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VI. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS

6.3. Análise detalhada de cada tópico

Apresentação e cumprimento dos objetivos dos módulos formativos. (T.P.)

A mesma turma, dividida em dois grupos, nem sempre respondeu de igual forma. E um desses exemplos foi este primeiro tema - a apresentação dos objetivos dos módulos formativos. O Grupo 1 (G1) afirmou que os objetivos de cada módulo foram apresentados numa apresentação de PowerPoint. No entanto o Grupo 2 (G2) discordou parcialmente. Prova disso, cito o argumento de um dos formandos do G2 - “eu não me lembro de nos terem dado os objetivos. Ninguém nos disse que tínhamos que saber isto e depois quando terminar irão saber fazer aquilo. Na verdade, só a formadora Fátima é que nos deu os objetivos”. Em concordância com a sua colega, uma outra formanda comentou: “eu fui pesquisar, porque ninguém me deu”. A estes comentários o restante grupo mostrou sinais verbais e motores de concordância. Ainda dentro deste tema, mais formandos expressaram a sua opinião comparando com o que os outros formadores fizeram na sua exposição dos objetivos - “a formadora Constança falou por alto e explicou os tópicos. Mas não nos entregou o documento com os objetivos como a formadora Fátima”. Esta discordância cria alguma curiosidade. Afinal porque um grupo afirmou que os objetivos foram fornecidos e o outro não? Após alguma reflexão, a conclusão que é retirada é, primeiramente, a interpretação da palavra “dar os objetivos”. Pode ter sido compreendido de forma díspar, por exemplo, o G1 pode ter interpretado como apresentação dos objetivos e o G2 em a apresentação e o fornecimento do documento, seja física ou não fisicamente, dos objetivos. No entanto, a par desta possível interpretação díspar, esta discordância pode advir de outros fatores. Tendo em conta que era uma

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técnica nova para todos os formandos, a própria predisposição do grupo, isto é, a ansiedade, timidez ou receio da participação no focus group, pode ter evitado uma resposta mais construtiva por parte dos formandos do G1. Este fator pode ter influenciado os resultados do primeiro grupo. Outros motivos podem ser ponderados, talvez por parte do investigador tenha havido alguma diferença na explicação dos objetivos de debate, ou, muito pouco provável, o caso de todos os formadores tenham, de facto, apresentado os objetivos e o G2 não consiga relembrar-se do mesmo, por exemplo.

A comunicação dos objetivos aos formandos, independentemente dos formatos de entrega, é importante para o decorrer dos módulos formativos, sendo este um guia tanto para o formando como para o formador. É com os objetivos que o formando sabe quais são as aprendizagens a serem transmitidas. Como a resposta dos dois grupos a este tema foi dissemelhante, a sua análise e interpretação fica em causa, sendo de grande importância uma revisão dos dossiers pedagógicos e uma reunião com a equipa de formadores deste percurso para tentar compreender o que ocorreu.

O cumprimento dos objetivos (T.P.)

Em relação ao cumprimento dos objetivos os grupos foram concisos na resposta, apesar da diferente forma sobre os quais tiveram acesso a estes. Tanto os formandos do G1, que referiram que os objetivos foram apresentados e fornecidos, como os formandos do G2 que mencionaram que os objetivos não foram fornecidos e tiveram que ser eles a consultar, acusaram que estes foram, de facto, cumpridos. Os indicadores tanto têm origem da resposta direta às questões feitas pelo investigador – “Os objetivos foram cumpridos? Isto é, sentem que a ‘matéria’ foi toda ‘dada’? Sentem que faltou algum tópico dos objetivos de algum módulo?”. A esta questão o G1 respondeu que não faltou abordar nenhum tópico, afirmando verbalmente que os cumpriram ou concordaram acenando com a cabeça em tom de concordância grupal. Como exemplo cito uma formanda - “todos os módulos estiveram bem” - onde se compreende que todos os formadores cumpriram

com os objetivos dos módulos. No G2, devido a alguma flexibilidade da discussão neste focus

group e à grande exaltação para discutir um dos aparentes problemas existentes – a existência de dois módulos formativos com os mesmos temas - esta questão foi levada para outro plano pelo grupo seguindo-se esse mesmo tema. Apesar de não ter havido uma resposta direta na

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apresentação deste tópico, os formandos do grupo 2 apresentaram argumentos ao longo da discussão em que asseguravam que, nas suas perspetivas, os objetivos foram cumpridos.

