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DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO

Neste capítulo procuro aclarar qual foi o objeto de estudo/público-alvo e a área de intervenção, bem como a delineação do objetivo geral. É, ainda, esclarecida a relevância que o presente estudo tem em relação ao Mestrado, a identificação e avaliação do diagnóstico de necessidades, seguindo-se a exposição do relato da integração na Pólo de Braga da Maisformação e as respetivas motivações e expetativas relativamente à mesma.

3.1. Objeto de estudo

Inicialmente foi necessário definir e delimitar o que se procura estudar e, de seguida, tomar conhecimento dos variados estudos sobre a temática e observar as bases teóricas nas quais estão sustentadas as ideias de cada autor de forma a compreender os vários ângulos do problema em investigação. A primeira ideia de problema e área a estudar foi-se alterando conforme as revisões de literatura até se formar a ideia atual.

O objeto de estudo foi a avaliação da formação em sala de aula, perfazendo o total de 300 horas de um percurso formativo de 650 horas de “Técnica/o de Vendas” – inserido na medida de intervenção “Vida Ativa” do IEFP (UCFD 0376; 0392; 0393; 0394; 7853) a realizar no Pólo de Braga com início de formação em sala de aula em fevereiro de 2017 e término em abril 2017. O percurso foi dividido em 300 horas de formação em sala de aula, as quais foram avaliadas, seguindo-se 350 horas de formação prática em contexto de trabalho (estágio). Denominou-se de “percurso” devido, primeiramente, a ser uma parte de um curso com mais de 1075 horas (CNQ, 2017) e, segundo, devido à sua continuação de outros percursos realizados anteriormente no Pólo de Braga da Maisformação, sendo esta a sexta parte do curso Técnico de Vendas. Apesar de se dar uma preferência a quem frequentou um destes percursos formativos antecedentes, as turmas não necessitam de ser formadas obrigatoriamente com os formandos que os frequentaram. Os módulos formativos foram escolhidos, dentro de um leque destes, pela Maisformação com o intuito de formar um curso adequado ao seu público-alvo e objetivos de formação. O público-alvo de investigação foi constituído por formandos com mais de 18 anos, desempregados, com experiência em qualquer setor de atividade ou formação prévia na área comercial/vendas e que pretendam elevar as suas qualificações escolares/profissionais junto da Maisformação e que frequentaram o curso de formação acima citado.

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O estudo consistiu numa avaliação da formação em sala de aula (o estágio não foi avaliado) através de um método qualitativo utilizando a técnica de focus group que é explicada num ponto seguinte do Relatório. Este percurso, tal como toda a formação diagnosticada previamente pela Maisformação, procurou contribuir positivamente para a implementação das políticas públicas de emprego e de formação profissional, privilegiando-se as ofertas de qualificação que respondam às prioridades estratégicas definidas a nível nacional e regional. Relativamente ao número de formandos que optaram por participar neste estudo confirma-se que toda a turma compreendeu a sua importância e apresentaram-se disponíveis, sendo assim, o total de 20 participantes.

A Maisformação urge da necessidade de compreender a sua qualidade de formação. No entanto, nenhum estudo realizado até agora sobre este público-alvo incidiu na investigação qualitativa recorrendo à técnica de focus group. Aliás, a grande maioria dos anteriores estudos de avaliação da formação foram realizados optando pela investigação quantitativa recorrendo maioritariamente ao inquérito por questionário. Este método, que apesar de permitir captar informação importante e em grande escala, não permite conhecer um outro lado que só o focus group entende, devido ao seu caráter qualitativo. Ao recorrer a esta técnica de focus group os formandos perdem algum receio de responder a algumas questões, que se fossem na presença de um dos formadores deste percurso formativo porque receavam ser penalizados pela interpretação destes. O fator grupal motiva a participação (o que não ocorre nos inquéritos por questionário) e incentiva um debate mais aceso e rico em informação quiçá jamais alcançada com outra estratégia.

3.2. Objetivo Geral e Questões de Intervenção

Segundo Guerra (2007, p. 191) os objetivos são o critério de sucesso da intervenção onde o que se pretende é medir a forma e a intensidade com que determinados objetivos foram atingidos. Por isso, teve que se optar por uma forte clarificação das finalidades deste estudo e da relação entre as atividades e esses objetivos.

