• Nenhum resultado encontrado

Ajuste a valor presente 1 Discussão geral

No documento Manual de Contabilidade Societária (páginas 146-150)

Realizável a Longo Prazo (Não Circulante)

3. DESPESAS ANTECIPADAS

7.3 Ajuste a valor presente 1 Discussão geral

A contabilidade sempre teve um desafio quando se trata de evidenciar a essência das operações referindo‑ ‑se à apuração dos resultados das empresas, conside‑ rando os juros embutidos nos preços das transações a prazo em relação aos correspondentes preços a vista.

Tradicionalmente, a contabilidade sempre teve por base os documentos que suportam essas transações, re‑ gistrando as receitas e, em contrapartida, os ativos a receber, pelos valores constantes dessas notas fiscais e faturas. O mesmo vale para despesas e contas a pagar.

Com o advento da Lei nº 11.638, de 28 de dezem‑ bro de 2007, foi introduzido expressamente na lei o desconto a valor presente para contas a receber e a pa‑ gar de longo prazo e, dependendo da materialidade, para as contas de curto prazo. Até então esse desconto só tinha sido obrigatório, no Brasil, nas demonstrações complementares em moeda constante (correção inte‑ gral) por imposição da CVM, mas essa obrigação ces‑ sou, infelizmente, em 1995.

Nas transações comerciais de curto prazo (30 a 90 dias de prazo de vencimento, como regra geral, mas não tomada ao pé da letra), os juros embutidos tendem a ter menor proporção e, dessa forma, é mais aceitá‑ vel o registro das vendas e contas a receber a prazo, pelo valor “faturado”, porém essa simplificação deve ser realizada apenas quando o efeito do ajuste a valor presente não for relevante. Essa aceitação é por sua não relevância relativa e não porque seja uma prática con‑ tábil sadia e aceitável em qualquer circunstância. Tanto que, nas transações a longo prazo, com ou sem juros explícitos embutidos, a prática normal é a de proceder na contabilidade a uma redução desses ativos a seu va‑ lor presente, mediante taxa de desconto. Essa taxa de desconto deve considerar a remuneração compatível do valor que seria recebido a vista, considerando o prazo concedido, o risco e o comportamento do mercado.

Nas vendas realizadas por varejistas, existem situa‑ ções muito comuns em que se afirma que os valores a vista e a prazo são os mesmos. Entretanto, essa é uma estratégia de venda que não deve alterar a forma obje‑ tiva de interpretar a transação e o AVP deve ser calcula‑ do e, se relevante, registrado. Por definição do CPC 12, o valor presente “é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro”.

A técnica de redução a valor presente de contas a receber e a pagar, para fins contábeis, não é nova. A sua mensuração decorre dos conceitos de avaliação de ativos e passivos a valores de saída. Hendriksen, já na primeira edição de seu magistral livro Teoria da conta-

bilidade (1974), mencionou que, quando a cobrança e

transformação em dinheiro exigem um período de espe‑ ra (prazo de vencimento), o valor presente desses ativos a receber é inferior ao valor final que se espera cobrar e acrescenta que quanto maior o prazo, menor é o valor atual e o valor atual é determinado pelo desconto.

Todavia, em consonância com a norma internacio‑ nal, o conceito de ajuste a valor presente não deve ser aplicado aos tributos diferidos sobre o lucro. Em outras palavras, os valores ativos e passivos diferidos relativos a Imposto de Renda e Contribuição Social não devem ser ajustados a valor presente. Trata‑se de uma exce‑ ção sem fundamentação técnica, calcada na dificuldade prática de, em muitas situações, conseguir‑se identifi‑ car com clareza e objetividade quando esses tributos serão devidos ou recuperados.

7.3.2 A mudança de lei e o CPC

Com a nova redação da Lei nº 6.404/76, alterada pela Lei nº 11.638/07, o tema do ajuste a valor presen‑ te passa a ter importância enorme para os realizáveis e exigíveis a longo prazo, como aliás deveria ter sido sempre feito.

