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APÊNDICE REFERENTE AO QUADRO

No documento Revolução de 30: seminário internacional (páginas 148-151)

MOVIMENTOS MILITARES, 1 930-1 945

(Organizado por Lúcia Lahmeyer Lobo com a colaboração de Vanda M. Costa Aderaldo) Conforme indica o

Quadro 1 ,

os movimentos foram classificados em agitações, protestos e revoltas, de acordo com sua fonna e intensidadê. Procurou-se também, na medida do possível, determinar sua tendência política e identificar os principais responsáveis por sua articulação, Nos casos em que tal identificação não ficava clara nas fontes, ou quando era substancial a participação de civis, adotou·se a categoria residual de participação "mista",

A lista cronológica procurou ser pormenorizada. Nem todos os movimentos apresentados no Apêndice foram incsuídas no

Qy.adro 1 .

Os casos em que eventos relacionados separadamente fazem parte, na reasidade, de um movimento único, como tal foram computados. Os casos em que a evidência existente é muito fraca, podendo mesmo ser falsa, ou não é clara a natureza militar do movimento, não foram computados. Todos os eventos listados, mas não incluídos no

�ro

1 vão indicados com um asterisco.

Como cenamente haverá fontes a que não se teve acesso, a listagem que segue deve ser tomada como um primeiro esforço de mapear a atuação dos militares no perfodo, suscetível de correções e aperfeiçoamentos.

AGITAÇÕES

Out

1930

1 .

Nos meses que se seguem

à Revolução de 30,

surgem boatos de que o gen. Mena Barreto estaria liderando uma contra-revolução na guarnição militar carioca. KLINGER, B. ParaiÚl

e Desfile.

�, O Cruzeiro, 1 958. pp. 358-9.

2.

O gen. Valdomiro Lima é acusado pelo gen. Góis Monteiro de pretender implantar uma nova Junta Governativa da qual ele participasse.

Depoimento do gen. Góis Monteiro no processo de queixa-crime do gcn. Valdomiro Lima Agosto

1 937.

AN-GM

1931

1 .

Em fevereiro, há rumores sobre um golpe armado para depor o interventor do estado do Rio deJaneiro, Plínio de Castro Casado. Este sofreria a forte oposição oe

elementos revolucionários fluminenses e (eria sido nomeado por imposição da ala tenentista de Osvaldo Aranha.

CARONE, Edgar, A

República

Nova

( 1 930-37).

SP, DIFEL,

1 974.

p.

297.

2.

Em

24

de fevereiro, é firmado um "Pacto de Honra Secreto" que estabelece a união de oficiais revolucionários em tomo de Getúlio Vargas, com o objetivo de atender à necessidade de coesão das Forças Armadas e de reorganização do Exército. O pacto delega ao cap.Juarez Távora, gen. Leite deCastro e ten. ce!. Góis Monteiro plenos poderes de representação junto aos oficiais revolucionários das regiões nane, centro e sul. Dentre outra., medidas, propõe que todos os postoS militares de comando sejam preenchidos exclusivamente por oficiais revolucioná­ rios e que a comissão de promoções seja constituída por elementos de inteira confiança dos revolucionários. O pacto que é assinado pelos oficiais Góis Monteiro, Eduardo Gomes e outros, prevê a reforma administrativa do militar que trair o compromisso assumido.

Pacto de Honra. Absolutamente Secretou

24

de fevereiro de

1 931.

AN-GM.

3.

Em março, um tenente do Corpo de Aviação do Rio de Janeiro informa à Chefia de Policia gaúcha que o ministro da Guerra, gen. Leite de Castro, compareceu a uma reunião de militares em Niterói, na qual se conspirou COntra o

1 54

Seminário Internacional

governo. O mlOlstro declarou que o governo queria desprestigiá-lo, tendo solicitado a solidariedade dos presentes em qualquer emergência. O tenente­ aviador informa ainda que no Rio de Janeiro todo o Corpo de Aviação é getulista e parte da guarnição militar conspira. GV 3 1.03.20 .

• O Chefe de Polícia do Rio Grande do Sul recebe denúncias em março contra

oficiais, sargentos e comissionados que estariam conspirando para implantar uma ditadura militar sob a presidência do capo Juarez Távora ou capo João Albeno. A mesma denúncia é feita a Flores da Cunha por Raul PiJla, que citou entre os suspeitos os tenentes Amaro da Silveira, Barreto Viana, Sanabria, José Moura e Cunha, Villeroy França e outros. O delegado considera a denúncia infundada, atribuindo sua autoria a "perrepistas adesistas" da guerra, gen. Leite de Castro, GV

31. 03.20.

4.

