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Municípios com ESCCA x Região

FONTES DE FINANCIAMENTO MAIS IMPORTANTES (1994–2004)

UNICEF75

Governos Estaduais Governo Federal

POMMAR

Sendo assim, dentro desse grupo de organizações e redes pesquisadas, o apoio considerado mais importante foi o oferecido pelo UNICEF, seguindo-se dos governos estaduais, federal e do POMMAR.

Segundo Afonso e Fernandes (2005, p.39-40), coloca-se a questão de quanta Ajuda Pública ao Desenvolvimento76 (APD) é ajuda “real”, pois atualmente a APD inclui mais itens

do que o que se pretendia com a sua definição original, fato que tem suscitado fortes críticas77.

A definição da OCDE é questionada e são sugeridas abordagens alternativas que contabilizem apenas os donativos e o elemento donativo dos empréstimos (ajuda efetiva ao desenvolvimento), o que se traduziria numa redução significativa dos fluxos.

Hoje, na Europa, são apenas quatro os países que chegam a mais de 0,7% – a Holanda, a Suécia, a Noruega e Luxemburgo. Os outros estão entre 0,3% ou 0,5%. A França, mais ou menos nesta faixa [...] Fizemos estudos mostrando que nestes números oficiais entram despesas que não poderiam estar relacionadas como ajuda pública ao desenvolvimento [...] como o pagamento dos funcionários das

organizações internacionais nos países “receptores”. (TIPHAGNE, 2006) 78

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Fundada em 1946, é uma das instituições das Nações Unidas (1945). Tem como objetivos a promoção e defesa dos direitos das crianças, baseados na melhoria das condições de vida, na escolarização, na nutrição, ou na proteção em conflitos armados. Possui comitês em 37 países industrializados dedicados à sensibilização, à recolha de fundos e a campanhas para os seus programas.

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De acordo com o quadro do CAD da OCDE, para serem considerados fluxos da APD devem: ser canalizada pelo setor público; contribuir para promover o desenvolvimento econômico e melhorar o nível de vida dos países a longo prazo; constituir uma transferência de recursos na forma de donativo ou empréstimos em condições muito mais favoráveis que as do mercado – o nível de liberalidade deve ser de pelo menos 25% e o país beneficiário deve constar na lista dos países em desenvolvimento elaborado pelo CAD.

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De acordo com Afonso e Fernandes (2005), entre as principais críticas refere-se: a contabilização dos custos administrativos das agências doadoras, desde 1979 (em 2002 ascenderam a 3.027 milhões de dólares); as subvenções aos sistemas de ensino correspondentes ao custo do ensino dispensado aos estudantes originários dos países beneficiários de ajuda, desde 1984 (atualmente representam cerca de 1% da APD total); a inclusão da ajuda fornecida pelo país doador aos refugiados provenientes de países beneficiários da APD, durante o primeiro ano de permanência no país (notificada desde o início dos anos 80, mas de forma generalizada desde 1991). Representa cerca de 3% da APD total e o tratamento do perdão de empréstimos que inicialmente não eram contabilizados na APD, mas vem sendo incluída gradualmente, representando hoje cerca de 9% da ajuda total.

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A construção desse orçamento tinha uma peculiaridade que era a premissa de disponibilizarmos sempre a assistência técnica através de consultores locais, grande parte desse investimento acabou ficando para viabilizar a administração da parte da assistência técnica. Uma outra questão foi que desde o início tínhamos clareza que era preciso remunerar bem os consultores, até para podermos cobrar mais, assim grande parte do recurso ficava para a potencialização desse trabalho da equipe, incluindo capacitação, viabilização da participação da equipe do POMMAR em quase todos os eventos da temática. (G5 – POMMAR)

Boa parte dos recursos fica na administração do projeto, de fato ele não é repassado para o país destinatário e às vezes as ONGs acabam se curvando, ou pelo recurso financeiro, ou pela apoio político. (G3 – Cida de Roussan)

De acordo com Fernandes (2004, p.2), o aumento do número de donatários e de situações a requerer assistência exige maior eficácia e eficiência na gestão dos escassos recursos, principalmente em virtude da opinião pública que se tornou mais crítica, face à incapacidade que a ajuda internacional revelou na resolução dos problemas dos países em vias de desenvolvimento. Para Nena Lentini, da USAID, o apoio financeiro é fundamental porque através dele ações são viabilizadas; no entanto, existe a clareza para eles de que apenas o apoio financeiro não é suficiente e que esse apoio precisa ser utilizado de forma eficiente.

O recurso sempre tem peso porque ele viabiliza. Ele viabiliza não só o diálogo, como a capacitação, as redes, o recurso facilita muito. Mas o mais importante mesmo é fazer esse recurso aplicado virar uma ação eficiente. Embora o financiamento seja importante e necessário, temos a clareza que apenas ele não é suficiente. (G5 – USAID)

Existe uma cláusula no contrato que prevê que a USAID vai aprovar algumas decisões específicas, definições de pessoal-chave, do núcleo da equipe e a aprovação de projeto e financiamento direto às entidades, através do instrumento concurrence, que é a "concordância". (G5 – Partners)

Considerando que grande parte das agências internacionais é percebida prioritariamente pela sua característica de financiadora, foi submetida aos grupos a afirmação: “A principal característica do POMMAR é ser um repassador de recursos financeiros”. Com o objetivo de mensurar o grau de concordância com a afirmação, foi utilizada a escala de Likert, onde a pontuação cinco (5) corresponde ao grau de concordância máximo e a pontuação um (1) o grau de discordância máximo79. O resultado expresso na (Tabela 7) revela

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Realizou-se a verificação quanto à concordância ou discordância das questões avaliadas, através da obtenção do Ranking Médio (RM) da pontuação atribuída às respostas, relacionando à freqüência das respostas dos respondentes que fizeram tal atribuição, onde os valores menores que 3 são considerados como discordantes e, maiores que 3 como concordantes, considerando uma escala de 5 pontos. O valor exatamente 3 seria considerado “indiferente” ou “sem opinião”, sendo o “ponto neutro”, equivalente aos casos em que os respondentes deixaram em branco (OLIVEIRA, 2005). Para o cálculo do RM utilizou-se o método de análise de escala do tipo Likert apresentado por Malhotra (2001) obtido através da média ponderada dividida pelo número dos respondentes.

de forma contundente que o POMMAR não é percebido por nenhum dos grupos como um programa que teve como sua principal característica o repasse de recursos financeiros.