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A PRÁXIS CLÍNICA NO TRATO AOS FENÔMENOS RELIGIOSOS

5 O RETORNO AO MUNDO DA VIDA: UMA ABERTURA PARA UM MODO

5.3 A PRÁXIS CLÍNICA NO TRATO AOS FENÔMENOS RELIGIOSOS

Antonie Vergote (1969), pesquisador da religião e seus fenômenos relacionados, a partir de sua formação psicanalítica e fenomenológica, ressalta que o psicólogo irá investigar a maneira especificamente humana de colocar-se em relação com aquilo que se crê ser “absoluto”, recorrendo as crenças que sejam observáveis ao nível das expressões verbais, simbólicas e comportamentais. Argumenta que, em psicologia religiosa, é necessário consentir com a exclusão metodológica do transcendente segundo o princípio enunciado por Flournoy. O autor nos diz que o psicólogo deve tomar o cuidado de não tomar Deus como objeto de observação, na medida em que o homem se refere a Ele por atos propriamente humanos.

De outra parte, Vergote (op.cit.) aponta que o psicólogo não pode tampouco coincidir a vida religiosa com a vida psicológica, devendo manter o caráter referencial da intenção da consciência e do ato religioso. O autor diz que o estudo do psiquismo deve respeitar a especificidade da consciência humana, que é uma consciência aberta ao mundo, aos outros, a Deus e que reduzir a religião ao puramente humano, em si mesmo, equivale a desnaturalizar o objeto da psicologia religiosa.

Edênio Vale (1998) complementa esta ideia ao dizer que a tarefa da psicologia da religião, no âmbito das ciências humanas, é estudar a origem e a natureza da mente religiosa humana. Neste sentido, ela não busca definir o que a conduta religiosa é, e sim porque e como alguns fenômenos religiosos se dão no interno da estrutura psicológica de um sujeito. Este último autor faz uma interessante analogia ao falar do campo da psicologia. Ele diz que até o século XIX, a psicologia era apenas uma província do imenso império da filosofia (e/ou da teologia). Foi conquistando, aos poucos, sua autonomia, mas guarda ainda uma íntima conexão com a discussão conceitual filosófica que lhe é subjacente.

Concordamos com Vergote (1978) quando este diz que a religião se converteu em objeto de interpretação para a nova ciência psicopatológica, porém ela não encontrou uma explicação científica para a concepção espiritualista do homem. E complementamos com a argumentação de Aletti (2012), ao ressaltar que, no âmbito das relações entre religião e ciências psicológicas, a psicologia da religião se qualifica, seja por seus próprios métodos e modelos de pesquisa positiva, seja pelo objeto próprio de estudo, que não é a religião, mas a pessoa religiosa.

Já Carrete (2012), retornando ao pensamento de James, nos diz que o empenho atual entre teoria psicológica e religião sofre de amnésia disciplinar, porque tende a esquecer o que ameaça sua existência. O autor diz que a psicologia tornou-se um discurso que busca suprimir processos e problemas históricos a fim de funcionar como um discurso de autoridade. O passado precisa ser esquecido porque seu passado expõe os problemas de coesão do objeto e suas confusas origens. Desta forma, argumenta que o campo contemporâneo conhecido como psicologia da religião (ansiosamente reconceituado como psicologia religiosa e estudos psicológicos e religiosos) deve retornar a seus ancestrais fundadores, revelar os pontos cegos de sua prática contemporânea, a incerteza de seus métodos e as tensões de seu discurso. Afinal, esquecer o passado em psicologia da religião seria também evitar a possibilidade de compreender o que as fraturas do pensamento histórico podem revelar sobre o conhecimento humano e sua tentativa de entender o mistério da experiência humana.

Carrete (2012) alerta para a necessidade da psicologia da religião retornar a James a fim de considerar suas práticas fundadoras. O autor aponta que os psicólogos contemporâneos não conseguem reconhecer que os primeiros psicólogos da religião estabeleceram os termos do debate e lutaram contra erros não resolvidos de categorização, na tentativa de determinarem diferentes domínios de conhecimento. Enquanto isso, atualmente os manuais de psicologia

tendem a evitarem o tema e sua ambiguidade filosófica a fim de negar a confusão, como se o campo tivesse avançado, e de alguma forma resolvido todos os problemas epistemológicos e hermenêuticos. Essa é a amnésia disciplinar da psicologia e da psicologia da religião.

