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A percepção dos professores em relação à formação continuada

5 FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA

5.3 A percepção dos professores em relação à formação continuada

Nesta terceira e última parte do capítulo, trazemos a descrição sobre a percepção dos professores acerca do curso de formação continuada para a vivência da Sequência Fedathi. Para tanto, tomamos como referência a avaliação que eles fizeram no final do curso.

Para essa avaliação, entregamos aos docentes um questionário/roteiro com questões abertas (APÊNDICE J), o qual continha pontos que tratavam sobre a formação e a experiência que esses docentes tiveram com a vivência da Sequência Fedathi.

Para este relato, selecionamos alguns pontos dessa avaliação, levando em consideração a frequência destes nos depoimentos dos professores e o nosso objetivo nessa fase da investigação.

Os pontos destacados foram os seguintes: a formação continuada, com foco nas três atividades formativas; a vivência da Sequência Fedathi enquanto metodologia de ensino; e a pergunta como estratégia de mediação. Lembramos que, embora a pergunta tenha sido colocada aqui em terceiro ponto, ela motivou a realização de todas essas atividades, por ser o foco principal do nosso objeto de estudo.

Em relação à formação continuada – encontros presenciais, atendimento individual e encontros não presenciais –, em termos gerais, as respostas dos professores, apresentadas na aplicação do questionário, consideram que foi importante para a sua reflexão e mudança de postura na sala de aula, como podem ser conferidas nos seus depoimentos.

Com certeza me ajudará na minha postura como professora, dentro e fora da sala de aula, pois a minha metodologia será outra (Prof.ª ANA MARIA).

... Como apliquei em Língua Portuguesa, compreendi que essa postura assumida pelo professor deve ser em qualquer disciplina, não só na Matemática.

Após as discussões, orientações e sugestões vivenciadas no curso refleti minha postura. Procuro nas aulas fazer o aluno pensar e juntos construirmos o conhecimento (Prof.ª ANTONINA).

As estratégias nos levaram a raciocinar sobre nossas práticas para que melhorassem nossas estratégias no cotidiano da sala (Prof. JÉSUS).

Convém relembrar que a essência da Sequência Fedathi é a mudança de postura do professor, no sentido de compreender e proporcionar ao aluno situações em que ele seja o protagonista na busca pela sua aprendizagem. Na formação, procuramos fazer com que os cursistas percebessem e vivenciassem esse princípio nas atividades formativas, procurando criar alternativas didáticas para que eles tivessem a oportunidade de vivenciar experiências, nas quais eles precisassem refletir e assumir outra postura didática, de modo a utilizar a

pergunta como estratégia de mediação didática e a tomar atitudes desafiadoras diante das perguntas dos estudantes.

Um dos aspectos colocados pelos professores como importantes na formação, mais precisamente nos encontros presenciais, a estratégia “Se fosse eu...”, por sua vez já apresentada neste capítulo, tem valor particular. Os docentes emitiram opinião positiva sobre esse momento didático, como podemos ver nos registros a seguir:

Todos os encontros presenciais tinham momentos peculiares, cada dia um novo e prazeroso aprendizado principalmente quando era chegado o momento da tarefa “Se fosse eu...”, voltávamos a ser alunos curiosos e divertidos (Prof.ª GRACINHA). Era uma das melhores partes. A qual nos fez refletir o posicionamento dos alunos. E a nossa postura (Prof.ª NEIDE).

Muito interessante, pois podíamos fazer nossas próprias reflexões e expor nossas opiniões (Prof.ª FÁTIMA).

A estratégia ”Se fosse eu...” foi bastante positiva, pois vivenciamos atividades práticas que nos levaram a algumas reflexões. ... (Prof.ª ANTONINA).

... viver na prática, o que nós temos de ensinar aos nossos alunos (...) resolver um problema como os que eram colocados na estratégia “Se fosse eu...” (Prof. PEDRO). Gostei bastante da estratégia “Se fosse eu’’ sempre uma situação em que já vivemos e o que podemos fazer para melhorar nossa prática com as orientações do professor tirando dúvidas e também a motivação para pensar em algo mais (Prof.ª HELENA). ... trazia oportunidades de vivenciar desafios diferentes (Prof.ª FRANCINEIDE). Ao proporcionarmos aos professores essas situações imaginárias, procuramos atender a dois propósitos: proporcionar-lhes a reflexão sobre a sua prática docente e rever conteúdos e metodologias referentes ao ensino da Matemática, o que logo foi compreendido pelos docentes, fazendo com que se engajassem em cada versão dessa atividade.