Seleção/Gestão dos módulos do Percurso Formativo de Técnico de Vendas. A crítica à repetição de conteúdos formativos dos módulos da formadora Constança (Atendimento e venda presencial) e da formadora Fátima (Apresentação, argumentação e fecho de vendas)” (T.E.).

Apesar da satisfação do percurso formativo, o surgimento da crítica à existência de um mesmo conteúdo entre dois os módulos formativos, o de atendimento e venda presencial e o de apresentação, argumentação e fecho de vendas, repetindo-se os objetivos e conteúdos formativos foi uma das críticas mais fortes que os formandos apresentaram associando esta como causa de uma outra conseguinte. Isto é, durante o percurso formativo, primeiro tiveram formação com a formadora Constança (UFCD 5897) e umas semanas depois com a formadora Fátima (UFCD 0390), que devido à similaridade entre os módulos houve uma repetição do mesmo conteúdo. Saliento ainda que este foi o primeiro “tema emergente” do focus group, o que significa uma grande necessidade por parte dos formandos de exposição da situação que vivenciaram, tanto com o fim de resolução e de ajuda num próximo percurso, como de transparência de informação e de desabafo. Esta crítica tem uma importância central que pode ter afetado parte do sucesso do

percurso formativo em análise. Durante o focus group foi uma constante o argumento “os módulos

das formadoras Constança e da Fátima tinham muitas semelhanças” e que apesar de elas estarem apenas a cumprir os objetivos “seria preferível que tivessem dividido para uma não tocar na matéria da outra”. Esta perspetiva esteve presente em ambos os grupos, sendo a opinião geral manifestada, em tom de desagrado, pela turma porque “tornou-se aborrecido” pois ouviram “várias horas sempre a mesma coisa”. O moderador perguntou o que “achavam disso”, “qual era a opinião sobre a gestão dos módulos formativos”, tendo obtido a seguinte resposta por parte de um dos formandos:

“Eu acho que já vem das instâncias superiores. O que um módulo tem, o outro também tem. E eles (os formadores) têm que dar o que ali está. Se não os dá, pode penalizar a avaliação dos formadores, se os dá torna-se maçudo para nós que estamos sempre a ouvir a mesma coisa. Eu fiz trabalhos em que me baseei nos trabalhos que já tinha feito para outro módulo formativo. São coisas que até a formadora Constança, a Fátima e até o formador Fonseca falaram.”

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Este formando acrescentou ainda, em tom irónico, que a repetição da mesma matéria nos dois módulos “tem uma coisa boa. A repetição leva à perfeição e à memorização, há coisas que sei de cor”.

Na realidade, esta não foi a única crítica à seleção/gestão de módulos. O caso do módulo de Língua Inglesa – Técnica de Vendas (T.E.).

Comecemos pelo caso que os formandos chamaram de “o módulo de inglês”. Quando os formandos mencionaram o “módulo de inglês” deve-se compreender que é o módulo “Língua Inglesa - Técnicas de Vendas” (UFCD 0395) e o responsável por este módulo é o formador Fonseca. Ao longo do focus group este módulo formativo foi questionado pelos formandos quanto à sua calendarização como quanto à sua pertinência.

Apresentando o caso, tendo em conta o calendário deste módulo supracitado, verificou-se um grande espaçamento das aulas do mesmo. A rutura iniciou no dia 29 de março, existindo apenas 3 horas de aula no dia 11 de abril e voltando ao “ritmo” no dia 20 de abril (cf. anexos 12, 13 e 14). Esta quebra de calendário foi uma das críticas apontadas pelos formandos: “Eu acho que o ‘inglês’ está muito espaçado. Temos ‘inglês’ hoje e depois só tivemos uma semana depois.” (G1) e “Acho que com o Fonseca o ‘inglês’ tem uma grande distância entre os dois módulos. Nós tivemos já ‘inglês’ antes e só vamos ter passado 15 ou mais dias” (G2).