Carrete (2012) considera que não há como escapar ao método de James, de análise da experiência humana segundo a simples coleta de experiências a partir de relatos pessoais. O autor reconhece a importância do relato narrativo da experiência, o que retira do cientista a autoridade da interpretação dessa experiência. Deste modo, então, o cientista está, no mínimo, dependente do relato da experiência com todos os signos mutantes que constituem a compreensão humana e isso ocupa grande peso na narrativa da experiência religiosa, abrindo processos cruciais acerca da hermenêutica e da política de nossa representação da experiência. O autor nos lembra que linguagem, cultura e sociedade desempenham papéis importantes no modo como nós organizamos e relatamos nossa experiência, tanto para a comunidade científica como para a religiosa e que o esforço da neurociência para esquecer a abordagem de James pode apenas levar a maior confusão e mal-entendidos sobre o que a experiência pode oferecer ao cientista. Neste sentido, o autor compreende que os erros de lógica, o desejo de fornecer abreviações inexatas e os fatores sociais que determinaram o ordenamento das coisas são cruciais.

O mesmo autor reconhece que os avanços da neurociência e religião são indubitavelmente fascinantes e perspicazes, mas a amplitude de seu projeto está, talvez, sobrestimado, já que tais estudos sofrem persistentemente de uma conveniente utilização da amnésia disciplinar, e, sobretudo, esquecem os insights fundamentais da primeira conferência em Gifford de Willian James, sobre religião e neurologia. O autor destaca que, na medida em que se esquece o propósito de seu trabalho, há uma falha metodológica fundamental em muito do recente trabalho que aplica a neurociência à religião.

Mario Aletti (2012), de formação psicanalítica, diz que os psicólogos da religião não apreciam o conceito de sagrado, que é praticamente ausente da literatura atual. Parece a muitos que esse conceito faz referência a algo de dado, de consagrado quase na sua essência, enquanto que os psicólogos estão mais interessados no movimento subjetivo com o qual o homem se expõe além dos confins da própria existência terrena e da experiência fenomênica, com uma atitude de esperança, de busca e /ou de atribuição de sentido. O autor esclarece, então, que a espiritualidade e a religião dão um nome a esse expor-se do desejo e da esperança e à resposta que do crente se

espera a esse respeito. Neste sentido, a religião se colocaria no âmbito das respostas, não no da pergunta, sendo uma das respostas possíveis à demanda geral de sentido colocada pelo homem.

Rubem Alves (2009) lembra que a grande marca da religião é a esperança. E vemos que, ao fundar uma religião e converter milhares de fiéis, Yokaanam soube muito bem trazer esta marca da esperança ao se posicionar como aquele que cura os mais diversos males e porta a mensagem cristã de Deus, sendo que também, em sua percepção, foi Deus, o Messias e outros personagens importantes de outras religiões, como o espiritismo e a umbanda, o que determinou também sua posição eclética, com a profecia da união das religiões.

Mauricio S. Neubern (2013) sugere buscarmos os princípios de uma clínica ethnopsy como uma alternativa possível para estes dilemas enfrentados pelo psicólogo. Por ethnopsy consideramos com o autor uma clínica que considera a especificidade ontológica do saber dos outros, que não devem ser reduzidos a dimensões já consagradas na ciência moderna, como cultura, instituições, discurso, lutas de classe etc, nem hierarquizadas quanto ao saber cientifico. O autor propõe que tanto a importância de novos princípios teóricos e epistemológicos, como a consideração da subjetividade do psicólogo, devem ocupar um lugar central para semelhante proposta.

Neubern (op.cit.) nos mostra que, pelo código de ética do psicólogo (CRP 2005), poderemos vislumbrar com maior clareza como tal depoimento denuncia um problema de não aceitação e violência. No referido código consta, nos seus princípios fundamentais, que:

I- O psicólogo baseará seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiando-se nos valores que embasam a declaração universal dos direitos humanos.

II- O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, violência, crueldade, opressão.

Enquanto no art. 2, item b se diz que é vedado ao psicólogo:

b) induzir convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais. (NEUBERN, 2013, p. 150)

O autor (op.cit.) nos mostra que temas como a experiência religiosa tendem a levar o psicólogo a se concentrar, de modo quase obsessivo, neste item do artigo 2, esquecendo-se dos princípios fundamentais do código que rege sua própria profissão. Assim, o autor argumenta que ao se excluir uma importante dimensão da vida da pessoa, determinando o que cabe ou não ser ali tratado, ou desqualificando suas crenças, geralmente de modo muito arbitrário e sem fundamentação consistente, sua atitude não é a de induzir uma convicção religiosa, mas a de rejeitar algo central na vida de muitas pessoas de sua sociedade, de maneira a trabalhar contrariamente à sua integridade subjetiva e a seus direitos como pessoa e cidadã.

