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Lourenço Trigo de Loureiro nasceu em Portugal, em 1793. Quando da invasão francesa, Trigo de Loureiro foi obrigado a abandonar os estudos jurídicos em Coimbra e a se mudar para o Rio de Janeiro, o que ocorreu em 1810. Foi professor de Direito Civil na Faculdade de Direito de Recife, escreveu alguns livros e realizou algumas traduções. Morreu em 1870, próximo de completar setenta e sete anos. 331

Na segunda metade da década de 1830, a obra de Melo Freire intitulada Instituições de

Direito Civil Português, escrita em latim e adotada desde o início como compêndio nos

cursos jurídicos do Brasil, foi traduzida para o português e publicada em Pernambuco. Contudo, a obra traduzida logo se tornou uma raridade. 332

Em 1851, Trigo de Loureiro, então professor substituto da Academia Jurídica de Olinda, decidiu elaborar um compêndio para o ensino do Direito Civil. Baseou-se, então, nas

Instituições de Melo Freire, tendo sido a sua obra denominada: Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito Civil Lusitano do Exímio Jurisconsulto Português Pascoal José de Melo Freire, na parte compatível com as instituições de nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. 333

Sua obra teve sucessivas reedições. Giordano Bruno Soares Roberto esclarece que:

331 ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado

apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 152/162.

332 ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado

apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 166/170.

333 ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado

apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 166/170.

111 “Tanto a segunda edição, de 1857, como a terceira, cujo primeiro tomo saiu dos prelos em 1861 e o segundo em 1862, sofreram modificações. Naquela, destaca-se, no título, a supressão da referência à obra de Mello Freire.

Existem ainda outras duas edições da obra, uma de 1871, outra de 1884, ambas exatamente iguais à terceira, vez que realizadas depois da morte do autor.” 334

O compêndio de Direito Civil de Trigo de Loureiro foi oficialmente adotado nos cursos jurídicos brasileiros desde o início da década de 1850, tendo sido utilizado até o fim do período imperial. 335

Assim, importante se torna a análise de sua obra para demonstrar como o instituto da adoção era estudado à época.

Considerando que as Instituições de Direito Civil Brasileiro tiveram cinco edições, sendo as duas últimas idênticas à terceira, o referido estudo é baseado na primeira e na terceira edição da referida obra.

As Instituições de Direito Civil Brasileiro de Trigo de Loureiro estavam divididas em três partes: a que se referia às pessoas (Livro I), à que se referia às coisas (Livro II) e a que se referia às ações (Livro III). 336

A adoção era tratada no Livro I – do direito em relação às pessoas. Contudo, são relevantes algumas considerações acerca do direito sucessório dos filhos adotivos, tratado por Trigo de Loureiro no Livro II – do direito em relação às coisas.

Ao tratar do direito em relação às pessoas, Trigo de Loureiro ensinava que os homens se diferenciavam segundo o estado ou posição em que se encontravam.

Nesse sentido, conforme Trigo de Loureiro, não havia no Brasil a distinção das pessoas entre fidalgos, cavaleiros e plebeus. 337

334 ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado

apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 168/169.

335 ROBERTO, Giordano Bruno Soares. O Direito Civil nas academias jurídicas do Império. Tese de doutorado

apresentada ao Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Prof. Orientador Doutor César Augusto de Castro Fiúza. Belo Horizonte, 2008. p. 166/170.

336 Ressalte-se que essa divisão dos livros foi mantida em todas as edições, com a ressalva de que, na primeira

edição, o Livro III tinha como título: Das obrigações, pactos, convenções, quase-contratos e modos de dissolver

as obrigações. Ver: LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo II. Pernambuco: Tipografia da Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 120.

337 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito

Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo

112 Esta observação é relevante, pois, conforme destacado no capítulo anterior, antes da vigência da lei nº. 463, de 2 de setembro de 1847, fazia-se distinção entre os direitos sucessórios dos filhos naturais de nobres e plebeus, tendo esta lei refletido na regulamentação jurídica do instituto da adoção.