Relativamente à pertinência deste módulo questionou-se a seleção dos formandos tendo em conta os conhecimentos de língua inglesa, a durabilidade dos dois módulos em questão e as aprendizagens que poderiam resultar deste módulo. Quando se constrói uma turma o processo de seleção dos candidatos à frequência do percurso formativo é um dos principais fatores de sucesso futuro. No entanto, nem sempre é possível conseguir uma turma uniforme a nível do domínio de conhecimentos de língua inglesa e daí é que se questiona a sua pertinência no percurso formativo e as aprendizagens da turma a nível geral. E foi isso que a própria turma fez.

No G1 – “Na minha opinião todos os módulos estiveram bem, exceto ‘inglês’ que ficou aquém…”, “Eu fiquei aquém, porque para mim não foi nada de novo, e há pessoas, as que não têm as mesmas bases, que não aproveitaram” ou ainda “eu acho que, ao fim e ao cabo, a formadora Fátima deveria ter menos horas. Como há pessoas em ‘inglês’ que estão em diferentes níveis, considerando o ‘inglês’ importante, tem que ser muito usado (falado). Por isso, as horas não foram bem doseadas”; ainda outra formanda “as horas foram mal geridas. Cada uma

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(referindo-se às formadoras Fátima e Constança) a dar 25 horas cada e dar mais 25 horas de ‘inglês’ seria melhor”.

No G2 – “em relação ao ‘inglês’, para quem tem formação em inglês é útil, para quem não tem bases não é. Podiam fazer um rastreio ou trocar a UFCD de inglês por outra”.

A situação do módulo de língua inglesa foi alvo de longo debate no focus group por parte de ambos os grupos, apresentando algumas sugestões de correções futuras como, por exemplo, "ou faziam uma seleção melhor ou faziam dois grupos. Eu fiquei aquém, porque para mim não foi nada de novo. Por outro lado, há pessoas que não têm as mesmas bases e que não conseguiram aproveitar". Isto demonstra que para uma parte do grupo o módulo de língua inglesa apresentava um nível baixo de exigência, não potenciando aprendizagens novas e, do outro lado, um grupo de formandos que não conseguia acompanhar a formação devido à falta de bases de conhecimento desta língua incapacitando-os de aprender devido ao seu avançado nível para estes. Citando uma formanda: “As pessoas que têm algumas bases estão a aprender coisas básicas do ciclo. As que não sabem nada não conseguem acompanhar porque é curto, é pouco tempo. E quem está ‘à frente’ como eu não aprendem nada a ver com técnicas de venda (como seria suposto)”. Outras soluções foram apresentadas pelos grupos, como por exemplo "fazer um rastreio", uma seleção com base no domínio de língua inglesa dos formandos ou não considerar o módulo formativo de língua inglesa como pertinente para este percurso formativo e optar por trocar este por outros módulos da área.

Resumindo, este caso do módulo de Língua Inglesa – Técnicas de Vendas criou bastante controvérsia, porque o formador desejava que todos o acompanhassem igualmente, no entanto foi sempre impossível devido aos diferentes níveis de domínio da língua presentes na turma.

O Caso do Módulo de Plano de Negócios – Criação de Micronegócios (T.E. no G2).

Após confrontados com a minha pergunta “existe algum módulo formativo que não ‘encaixe’ neste percurso formativo?” uma formanda do G2 apresentou o caso do módulo de Criação de Micronegócios (UFCD 7854) abordando que a inserção deste módulo no percurso de Técnica de Vendas não era lógica porque não se tratava de uma Técnica de Venda. Todo o restante grupo discordou com esta formanda confrontando-a com o argumento que é necessário conhecer o mercado no qual trabalhamos e todos os meios que o envolve e que poderia ajudar num futuro profissional. Assim, pode concluir-se que este módulo foi importante, tendo que os formandos

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tentaram em conjunto demonstrar à colega a importância do módulo e como os ajuda apesar de não ser uma técnica de vendas, lamentando apenas que 25 horas não era tempo suficiente para dominar esta matéria e que poderia haver um ajuste com outros módulos para que este fosse mais compensado a nível de horário/calendário.

A Seleção da Turma

Além da crítica à seleção por não considerar os conhecimentos de língua inglesa dos formandos, outras críticas surgiram:

“Tenho formação em comunicação e outra em Marketing. Quando me vim inscrever no curso não fiquei selecionada a primeira vez. Quando vim aqui e vi pessoas que não têm apetência para a área (…) nem qualquer tipo de experiência e conhecimentos (da área de vendas) … Fogo, qual é o critério para outros terem entrado e eu não?”

