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A UnIÃo de Trabalhadores da Periferia (UTP) começa a se articular de maneira

clandestina com o objetivo de agregar entidades de favela por alguns dos antigos militantes da FTFBH e de UDCs

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 2a 2b 2c

escimento no númer o de associações de morador es Devido a grande quanti- dade de despejos d e favelas em decorrência de enchentes ou para a constr

ução de vias, a UTP junto

à Pastoral de Favelas passa a negociar com ór

gãos públicas

a indenização justa dos despejados. Início de articulação em torno da pauta do transporte no Barr eiro. T ais gr upos passaram a r ealizar r euniões

para mobilização comunitária local, que tornaram-se, com su

a

ampliação, assembleias. Nesse encontr os

era solicitada a pr

esença de autoridades

responsáveis pelos pr oblemas

levantados pelo coletivo, o que ocorr eu em algumas v ezes. Realização de r euniões comunitária

no Barreiro com a pr

esença da Secretaria Municipal de T ransportes. As 22 assoc iações pr esentes

reivindicavam linhas dir

etas para

o centro novamente e o fim do monopólio de determinadas empresas na r egião. Implementação do Pr ograma de Desenvolvimento de Comunidades (PRODECOM), iniciando um pr ocesso mais sistemático de r elação entr e as organizações comunitárias e órgãos públicos. Na década de 1980 dois gr upos articulavam as ações comunitárias em Belo Horizonte: a UTP

e a F ACEMG, essa última agr

egando principalmente gr upos da r egião de Venda Nova. 7 de fevereiro -

Devido aos atrasos 5 ônibus são depredados em uma movimentação que envolveu cer

ca de mil passageir os,

reprimidos de maneira violenta. O acontecimento ger

ou reper cussão

e desencadeou no aumento da frota pela empr esa e no

investimento (em níveis estadual e federal) público no setor .

Decreto Estadual desapr

opria área de 300 mil m² no Bairr o Itapoã para a constr ução de um conjunto habitacional. Entr etanto a ár ea abrigava três nasc

entes, uma lagoa e vegetação expr

essiva, dando início à luta local por sua pr

eservação, o que daria origem ao Par

que Municipal Fazenda Lagoa do Nado. É criada a Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado, tomando a fr

ente nas negociações para a criação do parque.

Dezembro -

É promovido um grande encontr o entre associações de bairr

o, grupos comunitários, mov

i- mentos por transporte e a Metrobel. Nessa reunião

foram discutidos o congelamento das tarifas de ônibus, tarifas

intermediárias e mudanças locais nos trajetos de ônibus.

Como ganho desse encontro foi implantada

a tarifa intermediária.

Ao longo do ano de 1982 os ativismos envolvidos com a

questão do transporte estiveram articulados contra

a implementação do projeto Pró-Barreiro. Tal projeto

propunha a instalação de uma rodoviária no Bairro Cidade

Industrial, baldeação entr e os bairros próximos e o centr

o. Várias manifestações foram planejadas, entretanto todas

foram reprimidas pela polícia.

Maio -

Manifestantes

entr

egam à Câmara Municipal e à Assembleia Legislativa

antepr

ojeto contra corte de

ônibus dir eto do Barr

eiro

e região para o centr o. Foi ainda

encaminhado pr ojeto

reivindicando passe livr e para

desempr

egados e aposentados,

meia passagem para trabalhador com salário

inferior a três salários mínimos, passagem intermediária em toda

a cidade e congelamento da taraifa até que ela se igualasse à

1% do salário mínimo.

5 de julho -

Manifestação pela apr ovação

do PROF AVELA

(Programa

Municipal de Regularização de Vilas e Favelas) levou 10 mil

pessoas ao P

arque Municipal.

Tal mobilização levou à sanção da lei.

