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Municípios com ESCCA x Região

T ABELA 15 E SCALA DE L IKERT

4.2.2.5 APOIO AO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE INDICADORES DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Uma das maiores preocupações atuais da sociedade civil e setores governamentais envolvidos com esta temática é a construção de indicadores de avaliação. Segundo Leal (2001, p.213), o apoio das agências de cooperação internacional com relação ao financiamento de projetos se dá mediante um sistema que inclui prestação de contas, avaliação e verificação de impacto (resultados dos projetos), partindo do princípio de que os fundos utilizados são públicos, havendo necessidade de algum tipo de controle sobre sua utilização. Portanto, é natural que ao iniciarem a sua atuação nos países “apoiados” essas questões sejam cruciais, e esse, um ponto de investimento técnico.

Isso se adequa à postura da USAID, que tradicionalmente é um organismo que tem a avaliação como necessidade. Quando construímos a proposta inicial do POMMAR para a USAID, já havia preestabelecido todo um conjunto de indicadores a partir dos quais a gente teria que pautar as nossas intervenções. (G5 – POMMAR)

Um outro ponto que favoreceu foi o programa, desde a sua construção inicial, ter sido pensado sob a perspectiva da necessidade do monitoramento, acompanhamento e da avaliação das ações, e mais uma vez a assistência técnica torna-se um instrumento importante e estratégico para o POMMAR. (G5 – POMMAR)

Para Leal (2005), além da necessidade de ferramentas claras de avaliação do impacto da política governamental, dos planos, projetos e ações governamentais e não- governamentais, há necessidade de se avaliar também o orçamento e a qualidade das intervenções dos profissionais envolvidos nas ações de enfrentamento à violência sexual. É essencial que as políticas públicas sejam concebidas dentro de um ideal democrático, visando uma inserção social e que sejam avaliadas e monitoradas para uma melhor eficácia. No entanto, a cultura do monitoramento e da avaliação ainda é incipiente nas políticas governamentais e nas ações da sociedade civil no Brasil.

Quando se tem indicadores capazes de mensurar o trabalho que você realiza, isso dá um diferencial muito importante na sua intervenção. Isso não foi uma tarefa fácil porque, de um modo geral, as ONGs não tinham essa cultura e também o governo, apesar do avanço até hoje não existe uma cultura de construção de informações, de consolidação de dados. (G5 – POMMAR)

Uma grande contribuição foi a idéia de avaliação, ou seja, desenvolver ações que você tenha condições de medir o impacto. Isso não era da cultura do poder público e até hoje é muito recente ações do poder público que tenham previsão de medir resultados. (G4 – SEAS)

De acordo com Dupas (2004, p.2), duas tendências haviam se firmado durante a transição à pós-modernidade [...] na vertente norte-americana, inaugurou-se uma sociedade de caráter corporativo e organizacional, com características decisórias, pragmáticas, informáticas e de imediatismo operacional, fato que também se refletiu nas práticas das agências da cooperação que passaram a exigir instrumentos e métodos mais precisos. Para Fernandes (2004, p.2), a partir desse contexto a avaliação ganha terreno e assiste-se à reforma dos sistemas, instrumentos e agências de cooperação.

A exigência do financiador externo trouxe para nós uma contribuição de que as ações não poderiam ser propostas descoladas de uma pesquisa, de uma proposta clara de como se iria acompanhar a evolução e como medir os resultados. (G4 – SEAS)

Essa coisa de avaliação e monitoramento é um aspecto que o POMMAR traz para a realidade brasileira de forma mais consistente; eles não abriram mão e isso trouxe um profissionalismo maior tanto no âmbito da sociedade civil quanto do poder público. (G4 – SEAS)

Segundo Souza (2002), a avaliação tem recebido grande atenção do governo brasileiro nos últimos anos, impulsionada pelos organismos financeiros multilaterais e também pela

literatura do "novo gerencialismo público85", propostas voltadas para a avaliação começam a

ganhar força nas estruturas dos governos.

No primeiro seminário realizado para reflexão sobre as práticas operadas pelo Sentinela, novamente o POMMAR se fez presente, discutindo com cerca de 100 municípios como é que se poderia proceder o monitoramento das ações desenvolvidas pelos Sentinelas e o POMMAR evidenciava a necessidade de fortalecer as Comissões Municipais. (G4 – SEAS)

O POMMAR apoiou o Colóquio Nacional sobre Atenção às Crianças, aos Adolescentes e às Famílias em situação de violência sexual realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome, com o objetivo de avaliar e redirecionar as ações do Programa Sentinela e da Política Nacional de Assistência Social. (G4 – MDS)

O enfoque no desenvolvimento de mecanismos de monitoramento e avaliação junto às organizações da sociedade civil também foi uma estratégia do POMMAR, embora admitam que não foi um processo simples de adequação desses instrumentos à fragilidade das organizações.

Nossos primeiros indicadores foram construídos com o apoio do POMMAR, eles já nos chamavam a atenção para essa necessidade. Sentamos juntos, pensamos e esses indicadores foram determinantes no nosso convênio com o Tribunal de Justiça da Bahia – quando viram tudo organizado foi mais fácil fecharmos o convênio. (G1 – CEDECA/BA)

Chegamos a apoiar organizações que não tinham sequer registro de atendimentos, fichas. Então essa nossa forma de atuar criou para algumas organizações um sentido, elas começaram a perceber a importância de se trabalhar em termos de impacto e inclusive da própria sustentabilidade. (G5 – POMMAR)

Nós sempre percebemos a dimensão do problema, a fragilidade das organizações e a necessidade de criar de alguma forma mecanismos de controle e de acompanhamento. (G5 – POMMAR)

É preciso estabelecer com as organizações um permanente processo de assistência técnica, acompanhamento, construção de indicadores e monitoramento de todas as ações. (G5 – USAID)

Até chegar a um ponto de refinamento do instrumento do coleta não foi fácil, e depois as dificuldades para a sua aplicação. (G5 – POMMAR)

Não houve colaboração do POMMAR na construção de indicadores. Nosso processo todo vem da Terre des Hommes. (G1- Curumins).

85

Movimento teórico que tem como objetivo tornar a administração pública mais eficiente e moderna, além de voltada para o atendimento das necessidades e satisfação plena dos cidadãos (GUIMARÃES; SANTOS; MELO, 2004).