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A TENDA NOSSA SENHORA DA GUIA

No documento Origem Umbanda (páginas 38-43)

A Tenda de Nossa Senhora da Guia, presidida pelo Sr. Durval Vaz, e esplendidamente instalada nesta capital, é uma instituição primorosa, preenchendo, de modo completo, os fins que, pelo prisma humano, inspiraram a sua fundação.

Possui, já desenvolvidos, revezando-se na intensidade brilhante de seus trabalhos, sessenta médiuns de todas as Linhas e prepara, nas experiência de desenvolvimento, sob a direção de Guias vigilantes, mais duzentos e trinta, oficialmente matriculados nos seus programas.

Com esses elementos, a Tenda Estrela do Oriente pode atender, como realmente atende, distribuindo socorros de todas as naturezas, aos necessitados de várias espécies, que solicitam amparo e auxílio aos Centros Espíritas de Caridade.

Só as suas sessões públicas das terças-feiras concorrem consulentes cuja média oscila entre trezentos e trezentos e cinqüenta. Reduzindo-os ao mínimo de trezentos, e fazendo cálculo por meses de quatro semanas, ou terças-feiras, conclui-se que a Tenda de Nossa Senhora da Guia socorre, mensalmente, mil e duzentos necessitados, ou quatorze mil e quatrocentos por ano.

Além da sessão pública, realiza, também semanalmente, as duas sessões de experiências, para a escolha e desenvolvimento de médiuns, e outros estudos, as extraordinárias, ou especiais, impostas pelas circunstâncias, quando se tornam precisas, e as de descarga, em defesa de seus componentes.

Trabalham em seu Terreiro, como chefe presidente espiritual, o Caboclo Jaguaribe, como se imediato, o Caboclo Acahyba, e como substitutos eventuais, pela ordem de antiguidade na Tenta, Garnazan, o Caboclo Sete Cores, e mais Gira Mato e Bagi, todos pertencentes às grandes Falanges da Linha de Euxóce (Oxóssi). Possuem, ainda, esses trabalhadores tantos auxiliares quantos são os médiuns desenvolvidos.

O labor, nessa Tenda, é dos mais profícuos, e o número crescente das pessoas que procuram, cheias de confiança, o seu terreiro atesta, de modo eloqüente, a eficiência espiritual de seus protetores e o generoso caráter dos seus dirigentes humanos.

Essa é a mais nova das Tendas do Caboclo das Sete Encruzilhadas, a sua última criação, e o seu advento ainda se liga ao nome do Dr. José Meirelles, já desencarnado, que foi, na Terra, o obreiro infatigável ao serviço daquele grande missionário.

(Trecho extraído do livro: “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda” – de Leal de Souza – 1933)

A data da fundação de cada Tenda não é precisa, e por isso optamos por não conjecturarmos quanto à data precisa da criação de cada uma. O inicio das fundações deu-se de 1918 a 1935. As Tendas foram assim distribuídas:

Tenda Espírita São Pedro (segundo Zélio de Moraes, a primeira Tenda fundada), primeiramente designada a

Sra. Gabriela Dionysio Soares, médium do Caboclo Sapoéba, e, posteriormente, com José Meirelles Alves Moreira (falecido em 31 de Maio de 1928), agente da Prefeitura e Deputado Federal, médium de Pai Francisco” e “Pai Jobá. Em 1952 passou às mãos de Corina da Silva, médium do Pai Vicente, que veio primeiramente a se fixar na Ilha do Governador, Rio de Janeiro, RJ: (? – 1952 – ?) e posteriormente num sobrado da Praça 15 de Novembro, Rio de Janeiro. Atualmente encontra-se na rua Visconde de Santa Isabel, nº. 39, Vila Isabel – Rio de Janeiro/RJ.

Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, a Leal de Souza, médium do Caboclo Corta Vento, que veio

se fixar na Rua da Quitanda, nº 201, Rio de Janeiro?RJ.

Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia, com Durval Vaz de Souza, médium do Caboclo Jaguaribe, que veio

a se fixar na Rua Camerino, nº. 59, Rio de Janeiro/RJ.

Tenda Espírita São Jerônimo, com José Álvares Pessoa (Capitão Pessoa) médium do Caboclo da Lua, que

veio a se fixar na Rua Visconde de Itaboraí, nº. 08, Rio de Janeiro/RJ.

Tenda Espírita São Jorge, com João Severino Ramos (Suboficial Enfermeiro), médium de Ogum Timbiri, do

Caboclo Teimoso de Aruanda, de Seu Baiano e Pai Felipe, que veio a se fixar na Rua Dom Gerardo, nº. 45, Rio de Janeiro. Atualmente encontra-se na Rua Senador Nabuco, nº. 122, Vila Isabel, Rio de Janeiro/RJ.

Tenda Espírita Oxalá, com Dr. Paulo Lavois (médico), médium de Pai Serafim, que veio a se fixar na atual

Avenida Presidente Vargas, 2567, Rio de Janeiro/RJ.

Tenda Espírita Santa Bárbara, com João Aguiar Salgado, que veio se fixar num sobrado, a Rua São Pedro,

nº 133, Rio de Janeiro/RJ, onde, antes, funcionava a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.

(As fotos de Durval Vaz de Souza, Capitão Pessoa e Paulo Lavois, são do arquivo pessoal de Diamantino Trindade Fernandes. A foto de João Aguiar Salgado nos foi dada por um freqüentador da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, em época de Zélio; atrás da foto estava escrito – Seu João, da Tenda Santa Bárbara; achamos ser o seu dirigente)

Apresentaremos uma reportagem de 1936, onde consta a calúnia e a perseguição efetuada sobre a Tenda Espírita Santa Bárbara:

A partir de 1918, quando do início da fundação das sete Tendas do Caboclo das Sete Encruzilhadas, surge mais um Terreiro, a Tenda Espírita Mirim em 1924.

Em 1920 no Rio de Janeiro, o médium kardecista Benjamin Gonçalves Figueiredo (26/12/1902 - 03/12/1986), teve a primeira manifestação de uma Entidade que identificou-se como Caboclo Mirim, que vinha com a finalidade de criar um novo núcleo de crescimento para a Umbanda. Assim, toda a família do médium foi chamada a participar.

Eram ao todo 12 pessoas que deram início em 1924 ao que foi chamada a Seara de Mirim. Após 18 anos, em 1942, foi fundada a Tenda Espírita Mirim, à rua Sotero dos Reis, 101, Praça da Bandeira; mudou-se, posteriormente, para a rua São Pedro e depois para a sua magestosa sede propria, na antiga Rua Ceará, hoje Avenida Marechal Rondon, 597, bairro de São Francisco Xavier, nas proximidades do Maracanã. Em sua nova sede e durante alguns anos, a Tenda Espírita Mirim chegou a registrar diariamente, uma frequencia de 3.000 assistentes. E o que é mais notável é que tal número de frequentadores eram atendidos em apenas 2 horas de trabalho, tal quantidade de médiuns passistas e de descarga, para atender a tão grande multidão.

Mas, onde o médium Benjamim Gonçalves Figueiredo havia se iniciado como umbandista? Encontramos uma importante informação postada no – http://registrosdeumbanda.wordpress, num arquivo de áudio/cassete contendo a entrevista de Jota Alves de Oliveira com Zélio Fernandino de Moraes, na década de 1970, contendo diversos assuntos muito pertinentes à história da Umbanda, dando-nos a visão e o depoimento do médium do Caboclo das Sete Encruzilhadas sobre a história da religião. Vamos a um trecho do interesse deste artigo:

SOBRE A DESCENDÊNCIA DA TENDA ESPÍRITA MIRIM E O SEU FUNDADOR

No documento Origem Umbanda (páginas 38-43)

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