Durante o verão de 1979, uma grave enchente ocorr

e em Belo Horizonte, segundo Borsagli (2016) considerada a pior enchente ocorrida em Minas Gerais Esporadicamente manifestações pelo passe livr e eram protagonizadas pelos estudantes secundaristas ao longo dos anos 1980

1977

197

8

1979

1980

1982

1981

Criada a FederaçÃo das Associações Comunitárias

de Minas Gerais (FACEMG) que tinha o apoio,

claro, de governantes do ARENA (inclusive o governo estadual). O objetivo da

associação, que durou pouco tempo, era de agregrar associações de todo o estado, mas não obteve sucesso.

Constituição da UnIÃo das AssociAçÕes de Venda Nova (UNAVEN).

Chegou a aglutinar quase 100 associações locais da região. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 14 15 17 16 13

Lei Municipal autoriza a compra da ár

ea da Fazenda Lagoa do Nado para a criação

de parque municipal.

16 de janeiro - É regulamentado o PROFAVELA , considerado um avanço na regularização e urbanização de ár eas irregulares, pois tem como

diretriz o respeito às características desse tipo

de ocupação. etas para prefeito, sendo eleito Sergio Ferrara. 24 de fevereiro - Comício pelas Diretas Já r euniu 400 mil pessoas na Afonso Pena

Movimento Nacional pela Reforma Urbana - Hermínia Maricato (1994) considera partir da Igreja Católica, via Comissão Pastoral da T

erra - CPT, a iniciativa de articulação das diversas lutas por melhorias urbanas que ocorriam em todo o Brasil. Desde o início dos anos 1980, para assessorar e contribuir na constução de uma pauta unificada entr

e essas lutas, a Igr

eja vinha promovendo o diálogo entr

e ativismos e especialistas.

A autora sintetiza que o movimento defendia a “ [...] ideia de uma r

eforma estr

utural que alcance as relações sociais de pr odução e consumo do urbano”(Maricato, 1994, p.309). A pauta unificada r esultante desse pr ocesso se vinculava aos eixos pr

opriedade imobiliária urbana, política habitacional, transporte e serviços públicos

e gestão democrática das cidades.

Loteamento Jardim Felicidade -

Pr

omovido de maneira associativa pela AMABEL, dá início a uma série de outr

os loteamentos pr

oduzidos da mesma maneira, sobr

etudo nos municípios vizinhos ao município.

A obtenção das glebas, r

ecursos, urbanização e contratação de assessorias técnicas eram agenciados por esses gr upos or ganizados da sociedade civil. Constituição de 1988 Durante a gestão do PMDB

na prefeitura municipal, lideranças da União de Trabalhadores da Periferia (UTP) são incorporados aos órgãos públicos responsáveis pela questão da moradia e intervenções em favela. As mobilizações do movimento praticamente se cessam e sua atuação passa a centrar-se em negociações entre associações e Estado.

Eleições Municipais modificaram

consideravelmente o arranjo da Câmara

Municipal, apenas 6 dos 37 vereador

es eram

reeleitos. Grande representatividade dos

partidos pr

ogressistas

(PT,PSB, PCB e

PC do B). São definidas no “I Encontr

o Nacional de

Lutas por T

ransporte” as pautas principais da luta pelo transporte em nível nacional:

"1 - Estatização das empr

esas com contr ole popular , a partir do contr ole público da receita e da r

emuneração por quilômetr o

rodado; 2 – Estabelecimento da tarifa social com um valor de no máximo 6% d

o salário

mínimo; 3 – Melhoria do serviço por meio de participação popular na criação de novas

linhas e melhoria da infraestr

utura viária; e

4 – contr

ole tarifário e definição das prioridades de investimento a partir de um Conselho de

Transporte, com participação dos trabalhador es rodoviários, legislador es e movimentos soc iais." (Veloso, 2015, p.144) No 28º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - UNES - o passe livre estudantil é aprovado como pauta de luta do movimento.

