A participação dos atores nas reuniões do Conselho

No total das reuniões analisadas, participaram, com ao menos uma fala em uma das reuniões, 17 conselheiros representantes da sociedade civil22, nove ministros ou seus representantes, os quatro membros das casas legislativas e os três representantes dos funcionários que passaram pelo Conselho. Além deles, tiveram espaço para pelo menos uma fala, 19 diretores ou outros convidados.

22 _{Os cinco últimos conselheiros indicados por meio de consulta pública não entraram na análise, já que sua}

Diretores e outros

convidados Sociedade Civil Ministros

Senado e

Câmara Funcionários

Antônio Achilis Ana Veloso

Aloizio Mercadante Ana Luiza Fleck Eliane Gonçalves

Eduardo Castro Claudio Lembo

Ana Buarque de Hollanda Evelin Maciel Guilherme Strozi

Helena Chagas Daniel Aarão Franklin Martins

Roberto Seabra

Lourival Macedo

Laurindo Leal Heloisa Starling Helena Chagas23

Sueli Navarro Mara Régia Ima Vieira João Luiz Ferreira

Marco Antônio

Fioravante João Jorge

Marco Antônio Raupp

Mércio Rosa

José Antônio

Martins Mônica Franco

Míriam Porto

José Paulo Cavalcanti

Sérgio Machado Rezende

Nelson Breve Lúcia Willadino Thomas Truman Nereide Beirão Maria da Penha

Paulo Rufino

Mário Jakobskind Regina Lima Murilo Ramos

Ricardo Collar

Paulo Derengoski Roberto Faustino Rita Freire Roberto Gontijo Rosane Bertotti Rogério Brandão Takashi Tome Silvia Sardinha Wagner Tiso Sylvio de Andrade

Tereza Cruvinel

Tabela 3: Atores que tiveram ao menos uma fala nas reuniões do Conselho Curador analisadas.

A participação individual não foi medida em termos quantitativos, de duração da fala24 ou quantidade de intervenções25 no mesmo debate. A princípio, devido à dificuldade de medir essa intensidade, opta-se por assumir que, ao se colocar no debate, todos os participantes e todas as falas têm igual importância – ainda que essa opção seja apenas com o propósito metodológico. Posteriormente, porém, essas falas serão avaliadas qualitativamente,

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Helena Chagas aparece nas reuniões tanto como Diretora de Jornalismo, cargo que ocupou de 2007 a 2010, quanto como ministra, já que atuou como ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, de 2010 a 2014 – prática, como já abordado, denominada como movimento de “portas giratórias”.

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Em relação à duração, devido ao fato de que as análises foram feitas a partir das transcrições das reuniões e não da gravação delas, o número de linhas poderia não explicitar exatamente este tempo, inclusive, porque há variações na formatação do texto das notas taquigráficas. Mais do que isso, a duração nem sempre expressa a intensidade da intervenção.

25 _{Sobre a quantidade de falas sobre o mesmo tema, também se teria uma conclusão falha, já que alguns pontos}

em relação aos temas tratados e sua reverberação nas decisões editoriais da TV Brasil. Assim, a proposta é muito mais compreender a presença dos atores representantes da sociedade civil em relação aos outros, tanto conselheiros quanto não conselheiros, a fim de pensar se o espaço destinado a eles dentro do Conselho – em termos de número e porcentagem de cadeiras – reflete-se na participação – também em relação ao número de representantes que intervém nos debates analisados. Desse modo, a análise, neste momento, se dá em termos de grupo e não de indivíduo.

Considerando que os membros da sociedade civil representam aproximadamente 68,1% dos integrantes do Conselho (sendo 15 pessoas entre 22), foi observado se o número dos que participaram em cada um dos debates analisados cumpre essa porcentagem ou não. Em relação apenas aos conselheiros, tanto nos debates sobre o plano de trabalho e o planejamento estratégico quanto nos de jornalismo, a porcentagem de participação dos representantes da sociedade civil foi semelhante ou maior, sendo de 68,8% no primeiro caso e 71,2% no segundo. Nesse sentido, é possível afirmar que, ao menos nos debates analisados, o espaço destinado aos representantes da sociedade é efetivado.

Analisando o histórico, pode-se perceber uma estabilidade maior nas reuniões sobre o plano do que nas do jornalismo. Quanto às primeiras discussões, apenas na 14ª reunião a porcentagem de participação dos representantes da sociedade civil foi consideravelmente menor, chegando a 50%. Nas reuniões de 2012 e 2013, a participação destes membros equivaleu a 66,6% – apesar de ser um número menor em relação às cadeiras deste grupo no órgão, a diferença pode ser considerada irrelevante. De 2014 em diante, a porcentagem destes representantes ficou acima de 70% (71,4% na segunda reunião extraordinária; 72,7% na 54ª reunião; 73,3% na 49ª; e 76,9% na 53ª).

