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ASSOCIADAS AO PROTAGONISMO NO CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE

No documento CATEGORIA PÓS-GRADUANDO E DOCENTE - ORAL (páginas 125-127)

Anne Alynne Rodrigues e Escórcio Michele Vicente Torres Danielle Souza Moura Geyson Igo Soares Medeiros Luisa Mara Brito Santos Stephanie Sarah Cordeiro de Paiva

INTRODUÇÃO: O ensino na saúde emerge com o objetivo de transformar as ações pedagógicas, reestruturar os currículos

e adequá-los ao cenário de práticas do Sistema Único de Saúde (SUS) (PEDROSA; LUSTOSA, 2012). Como reflexos dessas iniciativas, no âmbito da pós-graduação, em 2005, foram criadas as Residências Multiprofissionais para qualificar profissionais da saúde para o trabalho sob a ótica dos princípios e diretrizes do SUS (BRASIL, 2009). Nessa perspectiva, a inovação no ensino na saúde remete à importância da produção de espaços de encontros, dialógicos, participativos, que mobilizem o incentivo a uma cultura de sujeitos sensíveis à realidade (BEAUCLAIR, 2010). Processo dinâmico que envolve competências humanísticas, como a sensibilidade e a amorosidade, e implica a necessidade de pensar o fazer saúde sob uma perspectiva ética, política e humana, com o uso de metodologias ativas, favoráveis ao exercício da autonomia e do protagonismo dos sujeitos no seu modo de andar a vida (MAGALHÃES, 2012).

OBJETIVOS: O presente trabalho objetiva relatar as experiências de ensino-aprendizagem em serviço-comunidade vivenciadas

no Programa de Residência em Saúde da Família e Comunidade (RMSFC) da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e sua relação com o protagonismo no cuidado, no âmbito da Atenção Primária em Saúde (APS).

MÉTODOS: Trata-se um relato das experiências vivenciadas por uma equipe de residentes das categorias de Psicologia,

Enfermagem, Odontologia, Nutrição e Fisioterapia, durante os meses de agosto de 2014 a julho de 2015. O público-alvo dessas intervenções foi a população adscrita a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada na zona norte de Teresina-Piauí. As ações foram realizadas por equipe multiprofissional e em parceria com a Estratégia de Saúde da Família (ESF), o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) do referido território e acadêmicos do Curso de Fisioterapia da UESPI. Entre as metodologias utilizadas, estão: rodas de conversa, teatro com atores e/ou fantoches, jogos educativos, dinâmica de mitos e verdades e exposição de vídeos. Para isso, os encontros operacionalizaram-se pela seguinte ordem: acolhimento, compartilhamento de saberes, avaliação e finalização.

RESULTADOS: Durante o período acima citado, foram realizadas atividades de educação popular em saúde com crianças e

adolescentes no contexto escolar, grupo de alongamento para idosos, curso de gestantes, sala de espera para público em geral, encontros de promoção à saúde dos funcionários da UBS, bem como para os trabalhadores de um polo cerâmico do território, saúde na praça, além de campanhas preventivas preconizadas pelo Ministério da Saúde e encontros de educação permanente para os Agentes Comunitários de Saúde.

ANÁLISE CRÍTICA: As ações promovidas por este programa de Residência, como proposta de ensino-aprendizagem em

serviço-comunidade, buscaram instigar nos residentes a cultura de incentivo ao protagonismo enquanto profissionais inseridos na APS. Soma-se a isso o despertar para as dificuldades e desafios inerentes ao exercício de trabalhar em equipe e, de fato, efetivar a interdisciplinaridade em saúde e, conforme propõe Pedrosa e Lustosa (2012), superar a fragmentação de saberes e práticas. Nesse sentido, percebe-se que as inovações no ensino na saúde, propostas por esse curso, possibilitam o aflorar da criatividade, sensibilidade e amorosidade, que segundo Beauclair (2010) são favoráveis à vivência de encontros leves, de escuta e acolhimento das demandas disparadas por sujeitos reais, que movimentam o cotidiano do serviço de saúde. Vale ressaltar que as ações realizadas nesse período, em sua maioria embasadas pelos pressupostos de Freire (1996) e da educação popular em saúde, partiram do saber de cada sujeito e das necessidades da comunidade, incentivando-os a participar de forma ativa e

1 - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI - 2 - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI; FACULDADE SANTO AGOSTINHO - FSA - 3 - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI - 4 - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI - 5 - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI - 6 - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI.

corresponsabilizada, mobilizando-os como sujeitos importantes na promoção e prevenção da saúde individual e coletiva. Outro ponto de destaque refere-se à ressignificação dos espaços de atuação das equipes de saúde para além dos muros da UBS, mas, nos espaços de circulação e produção de vida, tais como escolas, praças etc.

CONCLUSÃO: Estas vivências possibilitaram refletir sobre a cultura pedagógica adotada pelo curso de residência, na

perspectiva do incentivo ao desenvolvimento e aprimoramento de habilidades humanísticas relacionadas ao protagonismo no cotidiano das ações de cuidado em saúde, como movimento que deve ocorrer de forma constante, bem como permitiram o exercício da interdisciplinaridade e a construção coletiva de práticas pautadas no vínculo, no respeito e na consideração das histórias de vida, de sujeitos reais, um desafio a ser incentivado ainda na graduação. Evidenciou-se a importância do desenvolvimento de processos educativos críticos, alçados pela problematização e mediados pela realidade, considerando esta como dinâmica em constante movimento e transformação.

REFERÊNCIAS:

BEAUCLAIR, J. Por uma poética da existência: a amorosidade como elemento essencial na aprendizagem ao longo da vida. Anais do II Congresso Internacional de Gerontologia e Geriatria, Escola Superior de Educação João de Deus, Lisboa, Portugal, 2010. Disponível em: www.psicologia.com.pt. Acesso em 20 de Ago. de 2015.;

BRASIL, Ministério da Saúde, Ministério da Educação. Portaria Interministerial nº 1.077, de 12 de novembro de 2009. Dispõe sobre a Residência Multiprofissional em Saúde e a Residência em Área Profissional da Saúde, e institui o Programa Nacional de Bolsas para Residências Multiprofissionais e em Área Profissional da Saúde e a Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde. Ministério da Saúde. Ministério da Educação, Brasília, DF, 01 de Set. de 2014. Disponível em: acesso em 21 de Ago. de 2015.;

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.;

Magalhães, S. M. O. A formação de sentidos subjetivos potencializadores da amorosidade no espaço educacional. São Paulo: Eccos Revista Científica, Universidade Nove de Julho. n. 27, 2012, p. 145-162. Disponível em: http://www.redalyc.org/ pdf/715/71523347010.pdf. Acesso em 21 de Ago. de 2015. ;

PEDROSA, J. I. S.; LUSTOSA, A. F. M. Trilhas da interdisciplinaridade: a experiência da instituição do projeto de ensino em saúde na UFPI. In: Barros Júnior, F. O.; ALMEIDA, M. G.; BARBOSA, V. R. A.; FIGUEIREDO, E. B. G. Ensino na saúde: outras palavras. Brasília, Verbis Editora, 2012. 226 p.

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S A N A R E, Suplemento 3, ISSN:2447-5815, V.15 - 2016 - V COPISP

OFICINA DE TRABALHO SOBRE A ESTRATÉGIA

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