Durante muito tempo a questão do transporte público, e mais especificamente o passe-livr

e estudantil, esteve restrita aos movimentos estudantis. Processo da Constituinte - A elaboração de uma nova Constituição mobilizou grupos

de diversos setores da sociedade brasileira, acentuado pela possibilidade de apresentação de Emendas de Iniciativa Popular. No contexto das lutas urbanas, já a rticuladas em alguma medida desde 1985, sua mobilização deu-se pela elaboração de uma emenda que buscasse a democratização do espaço urbano. O acúmulo de discussão anterior deu origem ao que ficou conhecido com Emenda Popular da Reforma Urbana e conseguiu agregar diversos movimentos sociais a setores acadêmicos e profissionais em torno de sua concretização. O grupo encaminhou ao Congresso Nacional a emenda assinada por 160 mil eleitores, que foi parcialmente incorporada à nova Constituição. Entretanto sua concretização, como observado por diversos autores como Maricato (1994), Cardoso (1997) e Costa (1988), foi, e é ainda, incompleta.

1984

1985

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1986

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1987

1986_1987

(Paulo VI, Capitão Eduardo e Taquaril)

É criada a AssociAção de Moradores de Aluguel de Belo Horizonte - amABEL

AssociAçÃo

Comunitária do Bairro CaIçara

se mobiliza pela criação de um parque para preservação de área de 12 mil metros quadrados de mata preservada.

É criada a AssociAçÃo de Usuários de Transporte Coletivo da Grande Belo Horizonte - AUTC,

com o objetivo de unificação dessas lutas na Região Metropolitana 1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Inicia-se um pr

ocesso de provisão dir

eta de moradias pela FAMOBH: o terr

eno é adquirido com financiamento da Caixa Econômica Federal e as unidades

são pr

oduzidas por uma cooperativa habitacional.

Julho -

É realizado o “I Seminário Sobre a Luta pelo Transporte Coletivo na Grande BH” onde são

estabelecidas as pautas da AUTC: 1.Estatização do

transporte coletivo; 2.Criação de tarifa social; 3.Criação de fundo para subsídio; 4.Participação Social.

Verba para a criação do Paque Ecológico do

Caiçara é apr ovada,

entretanto as obras iriam começar somente em 1992.

Setembro - 635 famílias acampam na Igreja São José no centro, coordenadas pela Cooperativa do Movimento Popular (COMOPOM) com o apoio da FAMOBH, a UMPE e a AMABEL. Parte das famílias foram assentadas em conjuntos habitacionais no Bairro Floramar, Região Norte de Belo Horizonte.

Início das obras do Parque Ecológico e de

Lazer do Bairr

o Caiçara, após anos d

e luta da associação local.

Loteamento Novo Aarão Reis -

Amabel, FAMOBH, e UTP

organizam a

ocupação por cer

ca de 300 famílias

em um terr

eno público estadual localizado no Bairr

o Ribeir o de

Abreu. O governo estadual e a prefeitura acabam assumindo a

urbanização da ár ea.

47 famílias ocuparam área ver

de do Conjunto Confisco, parte delas foi

reassentada. Patrus Ananias é eleito pr efeito de Belo Horizonte

1990

1992

1 2 3 4 5 6 7 8

1994

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1998

A participação na co-gestão com o

poder público municipal do Projeto CEVAE - Projeto Centro de Vivência Agroecológica - marca o início dos trabalhos da Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas (REDE) com a agricultura urbana, ativismo que se configuraria como um importante ator na discussão da temática.A REDE, organização fundada em 1986, tem como focos experiências de agroecologia e organização popular, dando assistência e capacitação às famílias para o fortalecimento dessas iniciativas. Tem ainda atuando no estabelecimento de redes para o compartilhamento de lutas e experiências da escala local à internacional. No contexto da elaboração do Plano

Diretor de Belo Horizonte surge o movimento

Salve Santa Tereza. Os moradores do bairro se mobilizaram pela aprovação da ADE – Área de Diretrizes Especiais – de Santa Tereza, onde a ocupação é mais restritiva prevendo a preservação de determinadas áreas de Belo Horizonte. Na ocasião, embora diversas outras áreas tivessem sido apontadas como possíveis ADEs, apenas Santa Tereza teve sua demarcação aprovada devido à ampla mobilização da sociedade civil.