O art. 183 da lei prevê em seu inciso VIII que:

“os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante”.

Os procedimentos que devem ser seguidos para o atendimento dessa previsão societária estão detalhados no Pronunciamento Técnico CPC 12 – Ajuste a Valor Presente, obrigatório para todas as companhias aber‑ tas, por força da Deliberação CVM nº 564/08 e para os profissionais de contabilidade das entidades não sujei‑ tas a alguma regulação contábil específica, pela Resolu‑ ção CFC nº 1.120/08.

Em consonância com a lei, o Pronunciamento Téc‑ nico CPC 12 – Ajuste a Valor Presente estabelece, em seu item 21, que:

“Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante, de- vem ser ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que reflitam as melhores avalia- ções do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo em suas datas originais.”

Ainda, em conformidade com tal pronunciamento, a mensuração contábil a valor presente deve ser aplica‑ da no reconhecimento inicial de ativos e passivos e a

quantificação do ajuste a valor presente deve ser reali‑ zada em base exponencial pro rata, a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam. O ajuste será feito me‑ diante criação de conta retificadora (juros a apropriar ou encargos/receitas financeiros a transcorrer) para que não se percam os valores originais. O método a ser utilizado é o da taxa efetiva de juros, sendo que a taxa aplicada não deve ser líquida de efeitos fiscais, mas an‑ tes dos impostos.

Com essa mudança, a Contabilidade Societária corrige o problema de tratar de forma semelhante tran‑ sações a prazo e a vista. Essa mudança tem o objetivo de determinar as parcelas de ativo e passivo que não correspondem a preço efetivo da transação, mas sim a ajuste por conta do valor do dinheiro no tempo. A intenção é que os juros embutidos nas transações que não são a vista, ou dentro de prazos comerciais curtos e costumeiramente praticados no mercado a que se re‑ ferem essas transações, tenham tratamento contábil de acordo com a sua efetiva natureza, isto é, a de resulta‑ do financeiro.

Para determinação do valor do ajuste, e, portanto, do valor presente de um fluxo de caixa futuro, são re‑ queridas basicamente três informações: (i) o valor do fluxo futuro; (ii) a data em que esse fluxo ocorrerá, e (iii) a taxa de desconto que deve ser utilizada.

A taxa de desconto a ser utilizada corresponde à taxa efetiva da data da transação, ou seja, independe da taxa de juros de mercado em períodos subsequentes. Nos casos em que a taxa de juros da transação é explí‑ cita (está indicada em contrato ou é conhecida), deve‑ ‑se apenas verificar sua razoabilidade com a taxa de mercado aplicável. Caso a taxa de juros seja implícita, isto é, não claramente indicada ou conhecida, seu valor deverá ser estimado a partir da taxa de juros de mer‑ cado que seja praticada para transações com natureza, prazo e riscos semelhantes, na data inicial da transa‑ ção. Nessa segunda situação, a taxa de juros utilizada pela Tesouraria de uma entidade para determinação de condições e preços praticados é geralmente uma boa estimativa.

Como já afirmado, a taxa a ser aplicada para o cál‑ culo do valor presente não deve ser líquida de efeitos fiscais, e, sim, aquela estimada antes dos tributos.

Em razão de a taxa de juros usualmente praticada por uma entidade não ser única para todas as transa‑ ções, sua aplicação deve ser analisada a cada caso.

A grande maioria dos direitos e obrigações de lon‑ go prazo já está, via de regra, a valor presente, princi‑ palmente os empréstimos e financiamentos de tercei‑ ros, não ocorrendo ajustes nesses casos, mas alguns outros não necessariamente estão como determina a doutrina contábil.

Tal procedimento contribui para a elaboração de demonstrações contábeis com maior valor preditivo e, se tais informações são registradas de modo oportuno, também contribuirão para o aumento do grau de re‑ levância das demonstrações contábeis. Dessa forma, deve‑se atentar para a confiabilidade da informação contábil, por meio da utilização de estimativas e jul‑ gamentos acerca de eventos probabilísticos livres de vieses.

