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ANÁLISE DA MORTALIDADE INFANTIL EM PARNAÍBA-PI NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS

No documento CATEGORIA PÓS-GRADUANDO E DOCENTE - ORAL (páginas 87-89)

Geovania Vieira de Brito Ana Glayrce de Araujo Oliveira Antônia de Maria Rodrigues de Sousa Castro Marta Célia Cunha Vânia Cristina Costa de Vasconcelos Lima Carvalho Maria Socorro Carneiro Linhares Maria Adelane Monteiro da Silva

INTRODUÇÃO: A mortalidade infantil refere-se à morte de crianças menores de um ano. A taxa de mortalidade infantil

representa o número de óbitos em menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, em determinado ano (SOUSA; LEITE FILHO, 2008). A mortalidade infantil tem características diferentes quando consideramos o período de vida, pois desmembra-se em taxa de mortalidade neonatal, que estima o risco de óbitos em menores de 28 dias e a taxa de mortalidade pós-neonatal que estima o risco de óbitos entre 28 dias e menores de um ano. A mortalidade neonatal subdivide-se em mortalidade neonatal precoce, em menores de 7 dias, e mortalidade neonatal tardia, entre 7 dias e menores de 28 dias (BITTENCOURT, 2013). A análise da mortalidade infantil por meio desses componentes é fundamental para uma compreensão mais detalhada desse fenômeno, já que as causas que levam ao óbito, nestes dois períodos de vida, são diferentes.

OBJETIVOS: Analisar o indicador mortalidade infantil no município de Parnaíba – PI, nos últimos cinco anos, e traçar o

perfil desses óbitos.

MÉTODOS: Estudo descritivo e retrospectivo, realizado em junho de 2015, do tipo levantamento de dados, referente aos

últimos 5 anos (2010 a 2014), teve como fonte de dados o sistema de informação sobre mortalidade (SIM) local, que é alimentado com informações da declaração de óbito (DO) de menores de um ano. As variáveis coletadas foram: faixa etária, evitabilidade, peso ao nascer, idade gestacional, tipo de parto e escolaridade materna. Ainda foram utilizados dados do SINASC para o cálculo da taxa de mortalidade infantil nos últimos cinco anos, que foi apresentada na forma de série histórica, com vistas a salientar as diferenças identificadas ano a ano, desde 2010 até 2014.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Mortalidade Infantil de Parnaíba mostrou-se mais elevada nos anos de 2010 e 2011. Já em

2012, o setor de neonatologia de um hospital público estadual de referência do município foi ampliado, resultando em uma melhoria assistencial, diminuindo a taxa de mortalidade infantil imediata que era de 20,56%, em 2010, para 9,39%, em 2012. A análise da mortalidade infantil por faixa etária evidenciou que o risco de morte de crianças menores de 07 dias passa a representar, proporcionalmente, a maior parte dos óbitos menores de 1 ano, chegando a 67,2% dessas mortes nos últimos cinco anos. A classificação dos óbitos infantis quanto à evitabilidade nos últimos cinco anos demonstra que 77,25% dos óbitos infantis eram evitáveis. Observou-se que entre as causas evitáveis, predominaram as reduzíveis por adequada atenção ao recém- nascido, representando 52,71% de todas as causas evitáveis e que o peso está diretamente relacionado à mortalidade infantil, visto que os registros de quase 60% dos óbitos infantis nos últimos cinco anos tiveram relação direta com o peso ao nascer, extremamente baixo (menor que 1000 g), muito baixo (entre 1000 e 1499 g) e baixo (entre 1500 e 2499 g). Pode-se constatar que a ocorrência de óbitos infantis é quase três vezes maior em bebês prematuros quando comparado a bebês a termo e que, nos últimos cinco anos, não houve registro de ocorrência de óbito em crianças menores de um ano nascidas após o tempo oportuno. O que mais chama atenção no estudo é que, em mais da metade das declarações de óbitos (55,5%), não há declaração da idade gestacional em que as crianças nasceram, fato este que reflete mais uma vez a necessidade de valorização das informações para o correto preenchimento do documento. A maioria dos óbitos infantis foi em crianças nascidas por parto vaginal, entretanto não se pode inferir que a mortalidade infantil esteja influenciada pelo tipo de parto, visto que tal proporção pode ser observada nos nascidos vivos de modo geral. Faz-se necessário consultar também o SINASC no sentido de obter a proporção de ocorrência

1 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - 2 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - 3 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - 4 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - 5 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - 6 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - 7 - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ.

de parto vaginal e cesárea nos últimos cinco anos para que se possa realizar uma comparação entre os dados do SIM e SINASC mediante testes de significância estatística. Observou-se em Parnaíba um elevado índice de mortalidade infantil em filhos de mulheres com ensino médio, ensino superior incompleto e até em nível superior, fato que se contrapõe ao relatado por Bittencourt (2013) que relata o seguinte: altas taxas de mortalidade infantil refletem ausência de saneamento básico e de segurança alimentar e nutricional; baixo grau de instrução materna; deficiência de acesso e na qualidade dos serviços de saúde oferecidos. Talvez isso aconteça pelo fato de a maioria das mulheres com maior escolaridade optar por terem os filhos em estabelecimentos particulares do município, que não conta com suporte de UTI Neonatal. Trata-se de um dado intrigante que suscita novos estudos por merecer investigações mais aprofundadas.

CONCLUSÃO: Considera-se que a mortalidade infantil vem apresentando um declínio, um dos fatores relacionados poderá

ser o funcionamento de uma UTI Neonatal no município desde 2012. A realidade atual ainda reflete a necessidade de novas mudanças, principalmente no que diz respeito ao componente neonatal da mortalidade infantil que, sem dúvida, ainda merece atenção e priorização para que sejam reduzidas as altas taxas de óbitos infantis relacionadas a esse período. Nessa perspectiva, faz-se necessárias intervenções nos diversos níveis de atenção à saúde da gestante e recém-nascido. No entanto, é pertinente que novas análises sejam realizadas acerca do problema, para que seja possível conhecer os dados relativos à investigação do óbito como forma de aprofundar a análise dos determinantes que influenciam a mortalidade infantil no município.

REFERÊNCIAS:

BITTENCOURT, Sonia Duarte de Azevedo et al. Vigilância do óbito materno, infantil e fetal e atuação em comitês de mortalidade. Rio de janeiro, EAD/Ensp, 2013. 268p.;

SOUSA, T.R.V.; LEITE FILHO, P.A.M. Análise por dados em painel do status de saúde no Nordeste Brasileiro. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v.42, n.5, out.2008.;

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S A N A R E, Suplemento 3, ISSN:2447-5815, V.15 - 2016 - V COPISP

PERCEPÇÃO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE

No documento CATEGORIA PÓS-GRADUANDO E DOCENTE - ORAL (páginas 87-89)

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