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Municípios com ESCCA x Região

T ABELA 17 E SCALA DE L IKERT

O diálogo estabelecido com os atores sociais pelo POMMAR é democrático e participativo.

GRUPO PONTUAÇÃO

G1 3,8

G2 3,1

G3 3,3

G5 4,3

O diálogo estabelecido com o governo pelo POMMAR é democrático e participativo

G4 4,3

Embora as falas revelem uma “certa tensão” nas relações com o governo, a partir da análise do discurso fica evidenciado que essa tensão é vista como algo natural, produto dos lugares institucionais distintos que ocupam (G4 e G5). A questão do “tempo diferente” das respostas institucionais foi apontada como um gerador de tensões, bem como a necessidade

do governo em se adequar ao estilo mais exigente do POMMAR do ponto de vista metodológico. De qualquer forma, não só pela pontuação da escala de Likert, mas pelo conteúdo dos discursos, as relações estabelecidas são vistas de forma positiva e sem dúvida contribuíram para o envolvimento do POMMAR nas políticas públicas.

No começo houve uma certa tensão, mas isso foi se dissolvendo com o tempo, até porque o POMMAR foi desenvolvendo uma nova cultura de trabalhar com o poder público, então, da mesma forma que nós fomos nos adaptando em ter métodos, eles começaram a perceber também que acima de tudo caberia ao governo a palavra final sobre qualquer processo encaminhado. Mas sempre foi uma relação de muita liberdade, tanto o POMMAR quanto o governo não se sentiu obrigado a nada. (G4 – SEAS)

Era um diálogo tenso, às vezes, em termos de tensão não poderia ser diferente, porque são organizações diferentes e com diferentes expectativas, uma tensão natural das diferenças, dos lugares que ocupam. Mas eu considero que as tensões maiores aconteceram pelo poder público ter um tempo diferente, ser mais lento nas respostas, em disponibilizar os recursos necessários; eu acho que isso aumentava as tensões. A organização internacional nesse sentido é mais leve, tem um nível de flexibilidade maior. A própria articulação governamental é lenta, existe uma dificuldade de estabelecer planos conjuntos. (G4 – MDS)

Era um diálogo rígido, que exigia do interlocutor compromisso e profissionalismo, em contrapartida ele oferecia os meios técnicos, a competência técnica. Nessa questão do monitoramento, da avaliação, da análise das propostas ele foi muito importante. Nós não estávamos acostumados com essas exigências, não era práxis do governo estabelecer esse tipo de cooperação onde havia esse nível de exigência tão alto. Mas entendo como reflexo da cultura que o POMMAR tinha pelo seu financiador USAID exigir resultados concretos. (G4 – SEAS)

Há dois tempos, o da cooperação internacional, que é mais rápido, e do governo, mais lento. Em alguns momentos, sim, a cooperação tentou pautar o governo, mas o governo não permite. Não tem como o governo federal ser pautado por uma instituição internacional norte-americana. Mas a maioria das nossas ações é pautada pelo diálogo. (G4 – SEDH)

Todas as instituições vinculadas a governos têm a sua linha de pensamento, a sua ideologia, e também vejo essas tensões entre essas representações que são do governo americano com a linha de pensamento daqueles que representam o governo brasileiro. E isso aparece como foco de tensão mesmo. (G2 – Camará)

A relação estabelecida com a sociedade civil revela-se ambígua, principalmente em função da idéia de que o governo norte-americano estabelece os seus relacionamentos de forma impositiva. Algumas experiências trazem o aspecto impositivo em determinar o desenvolvimento da ação.

