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5 FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA

5.2 A Sequência Fedathi como subsídio teórico-metodológico na formação continuada

5.2.3 Encontros não presenciais

A terceira atividade de formação, referente aos encontros não presenciais, destina- se ao contato dos formadores com os professores e destes entre si, com o uso do TelEduc. Nesse ambiente, o curso recebe o nome Sequência Fedathi com o uso da pergunta – Quixadá, uma estratégia de personalização da formação, um meio de facilitar a identificação do evento naquele espaço digital.

Com essa atividade objetivamos promover um diálogo virtual entre formadores e professores cursistas acerca dos temas trabalhados na formação e atividades práticas desenvolvidas na vivência da Sequência Fedathi.

O primeiro contato dos professores com o ambiente TelEduc, a maioria de forma apenas visual, acontecera no dia do primeiro encontro presencial, em novembro de 2013, oportunidade em que apresentamos a sala de aula virtual e motivamos os cursistas a solicitarem sua inscrição. Esse cadastro poderia ser feito pelo formador-pesquisador, que também era administrador daquele espaço.

Entretanto, fundamentados no princípio da postura “mão no bolso”, orientamos os professores para que cada um solicitasse sua inscrição, um estímulo à adaptação deles àquele ambiente virtual, aprendendo desde o início a acessar e a utilizar suas ferramentas daquele ambiente, que durante um ano seria utilizado como um dos instrumentos de formação continuada e de registro de dados.

A inscrição dos professores nessa sala de aula constata-se com um primeiro desafio a enfrentar na formação, pois a ideia de utilizar esse ambiente parecia causar constrangimento em muitos deles.

No início, ao serem questionados sobre a inscrição no TelEduc, diziam que ainda não tinham acessado, porque estavam sem computador ou não tinham internet em casa, problema que poderia ser resolvido na própria escola que, mesmo não sendo bem servida de computadores e com a internet custeada por eles mesmos, mostrava-se como opção, inclusive no tempo de estudo que eles tinham no dia de planejamento. Mas boa parte dos docentes pareciam não estar motivados a enfrentar aquela situação.

Em virtude dessa realidade, apenas 20% (vinte por cento) dos inscritos na formação conseguiram solicitar a inscrição no TelEduc. Os demais fizeram suas solicitações com a mediação do formador-pesquisador ou de outro professor. E durante todo o curso, vez por outra, alguns pediam uma nova senha ou solicitavam ajuda para acessar a plataforma.

Para nós, o desafio apontava para o constante processo de motivação dos professores à utilização da sala de aula virtual, uma forma de nos mantermos em interação, quando distantes, um dos objetivos da utilização do TelEduc. Queríamos que, efetivamente, esse ambiente fosse um dos nossos meios de informação e formação.

Depois de concluídas as inscrições, pedimos que eles fizessem o seu perfil, a primeira ação a ser realizada no TelEduc. Apesar das dificuldades, do total de vinte e cinco professores inscritos, vinte e um conseguiram fazer essa atividade. Os quatro restantes não fizeram o perfil ou fizeram de forma incompleta, deixando de colocar a foto.

Para nós, a realização dessa atividade servira como o anúncio das dificuldades que poderíamos enfrentar com a utilização desse ambiente pelos professores, pois a nossa perspectiva era que ela interessaria aos cursistas, por ser uma atividade informal seria uma maneira de motivá-los a fazer de forma criativa. Somente no decorrer do curso é que essa relação deles com esse ambiente chega a ganhar uma significativa melhora, permitindo que alguns a utilizassem além do que fora solicitado, como fizeram dois deles, utilizando-o como meio de comunicação com o grupo, usando a ferramenta correios.

No TelEduc utilizaram-se as seguintes ferramentas: dinâmica do curso, agenda, material de apoio, leituras, fóruns de discussão, correios, perfil e portfólios, descritas a seguir, conforme a ordem em que aparecem no ambiente. Existem outras ferramentas, mas listamos aqui apenas as utilizadas mais intensamente.

Na ferramenta dinâmica do curso colocou-se um resumo dos principais elementos do Projeto de Extensão utilizado como suporte para o desenvolvimento da formação, tais como: objetivo, local, público-alvo, formadores, período e carga horária.