Trigo de Loureiro também ensinava que uma das distinções possíveis com relação às pessoas era a que as classificava em pais-famílias e filhos-famílias. 338

Conforme ensinava Trigo de Loureiro, os pais-famílias tinham o poder parental sobre os filhos-famílias. 339

Ensinava o civilista que esse poder parental ou pátrio poder competia apenas ao pai

340

, e a adoção era uma das formas de adquiri-lo.341

Na terceira edição das Instituições, Trigo de Loureiro esclarecia que a aquisição do pátrio poder era um dos efeitos da adoção. Conforme o civilista:

I. Pernambuco: Tipografia da Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 14.; LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições

de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo II. Pernambuco: Tipografia da

Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 49.

338 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito

Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo

I. Pernambuco: Tipografia da Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 14.; LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições

de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo II. Pernambuco: Tipografia da

Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 29/49.

339 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito

Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo

I. Pernambuco: Tipografia da Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 15.; LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições

de Direito Civil Brasileiro. Terceira edição. Mais correta e aumentada e oferecida a sua Majestade Imperial o

Senhor Dom Pedro II. Tomo I. Recife: Tipografia Universal, 1861. p. 49/50.

340 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito

Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo

I. Pernambuco: Tipografia da Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 17.; LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições

de Direito Civil Brasileiro. Terceira edição. Mais correta e aumentada e oferecida a sua Majestade Imperial o

Senhor Dom Pedro II. Tomo I. Recife: Tipografia Universal, 1861. p. 51.

341

LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito

Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo

I. Pernambuco: Tipografia da Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 25.; LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições

de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo II. Pernambuco: Tipografia da

113 “§88. Dos efeitos da adoção, e da arrogação.

(...)

I. O filho-famílias adotado por algum seu ascendente, v. g., por seu avó (adoptio

plena), fica sujeito ao pátrio poder do adotante, da mesma sorte, que o arrogado o

fica ao poder do arrogante, quer este seja seu ascendente, ou colateral, quer seja estranho; aquele porém que é adotado por parente colateral, ou por estranho (adoptio minus plena), continua a permanecer debaixo do pátrio poder de seu pai natural e legítimo, sem que adquira sobre ele algum poder o pai adotivo, ao qual todavia sucede abintestato; §. 2. Inst. D eadopt., L. 10 pr., e §§. 1 e 3, Cod eod., §. 6. Inst. De acquisit. Per arrogat.” 342

Nota-se que Trigo de Loureiro ensinava que apenas na adoção plena o adotante adquiria o pátrio poder sobre o adotado. Na adoção menos plena, segundo o civilista, o pai natural permanecia com o pátrio poder sobre o adotado. Era, portanto, aplicado o direito romano, que nesse sentido dispunha.

Na primeira edição das Instituições, Trigo de Loureiro ressaltava que a adoção, pelo direito romano, era também uma das formas de extinção do pátrio poder. 343

Em seguida, afirmava que, pelo direito pátrio, o poder paternal se dissolvia “como por Direito Romano”.344 Contudo, ao enumerar as formas de extinção do poder paternal pelo direito pátrio, omitia a adoção. 345

Já na terceira edição das Instituições, Trigo de Loureiro destacava que ocorria a extinção do pátrio poder pelo fato do pai se dar em adrogação ou pelo fato do pai dar seu filho em adoção ao avô paterno ou materno. 346

342 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro. Terceira edição. Mais correta e

aumentada e oferecida a sua Majestade Imperial o Senhor Dom Pedro II. Tomo I. Recife: Tipografia Universal, 1861. p. 85/86.

343 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito

Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo

I. Pernambuco: Tipografia da Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 39.

344 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito

Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo

I. Pernambuco: Tipografia da Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 39.

345

LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito

Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo

I. Pernambuco: Tipografia da Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 39/42.

346 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro. Terceira edição. Mais correta e

aumentada e oferecida a sua Majestade Imperial o Senhor Dom Pedro II. Tomo I. Recife: Tipografia Universal, 1861. p. 87.

