólogo em disc, directo: re- corda grande alegria do passa- do e valor de Palamedes; quer morrer ali. (§ 864) T. sem comer nem beber durante 8 dias (§ 866) Tenta matar-se mas não encontra a espada e enlou- quece. (§ 871)

Tristão furioso por ter sido descoberto

{iriez, dolenz, correciez); Fergus quer

saber razão dos lamentos; apresentam- se; Tristão diz-lhe que chora por causa de Iseu. (§§ 853-857)

De manhã, Fergus parte para Tintagel (§859)

T primeiro não ouve a donzela que o chama (§§ 861-862), depois fica furioso por ter sido interrompido.

Diálogo: donzela tenta acalmar Tristão, mas este parte pois quer estar só. (§§ 862-863)

Donzela tenta de novo consolar Tristão, que está decidido a lamentar-se até à morte (§ 865)

Donzela traz harpa de Tristão e entoa três lais que ele havia composto

(§§ 867-869)

Tristão canta Lai Mortal: peça lírica encaixada (§ 870)

C) Marc (escon- dido) observa Ka- hedin, que se deita sem o ver; ambos observam terceiro cavaleiro (Palamedes) que se senta junto da fonte meson cheoite et gaste + fontaine qui illec estoit mout bele et mout clere ( C m , § 90i) (noite) Todos se perderam na floresta: Marc perseguia cervo, os outros anda- vam em busca de aventuras (§ 912). Alterna silêncio, suspiro profundo, lamentos em voz alta, lamentos em voz baixa, choro quase silencioso, grande queixa, silêncio.(§903) Lamentos em discurso directo: queixa-se do amor, que só lhe traz sofrimentos e nenliuma recom- pensa (§§ 903- 904). Arrepende- se do que disse: o amor inspira cortesia e feitos cavalheirescos. (§ 905).

Palamedes acusa Kahedin de o ter espiado; este diz-lhe que não quisera interromper tão belo discurso. (§ 906)

Apresentam-se. (§ 907) | Kahedin lamenta destino dos que amam

Iseu sem serem amados (K, Palamedes, Marc): ao contrário de Tristão, nunca serão recompensados, mas T. merece o amor pois é superior a eles. (§ 908) Palamedes decide deixar de amar Iseu. (§ 909)

Conversam sobre o triângulo Kahedin- Tristão-Iseu. (§§910-911)

Marc tosse - revela presença e é reconhecido (§§ 912-913): K e Pai divertem-se à sua custa. (§§ 914-915)

D) Kahedin, sentado junto de...

observado por Palamedes e Lan- celot, já deitados. (noite) fontaine Ici sour-doit illuec en un petit vaucel. Et saciés bien que ce estoit une des plus bêles fontainnes M fust adont en tout le roiaume de Logres. (M, I, § 98) Kahedin suspira e chora; lamentos em discurso direc- to: acusa o amor de crueldade; si- lêncio; choro; recomeçam lamentos em discurso directo: queixa-se da sua dama. (§ 100)

K contrariado por ter sido ouvido (§ 101) Palamedes furioso pois acha que ambos amam a mesma dama (a mais bela rainha). (§ 102)

Segundo K, se têm a mesma amada, são loucos: vão morrer. Kahedin louva Genebra, mas ama Iseu (§ 103). Pai. quer matá-lo, mas ele acusa-o de loucura (§§ 104-105).

K conta notícias de corte de Artur e diz que Iseu é mais bela que Genebra (§ 106). Lancelot contesta superioridade da beleza de Iseu e quer combater; ironias de K (§ 108). Conversam sobre Tristão e cavaleiros da T. Redonda (§§ 109- 110). E) Kahedin (do- ente de amor na Pequena Breta-