Neubern (op.cit.) pontua ainda que, enquanto nas ciências humanas de um modo geral, tal experiência era reduzida a outras dimensões, como a luta de classes ou as estratégias de poder e dominação, na psicologia, a redução tendia a se restringir a relação entre funções psíquicas, ou a uma perspectiva psicopatológica. Sendo assim, considera que o que o psicólogo parece não conseguir vislumbrar é que tais explicações, mesmo que pertinentes em alguns momentos, geralmente estão longe dos sentidos subjetivos ligados ao sagrado para aquelas pessoas, num distanciamento tão grande quanto ao mundo de suas experiências que a relação terapêutica pode se tornar irremediavelmente comprometida. Sobre esse aspecto, assim se expressa:

[...] como não podemos explicar aquilo que foge a nossa alçada, o que em nosso atendimento é altamente coerente com o espírito cientifico, consideramos que o espaço clinico seja o de uma abertura para que o outro se explique, mas mais que isso o espaço para que esse outro se mostre em seu mundo de experiências, com seus diferentes representantes terrenos e espirituais e as leis que regem suas complexas formas de comercio e existência. Assim, o espírito passa a ser visto como espírito e não como produto imaginário, já que o reconhecimento de sua condição ontológica reclama saberes especializados geralmente distantes da competência do psicólogo, mas presentes e bem vivos no cotidiano dos pacientes e dos representantes de seu círculo, independente de quem sejam eles. (NEUBERN, 2013, p. 162)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa não teve a intenção de finalizar um pensamento, mas muito mais iniciar um estudo exploratório acerca da história de Yokaanam, considerando esta uma referência importante para exercitarmos o olhar e a escuta clínica com pacientes psiquiátricos. Para evitarmos influências de discursos construídos e consagrados historicamente acerca da experiência humana, preferimos descrever a experiência religiosa de Yokaanam com uma sensibilidade que se abre ao novo, inesperado e desconhecido que se mostrou à nossa consciência, partindo do princípio de que, na clínica cotidiana do psicólogo, esta postura deve ser um dos instrumentos de trabalho.

Sabemos que o diagnóstico médico dá direção e conduz o tratamento, e neste sentido reconhecemos sua importância. Ele nos serve de guia, mapa, mas fechá-lo numa pessoa que é singular e em constante processo de transformação, acaba sendo problemático, sobretudo quando temos fenômenos que são poucos claros pelo discurso científico, como o são aqueles de ordem religiosa ou espiritual.

Vemos a partir da obra escrita de Yokaanam (1974, 1980, 2010,2011), que ele iniciou suas atividades “mediúnicas” na infância, como Oceano de Sá, mas só veio a assumí-las após a queda de um avião que pilotava. A partir deste episódio, ele transformou-se no Mestre Yokaanam, o Chefe Espiritual da Fraternidade Espiritualista Universal. Sua experiência religiosa se apresenta com a criação da doutrina eclética, no trabalho assistencial a crianças abandonadas, na mediunidade, na crença de personagens da história reencarnados e na incorporação de entidades da umbanda. A partir disso, muitos passam a seguí-lo em busca de cura espiritual.

Nesta pesquisa, estas experiências religiosas de Yokaanam não foram vistas simplesmente pela sua forma ou seu conteúdo, que se assemelham ao delírio religioso, ou pelos discursos de poder que vigoram no ocidente, como a noção de juízo, que tende a dicotomizar as percepções humanas entre falsas e verdadeiras. Em vez disso, elas foram vistas como intrínsecas à sua própria história de vida e, nesta, ao seu destino vivido como profético, comportando sentidos fundamentais em seu contexto e junto aos que o cercam.

Se o destino dado a Yokaanam tivesse sido o da psiquiatrização, ou enquadramento em uma patologia ou quadro clínico clássico da psicopatologia, todo o desdobramento em termos de criação de uma verdadeira comunidade, como a conhecida Cidade Eclética, nos arredores de

Brasília, onde muitas pessoas têm encontrado sentido para suas vidas, não teria existido. Devemos reconhecer, pois, os graves problemas de cunho ético e epistemológico quando concordamos com o diagnóstico psiquiátrico de Yokaanam.

Vemos o esforço da psiquiatria em fazer um exame cuidadoso dos casos em que fenômenos místicos se entrecruzam com os psicóticos. Mas sabemos que temos muito a avançar no modo de olhar e tratar fenômenos desta ordem e este avanço implica também no retorno aos fundamentos em que esta nossa ciência foi se constituindo.

Acolher a experiência do outro, implica em considerarmos seu contexto bio psico sócio histórico cultural e espiritual numa postura empática, compreensiva, que se preocupa mais com os sentidos daquele que a experienciou do que com os discursos racionais, muito pautados em julgamentos de valor. Assim, quando conhecemos Yokaanam a partir da história contada por ele, percebemos que seu destino profético teve efeitos de saúde mental para ele e para aqueles que encontraram em seus preceitos, sentidos de existência.