A agenda despontou como uma das ferramentas mais utilizadas na formação e, como o próprio nome sugere, serviu para informar o dia e horário dos encontros presenciais, bem como as atividades e serem realizadas pelos participantes. Essa ferramenta mostrava-se como a mais visível da plataforma e funcionava enquanto porta de entrada desse ambiente.

O espaço destinado ao material de apoio permitiu o armazenamento de alguns materiais úteis ao conhecimento dos cursistas, para que eles pudessem consultar. Durante o período de formação, colocamos dezessete arquivos, estes referentes aos seguintes assuntos:

slides dos encontros presenciais; orientações e formulário de preparação da Sequência Fedathi; algumas aulas do Portal do Professor; e roteiro de avaliação final da formação.

Com relação à ferramenta leituras, disponibilizamos seis arquivos, a maioria deles tratando sobre Educação Matemática, um destes mais especificamente sobre a Sequência Fedathi na formação de professores.

Os fóruns de discussão foram abertos com a intenção de proporcionar o debate entre formadores e professores e destes entre si, abordando temas estudados nas outras duas atividades da formação, principalmente nos encontros presenciais, como forma de ampliar ou aprofundar a discussão sobre as temáticas que estavam em pauta e os trabalhos desenvolvidos pelos cursistas.

No decorrer da formação abriram-se três fóruns, os quais estão relatados mais adiante, após a apresentação de todas as ferramentas utilizadas, por conta de ter sido o espaço mais utilizado, com o maior número de registros escritos por parte dos professores.

A ferramenta correios definiu-se como meio de comunicação entre os participantes da formação, principalmente dos formadores para os cursistas, considerando que das sessenta mensagens colocadas, quarenta e quatro foram dos formadores e catorze de dois professores cursistas.

Quanto à ferramenta portfólios, seu destino voltou-se apenas para a postagem de sínteses de estudo de textos sobre a Sequência Fedathi, estes no livro acerca dessa metodologia (SOUSA et al. 2013b), dado aos professores no início da formação. Esse estudo foi encaminhado no terceiro mês da formação, com a solicitação de trabalho escrito, uma forma de os professores fazerem leituras acerca do tema, imprescindíveis ao desenvolvimento de todas as atividades da formação.

Esse trabalho chegou a postar-se como portfólios por nove dos catorze professores que chegaram ao final do curso. Um cursista não encerou essa atividade e outros quatro docentes entregaram-na de forma impressa ou manuscrita, opção dada aos docentes, tendo em vista as dificuldades que eles manifestaram em relação à digitação ou postagem do trabalho nessa ferramenta.

Importante salientar que o maior número de desistências dos professores acontecera no período de realização desse estudo sobre a Sequência Fedathi, que consistira na leitura de três capítulos do livro. A desistência dos docentes também coincidira com o momento de preparação da primeira vivência dessa metodologia pelos docentes. Dos onze desistentes, apenas dois tinham feito esse trabalho, sendo um em forma manuscrita e outro digitado e colocado em seu portfólio.

A utilização do TelEduc acontecera quase no mesmo período dos encontros presenciais, ou seja, de dezembro de 2013 a dezembro de 2014, logo depois do primeiro encontro presencial até a última participação no terceiro fórum.

A participação dos professores nesse ambiente indicava outra maneira que encontramos para diversificar a formação dos docentes para a vivência da Sequência Fedathi, o que fora contemplado de modo mais específico na participação/interação desses profissionais nos três fóruns de discussão.

O primeiro fórum abriu-se no dia 13 de fevereiro de 2014, denominado Pergunta/Discussão Nº 1, colocando para o diálogo o seguinte direcionamento:

De acordo com Sousa e Borges Neto (2010, p. 53), “a Sequência Fedathi defende que seja desenvolvido com os alunos na sala de aula o método de trabalho de um matemático.” Nesse sentido, as atividades sugeridas e realizadas pelo/a professor/a devem proporcionar aos estudantes situações em que eles possam levantar hipóteses, definir estratégias de resolução para a situação apresentada, fazer experimentações, investigar, errar, acertar, comparar resultados e chegar a uma solução que possa ser utilizada em outras situações. Diante dessa proposta, qual deve ser a postura do/a professor/a e que atividades ele/a pode propor e realizar para que aconteça essa experiência em sala de aula?