Outro ponto colocado como foco na avaliação feita pelos professores, a própria Sequência Fedathi como metodologia de ensino, acentua-se distintamente, conforme as seguintes declarações:

A Sequência Fedathi veio contribuir bastante para minha prática docente e na minha vida pessoal, lembro principalmente do uso da pergunta (Prof.ª FRANCINEIDE). Com certeza hoje tenho outra postura ao ministrar minhas aulas (Prof.ª FÁTIMA). Muito bom, facilitava muito o desenvolvimento da aula e da aprendizagem (Prof.ª NEIDE).

Minha experiência com a Sequência Fedathi foi muito significativa para mim, tanto no planejamento das aulas como na aplicação em sala (Prof.ª ANTONINA).

Nesses depoimentos, as professoras falam da contribuição que a Sequencia Fedathi trouxe para suas práticas docentes no momento de planejamento e em suas práticas de

formação, fato percebido no dia a dia dos professores, no período em que estivemos na escola, em que, vez por outra, um ou outro professor fazia comentários sobre a utilização de algum de seus princípios, principalmente o uso da pergunta, mesmo quando não estavam em fase de experimentação.

Em outros depoimentos os docentes tratam sobre a influência positiva da Sequência Fedathi no desenvolvimento de suas aulas, alguns destacando a ação dos alunos na resolução de problemas, o que pode ser conferido em suas próprias palavras.

Nos trouxe novas metodologias para aplicação em sala, como introduzir os conteúdos, realizar maturação, tomada de posição e prova, como aplicar a pergunta na resolução de problemas, fazendo com que o aluno reflita e chegue à conclusão das situações problemas (Prof. JÉSUS).

Muito bom, pois a sequência dar oportunidade ao aluno de compreender melhor os problemas (Prof.ª FRANCINEIDE).

Nas aulas de meus alunos do ensino médio em que utilizei a sequência foi muito produtiva tanto pela preparação tomando o cuidado de seguir os passos da sequência e pensando em como aplicaria para meus alunos, e também na sala de aula percebi o interesse maior dos alunos em realizar as atividades propostas e os resultados encontrados foram surpreendentes, tanto que continuei, mesmo depois da aplicação da sequência, utilizando os passos da sequência em minhas aulas e obtive bons resultados (Prof.ª HELENA).

Algumas palavras e expressões (como: pergunta, problema, preparação/planejamento, acordo, contraexemplo, etapas, postura, mão no bolso) são usadas com frequência quando tratamos sobre os princípios, níveis e etapas da Sequência Fedathi. Algumas dessas palavras podem ser conferidas nas declarações supracitadas. Compreendemos que essa é uma manifestação de apropriação dessa metodologia.

Na vivência da Sequência Fedathi, algumas palavras e expressões assumem significados importantes e diferentes. As palavras solução e prova, por exemplo, que em Matemática geralmente assumem o sentido de finalização e encerramento, resultado, nessa metodologia, têm o sentido de processo e movimento.

O termo pergunta também toma outros sentidos. Na vivência da Sequência Fedathi, além de interrogação e de indagação a palavra pergunta lembra motivação, atitude, intervenção, mediação... Conforme já defendemos em outro momento deste trabalho, consideramos que a essência da mudança de postura do professor na vivência dessa Sequência é o uso da pergunta.

O uso da pergunta também determinou-se como alvo da avaliação feita pelos docentes. Durante a formação, os professores demonstraram preocupação e falaram sobre a

dificuldade que tinham em utilizá-la, mas no final de seus depoimentos mostram que já estavam interiorizando a ideia e utilizando-a em suas práticas, como podemos ver nos seguintes registros.

... A Sequência Fedathi foi a que mais me chamou atenção, pelo motivo de nos levar a pensar qual pergunta fazer e o que fazer com a pergunta do aluno ... (Prof.ª GRACINHA).

Não é fácil, mas gosto de fazer bastante perguntas. É importante (Prof.ª NEIDE). O uso da pergunta é importante em todas as disciplinas, pois requer uma resposta, mais reflexão (Prof.ª DIVA).

O uso da pergunta também foi interessante e despertou meus alunos a tornarem-se descobridores e a perceberem que eles são capazes de resolver qualquer problema sozinhos com o apoio e a motivação do professor (Prof.ª HELENA).

