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AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DA COMUNIDADE EM UMA CIDADE DE

No documento CATEGORIA PÓS-GRADUANDO E DOCENTE - ORAL (páginas 109-111)

PEQUENO PORTE DO PIAUÍ

Mara Dayanne Alves Ribeiro Jefferson Carlos Araújo Silva Maria Dandara Alves Ribeiro Thalita Cristinny Araujo Silva Mariana de Souza Costa Euriene Maria de Araújo Bezerra Gaussianne de Oliveira Campelo

INTRODUÇÃO: De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no censo de 2010, o Brasil

possuía 28 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com expectativa de vida média de 74,8 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o país seja o sexto em número de idosos em 2025, quando deve chegar a 32 milhões de velhos (OMS, 1998). Com o envelhecimento há um declínio das funções orgânicas e o comprometimento da função muscular é observado. Estes fatores colaboram para o aumento do risco de quedas e por consequência das incapacidades advindas da imobilização (CARVALHO, 2004). No idoso, o comprometimento muscular acarreta alterações de postura e na deambulação, o que envolve a sua independência e locomoção, daí a importância de avaliar e apontar as capacidades funcionais do idoso a fim de direcionar as ações de saúde para esta classe em ascensão.

OBJETIVOS: avaliar a capacidade funcional de idosos da comunidade de um município de pequeno porte do Piauí utilizando

como parâmetros a mobilidade funcional, o equilíbrio estático e a força muscular.

MÉTODOS: trata-se de um estudo transversal, quantitativo e descritivo, amostra composta por 88 indivíduos com idade

igual ou superior a 60 anos, apresentando autonomia física e mental, sem alterações cognitivas e neurológicas, vinculados à Unidade Básica de Saúde (UBS) Ulisses de Cocal-PI. Este trabalho recebeu aprovação da comissão de ética do Centro de Ensino Unificado de Teresina (CEUT), sob número de protocolo: 6597/2014. A UBS foi selecionada por meio de sorteio. Os indivíduos eram convidados para a avaliação com o auxílio do Agente Comunitário de Saúde (ACS). Os participantes foram caracterizados sócio e demograficamente, a mensuração da mobilidade funcional, equilíbrio estático e força muscular dos membros inferiores foi obtida através dos testes Timed Up and Go (TUG), Teste de Alcance Funcional (TAF) e Teste senta e levanta. Os dados foram analisados descritivamente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dos 163 idosos vinculados à UBS-Ulisses, 95 compareceram para a avaliação, foram excluídos 7

participantes, por conterem deficit cognitivos ou por recusa à participação. Foram avaliadas 88 pessoas com idade média de 68,5 (±6,33) anos, em sua maioria do sexo feminino, 57,95% (N=51). Quanto a comorbidades, 14,77% (N=13) possuíam diagnóstico de Diabetes Mellitus (DM) e 48,86% (N=43) Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Quando questionados sobre atividade física realizada, 61,36% (N=54) dos voluntários afirmaram não praticá-la. Na avaliação do TUG, 96,59% dos voluntários executaram a manobra em um tempo menor que 20 segundos; 63,63% dos indivíduos percorreram uma distância maior que 15 cm no TAF, enquanto 55,68% dos sujeitos obtiveram 1 ponto no teste senta e levanta, ou seja, realizaram o teste em um tempo de 16,70 segundos. Nos dois primeiros testes, os idosos inferiram um baixo risco ao evento queda, no entanto, na avaliação da força muscular, apresentaram um deficit que caracteriza um considerável risco ao evento queda, confirmado com o índice de quedas anteriores que esteve presente em 46,59% (N=41) dos sujeitos, que relataram uma ou mais quedas no último ano.

DISCUSSÃO: Os idosos avaliados apresentaram um bom tempo de execução do TUG apontando para uma boa mobilidade

funcional, o que envolve bom equilíbrio e agilidade, mesmo havendo declínio destas funções a partir da terceira década de vida, como é apontado na literatura (MEDEIROS, 2013; SANTOS, 2011). Dentre os fatores que agravam o risco de queda, tem-se o equilíbrio estático, determinante para uma boa estabilidade postural, está diretamente relacionado à dependência para as AVD (LOPES et. al, 2009). Durante o TAF, utilizado para avaliar equilíbrio estático, 63,6% (n=56) obtiveram uma excursão do membro

1 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC - 2 - SECRETARIA DE SAÚDE DE COCAL -PI - - 3 - INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA - INTA - 4 - FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU - 5 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI - 7 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC.

superior direito maior que 15 cm. Tal resultado imprime um bom desempenho na amostra. Neste estudo, a maioria dos sujeitos realizou o teste senta e levanta em um tempo de 16,70 segundos, a força muscular mostrou-se deficiente, o que pode estar relacionado à quantidade de sujeitos que referiram quedas no último ano. A avaliação da força dos membros inferiores em idosos e sua relação com a capacidade funcional é de relevante importância em razão das exigências do corpo aos membros inferiores para a locomoção, equilíbrio e a capacidade de realizar diferentes atividades diárias, laborais ou recreacionais (CARVALHO, 2004). Os resultados positivos encontrados nos testes TUG e TAF foram atribuídos, por meio de observação dos pesquisadores, à existência de grupos diários com atividades voltadas ao idoso ofertadas pela equipe de atenção básica da cidade, apesar de os indivíduos relatarem não praticar atividade física diária.

CONCLUSÃO: Dos requisitos cinéticos funcionais propostos pela pesquisa, em dois, mobilidade funcional e equilíbrio

estático, os idosos voluntários apresentaram bom desempenho de execução dos testes, inferindo boa mobilidade e equilíbrio estático; porém, no quesito força muscular dos membros inferiores, mensurados pelo teste senta e levanta, a maioria dos idosos inferiu um considerável deficit possivelmente responsável pelas quedas autorrelatadas.

REFERÊNCIAS:

IBGE. Censo Demográfico de 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/ caracteristicas_da_populacao/caracteristicas_da_populacao_tab_brasil_zip_Acesso em 26/08/2015, as 19:00.;

OMS. Life in the 21st Century: A Vision for All (Relatório Mundial de Saúde). Genebra: Organização Mundial da Saúde. 1998.;

CARVALHO, J.; SOARES, J. M. C. Envelhecimento e força muscular: breve revisão. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, v. 4, n. 3, p. 79-93, 2004.;

MEDEIROS, J. M.; PEREIRA, Y. S; MOURA, D. M; et al. Efeitos do envelhecimento sobre o equilíbrio funcional em sujeitos saudáveis. Com Scientia e Saúde. v.12, n.2, p.242-248, 2013;

LOPES, K. T; COSTA, D. F; SANTOS, L. F; et al. Prevalência do medo de cair em uma população de idosos da comunidade e sua correlação com mobilidade, equilíbrio dinâmico, risco e histórico de quedas. Revista Brasileira Fisioterapia, São Carlos. v.13, n.3, p.223-9, 2009.;

SANTOS, G. M; SOUZA, A. C. S; VIRTUOSO, J. F. et al. Valores preditivos para o risco de queda em idosos praticantes e não praticantes de atividade física por meio do uso da Escala de Equilíbrio de Berg. Revista Brasileira de Fisioterapia. v.15, n.2, p. 95-101, 2011.

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S A N A R E, Suplemento 3, ISSN:2447-5815, V.15 - 2016 - V COPISP

EDUCAÇÃO PERMANENTE: UMA ESTRATÉGIA PARA A

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