Nossa intenção privilegiava a discussão nesse fórum no decorrer do mês de fevereiro, mas por conta de os professores terem participado em quantidade mínima nesse período, deixamos aberto por tempo indeterminado, o que também ocorrera com os demais fóruns. Orientamos os cursistas que a abertura de um novo fórum valeria como indicativo para a finalização do anterior.

Esse primeiro fórum teve a frequência de dezesseis professores, com vinte e uma mensagens, e de um formador com catorze, totalizando trinta e cinco participações. A última destas acontecera no dia 15 de maio. No momento de abertura desse fórum, o curso contava com os vinte e cinco professores que haviam solicitado a inscrição.

As respostas dos cursistas nesse fórum não chegaram a caracterizar uma discussão, pois a participação destes ficara mais restrita a responder à pergunta inicial, feita por nós. Essa afirmação também vale para os demais fóruns. Em nossa mediação, comentamos o que eles escreveram e depois fizemos outra pergunta, provocando a reflexão do professor e a participação de outros cursistas na discussão.

Das vinte respostas dadas pelos professores, comentamos catorze delas, sendo que em treze fizemos outra pergunta e em uma tecemos apenas o comentário. Das treze perguntas que fizemos aos cursistas, apenas duas foram respondidas. Quanto à interação entre os professores em suas participações, apenas dois fizeram comentários dirigindo-se ou se referindo ao comentário de um dos seus pares.

Quanto aos comentários dos professores à pergunta do fórum, é certo que trataram sobre a Sequência Fedathi, mas se distanciaram do foco da questão, esta referente à postura do professor e às atividades que eles deveriam realizar, para que os alunos vivessem a experiência do matemático na sala de aula.

Um dos temas abordados, a necessidade de o professor conhecer o que o aluno já sabe, de saber seus conhecimentos prévios, referente à sua preparação, destacou-se como podemos ver nas seguintes respostas dos professores:

Realizar uma predição antes da apresentação da situação problema. (...) A atividade deverá ser desenvolvida com base no conhecimento do aluno, trazendo para o conteúdo do livro. Facilitará muito a absorção do conteúdo (Prof. JÉSUS, 16/2/2014).

(...) primeiro o(a) professor(a) deve fazer um diagnóstico da turma e ver o nível da turma para então levar uma atividade como essa e tentar fazer com que eles tomem iniciativa e procurem soluções para o problema (...) (Prof.ª HELENA, 18/2/2014). Jésus, concordo com sua proposta, pois quando fazemos a predição do assunto, temos a oportunidade de perceber onde devemos agir diante do conhecimento do aluno, buscando através de uma investigação e chegar ao conteúdo do livro com mais facilidade (Prof.ª EMILIANA, 20/2/2014).

Iniciar a aula fazendo uma sondagem para observar o que o aluno já sabe sobre o conteúdo a ser estudado (Prof.ª VALDINÊS, 26/2/2014).

A opinião dos professores retrata um pouco o discurso que permeava o contexto educacional naquela circunstância de realização da pesquisa. O termo “predição”, por exemplo, era muito usado pelos professores das turmas iniciais do Ensino Fundamental do Educandário São José, proposto para o início da aula, pois era uma orientação do PAIC. Inclusive, quando tratávamos sobre o conhecimento do plateau da turma, alguns docentes logo estabeleciam uma relação com essa atividade (predição).

Ao discutirmos sobre esse tema perguntamos: “Quais as semelhanças e diferenças entre a predição e a Sequência Fedathi?” Com essa pergunta, e na conversa que tivemos com os cursistas a partir dela, destacamos que na Sequência Fedathi o plateau da turma deve ser analisado especialmente na sua preparação, como forma de organizar melhor a sessão didática, verificando não apenas as necessidades e interesses dos estudantes, mas também as

necessidades do professor em relação ao seu conhecimento científico e pedagógico acerca do que vai ensinar.

No decorrer do curso, a partir desse fórum de discussão, conversamos sobre as possíveis semelhanças ou diferenças entre a Sequência Fedathi e o PAIC e outras metodologias. Numa dessas discussões, argumentamos que o plateau está mais relacionado ao momento de preparação da aula, embora também possa ser feito no seu início.