Eu acho que às vezes a cooperação americana nos grandes projetos é marcada por alguma imposição. (G3 – Cida de Roussan)

Tem alguns momentos dentro do processo onde observávamos uma postura de determinar o desenvolvimento da ação; nesse caso, quando eles financiavam diretamente, como no caso da profissionalização, mas quando se constituía um

trabalho na rede, aí obrigatoriamente existia um respeito à democracia das decisões coletivas. (G1 – Curumins)

A própria construção de uma metodologia de atendimento no CEDECA nasce de uma solicitação do próprio POMMAR; era uma demanda trazida pela USAID. No caso do CEDECA, foi uma experiência positiva, mas poderia não ser, pois na verdade você traz aquilo que o outro considera que é correto. (G3 – Cida de Roussan)

Às vezes é democrático, mas eles têm um pezinho no impositivo. Já tive reclamações de alguns municípios sobre a forma autoritária. (G4 – SEDH)

Não foi fácil nem tem sido fácil a construção dessa relação, é sempre muito complicado. A relação com os municípios no PAIR acabou ficando muito direta conosco, até porque o governo federal, a partir do Princípio Federativo Brasileiro não deve ter essa perspectiva de uma relação mais local, e essa responsabilidade ficou muito com a nossa equipe e acabou criando uma série de dificuldades nos municípios, porque a relação acabou ficando muito direta conosco; em alguns municípios era a nossa equipe que dava o tom. Isso cria algumas dificuldades institucionais que tentamos superar, mas nem sempre se consegue. É uma relação de permanente tensão, mas de um profundo respeito também. (G5 – POMMAR)

Mais uma vez o aspecto técnico aparece neutralizando possíveis percepções negativas, e percebe-se também a imagem positiva construída no que se refere às relações estabelecidas com a sociedade civil.

Eu acho que o aspecto técnico é um ponto muito positivo do POMMAR e acho que esse aspecto é o que faz com que não seja autoritária, mas uma participação qualificada, que vem contribuir dentro do processo. (G2 – Casa Renascer)

Tem agências internacionais que impõem o seu pacote; a imagem externa de quem nunca foi apoiado pelo POMMAR é que é uma agência que propicia o diálogo, e isso é muito importante para as agências. (G2 – Casa Renascer)

As agências internacionais sempre têm um pouco de impositiva, pois precisam alcançar seus objetivos, mas o POMMAR sempre fez isso de forma democrática, como construção conjunta. (G1 – CEDECA/BA)

4.2.3.5 APOIO À PARTICIPAÇÃO DAS ONGS NOS PRINCIPAIS EVENTOS DA ÁREA

Ao longo de seus dez anos, o programa viabilizou a participação de representantes das entidades parceiras em conferências nacionais e internacionais, contribuindo para a incidência política das organizações apoiadas (Anexo F).

O POMMAR, ao longo desses anos, que são anos estratégicos no enfrentamento, apoiou a incidência dessas organizações na esfera política; por exemplo, o Plano Nacional é fruto de processos de incidência política. Essa incidência política teve na cooperação internacional um parceiro e no POMMAR também. (G3 – Renato Roseno)

O CEDECA/CE, na época, pôde se fazer presente no Seminário que elaborou o Plano Nacional graças ao apoio político-financeiro do POMMAR. Foi possível ter uma incidência política graças a esse apoio. (G3 – Renato Roseno)

Esse tipo de apoio é visto como muito importante para o desenvolvimento das instituições, e o POMMAR, por ter a clareza da importância da participação das ONGs nesses eventos, teve nesse tipo de apoio uma estratégia.

Sem dúvida, todo esse apoio, quando analisado no conjunto, contribuiu muito para a ampliação das relações pessoais e interinstitucionais, e isso foi muito importante para o crescimento da instituição. (G1 – CEDECA/BA)

Diversas vezes, quando considerávamos importante a nossa presença em eventos e não tínhamos como pagar essas idas, apelávamos ao POMMAR e sempre tínhamos uma resposta positiva, pois eles sabiam da importância que era se fazer presentes nesses espaços. (G1 – CEDECA/BA)

Um dos objetivos do apoio à participação nos eventos está fundamentado na possibilidade de fomentar a troca de experiências entre as instituições e assim qualificar as suas intervenções. Esse aspecto é percebido a partir da aplicação da escala de Likert, conforme a Tabela 18, indicando um grau de concordância alto.