Se os fenômenos vivenciados por Yokaanam assemelham-se àqueles que encontramos no delírio, seja na sua forma ou em seu conteúdo ou em ambos, não podemos reduzí-los a um diagnóstico psicopatológico. Isto porque sabemos dos prejuízos da percepção diante da redução fenomenológica, imprescindível para se fazer ciência. Sabemos das limitações do discurso racional quando estamos falando de ciências psicológicas. Sabemos que enquanto profissionais de saúde mental, não temos condições de fazermos julgamentos acerca de verdades ontológicas e transcendentais. Sabemos dos problemas éticos, considerando quem foi Yokaanam para seus fiéis, a legitimidade de sua experiência e as repercussões da experiência vivida por este homem ser definida como delírio religioso. Sabemos que a noção de delírio é um paradigma que carrega as marcas de um passado escuro e sombrio na história da loucura e as repercussões deste diagnóstico infelizmente trazem consigo o estigma.

Willian James (1902) trouxe muitas contribuições ao campo psicológico ao propor uma discussão acerca da tendência da neurociência a colocar a causa da suposta experiência religiosa em questões neurológicas. Consideramos que psicanálise incutiu na mesma tendência ao colocar a causa desta experiência em questões psicodinâmicas. Esta tem trazido significativas contribuições no movimento antimanicomial, ao considerar a pessoa com transtornos mentais (quando fora da crise), como um sujeito, que pode construir sua vida, responsabilizando-se por seus atos e inserida numa rede que lhe permite convivialidades e trocas. Mas naquilo que aqui

estamos estudando, vemos que ainda temos muito a avançar no sentido de deixar que a percepção e a consciência se sobressaiam frente as interpretações herdadas da ciência positivista.

Importante destacar que não tivemos aqui a intenção de questionar àqueles que diagnosticaram Yokaanam como tendo paranóia religiosa, mas sim, questionar o próprio estatuto desta ciência psicopatológica que tem um longo caminho pelas ciências humanas. E sabemos que muito do que foi construído, em nossa ciência exercida no ocidente, teve como referência o psicopatologista Karl Jaspers, que nos mostrou em nossas leituras, reflexões que seguem uma linha compreensiva acerca do mundo do outro, que cabe a nós adotar, sem precipitações interpretativas. Mas o pensamento explicativo que marcou um período do pensamento deste fenomenologista acabou sendo priorizado e legitimado na psicopatologia, o que reduziu muito seu próprio pensamento em algumas circunstâncias.

Vemos assim que a práxis na saúde mental segue muitas vezes uma determinação histórica, em que o olhar, a escuta da experiência do outro, são vistas de um modo que não condiz com sua realidade, mas daquela que vemos nos manuais de psiquiatria. Neste sentido, nosso exame crítico teve uma postura fenomenológica, de não entrar por demais naquilo que não dominamos e atentarmos para a questão do julgamento.

Se pensarmos suas experiências sob a ótica da psicopatologia ou psicanálise, vamos facilmente enxergar fenômenos psicopatológicos da semiologia sindrômica. Mas se pensamos nas mudanças de nomenclatura acerca da loucura ao longo dos tempos, e tomarmos a noção de doença e saúde mental, podemos ver Yokaanam sob um prisma que vê sua decisão profética como saúde não só para ele, mas para aqueles que passaram a seguí-lo e encontraram em seus preceitos sentidos de existência. Vemos um homem que fundou uma comunidade religiosa para fazer o bem ao próximo e ele parece ter conseguido, já que ainda hoje temos a Fraternidade Eclética Espiritualista Universal funcionando na Cidade Eclética, no estado de Goiás e outras filiais no Brasil e no mundo.

Exercitamos a fé filosófica, no sentido jasperiano, que favorece uma clínica compreensiva, onde mais que buscar sintomas e explicações segundo os cânones psiquiátricos tradicionais, volta-se para a experiência fundamental em causa e seus sentidos no contexto em que se deu. Consideramos que esta postura pode ter implicações decisivas no modo de se acolher, compreender, diagnosticar e tratar os mais diversos fenômenos no campo da saúde mental.

Reconhecemos relevante esta pesquisa, quando ela se propõe, a partir da história de Yokaanam, compreender as distinções e conexões de fenômenos místicos e psicopatológicos, e modos de lidar com experiências religiosas no campo da saúde mental. Para alcançarmos estes objetivos, acabamos por transitar nos discursos da psicopatologia, psicanálise, psicologia da religião, fenomenologia e filosofia, sendo esta última inspiradora para pensarmos a episteme da nossa ciência. Tivemos muitas limitações, por ter sido um estudo introdutório nestes campos de saber, por não termos feito a historiografia utilizando os jornais em que Yokaanam deixou seus escritos, e os documentos do processo judicial do mestre. Também consideramos que será relevante a continuidade desta pesquisa, conhecendo a percepção dos fraternários que vivem na cidade eclética, acerca da experiência religiosa de Yokaanam e de seu legado para a humanidade.

REFERÊNCIAS

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