A predição, na perspectiva apresentada pelos professores, estava voltada ao início da aula, para fazer a sondagem acerca do conhecimento dos alunos sobre o tema a ser ensinado, como uma estratégia de contextualização, de motivação dos alunos para o tema a ser trabalhado, que também vale como diagnóstico.

Em algumas participações dos professores identificamos semelhanças com o que propõe a Sequência Fedathi, mas sem o uso dos termos que utilizamos e sem focar mais diretamente a pergunta inicial, como consta nos seguintes registros:

... Quando o aluno explica como fez, o que pensou, o professor tem uma excelente oportunidade para perceber e ampliar o conhecimento do aluno.

... pude perceber que a Sequência Fedathi, além de mostrar que devemos tornar o aluno um investigador, temos que também fazer um planejamento que contemple não só o aluno, mas também o conhecimento do professor, por isso temos que ter cuidado na hora de planejar e no momento de aplicar (Prof.ª GRACINHA, 14/5/2014).

Ao planejar suas aulas, em especial a de matemática, começar com uma atividade desafiadora para introduzir o conteúdo da aula e dessa forma tornar o processo de ensino e aprendizagem mais dinâmico e participativo (Prof.ª AUXILIADORA, 18/2/2014).

A postura de quem não vai entregar a faca e o queijo na mão. O desafio é do aluno, o professor pode e deve intervir, se preciso for, mas quem deverá buscar meios de solucionar, chegar a uma conclusão é o aluno. Devemos estar atentos, motivando, questionando-os, para incentivá-los. Atividades que "mexam" com o aluno, ou seja, o desafiem. Podendo ser situações do seu cotidiano, jogos, atividades escritas ou concretas (Prof.ª NEIDE, 25/2/2014).

Nas respostas desses professores, vemos que eles tratam de situações que se assemelham às fases e etapas da Sequência Fedathi. O primeiro comentário, da Professora Gracinha, por exemplo, lembra o momento da solução, em que os alunos explicam como chegaram ao resultado, e o segundo nos remete ao cuidado que devemos ter, na preparação, para identificarmos o conhecimento que os alunos e os professores têm à disposição, o que deve ser feito no momento da análise teórica.

As Professoras Auxiliadora e Neide, tratam, respectivamente, sobre a apresentação do problema, que na Sequência Fedathi impulsiona todo o processo

investigativo, e sobre qual deve ser a postura do professor no momento em que o aluno está buscando solução para o desafio. O “não entregar a faca e o queijo na mão” (Prof.ª NEIDE) significa assumir a postura “mão no bolso” na vivência da Sequência.

Ao analisarmos a participação desses professores, vemos que, mesmo ainda não tendo o conhecimento aprofundado acerca da Sequência Fedathi, seus discursos revelam que eles tinham ou demonstravam ter potencial para compreendê-la. Mas é importante lembrar que nem todas as mensagens apresentavam esse nível de compreensão e não tivemos a participação de todos.

O segundo fórum de discussão, aberto no dia 23 de abril de 2014, teve como tema: Qual a sua pergunta? E, como indicativo para discussão, apresentou a seguinte indagação:

Tomando como base os nossos encontros presenciais e os estudos teóricos realizados, qual sua pergunta acerca da utilização da Sequência Fedathi na preparação de suas aulas?

Esse tema havia sido proposto no mês de fevereiro, o que seria o primeiro fórum. Porém, resolvemos suspendê-lo por conta da pouca participação dos professores nos seus primeiros dez dias. Consideramos que eles ainda não estavam preparados suficientemente para esse debate, o que analisamos ser resultado do pouco conhecimento que tinham sobre a Sequência Fedathi e a resistência para o uso do ambiente TelEduc.

Passados quatro meses de formação, percebemos que os docentes já estavam mais fundamentados para discutir esse tema, graças ao amadurecimento e/ou às dúvidas suscitadas com as atividades de leitura e sínteses de textos sobre a Sequência Fedathi, cuja solicitação deu-se por ocasião do 5º encontro presencial, realizado no início do mês de abril.

Nosso propósito inicial previa que nossa discussão nesse fórum acontecesse até o final do mês de abril, mas ela decorrera por mais tempo. A última participação acontecera no dia 29 de agosto. Esse fórum teve, no total, trinta e duas participações, sendo quinze dos formadores e dezessete dos docentes. No momento de abertura desse segundo fórum, contávamos com dezessete professores, mas no dia da última participação esse número estava reduzido a catorze.