Ainda sobre os debates do plano, quanto aos funcionários, apenas em uma reunião não houve intervenção de seu representante. Em quatro reuniões, os dois representantes do Senado e da Câmara participaram, assim como, em outras quatro, apenas um participou. Em relação aos ministros, percebe-se uma tendência de queda na participação, já que apenas na primeira reunião analisada, três tiveram fala; na segunda e na sexta, dois; da terceira à quinta, um; e nas duas últimas, nenhum.

Gráfico 5: Percentual da participação dos conselheiros nos debates sobre os Planos de Trabalho da EBC.

Gráfico 6: Participação dos conselheiros nos debates sobre os Planos de Trabalho da EBC, em números absolutos.

Já o histórico de participação dos integrantes da sociedade civil em relação aos outros conselheiros, nas apresentações e deliberações sobre o jornalismo, tem mais variações, indo de 33,33%, na 51ª reunião, a 100%, nas 23ª, 27ª e 52ª reuniões. Estes picos podem ser explicados por se tratarem mais de informes do que de debates sobre o tema, o que é evidenciado pelo número absoluto, já que na 23ª e na 51ª reunião participaram apenas três conselheiros e, nas outras, apenas um. Os outros debates ficaram entre 50% de participação, no 18° encontro, e 89%, na terceira reunião extraordinária.

Sobre a atuação dos funcionários, dos 13 trechos analisados, seis tiveram alguma intervenção do representante, tendo elas se concentrado no ano de 2013 adiante – equivalente ao mandato da conselheira Eliane Gonçalves. Em oito reuniões, algum representante da Câmara ou Senado participou; em quatro, não houve fala destes membros; e apenas em uma os dois se manifestaram. Assim como nas deliberações sobre o plano de trabalho, a

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% Sociedade Civil Senado e Câmara Funcionários Ministérios 0 2 4 6 8 10 12 Sociedade Civil Senado e Câmara Funcionários Ministérios

participação dos ministros apresenta uma tendência de queda ao longo do tempo (na 18ª reunião, três participaram; na 17ª, 35ª e 37ª dois tiveram fala; e nas outras, nenhum).

Gráfico 7: Percentual de participação dos conselheiros nos debates sobre jornalismo.

Gráfico 8: Participação dos conselheiros nos debates sobre jornalismo, em números absolutos.

Além da comparação entre os conselheiros, faz-se o mesmo em relação aos convidados (diretores, secretários, ouvidores e pessoas externas à EBC). Desse número total (conselheiros mais os não conselheiros), mediu-se também a participação dos representantes da sociedade civil no Conselho.

Nas deliberações do plano de trabalho, foi possível verificar a maior participação dos conselheiros bem como uma curva crescente em relação a sua porcentagem de atuação, como pode ser observado no gráfico abaixo. Na comparação entre os representantes da sociedade civil e as pessoas que não compõem o Conselho, apenas na primeira reunião essas últimas tiveram uma porcentagem maior. Ao longo do tempo, embora varie em alguma medida, é possível perceber uma tendência de aumento da porcentagem destes representantes em relação ao total dos participantes do debate (conselheiros ou não).

0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% Sociedade Civil Senado e Câmara Funcionários Ministérios 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Sociedade Civil Senado e Câmara Funcionários Ministros e Rep.

Gráfico 9: Percentual de participação dos atores integrantes do Conselho e dos não integrantes, nos debates sobre os Planos de Trabalho da EBC.

Gráfico 10: Participação dos atores integrantes do Conselho e dos não integrantes, nos debates sobre os Planos de Trabalho, em números absolutos.

Já nas apresentações e deliberações sobre o jornalismo, a participação maior dos conselheiros não foi garantida em todas elas. Na 27ª reunião, os diretores e outros convidados tiveram 66,66% do espaço, enquanto os conselheiros ficaram com 33,33%, sendo todos eles da sociedade civil. Na 51ª, a participação ficou dividida em 50% para cada um dos grupos, com 16,66% de presença dos representantes da sociedade. O outro pico é, na 52ª reunião, na qual não houve fala dos diretores. Assim como na comparação entre os conselheiros, essas três reuniões representaram pontos fora da tendência, reforçando o que foi dito sobre se tratarem de informes e não de debates. Na 52ª reunião, por exemplo, houve apenas a apresentação de uma conselheira, sem nenhuma discussão.

Nas outras reuniões, a participação dos conselheiros se manteve acima de 60%, indo até 90% – o que demonstra que, exceto em casos particulares, na maior parte dos debates

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00% Conselheiros Representantes da Sociedade Civil Diretores e Convidados 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Conselheiros Sociedade Civil Diretores e Convidados

selecionados, a participação dos representantes da sociedade civil corresponde àquela esperada (ou seja, à porcentagem de cadeiras destinadas a eles).

Gráfico 11: Percentual de participação dos atores integrantes do Conselho e dos não integrantes, nos debates sobre o jornalismo.

Gráfico 12: Participação dos atores integrantes do Conselho e dos não integrantes, nos debates sobre o jornalismo, em númerosabsolutos.