Há operações cuja taxa de juros é explícita (descri‑ ta no contrato da operação) e outras em que é implícita (desconhecida, mas embutida na precificação inicial da operação). Em ambos os casos, é necessário utilizar uma taxa de desconto que reflita juros compatíveis com a natureza, prazo e riscos relacionados à transação, levando‑se em consideração, ainda, as taxas de merca‑ do praticadas na data inicial da transação entre partes conhecedoras do negócio, que tenham a intenção de efetuar a transação em condições usuais de mercado.

Assim, se a empresa pratica operações de emprés‑ timo ou financiamento, conhece as taxas que lhe são cobradas. Se não pratica, pode verificar o que empresas semelhantes, com risco idêntico, praticam. Pode tam‑ bém efetuar consultas junto a instituições financeiras, consultores financeiros etc., sendo preciso documentar todo esse processo que leva à definição da taxa de des‑ conto a ser utilizada.

Há uma condição especial colocada no Pronuncia‑ mento Técnico CPC 12 – Ajuste a Valor Presente, refe‑ rente a financiamentos contratados com taxas de juros diferentes das taxas praticadas pelo mercado em geral para outras modalidades de empréstimos. Ocorre que, no Brasil, a oferta de crédito de longo prazo, para um certo conjunto de operações, às entidades em geral, normalmente está limitada ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Essas ope‑ rações não são enquadráveis como de incentivo fiscal. Dessa forma, considera‑se esse um mercado especial e as taxas nele praticadas são aceitas como normais para esse mercado. Assim, não há que se trazer a valor pre‑ sente essas operações por taxas que não sejam as efe‑ tivamente contratadas, pois esses financiamentos reú‑ nem características próprias e as condições definidas nos contratos de financiamento do BNDES, entre partes independentes, refletem as condições de mercado para aqueles tipos de financiamentos.

O referido Pronunciamento também admite que há certos ativos e passivos que não têm como ser trazi‑ dos a valor presente em função de se tratar de recebí‑ veis ou pagáveis sem prazo determinado, ou de difícil ou impossível determinação de quando a liquidação financeira se dará. É o caso de muitos dos contratos de mútuos entre partes relacionadas que não possuem data prevista para vencimento, o que impossibilita o cálculo do ajuste a valor presente.

Portanto, os mútuos entre partes relacionadas, contratados sem encargos financeiros ou com juros di‑ ferentes das condições normais de mercado não estão sujeitos ao ajuste, mas todas as condições devem ser divulgadas em notas explicativas com o detalhamen‑ to necessário (prazos, juros e demais condições), em atendimento ao Pronunciamento Técnico CPC 05 (R1) – Divulgação sobre Partes Relacionadas, a fim de forne‑ cer ao leitor das demonstrações contábeis os elementos informativos suficientes para compreender a magnitu‑ de, as características e os efeitos desses tipos de tran‑ sações sobre a situação financeira e sobre os resultados da entidade.

Finalmente, cabe observar que os conceitos de ajuste a valor presente e valor justo não são sinônimos, enquanto o ajuste a valor presente busca mensurar ati‑ vos e passivos levando‑se em consideração o valor do dinheiro no tempo e as incertezas a eles associados, mas medidos sempre com base na taxa prevalecente na data original da contratação, a mensuração a valor jus‑ to busca demonstrar o valor de mercado de determina‑ do ativo ou passivo, o que significa que prevalece a taxa da data do balanço. Assim, em algumas circunstâncias, o valor justo e o valor presente podem coincidir, mas isso não é uma regra, sendo que, ao aplicar a técnica de ajuste a valor presente, passado o primeiro ano, o reconhecimento da receita ou despesa financeira deve respeitar a taxa de juros da transação na data de sua origem, independentemente da taxa de juros de merca‑ do em períodos subsequentes. Ou seja, determinada a

taxa de ajuste a valor presente, ela permanecerá a mesma até o vencimento da operação. Por exemplo, a compra de

uma máquina a vista ou o valor presente dos compro‑ missos firmados no caso de compra a prazo produzem o mesmo valor, já que os encargos financeiros, normal‑ mente, são adicionados aos valores de uma transação a vista. No entanto, pode ser que isso não aconteça, como por exemplo, no caso de uma promoção. Nesse caso, prevalece o menor valor para o adquirente do bem e para a receita do vendedor.