Dos catorze professores que participaram desse fórum, nove atenderam à sua proposta, com a apresentação de perguntas, todas voltadas para a Sequência Fedathi. Para nossa análise, separamos essas perguntas por temáticas, uma forma de facilitar a sistematização das nossas ideias.

As duas primeiras mensagens tratam sobre questionamentos dos professores acerca de possíveis perguntas que os alunos podem fazer na vivência da Sequência Fedathi, da seguinte forma:

Na aplicação da Sequência Fedathi, em um determinado momento o aluno faz uma pergunta sobre o conteúdo que na hora o professor não sabe responder, sabendo que em uma aula que não seja da aplicação da sequência o professor diz para o aluno que levará a resposta na aula seguinte e explora essa resposta para toda a turma. Como o professor deve atuar neste caso se isso ocorrer na aplicação da Sequencia Fedathi? Da mesma maneira? (Prof.ª VALDINÊS, 29/4/2014).

(...) minha pergunta é a seguinte: na Sequência FEDATHI percebi uma ênfase no papel do professor como observador e que no momento adequado ele possa fazer a mediação certa. Estou com dificuldade em pensar qual será a pergunta dos alunos com relação ao conteúdo da aula (Prof.ª HELENA, 15/5/2014).

Perguntas semelhantes às que foram feitas pelas Professoras Valdinês e Helena, por várias vezes, estiveram em pauta na formação dos professores, pois havia a preocupação destes em relação a que atitudes iriam tomar quando os alunos lhes fizessem tais questionamentos ou que perguntas deveriam fazer aos estudantes na hora da aula.

Uma discussão que também tivemos a oportunidade de presenciar e participar dizia respeito à possibilidade de uso da Sequência Fedathi em outras áreas e modalidades de ensino, o que está retratado nas seguintes perguntas:

Nas turmas em que os alunos não possuem o hábito da leitura ou até mesmo aqueles que não sabem ler, é possível programar estratégias que os estimulem a realizar a tarefa. Qual seria sua sugestão para que esse aluno se sinta motivado a participar? (Prof.ª GRACINHA, 15/5/2014).

Ainda tenho algumas dúvidas a respeito da aplicação da Sequência Fedathi. Quando eu for planejar as aulas de matemática e propor uma situação-problema para os alunos do AEE (Atendimento Educacional Especializado), também preciso fazer o acordo didático com eles e seguir todas as etapas propostas? (Prof.ª DIVA, 13/5/2014).

As perguntas dessas duas professoras justificam-se pelo campo em que elas atuavam. A Professora Gracinha, nesse momento da pesquisa, lecionava Português em turmas finais do Ensino Fundamental e pedira sugestões para o uso da Sequência Fedathi em suas aulas.

Considerando a participação dessa professora, é importante salientar que a Sequência Fedathi, como qualquer outra metodologia, não pode ser compreendida como receita. Sua pergunta revela um fato recorrente em turmas dessa etapa da Educação Básica,

momento caracterizado, pelo fato de o estudante não ter o domínio da leitura e da escrita, assim como em Matemática alguns não sabiam os fatos básicos da adição (tabuada).

Nesse caso, se na turma existem alunos que não têm o domínio das normas do sistema linguístico e outros já o dominam, uns não sabem a tabuada e outros acompanham regularmente o que é ensinado em Matemática, por exemplo, torna-se difícil selecionar um problema que atenda a um grupo com uma disparidade muito grande no seu nível de conhecimento, pois uma situação que pode ser complexa para uns pode ser insignificante e desestimulante para outros. Esses casos merecem a discussão da escola, em vista de alternativas para além do trabalho do professor na sala de aula regular.

Quanto à Professora Diva, esta atuava na sala de AEE e quis saber se a Sequência Fedathi adequava-se ao planejamento de aulas de Matemática para educandos que precisavam de atendimento diferenciado, no que diz respeito ao acordo didático.

Conforme já discutimos neste trabalho, o que define as estratégias que serão utilizadas na vivência da Sequência Fedathi são as informações obtidas pelo professor na