Em suas avaliações, os professores também descrevem os problemas percebidos no decorrer da formação. Um deles notou-se no horário dos encontros presenciais. A Professora Gracinha avaliou que “logo no início os dias e os horários dos encontros eram bem mais adequados, depois ficaram um pouco cansativos devido ter que sair da sala de aula diretamente para o curso”.

Como já relatamos neste capítulo, no começo da formação os encontros aconteciam no horário de aula, mas não deram continuidade, porque nesses dias a escola deixava de atender aos alunos. Por isso, eles foram combinados para o horário noturno, o que, segundo o relato de outra professora: “Não era o melhor. Mas foi o mais conveniente para o grupo” (Prof.ª NEIDE).

Esse horário comprometeu a participação mais ativa dos professores. Nos dias de encontro, a maioria dos docentes ficava na escola nos três turnos e isso os levava a ter um menor desempenho nas atividades. Às vezes, também havia a redução no tempo de curso, por conta da necessidade de saírem mais cedo, o que sugeria o encerramento do encontro antes do tempo previsto.

Com essa mudança no horário, algumas atividades pensadas para esses encontros, de forma coletiva, tiveram que ser feitas individualmente com alguns docentes, de acordo com a realidade de cada um. Como exemplo, citamos o caso da oficina com o ábaco, prevista ainda na aula da Professora Valda, na pesquisa exploratória, ao vermos sua dificuldade com o uso desse recurso didático.

A formação com esse material acabou sendo abreviada a pequenas reuniões com dois professores, de forma separada, na atividade de atendimento individual, porque não conseguimos colocá-la no encontro presencial, com todo o grupo. Esses dois professores

também apresentaram dúvidas sobre o uso do ábaco no percurso da formação. A Professora Valda não foi atendida, pois sua desistência do curso inviabilizou essa oportunidade.

Os professores também se manifestaram em relação aos encontros não presenciais, mais especificamente sobre o uso do TelEduc, como podemos ver a seguir:

Não tinha a mesma motivação. Mas quando começava a ler, participar fazia o que era preciso e tirava proveito (Prof.ª NEIDE).

Não foi satisfatório, não tive a mesma motivação do presencial (Prof.ª FÁTIMA). Essas duas professoras explicitam que não estavam motivadas a usar aquele ambiente e apresentam reações diferentes à sua utilização: a primeira tinha bons resultados na sua utilização e a segunda não ficava satisfeita em utilizá-lo.

Outros docentes registraram suas limitações quanto ao uso da tecnologia e também à falta de disciplina para utilizá-lo, como pode ser visto em seus depoimentos.

Não fui muito participativa, pois não tenho muito habilidades (Prof.ª FRANCINEIDE).

Nos encontros não presenciais (TelEduc), tive muita dificuldade devido a falta de disciplina, tempo... (Prof.ª DIVA).

Nos encontros não presenciais tive algumas participações (...) pois o manuseio com a tecnologia atual ainda é confusa para mim, mas fiz alguns comentários (Prof.ª ANTONINA).

A falta de disciplina relatada pela Professora Diva caracteriza bem o motivo da não utilização do TelEduc, mas outras razões levavam os professores a não utilizarem essa tecnologia. Uma delas referia-se à falta de hábito e outra à falta de comprometimento com a formação, já que tinham facilidade e utilizavam bem outras tecnologias no ambiente escolar, como o celular.

Os três professores a seguir, ao contrário dos demais, mostram mais entusiasmo com o uso desse ambiente tecnológico.

No TelEduc passei por uma experiência fantástica, que pena eu deixei a desejar, não aproveitei a oportunidade de explorar esse lado da tecnologia, mas o pouco que passei aprendi bastante e fiquei curiosa de explorar mais essa tecnologia de estudar via internet (Prof.ª SOCORRO).

O meu maior erro foi ter participado raramente do “TelEduc” mas às vezes que participei foi gratificante... (Prof.ª GRACINHA).

Os encontros no TelEduc foram bons mesmo com poucas participações mas houve interação e compartilhamento de experiências (Prof.ª HELENA).

Na fala dos professores, vemos que alguns reconhecem não só a importância desse recurso, mas também a comprovação do que já relatamos neste capítulo, que se refere à baixa frequência nesse ambiente.

A preparação da aula frisa-se como um dos pontos colocados na avaliação. Não como negativo, mas como “trabalhoso, pois é um plano mais complexo”, como relatara a professora Francineide. Os professores reclamavam do tamanho do formulário e dos requisitos necessários ao seu preenchimento.