7.3.3 Contabilização do ajuste a valor

presente para contas ativas

O registro do ajuste a valor presente deverá ocor‑ rer já no momento inicial da transação. Por exemplo, em uma transação de venda de mercadorias a longo prazo, o desconto relativo ao valor presente deverá ser registrado no mesmo momento em que for reconhecida a receita de vendas. Para melhor detalhar os registros contábeis envolvidos, vamos admitir que essa venda te‑ nha sido negociada pelo valor prefixado de R$ 10.000, para ser recebida daqui a 14 meses, e que a taxa de

juros da operação, conhecida, seja de 2% ao mês. Os registros contábeis são os seguintes:

Pela transação de venda: Débito: Contas a receber a longo

prazo (não circulante): R$ 10.000,00 Crédito: Receita bruta de vendas: R$ 10.000,00 Pelo registro do ajuste a valor presente no momen‑ to em que é realizada a venda:

Débito: Receita bruta de vendas: R$ 2.421,251

Crédito: A.V.P – Receita financeira comercial a apropriar (redutora das contas a

receber a longo prazo): R$ 2.421,25 Mês a mês, a receita financeira comercial a apro‑ priar deverá ser reconhecida no resultado do perío‑ do como receita financeira comercial utilizando‑se a mesma taxa efetiva de juros (2% ao mês). Repare que não cabe uma apropriação linear dessa receita (R$ 2.421,25) ao resultado, mas sim o recálculo do valor presente das contas a receber em cada mês. Dessa for‑ ma, no segundo mês o valor presente das contas a re‑ ceber será de R$ 7.730,32. Ou então: 2% sobre o saldo líquido do passivo de R$ 7.578,75 = R$ 151,57. Assim, os registros contábeis nesse mês serão:

Débito: A.V.P – Receita financeira

comercial a apropriar R$ 151,57 Crédito: Receita financeira comercial R$ 151,57 Ressalta‑se que a rubrica de receita financeira po‑ derá fazer parte do mesmo grupo das receitas de ven‑ das, mas desde que a atividade de financiar clientes faça parte da atividade da entidade e, consequentemente, do objeto social da entidade. Nesse caso, essa rubrica seria denominada Receita Financeira Comercial. Caso contrário, sua classificação deverá ser feita no grupo de resultado financeiro.

A contabilização do ajuste a valor presente não se aplica exclusivamente às transações de vendas de mer‑ cadorias, produtos e/ou serviços, mas também aos ca‑ sos de venda de ativos imobilizados, ou quaisquer ou‑ tros ativos cujo preço negociado não seja o equivalente ao valor a vista. E também aos créditos de qualquer na‑ tureza, como os comentados relativos aos empréstimos compulsórios a entidades governamentais.

1 Esse valor foi calculado considerando‑se a taxa efetiva de juros da

operação no período ((1,02^14)‑1) = 0,3195. Com base nessa taxa, o valor presente das contas a receber na data inicial da transação é de R$ 7.578,75. Numa planilha eletrônica ou máquina de calcular financeira: 10.000 em FV; 2 em i; 14 em n; PV = 7.578,75. 10.000 – 7.578,75 = 2.421,25.