Este percurso formativo tem um público-alvo preferencial: escolaridade 9º a 12º ano, no mínimo desempregado com mais de 3 meses (de preferência de longa duração), que já tenha feito outro percurso formativo da área de forma a construir um perfil de formando, mas que não tenha efetuado nenhum dos módulos que estava presente no percurso estudado. Compreende-se que a formanda em questão não preenchia o “perfil ideal de candidato”. Este perfil ideal foi “quase imposto” pelas entidades superiores (IEFP). Será que este é o processo de seleção que advirá em melhores resultados formativos, melhor qualidade de trabalhadores para o nosso mercado de trabalho e, mais importante, em melhores pessoas?

A Maisformação tem, ainda, o cuidado de efetuar uma sessão de esclarecimento que também compreende conhecer os candidatos, no entanto o meio por qual é realizado – um curto inquérito por questionário - pode não ser o mais eficiente. Uma prova da possível ineficiência deste processo apresentou-se no seguinte comentário feito por um dos formandos do G1: “para a alínea do inquérito por questionário que dão na sessão de esclarecimento já tenho uma resposta feita e essa é ‘devido ao aumento proporcional do desemprego, a recolha de novo conhecimento pode levar a….’.” De acordo com um outro formando “deveria haver uma entrevista pessoal de 10 minutos para saber em que área é que o candidato está, porque há formandos que não têm aptidão, nem interesse no curso”. Compreendeu-se este comentário preocupado, tendo em conta que podiam existir frequências no percurso com objetivos que se afastam aos objetivos da

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formação em si, por exemplo, ganhar o valor da bolsa do IEFP, porque o amigo está a frequentar a mesma formação, “passar o tempo”, entre outros.

Avaliação dos Formadores

Este tópico surgiu como um dos mais relevantes deste estudo. No fundo, o objetivo deste estudo foi a avaliação da formação sendo o formador uma das peças mais importantes da formação – senão a mais importante. Para conseguir obter um maior debate no focus group perguntou-se: “Acham que valeu a pena frequentar este percurso formativo? A nível de formadores usaram os métodos adequados para vos ajudar a aprender? O que fizeram nas aulas? Quais foram os módulos que vocês gostaram mais?”

Expondo estas perguntas foram obtidas logo várias respostas:

a) “Eu vou ser franca, acho todos excelentes. A formadora Fátima nem acho nem ‘desacho’, para o sítio que é acho-a calma demais.”

b) “Todos os formadores foram muito bons, cada um com a sua maneira de dar. Todos diferentes, no entanto, este percurso teve uma formadora que deixou muito a desejar.”

Estas duas citações refletiram o espelho da opinião da turma. Por um lado manifestaram um grande agrado pela maioria dos formadores, por outro criticaram uma das formadoras. Durante o focus group criaram-se, inclusive, várias conversas paralelas durante este momento e mencionavam um grande agrado perante todos os formadores, comparando-os uns com os outros. Por exemplo, um formando opinou que “o formador Fonseca é o que tem mais capacidade para lidar com os outros (…) a Constança tem ‘pulso’ mas acho que ela não transmite tanto como o Fonseca”. Outro formando respondeu ao comentário deste com: “O Fonseca é bom, mas também divaga muito.” E outro retorquiu: “Mas cativa muito!”. E, ainda outro formando afirmou: “a nível de capacidade de dar formação o melhor formador que tive foi o Fonseca!”. E ainda: “Gostei do Tiago”. Resumindo as várias discussões emergentes, alguns formandos ressaltaram alguns pontos fortes como também alguns pontos menos bons de alguns formadores, mas sem nunca mencionar a falta de excelência de qualidade, com uma exceção – a formadora Fátima.

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O caso da formadora Fátima (T.E.)

Em geral a turma incidiu a temática de avaliação dos formadores na formadora Fátima. Várias foram as críticas, iniciadas em cada um dos grupos pelas afirmações a) e b) em cima citadas.

