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ACOLHIMENTO EM SAÚDE: DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?

No documento CATEGORIA PÓS-GRADUANDO E DOCENTE - ORAL (páginas 172-174)

Camila Mascarenhas Moreira Aline Severo de Assis Roberta Diniz Nogueira Ribeiro Aldenôra Gonçalves Pereira Érica Fontenele Costa Lima Annaíza Freitas Lopes de Araújo Francilete Viana Gomes

INTRODUÇÃO: O acolhimento é uma prática presente em todas as relações de cuidado, nos encontros reais entre trabalhadores

de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, podendo acontecer de formas variadas. Para implantar práticas e processos de acolhimento visando à melhoria da acessibilidade do usuário, não são suficientes ações normativas, burocráticas, nem discursivas, não basta ter uma “sala de acolhimento”, nem restringir a responsabilidade pelo ato de acolher a qualquer trabalhador isoladamente, pois o acolhimento não se reduz a uma etapa, nem a um lugar. Entre os desafios para a consolidação do acolhimento na saúde, encontra-se a vontade de mudar da equipe de saúde, que deve estar comprometida com as propostas da Política Nacional de Humanização (PNH), discutindo continuamente as práticas para o seu aprimoramento.

OBJETIVOS: Descrever sobre a importância do acolhimento nas relações do cuidado e compreender sobre de “quem é a

responsabilidade diante das práticas de acolhimento na saúde”.

MÉTODOS: Este estudo é um relato de experiência, que surgiu a partir de discussões e debates em sala de aula pelos alunos

do Curso Técnico em Acolhimento (CTAAS), no mês de março de 2015, no município de Fortaleza. Foram realizados trabalhos em grupo, leituras e discussões de textos e artigos utilizando a metodologia da problematização sobre o tema acolhimento para compreender sobre de fato de “quem é a responsabilidade do acolhimento em saúde, já que na prática se observa que o mesmo se limita a um único profissional e um espaço físico delimitado. O Curso TAAS é desenvolvido pela Escola de Saúde Pública do Ceará, possui carga horária de 1800 horas, 22 alunos e é fundamentado na Política Nacional de Educação Permanente como estratégia para transformar e qualificar as práticas de saúde dos trabalhadores do SUS que atuam nas portas de entrada das unidades de Atenção Primária.

RESULTADOS: A partir das discussões realizadas pelos alunos acerca do tema, percebeu-se que para a realização de um

acolhimento com qualidade é necessário que aspectos técnicos e político-institucionais sejam mobilizados, devendo-se desenvolver o potencial de trabalho em equipe multidisciplinar, com práticas que incluam a construção de um olhar responsável e participativo. É necessário reconhecer o acolhimento como um conjunto de ações articuladas envolvidas na produção do cuidado e como ferramenta capaz de identificar/compreender as variadas demandas, problemas e necessidades de saúde da população. No CTAAS, o aluno tem a oportunidade de refletir sobre o papel do técnico em acolhimento, a sua importância no processo de re(organização) do trabalho em equipe e de que forma poderá realizar um acolhimento com postura, atitude e responsabilidade.

ANÁLISE CRÍTIVA: O Curso TAAS, oferecido pela Escola de Saúde Pública do Ceará, por meio da metodologia ativa, desenvolve

o pensamento crítico e reflexivo no aluno para que ele seja capaz de identificar os problemas que surgem na sua prática e encontrar soluções possíveis de serem implementadas. O aluno se torna um agente ativo de mudanças e aberto a discutir e avaliar o seu próprio processo de trabalho. Acreditamos que o acolhimento precisa ser, de fato, encarado como uma prática importante para o cuidado, e não apenas como uma triagem ou encaminhamento. Assim como é necessário sensibilizar e desenvolver o sentimento de participação em todos os atores envolvidos no cuidado, é importante que as equipes discutam e definam o modo como os diferentes profissionais participarão do acolhimento e qual modelagem se adapta à demanda real de cada realidade.

1 - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESP/CE - 2 - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ- ESP/CE - 3 - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESP/CE - 4 - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESP/CE - 5 - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESP/CE - 6 - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESP/CE - 7 - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESP/CE.

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S A N A R E, Suplemento 3, ISSN:2447-5815, V.15 - 2016 - V COPISP

CONCLUSÃO: Os profissionais que trabalham na Atenção Primária estão fortemente expostos a uma dinâmica cotidiana da

vida das pessoas nos territórios. Nesse sentido, a capacidade de acolhida e escuta das equipes às demandas, necessidades e manifestações dos usuários é um elemento muito importante para se produzir saúde com equidade e integralidade. Fica evidente neste trabalho a preocupação dos alunos do CTAAS em comprovar que o acolhimento não deve ser burocratizado, deve ser legitimado como uma ferramenta de trabalho em equipe a ser adaptado, testado e ajustado, considerando a singularidade de cada lugar, bem como a importância de tornar cada profissional protagonista e responsável pelo acolhimento no seu espaço de trabalho.

REFERÊNCIAS:

BRASIL, Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea. Secretaria de atenção à saúde. Série A. Normas e manuais técnicos. n. 28, v 1, Brasília: 2011.;

BRASIL, Ministério da Saúde. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. Secretaria de atenção à saúde. Série B. Textos básicos de saúde. 2. edição, Brasília: 2006.;

BRASIL, Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do Sus. 3 Edição. Brasília: 2006.

METODOLOGIAS ATIVAS COMO FERRAMENTA NA

No documento CATEGORIA PÓS-GRADUANDO E DOCENTE - ORAL (páginas 172-174)

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