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4 METODOLOGIA E COLETA DE DADOS

4.2 O contexto da pesquisa: a instituição acolhedora

4.2.2 Os sujeitos envolvidos na pesquisa

4.2.2.2 A professora-colaboradora

A professora-colaboradora desempenhou um importante papel no desenvolvimento da nossa pesquisa. Desde o momento em que a procuramos para falar sobre a experiência a ser colocada em prática, ela, prontamente, se colocou a disposição, tanto para ceder-nos o espaço em seus horários de aula, quanto para acompanhar-nos durante todo o processo.

Os horários de aula, num total de quatro aulas semanais, referem-se a duas disciplinas: língua espanhola e conversação em espanhol. Para iniciar o processo, resolvemos, primeiramente, observar algumas aulas da professora-colaboradora (Apêndice H tópico 1.1) com a intenção de conhecer o seu trabalho em sala de aula, com o olhar direcionado, principalmente, para atividades relacionadas com a produção escrita em espanhol.

Ao iniciarmos, efetivamente, as aulas/oficina, a professora-colaboradora procurou fazer-se presente e deu uma importante contribuição, no sentido de que participou ativamente das atividades realizadas. Auxiliou, principalmente, junto às atividades de produção escrita, em que os alunos-colaboradores faziam perguntas, falando, algumas vezes, todos ao mesmo tempo.

De acordo com o questionário semi-estruturado que foi entregue à professora- colaboradora para responder (Apêndice B), no momento inicial da pesquisa, verificamos que ela é casada, tem 30 anos e encontra-se gestante, esperando por uma menina, e não possui outros filhos. Possui a graduação em Letras, com a dupla habilitação em português e espanhol pela Universidade Federal de Alagoas, não possui nenhum curso de pós- graduação. Trabalha na área da educação há oito anos, e não exerce nenhuma outra atividade.

A professora-colaboradora acaba de ingressar no Instituto Federal de Alagoas (IFAL), na condição de professora substituta, no campus Marechal Deodoro, para lecionar as matérias relacionadas à língua espanhola, com uma carga horária semanal de 16 horas/aula, as quais se encontram distribuídas nos turnos matutino, vespertino e noturno. Trabalha, também, em outra Instituição de Ensino de idiomas, como professora de língua

espanhola, com uma carga horária semanal de 10 horas/aula. Atualmente, não está envolvida com nenhuma atividade de pesquisa/extensão na condição de pesquisadora.

Conforme as respostas da professora-colaboradora, a respeito dos dados relacionados à prática pedagógica, no que se refere às habilidades trabalhadas em suas aulas de espanhol, a prioridade maior se encontra na conversação, em segundo lugar a compreensão auditiva, permanecendo em terceiro a leitura, e em quarto ou último à produção escrita. Estes dados nos chamaram à atenção, especialmente o último, e como tivemos a oportunidade, aproveitamos para indagar, pessoalmente, à professora- colaboradora sobre o motivo de estar à produção escrita em último lugar, a qual nos respondeu explicando que os anos trabalhados, até o presente momento, foram em uma escola de idiomas onde a ênfase é dada à habilidade oral.

Assim sendo, dentre os materiais didáticos usados com mais frequência, nas aulas, pela professora-colaboradora encontra-se, em primeiro lugar, o livro didático adotado formalmente pela instituição de ensino (IE)40. Como segundo lugar, materiais com áudio, os quais compõem o método da escola, cujo foco é a conversação imediata. Em terceiro lugar, são apontados os jornais, e como outros: contos, músicas e atividades lúdicas. Não são utilizados livros teóricos, gramáticas, artigos acadêmicos e revistas.

Convém esclarecer que o questionário para diagnóstico do perfil da professora- colaboradora foi enviado por e.mail pela pesquisadora, no dia 16 de setembro de 2013 e esclarecido que poderia, após ser respondido, ser reenviado da mesma forma à pesquisadora, ou ser entregue impresso no encontro entre as duas que se daria no dia 01/10/2013. No entanto, após algumas cobranças, a professora-colaboradora manifestou que já havia respondido, mas que teria algumas dúvidas relacionadas ao item IV que se refere à prática pedagógica, especificamente as letras c, d, e e, no que atendemos, imediatamente, ao pedido, explicando as perguntas.