No G1, uma das formandas expôs: “Temos formadores excelentes, têm uma capacidade de formação muito elevada”, obtendo rápida resposta de um dos seus colegas: “Eu acho que nem todos os formadores tenham a mesma qualidade que estás a falar”. Ambas as afirmações foram concordantes pelos membros de ambos os grupos. Tal indica que por um lado este percurso formativo teve formadores competentes, com “capacidade” (termo usado pelos formandos), por outro, houve um descontentamento geral da turma em relação à formadora Fátima. Como um formando referiu:

“Eu acho que a nossa querida formadora Fátima já não tem tanto tato para lidar com uma turma tão adulta, mas ao mesmo tempo tão infantil. Há situações que a formadora sente-se largada no meio do oceano só com tubarões no meio dela. E ela não consegue sequer mandar parar (…) tive uma surpresa com a formadora Fátima. É o meu segundo curso aqui (no Pólo de Braga da Maisformação) e reparei que ela não estava preparada para lidar com uma turma destas.”

Em defesa da formadora Fátima, uma formanda repreendeu o colega alegando que a turma tem que saber respeitar a formadora e que os formandos “já têm idade para saber estar onde quer que seja”. Fluindo em debate, uma outra formanda afirmou que a formadora tinha que ter uma capacidade de “controlar” os seus formandos na sala de aula, apesar de, na opinião dela, às vezes “é mais difícil lidar com adultos do que com crianças”.

No G2 a crítica à abordagem da formadora Fátima iniciou com a seguinte afirmação b) “Todos os formadores foram muito bons (…) mas este percurso teve um formador que deixou muito a desejar”. E eu perguntei: “Se posso perguntar, quem foi?”. E o formando respondeu: “A Fátima”. De forma a confirmar com a turma perguntei: “esta opinião é partilhada pelo grupo?” – à qual os formandos concordaram em grupo, com apenas a exceção de uma das formandas. Várias críticas à abordagem desta surgiram:

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“Ela é uma pessoa excelente. Conversar com ela é muito bom, mas nota-se que está a iniciar, que tem dificuldade em lidar com a turma. Ela não sabe o que vai apresentar, pergunta-nos como queremos fazer as coisas. Ela teve o curso de formador e provavelmente estudou e sabe o que está a fazer, mas não pode mostrar (à turma) que não sabe (a ‘matéria’). Sinto que ela não prepara as coisas, não faz um manual, nós enviamos um trabalho para ela e ela nem o abre. Quando vamos fazer a apresentação é que ela vê qual é o nosso trabalho. Pergunta-nos o que achamos e qual é a nossa opinião, sem saber responder. Em caso de dúvida ela vem no dia seguinte com o ‘glossário’ em

PowerPoint para nos explicar a diferença das coisas. A Maisformação sempre procurou formadores de topo e desta vez descaiu, mas é a minha opinião…”

Nesta afirmação verificou-se que a formadora Fátima se dispôs para ajudar a turma nas dificuldades, mas não domina a área na qual dá formação, nem a profissão que desempenha. Perante este argumento, a turma demonstrou concordância quase total, com a exceção de uma formanda:

“Acredito que também seja difícil para a formadora gerir a turma devido ao horário/calendário. Como é que ela vai cativar com 7h de formação por dia? A turma também é difícil. E, como a matéria era repetida da formadora Constança, a turma queixava-se ‘é tudo repetido’ e ela não soube lidar com isso.”

Segundo os formandos, a má combinação dos módulos, a falta de comunicação entre formadoras e o número de horas diárias de formação não foram bem geridos e isso pode ter influenciado o desempenho da formadora Fátima.

Os formandos comentaram, ainda, a atitude que a formadora teve perante a turma, levando em conta que esta deu a opção aos formandos de escolher como fazem as apresentações e as avaliações. O que pôde ser bem visto aos olhos de uns formandos foi mal visto aos destes, pois demonstrou falta de assertividade e de algum descuido/desinteresse com a turma. “Ela não tem pulso para controlar uma turma. Ela vira-se para nós e pergunta-nos ‘querem fazer um teste, um trabalho, um debate em grupo, como querem fazer?’” Outra formanda concordou e afirmou:

“quando vamos fazer um trabalho e perguntamos como vamos apresentar e ela diz ‘ai não sei, podem fazer um teatro, um powerpoint, cada um escolhe como quer’. E pensemos, se um escolhe uma apresentação, outro escolhe só ler e assim, como é que