A presente investigação teve como objetivo conhecer a visão dos formandos sobre a formação/desempenho do formador, procurando, ainda, perceber a opinião dos formandos sobre a frequência do percurso formativo.

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Com base neste objetivo geral, foi inevitável aprofundá-lo, tornando-o mais específico como: compreender junto dos formandos se a formação conseguiu colmatar as dificuldades sobre as temáticas e se foi produzido novo conhecimento na área em questão; questionar se a metodologia de ensino e de avaliação utilizada foi a mais adequada, isto é, conhecer através de que métodos os formandos se sentiam mais à vontade no momento das aprendizagens e da avaliação e quais eram os que traziam melhores resultados de aprendizagem; questionar a importância que o percurso formativo teve para os formandos e de que forma pode impulsionar na sua reinserção no mercado de trabalho; e, por fim conhecer, o quão foi satisfatória a frequência deste percurso formativo.

3.3. Campo de estudo

O estudo foi realizado nas instalações do Pólo de Braga da Maisformação, tendo sido a instituição acolhedora de estágio (a qual já foi apresentada no Enquadramento Contextual - capitulo II). A Maisformação centra a sua missão na inclusão social a todos os níveis e, por isso, possui uma visão distinta – a de combater as assimetrias regionais, levando a formação profissional de forma descentralizada e com a maior proximidade às populações, nomeadamente as pequenas localidades periféricas do país (mais de 300 localidades abrangidas). A sua promoção da atividade de formação profissional para valorização dos recursos humanos centra-se numa perspetiva transversal a todas atividades económicas, através de ações de formação profissional, seminários e estágios, nas suas várias modalidades, consoante os diagnósticos de necessidades previamente elaborados. Dever-se-á relembrar que a Maisformação carateriza-se pela sua estrutura organizacional bipartida na representação da sua direção: o IEFP juntamente com uma estrutura sindical.

3.4. Pertinência para com a área de especialização e o resumo da integração do estágio na Maisformação

Afinal qual foi a pertinência do presente estágio para com a área de especialização deste Mestrado? A área de especialização em Formação, Trabalho e Recursos Humanos do Mestrado em Educação faz parte de um Ciclo de Estudos “profissionalizante, organizado de acordo com os princípios decorrentes da Declaração de Bolonha” (Universidade do Minho, 2017).

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Relacionando os objetivos do Mestrado com o presente estágio é possível afirmar que este estágio foi da maior relevância, cujos objetivos foram cumpridos, tornando esta experiência enriquecedora para área de especialização e, para mim, enquanto estagiário, através da qual desenvolvi competências críticas relativamente a esta área temática. O primeiro impacto foi muito positivo, no qual tive o prazer de conhecer o diretor da Maisformação e toda a equipa do Pólo de Braga. Logo desde início me foram apresentadas as políticas e práticas de formação, no trabalho e na gestão de recursos humanos, explicando o seu motivo de existência e respetivo funcionamento. A Maisformação deu a liberdade ao estagiário aos mais variados níveis – desde a liberdade do cumprimento das horas definidas de estágio (horário/calendário), da participação e observação das várias etapas, incluindo, por exemplo, a sessão de esclarecimento dos formandos, como também na permissão e cooperação na participação do focus group dando todo o apoio que foi necessário. O Pólo de Braga da Maisformação proporcionou-me um acompanhamento de excelência, com acesso aos documentos da instituição, facultando uma visão a experiências formativas e laborais da mesma.

As minhas principais motivações para a realização deste estágio foram a compreensão de como funciona o sistema de avaliação da formação profissional e todo o seu processo. O facto de ter sido possível realizar este estudo próximo de pessoas que vivem o contexto formativo quotidianamente, junto dos trabalhadores do Pólo de Braga da Maisformação e dos formandos foi uma enorme fonte de motivação e concretização laboral. No entanto, a procura do saber não foi a única motivação, mas também a veia laboral visto que se trata de um “mestrado profissionalizante” e, assim, conhecer melhor o funcionamento dos centros de formação para no futuro trabalhar nesta área especializada. Por isso, tinha como expetativas que no fim do estágio fosse capaz de analisar as dimensões da educação e formação profissional nos mais variados contextos sociais e avaliar programas, processos e produtos de formação sugerindo métodos alternativos, seja de formação, de organização do trabalho e/ou de gestão de recursos humanos;

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