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Antônio Joaquim Ribas nasceu em 1818, na cidade do Rio de Janeiro. 363

Em 1839 e 1840 Antônio Joaquim Ribas obteve, respectivamente, os graus de bacharel e doutor em direito. Em 1854 tornou-se professor substituto da Faculdade de Direito de São Paulo. Foi deputado provincial entre 1850 e 1861 e recebeu o título de Conselheiro. Também exerceu a advocacia. 364

O Conselheiro Ribas escreveu variadas obras.365 Entre elas, destacam-se dois livros na área do Direito Civil: Curso de Direito Civil Brasileiro, lançado pela primeira vez em 1865 e

Da Posse e das Ações Possessórias Segundo o Direito Pátrio Comparado Com o Direito Romano e Canônico, lançado em 1883. 366

O civilista faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1890. 367

No ano de 1865, foi publicada a primeira edição do Curso de Direito Civil do Conselheiro Ribas. Giordano Bruno Soares Roberto esclarece que “na verdade, o texto foi concluído bem antes disso, pois em 1862, foi aprovado pela Congregação da Faculdade de Direito de São Paulo”. 368

Uma segunda edição da obra foi lançada em 1880. Destaca-se ainda uma terceira edição, datada do ano de 1905, lançada após a morte do autor. Esta edição póstuma foi

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ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 297.

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ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 298/304.

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Sobre as variadas obras de Antônio Joaquim Ribas ver: ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil

nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação da

Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 306/314.

366 ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado

apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 314/319.

367 ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado

apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 306.

368 ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado

apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 314.

120 coordenada por Geraldo Ribas, filho do Conselheiro. Há ainda uma quarta edição da obra, datada de 1915. 369

O Curso de Direito Civil não foi aprovado como compêndio para o ensino de Direito Civil nos cursos jurídicos brasileiros, como a obra de Trigo de Loureiro. Entretanto, foi uma importante fonte de consultas jurídicas. 370

Giordano Bruno Soares Roberto destaca que a referida obra “não avançou para além dos temas da teoria geral”. 371

Contudo, mesmo se referindo a tais temas, constata-se uma referência ao instituto da adoção na referida obra.

O Curso de Direito Civil Brasileiro do Conselheiro Ribas estava dividido em duas partes. A primeira parte (Tomo I) era composta de três títulos: o primeiro título se referia à ciência do direito civil, o segundo título às fontes do direito civil e o terceiro título às leis civis. A segunda parte (Tomo II), continuação da primeira, continha os títulos quarto e quinto, que tratavam, respectivamente, dos elementos constitutivos do direito e da literatura jurídica brasileira.

Não há na referida obra um capítulo destinado ao tratamento da adoção. Contudo, o civilista se referia ao instituto no terceiro capítulo do título quarto, ao tratar da família.

Conforme os ensinamentos do Conselheiro Ribas, uma das classificações das pessoas naturais se dava com relação à família. 372

Segundo o civilista, com relação à família, era possível dividir as pessoas naturais em pais e filhos 373 e estes em filhos legítimos e ilegítimos. 374

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ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 316/319.

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ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 315.

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ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 315.

372

RIBAS, Antonio Joaquim. Curso de Direito Civil Brasileiro: Parte Geral. Tomo II. Rio de Janeiro: Tipografia Universal de Laemmert, 1865. p. 27.

373 RIBAS, Antonio Joaquim. Curso de Direito Civil Brasileiro: Parte Geral. Tomo II. Rio de Janeiro: Tipografia

Universal de Laemmert, 1865. p. 34.

374 RIBAS, Antonio Joaquim. Curso de Direito Civil Brasileiro: Parte Geral. Tomo II. Rio de Janeiro: Tipografia

121 Conselheiro Ribas ensinava que os filhos legítimos eram aqueles cujos pais estavam ligados pelo matrimônio, quer fosse este anterior ou posterior ao seu nascimento, e que os filhos ilegítimos eram aqueles cujos pais não estavam ligados pelo casamento, e podiam ser classificados por naturais ou espúrios. 375

Em seguida, o civilista ensinava que a adoção era uma das formas de se adquirir a filiação.

Conselheiro Ribas destacava: “Pela adopção e adrogação podem também adquirir a filiação pessoas que naturalmente a não têm.” 376

Portanto, pode-se afirmar por esta pequena referência à adoção que o civilista admitia a adoção de menores e de maiores ou emancipados e que, um dos requisitos para a prática da adoção era a inexistência de filiação.