Assim, somente tivemos acesso ao documento no dia 23/10/2013. As respostas da professora-colaboradora para as questões as quais ela demonstrou dúvidas (Questionário no Apêndice B) no tocante a letra (c) sobre que atividades de leitura costuma realizar em sala de aula, a professora-colaboradora respondeu que usa contos literários e contos infantis. Com estes, trabalha a leitura, a compreensão e produção escrita de nova versão.

40 As escolas de idiomas, em geral, adotam material didático próprio. Atualmente, o Instituto Federal de Alagoas também possui um material didático adotado para a disciplina língua espanhola, mas os professores da área têm autonomia para usar outros materiais de apoio que julgarem necessários.

Respondeu, também, que usa matéria de jornal e que por meio dela trabalha leitura, compreensão e debate.

Para a pergunta da letra (d), sobre em que medida a noção de gênero textual tem contribuído para a sua prática de ensino da língua espanhola, a professora-colaboradora respondeu que “o trabalho com a diversidade de gênero textual ajuda no trabalho do docente a alcançar os diversos interesses dos alunos, bem como aproxima de modo geral o mundo e sua cultura, ao mundo e cultura dos alunos”. Devido ao histórico apresentado pela professora-colaboradora de que trabalhava há muitos anos em escola de idiomas, e, também, que acabava de ingressar no IFAL, campus MD, chamou-nos a atenção, o fato dela deixar implícito o uso de gêneros textuais diversificados, em suas aulas.

Assim sendo, como tivemos a oportunidade de conversar com a professora- colaboradora sobre a sua prática profissional, esta nos informou que teria trabalhado com gêneros textuais diversificados, já há muitos anos, quando foi professora da rede municipal de ensino. Ressaltou que, ao acompanhar as aulas-oficina, da sequência didática posta em prática no presente trabalho, encontrava-se convencida sobre a importância de se fazer um trabalho utilizando os gêneros textuais com os alunos, e que o faria em suas aulas, no IFAL, campus MD.

As colocações da professora-colaboradora, acima expostas, sobre a importância que têm os gêneros textuais no trabalho efetivo em sala de aula ficam, também, evidenciadas, por meio de suas respostas à entrevista realizada (Apêndice L). Além disso, é enfatizado que houve um ganho para a própria profissional no sentido de aprendizagem, e que quando se usam procedimentos metodológicos baseados num trabalho com os gêneros textuais, o professor evolui quanto ao uso da linguagem, e os alunos adquirem maior conhecimento sobre a prática da escrita em língua estrangeira.

O próximo ponto perguntado, letra (e), foi sobre que dificuldades referentes à leitura e à escrita os alunos apresentam. A professora-colaboradora respondeu que, com relação à leitura, os alunos apresentam dificuldades na pronúncia de algumas letras, tais como a letra ll e a letra l. Referiu-se apenas à habilidade oral, não mencionando a leitura de livros, por exemplo. A respeito da escrita, ela relata a dificuldade com o uso de verbos, como o verbo gustar e semelhantes, também o uso do pretérito indefinido, as perífrases de futuro e o uso do objeto direto preposicionado. Este tem sido objeto de dificuldade não somente para os alunos, de maneira geral, mas também para muitos professores (ERES FERNÁNDEZ, 2005, p.172), por tratar-se, em espanhol, de um tema que demanda um estudo mais aprofundado. Ressalta que, além dessas dificuldades, há a tendência a tradução

literal quando existem expressões que se encontram condicionadas às intenções de produção.

Por último, perguntamos sobre qual(is) habilidade(s) a professora-colaboradora costuma trocar experiências com os colegas professores. A resposta foi que é, geralmente, sobre as habilidades escrita e oral. Esta, provavelmente, vem em forma da realização de diálogos. Muitas vezes, atividades como as de compreensão auditiva, por exemplo, dificilmente são realizadas em sala de aula.