114 Portanto, conforme Trigo de Loureiro, a adoção só não extinguia o pátrio poder do pai natural quando se tratasse de uma adoção menos plena.

Trigo de Loureiro esclarecia ainda que a adopção e a adrogação do direito romano estavam compreendidas no termo perfilhamento e que ambas foram recepcionadas pelo direito pátrio. 347

Segundo o civilista, seria um contra-senso o direito pátrio recepcionar apenas as

adopções, pois não havia razão para negar as adrogações a quem não tinha ascendentes nem

descendentes e não tinha mais esperança de ter filhos. Segundo o civilista:

“(...) conceder a adopção e negar a arrogação seria um grande contra-senso; porquanto não se conhece razão especial, pela qual concedendo-se ao que não tem ascendente, nem descendente algum, nem tem mais esperança de vir a ter um filho, atento a seu estado, ou avançada idade, a consolação de adotar filho, ou filha estranha; se lhe negue a consolação de adotar filho, ou filha estranha já emancipada no caso, que razões de amizade, gratidão, ou outras semelhantes determinem sua justa vontade de adotar antes um tal filho, ou filha, do que filho ou filha ainda sujeita ao poder de seu pai. 348

Nota-se que, conforme Trigo de Loureiro, era possível adotar menores e emancipados. Além disso, permanecia a exigência da inexistência de filhos e tanto homens quanto mulheres podiam praticar a adoção.

Constata-se ainda que, para Trigo de Loureiro, os filhos adotivos tinham os mesmos direitos dos filhos legítimos com relação aos pais adotantes, inclusive os direitos sucessórios. Conforme destacava:

347 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito

Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo

I. Pernambuco: Tipografia da Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 46/47.; LOUREIRO, Trigo de Loureiro.

Instituições de Direito Civil Brasileiro. Terceira edição. Mais correta e aumentada e oferecida a sua Majestade

Imperial o Senhor Dom Pedro II. Tomo I. Recife: Tipografia Universal, 1861. p. 98.

348 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito

Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo

I. Pernambuco: Tipografia da Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 46/47.; LOUREIRO, Trigo de Loureiro.

Instituições de Direito Civil Brasileiro. Terceira edição. Mais correta e aumentada e oferecida a sua Majestade

115 “(...) Sendo assim, temos que entre nós os direitos dos filhos adoptivos, e arrogados são os mesmos, que os dos filhos legítimos a respeito do pai ou mãe perfilhante; e consequentemente tais filhos sucedem na nobreza, e bens do pai, ou mãe perfilhante juntamente com os filhos legítimos, se depois os veio a ter, ou por si sós no caso contrário; princípio, que entre outros foi adotado no Código Civil Francês liv. 1. tit. 8. art. 350.” 349

Para Trigo de Loureiro, o direito do adotado de suceder ab intestato ao adotante era um dos efeitos da adoção. 350

O civilista ensinava que o filho adotivo e o filho arrogado sucediam ab intestato tanto ao pai adotivo quanto ao pai arrogante. 351

Entretanto, ensinava que o filho adotivo não podia suceder ab intestato à herança do adotante se, quando do falecimento deste, sobrevivesse-lhe algum legítimo ascendente que não houvesse consentido expressamente com a adoção. 352

Além disso, conforme Trigo de Loureiro, os filhos adotivos não sucediam à esposa do adotante se esta não tivesse consentido expressamente com a adoção. 353

Vale destacar também que, se depois da adoção o adotante tivesse algum filho legítimo, o filho adotivo concorreria com ele à sucessão do pai comum, salvo se fosse “emancipado por sentença judicial com prévio conhecimento de justa e legítima causa”, porque, segundo Trigo de Loureiro, a emancipação resolvia todos os direitos adotivos.354

349 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito

Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as instituições da nossa cidade, e aumentadas nos lugares competentes com a substância das leis brasileiras. Tomo

I. Pernambuco: Tipografia da Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 46/47.; LOUREIRO, Trigo de Loureiro.

Instituições de Direito Civil Brasileiro. Terceira edição. Mais correta e aumentada e oferecida a sua Majestade

Imperial o Senhor Dom Pedro II. Tomo I. Recife: Tipografia Universal, 1861. p. 98.