O plano de aula utilizado na preparação da Sequência Fedathi era diferente do que era usado pelos professores, não apenas pelo formato extenso do formulário, mas pelo tempo que levávamos para preenchê-lo, por conta das perguntas que precisavam ser feitas e das perguntas que precisavam ser respondidas durante sua elaboração.

Mesmo com essas dificuldades, os professores relatam algumas contribuições que a formação, e de modo mais específico a Sequência Fedathi, trouxe para suas práticas. Destacamos a seguir os registros de alguns docentes que, durante a formação, vivenciaram duas experiências com essa metodologia de ensino. Elas avaliam que:

A Sequência Fedathi me ajudou a refletir minha postura didática, meu comportamento diante da ação didática (Análise da Vivência 1: Prof.ª ANTONINA, 26/5/2014).

A aplicação da atividade foi um momento de aprendizado, tanto na minha postura para não interferir e facilitar as respostas, e ao mesmo tempo estimulá-los a participação através de perguntas que levassem os alunos a refazer suas hipóteses (Análise da Vivência 1: Prof.ª DIVA, 15/5/2014).

... Analiso também que a sequência fedathi ajuda muito os professores ter um olhar diferenciado para seus alunos e aprende a lidar com as diferenças que existem dentro da sala de aula (Análise da Vivência 2: Prof.ª SOCORRO).

... A Sequência Fedathi é mais uma ferramenta que visa melhorar a forma do conhecimento chegar até o aluno e com certeza aprende mais o aluno e também o professor (Análise da Vivência 2: Prof.ª VALDINÊS e Prof. PEDRO).

Após alguns meses estudando a sequência fedathi já pude perceber que a pergunta não é mais algo distante do nosso cotidiano, hoje já conseguimos trabalhar utilizando-a com mais facilidade (Análise da Vivência 2: Prof.ª EMILIANA).

As Professoras Antonina e Diva vivenciaram a Sequência Fedathi em ambientes e tempos diferentes da realidade dos outros professores, que conviviam com situações voltadas para salas de aula regulares, no ensino de Matemática.

A Professora Antonina era formada em Letras, naquele momento atuava como diretora geral e, para fazer suas experimentações solicitou espaço nas aulas de Português da turma do 9º ano, mostrando-se sempre interessada. Importante ressaltar que ao encontrarmos

com ela em 2015, como professora, não mais como gestora, ela declarou estar utilizando bastante os princípios da Sequência Fedathi em suas aulas, principalmente o uso da pergunta.

A Professora Diva desenvolvia suas funções docentes na sala de AEE e teve boa participação no curso, deixando de cumprir apenas sua última experimentação. Sua atuação fez diferença na formação, porque ela relatava situações diferentes dos demais, de suas experimentações com alunos que recebiam atendimento especializado.

A Professora Socorro era auxiliar de serviços, com bacharelado em Relações Humanas, e desenvolvia a função de professora auxiliar na turma de 1º ano, além de ser a professora de dança da escola. No início, teve dificuldade de integrar-se ao grupo e de se comunicar com os formadores, mas foi superando seus limites e teve uma boa participação, inclusive com o uso do TelEduc.

A Professora Valdinês ensinava Matemática nas turmas de 6º e 7º ano e teve o Professor Pedro como parceiro na experiência com a Sequência Fedathi, por conta de ele não estar em sala de aula. Essa professora procurou-nos algumas vezes durante o curso para tratar sobre os métodos que utilizava, principalmente as metodologias alternativas que buscava ao trabalhar com seus alunos.

A Professora Emiliana, logo no início disse que não participaria do TelEduc e também não quis ser observada em suas aulas na fase final da investigação. Mas teve participação no ambiente virtual e foi uma das que mais nos procurou, no dia a dia, para tirar dúvidas e relatar suas experiências.

Trazemos agora os depoimentos das Professoras Lúcia e Helena que, assim como a Professora Neide e o Professor Jésus, cujos relatos serão apresentados no próximo capítulo, completaram os três momentos de vivência da Sequência Fedathi com o uso da pergunta.

Apresentamos aqui os depoimentos dessas docentes registrados na análise feita ao final dos três momentos de formação. Primeiro da Professora Lúcia:

A utilização da Sequência Fedathi tem como ponto positivo o despertar do senso crítico e investigador do aluno e a autonomia na resolução do problema. Na aplicação senti um pouco de insegurança e dúvida se estava aplicando corretamente (Vivência 1: Prof.ª LÚCIA, 14/5/2014).