Em abril, circula pelas guarnições gaúchas uma "Proclamação ao Exército" lançada por um " Comitê Revolucionário do Rio de Janeiro" . O manifesto pretende unir os "velhos" e "novos" oficiais revolucionários com o objetivo de instituir uma ditadura militar que vigore até a realização do programa revolucionário proposto. O programa considera a necessidade de união do Exército, afirmando que os países incultos como o Brasil, nos momentos de grandes remodelações, devem ser rutelados pelo Exército. Refere-se à ação maléfica da política regional, cujo propósito é fracionar as classes armaclás para assenhorar-se do país. Além de defender medidas políticas, econômicas e sociais como o regime parlamentar e os congressos témicos e a correção da politica que privilegia alguns estados em detrimento de outros e da União, o pacto atende a diversas demandas internas à organização. Segundo militares do Rio Grande, os emissários do Rio de Janeiro têm percorrido as guarniçôes federais buscando apoio para implantar a ditadura militar do ministro da Guerra com a possivel conivência do capo João Albeno. O comunicado fornecido à Policia gaúcha é de que o Rio Grande,ao contrário do Rio de Janeiro, é o grande obstáculo ao golpe. GV

3 1.05 . 1 7.

e GV 3 1 .06.01/1. • Em

18

d e agosto, o Partido Republicano Mineiro é responsabilizado pela tentativa de deposição de Olegário Maciel do governo estadual. Próceres do PRM como Artur Bernardes e Virgílio Melo Franco, em aliança com Osvaldo Aranha e Batista Luzardo, são acusados da iniciativa do golpe. Contudo, a participação do chefe do Governo Provisório nesse episódio é comprovada por ordem transmitida, através do ministro da Guerra, ao comandante do

12�

R.l. para assumir a interventoria. Com o apoio da Força Pública, controlada pelo secretário de Interior e Justiça, Gustavo Capanema, Olegário Maciel repele o golpe.

BK

3 1.09.02,

Aluisio Leite Guimarães,

Depoimtmto

(Rio de Janeiro, CPDOC,

1977)

(mimeo) e Discurso de Aluisio L. Guimarães na Assembléia Legislativa de Minas Gerais em setembro de

1935 .

• Carta anônima de

3 1 de agosto enviada a Osvaldo Aranha informa que os

A Revolução de

30

155

estão indignados com a possibilidade de o Governo Provisório diminuir o efetivo da Força Pública e desarmá-Ia. Buscam a adesão de São Paulo e Pernambuco e o apoio de outros estados para protestarem caso o Governo Provisório resolva destituir o governador,já tendo a Força Pública ocupado os principais pontos das estradas, a fim de impedir a entrada das forças federais na capital. Em setembro, a Polícia do Distrito Federal é informada de que autoridades mineiras tomam medidas de caráter militar através da criação de dois novos batalhões de Policia, abertura do alistamento militar, treinamento de novos reservistas e constante movimento de tropas e armamento. Segundo o comunicado, o

12?

R.I., do Exército não está convenientemente preparado para resistir a um ataque das forças militares estaduais. OA

3 1 .08.31

e OA

3 1 .09.18/1 1 .

5.

Em setembro, praças d a Força Pública do Paraná, sob o comando d e sargentO, tentam sublevar-se. Tinham por objetivo assaltar o cofre da Força Pública e eliminar os oficiais que oferecessem resistência. Pretendiam marchar para o interior do estado, saqueando as coletorias locais. OA

31 .09.2517.

6.

Em outubro, um movimento promovido por oficiais do Exército contrários aos oficiais revolucionários combate a participação politica de militares. O programa de ação lançado no folheto "União da Classe Militar" propõe que os oficiais atraidos por ocupações politicas retomem às suas funções para que se restabeleça a coesão das Forças Armadas. A partir do lema "Paz, União e Trabalho", os oficiais signatários comprometem-se a lutar pela dedicação profissional de todos e pela disciplina em qualquer nível hierárquico, divulgando publicamente o movimen­ to. A

27

de novembro, em entrevista à imprensa, o gen. Mena Barreto confirma a existência de um documento de apoio ao movimento, elaborado por alguns generais, entre os quais se inclui, na companhia de Panta1eão Teles Ferreira e de Benoldo Klinger. Majores e capitães reúnem-se com o ministro da Guerra para dar uma explicação sobre o apelo que fizeram aos generais no sentido de que apoiassem a união da classe militar. Segundo o gen. Klinger, o tenentismo responde ao movimento através de discretas ameaças, transferências e preterições

nas promoções, além de ostensivas promessas de vantagens para os que desistissem. BK

3 1 . 1 1 . 1 4

e BK

3 1 . 1 1 .28.

No documento Revolução de 30: seminário internacional (páginas 148-151)

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