É implementado o Orçamento Participativo (OP).

1300 famílias de Belo Horizonte e Ribeirão das Neves ocuparam a Praça

Afonso Arinos em um primeir

o momento, posteriormente ocuparam

a frente da COHAB. 39 das famílias foram reassentadas na r

egião de Venda Nova.

São criadas as Comissõe

s Regionais de Transporte e T rânsito - CR TTs - pensadas como c anais participativos

regionais ligados à questão da mobilidade. Cada uma possuía

orçamento próprio que poderia ser utilizado para intervenções no trânsito,

obras viárias e mudanças no transporte público.

André V

eloso observa, entr etanto,

que o atendimento às demandas pontuais apresentadas nessas c omissões acabaram tornando-se um sistema de tr ocas de favores dentr o da estr utura institucional.

Março - A Ocupação Cor

umbiara foi organizada pela Liga Operária e pelo Partido Revolucionário

Comunista. Abrigou 380 famílias engajadas no Orçamento

Participativo da Habitação e inaugurou um novo pr

ocesso de ocupação, com demarcação de

ruas e lotes. É tida pela nova geração das ocupações de Belo

Horizonte como sua precursora.

27 de agosto -

É instaurado o Conselho Municipal de Políticas Urbanas -

COMPUR, responsável pela realização das Conferências

Municipais de Política Urbana e pela a implementação e monitoramento do

Plano Diretor e da Lei de Par

celamento e a Ocupação e Uso d

o Solo. 31 de janeiro É criada a Câmara de Compensa-

ção T

arifária de Belo Horizonte, instância participativa na qual

participavam a AUTC da Grande BH, sind icatos patr onal e de trabalhador es rodoviários,

Sindicato das Empr esas d

e

Constr

ução Civil (SINDUSCON) e Câmara Dirigente dos L

ogistas

(CDL), esses últimos, setor es

empr egador

es. André V eloso

(2015) observa que, apesar de resultados concr

etos, como, por

exemplo, a diminuição da tarifa, a câmara com o tempo foi se alinhando

aos inter

esses dos empr esários d o setor do transporte e aos d a administração municipal, r esultando em seu esvaziamento. Institui-se obrigatoriedade do Plano Global Específico (PGE) para

disputa de r

ecurso no OP

para intervenção em vilas e favelas.

Estruturação de um Sistema Municipal de Habitação (SMH) -

Urbel passa a ser a responsável pela questão habitacional

e são criados o Fundo Municipal de Habitação junto ao Conselho Municipal de Habitação, ór

gão deliberativo e com paridade de r

epresentantes do poder público e dos ativismos.

Inauguração do Parque Ecológico e de Lazer do Bairro Caiçara.

É instituído o Orçamento Participativo da Habitação - Como resultado da

grande quantidade de demandas por habitação no Orçamento Participativo, é decida a separação de uma verba exclusiva para o provimento de unidades habitacionais.

Abril -

Ocupação nas mar gens da

Av. Sarandi. Das 740 famílias 180 foram r

eassentadas

nos anos seguintes.

Aprovação do Plano Diretor e da Lei de Uso e Ocupação do Solo - Representaram um avanço em termos de legislação urbanística em Belo Horizonte pelo abandono do

zoneamento funcional da cidade e pela

incorporação de novos instrumentos

urbanos, muitos deles buscando dar operacionalidade aos preceitos do Movimento Nacional pela Reforma Urbana. Diversos canais participativos foram instituídos pelo Plano Dir

etor, tais como o Conselho Municpal de Política Urbana (COMPUR) e a Conferência de Política Urbana, tentativas de implementação de uma gestão urbana mais democrática.