7.3.4 Contabilização do ajuste a valor

presente para contas passivas

Suponha que a empresa X tenha comprado uma máquina a prazo no valor de $ 50.157, a qual será paga em 5 parcelas anuais de $ 10.031. A taxa de juros con‑ tratada nessa operação é de 20% ao ano. A empresa X deve contabilizar essa operação da seguinte forma:

D – Máquinas (pelo valor presente,

no Ativo Não Circulante) $ 30.0002

D – Encargos financeiros a trans‑

correr (redutora do passivo) $ 20.157 C – Financiamentos $ 50.157 No Balanço Patrimonial, a conta Financiamentos estaria segregada entre Passivo Circulante e Não Circu‑ lante da seguinte forma:

Passivo Circulante

Financiamentos $ 10.031

Encargos financeiros a transcorrer $ (1.672) Saldo no Passivo Circulante $ 8.359

Passivo Não Circulante

Financiamentos $ 40.126

Encargos financeiros a transcorrer $ (18.485) Saldo no Passivo Não Circulante $ 21.641 No final do ano quando do pagamento da primeira parcela, a empresa faria os seguintes registros:

i) apropriação dos encargos financeiros:

D – Encargos Financeiros (DRE) $ 6.0003

C – Encargos financeiros a trans‑ correr (redutora do passivo

circulante) $ 1.672

C – Encargos financeiros a trans‑ correr (redutora do passivo

não circulante) $ 4.328 ii) parcela de pagamento do financiamento:

D – Financiamentos (passivo

circulante) $ 10.031 C – Caixa/Bancos $ 10.031

2 Com a utilização de uma máquina com recursos de matemática fi‑

nanceira: $ 10.031,40 ($ 50.157 divididos por 5) em PMT; 5 em n; 20 em i; pressionando‑se PV obtém‑se o valor presente de $ 30.000,03.

3 Os encargos financeiros do primeiro ano foram calculados apli‑

cando‑se a taxa de juros de 20% sobre o saldo devedor no início do período (20% de $ 30.000 = $ 6.000), sendo $ 1.672 referente ao saldo existente na conta redutora do passivo circulante e $ 4.328 relativo à alteração do saldo da conta redutora do passivo não circu‑ lante, devido à passagem do tempo.

iii) transferência do passivo não circulante para o passivo circulante

D – Financiamentos (passivo não

circulante) $ 10.031 D – Encargos financeiros a trans‑

correr (redutora do passivo

circulante) $ 1.672 C – Financiamentos (passivo

circulante) $ 10.031 C – Encargos financeiros a trans‑

correr (redutora do passivo

não circulante) $ 1.672 Como demonstrado, por meio do ajuste a valor presente os juros embutidos no valor do ativo são eli‑ minados e o financiamento é registrado pelo seu saldo líquido, constituído do valor nominal diminuído dos ju‑ ros a transcorrer, sendo que esse saldo da conta retifica‑ dora crescerá à medida que os juros são apropriados ao resultado, até que no vencimento essas contas retifica‑ doras estejam zeradas. Ou seja, essas contas retificado‑ ras devem ser, ao longo do tempo, apropriadas sempre ao resultado. Recomenda‑se para o registro dessas des‑ pesas (ou receitas) financeiras a utilização de contas ou subcontas específicas.

Esse método de contabilização é conhecido por método do custo amortizado, já que é como se fosse um valor sendo amortizado (apropriado) periodicamente ao resultado, mesmo sendo conta de passivo.

Nota‑se que os efeitos do ajuste a valor presente não são contra o resultado de forma imediata.

Nesse exemplo de aquisição de ativo não circu‑ lante, o passivo precisou ser ajustado a valor presente, reduzindo diretamente o valor contábil do bem adqui‑ rido, não precisando de conta retificadora (ajuste a va‑ lor presente) no ativo, o que não impede o seu uso, se desejado.

Normalmente, esses ativos são baixados, daí para frente, a partir desses valores ajustados, que passam a ser a base de registro. Assim, as depreciações são sobre esses valores originais deduzidos dos ajustes a valor presente.

Para mais informações sobre a técnica de ajuste a valor presente, também é recomendável a consulta ao Pronunciamento Técnico CPC 12 – Ajuste a Valor Pre‑ sente e ao Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1) – Re‑ dução ao Valor Recuperável de Ativos, o qual traz uma discussão, nos itens 53 a 55 e em seu Apêndice A, sobre a definição das taxas a serem utilizadas para realização de tais ajustes.

No documento Manual de Contabilidade Societária (páginas 146-150)

Documentos relacionados