Considero a Sequência Fedathi como positiva, pois desmistifica a impressão (...) de que o professor é um mero transmissor do conhecimento e o aluno o receptor. ... ... considero positivo, pois o aprendizado (...) é construído em grupo e partindo de perguntas estreitando os laços entre professor-aluno e ensino-aprendizagem... (Vivência 2: Prof.ª LÚCIA, 10/10/2014)

Este relato será da terceira aplicação da Sequência Fedathi, no entanto, não posso deixar de falar do progresso que percebi durante as três aplicações. Na primeira tive muita dificuldade em escolher a situação problema e na maturação, mas nas outras duas foi mais fácil e gerou em mim a certeza de que a sequência fará parte de dos

meus planejamentos pelo dinamismo e senso investigador que gera no aluno e no professor (Vivência 3: Prof.ª LÚCIA, 19/10/2014).

Lúcia era auxiliar de serviços, com contrato efetivo, estudante de Pedagogia e Química, ambos os cursos de licenciatura, e naquele período atuava como diretora administrativa e também como professora em uma turma de 5º ano. Depois, com a junção de sua turma à outra de 5º ano, passou a atuar como professora de reforço, com atendimento a alunos que tinham dificuldade na aprendizagem da leitura e da escrita.

A Professora Lúcia era frequente nas atividades do curso e inclusive lamentara porque tinha interesse que suas aulas também fossem observadas e avaliadas por nós, atitude que demonstrava sua vontade em crescer em sua formação como profissional docente. Seus três depoimentos mostram o amadurecimento que ela buscou adquirir ao longo da formação.

Em relação à Professora Helena, as três análises feitas por ela no final de cada vivência com a Sequência Fedathi foram as seguintes:

A sequência foi aplicada de forma eficiente e ajudou os alunos a pensar mais sobre suas respostas, embora o tempo de aula ser curto para interrogar cada grupo com respeito a suas respostas e lançar desafios (Vivência 1: Prof.ª HELENA, 26/5/2014). Nesta segunda aplicação pude com mais atenção desenvolver as etapas da sequência, gostei muito, achei melhor que a primeira aplicação e inclusive tenho utilizado a sequência para preparar aulas em outros cursos que estou fazendo obtendo também êxito pelos meus orientadores (Vivência 2: Prof.ª HELENA, 16/10/2014).

Nesta terceira aplicação percebi mais clareza e mais segurança no desenvolvimento das etapas, percebi também que os alunos embora confusos a princípio conseguiram realizar as atividades com clareza e atingir o objetivo da aula (Vivência 3: Prof.ª HELENA, 27/11/2014).

Essa docente era licenciada em Química e atuava como professora de Matemática no Ensino Médio em turmas de extensão de matrícula, vinculadas a uma escola da rede estadual, conforme já informamos neste trabalho. Ela foi uma das cursistas com quem tivemos menos contato, por conta do seu trabalho ser no horário noturno. Inclusive nos dias dos nossos encontros presenciais nesse turno ela passava pouco tempo conosco, pois tinha que sair para ministrar suas aulas.

Mesmo assim, destacou-se uma das mais atuantes, inclusive com acesso ao TelEduc, sendo uma das duas cursistas que mais participaram nos fóruns de discussão, sendo, no geral, a que teve mais presenças nesse ambiente, utilizando outras ferramentas, como os correios, que usara para se comunicar com os formadores.

Nos seus depoimentos, também vemos a evolução do seu crescimento na utilização da Sequência Fedathi, inclusive ousando utilizá-la em outras atividades que desenvolvia, conforme seu relato. Também vale salientar que em suas experimentações ela superou-se, além do solicitado na formação. A terceira vivência, por exemplo, ela utilizara em duas turmas e entregara os dois relatórios, contando assim quatro vivências com essa metodologia.

Diante da análise feita pelos professores, vemos as diversas opiniões que resultaram desse período de formação, porque cada um tinha a sua especificidade, a sua peculiaridade: medo, interesse, formação, costume, crença, informação, desinformação... Seu modo de aceitar e de refutar as ideias que lhes eram propostas, principalmente porque, de certo modo, eles estavam sendo “invadidos” em suas práticas docentes.

Todos esses fatores influenciam de maneira a levar os professores à utilização ou não do que vem sendo recomendado como proposta metodológica. Talvez, o problema resida