350 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro. Terceira edição. Mais correta e

aumentada e oferecida a sua Majestade Imperial o Senhor Dom Pedro II. Tomo I. Recife: Tipografia Universal, 1861. p. 85/86.

351 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro. Terceira edição. Mais correta e

aumentada e oferecida a sua Majestade Imperial o Senhor Dom Pedro II. Tomo I. Recife: Tipografia Universal, 1861. p. 85/86.

352 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro. Terceira edição. Mais correta e

aumentada e oferecida a sua Majestade Imperial o Senhor Dom Pedro II. Tomo I. Recife: Tipografia Universal, 1861. p. 82.

353 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro. Terceira edição. Mais correta e

aumentada e oferecida a sua Majestade Imperial o Senhor Dom Pedro II. Tomo I. Recife: Tipografia Universal, 1861. p. 82.

354 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro. Terceira edição. Mais correta e

aumentada e oferecida a sua Majestade Imperial o Senhor Dom Pedro II. Tomo I. Recife: Tipografia Universal, 1861. p. 82.

116 Trigo de Loureiro afirmava também a necessidade de confirmação das adoções pela justiça de primeira instância, de acordo com a lei de 22 de setembro de 1828, e destacava a exigência quando da confirmação da adoção do “expresso consentimento do adotando, ou de seu próprio pai, ou curador”, se ele fosse menor. 355

Pode-se dizer que esses foram os ensinamentos de Trigo de Loureiro a respeito da adoção.

Mas para finalizar, importante destacar alguns comentários de Trigo de Loureiro a respeito das legitimações e dos perfilhamentos que corroboram a afirmação realizada anteriormente de que a adoção, no século XIX, se restringiu ao ingresso de um estranho ou de um filho espúrio na família, ocultando-se neste último caso a ilegitimidade da filiação.

Conforme ensinava Trigo de Loureiro, os filhos legitimados por qualquer modo, quer fossem naturais, quer espúrios, gozavam todos dos mesmos direitos que os legítimos “no que pertence à Cidade, ou habilitação para os Empregos Públicos Civis, Políticos, e Militares, e no que respeita à nobreza dos pais, e dever destes de lhes darem alimentos”.356

Entretanto, o direito à sucessão ab intestato, segundo o civilista, apenas era deferida aos filhos legitimados pelo subsequente matrimônio, aos filhos naturais reconhecidos pelo pai por escritura pública lavrada antes do casamento do pai e aos filhos naturais reconhecidos em testamento desde que não existissem descendentes legítimos. 357

Assim, o direito à sucessão ab intestato à herança paterna não era deferido aos filhos espúrios 358 nem aos naturais reconhecidos posteriormente ao casamento do pai.

355 LOUREIRO, Lourenço Trigo de. Instituições de Direito Civil Brasileiro, Extraídas das Instituições de

Direito Civil Lusitano do Exímio Jurisconsulto Português Pascoal José de Mello Freire, na Parte Compatível com as Instituições da Nossa Cidade, e Aumentadas nos Lugares Competentes com a Substancia das Leis Brasileiras. Tomo I. Pernambuco: Tipografia da Viúva Roma & Filhos, 1851. p. 39.

356 LOUREIRO, Trigo de Loureiro. Instituições de Direito Civil Brasileiro, extraídas das Instituições de Direito

Civil Lusitano do exímio jurisconsulto português Paschoal José de Mello Freire, na parte compatível com as