1932
I . Logo após um levante de sargentos ocorrido no
1 8�
BC de Mato Grosso, é descoberta uma conspiração de sargentos, marcada para eclodir em maio, com o objetivo de obter melhorias para a classe. A noticia é dada por boletim do comandante da Circunscrição, gen. Bertoldo Klinger, que informa ter sido apreendida correspondência anônima do Rio Grande do Sul destinada a um dos corpos de tropa paulista A correspondência anuncia que os sargentos estão organizados e articulados com uma das facções politicas gaúchas, indicando um1 56
Seminário Internacionalprofundo ódio pelos sargentos comissionados em tenentes, denominados " sar gentos melhorados" .
Ver
Revoltas
n!\;1
e 2. BK32.04.02.
2.
Em final de maio, possivelmente Valder de Lima Sarmanho, Luis Aranha e Flores da Cunha comentam, em palestra telegráfica, que sargentos comunistas vinham sendo aliciados pelo ex-deputado Azevedo Lima a fim de promover com "políticos decaldos" do Distrito Federal um golpe contra o governo. Os conspiradores contavam com a adesão de tenentes, em vinude de centenas deles terem sido presos pelo ministro da Guerra, não tendo, contudo, nenhum deles se vinculado ao movimento. Pensavam obter para o Distrito Federal uma solução semelhante a do "caso paulista", que foi resolvido com a nomeação de um interventor civil e natural do estado. Segundo as declarações dos conspiradores, eles não se opunham ao governo, sendo suas manifestações contrárias ao ministro da Guerra. OA32.05.27/5.
3.
Em junho, o interventor gaúcho comunica que há possibilidade de explodir um movimento militar no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul contra a permanência do gen. Leite de Castro no Ministério da Guerra OA32.06.24/1 .
4 .
Avisos de várias procedências informam a respeito de u m movimento de sargentos, oficiais e comandantes de alguns corpos que pretendem garantir a permanência do ministro da Guerra e, caso necessário, depor o chefe do Governo Provisório. Segundo Osvaldo Aranha, a situação é grave e a1
� Região Militar se encontra em rigorosa prontidão. OA 32.06.27/7, OA 32.06.28/6 e OA 32.06.29/2.5.
O comandante do encouraçadoSão Paulo,
capitão-de-mar-e-guerra Carlos Augusto Gaston Lavigne, declara ter havido a bordo deste navio, em agosto, uma "tentativa de comunismo". Do inquérito abeno resultou a expulsão de seis praças da Marinha.IPM. Ourubro de 1 932. TestemunhaCap. M.G.C.A. Gaston Lavigne. Gaveta
1 552,
Gabinete do Ministro. AM.Policia do Distrito Federal.
26
de março de1936.
Gaveta1 550,
Gabinete do Ministro. AM6.
Um marinheiro é preso por se achar envolvido em movimento comunista a bordo do encouraçadoMinas Gerais.
Polícia do Distrito Federal.
26
de março de1 936.
Gaveta1550,
Gabinete do Ministro. AM.7. Militar"s e civis, exilados por terem participado da Revolução Paulistade julho, articulam a reorganização do movimento constitucionalista. Em Lisboa, 34 militares delegam a um "Conselho de Generais" poderes para conduzir o movimento. Planeja-se a criação de um "Comitê Organizador" 1 sediado em
A Revolução de
30
157
Buenos Aires, com um representante dos militares. O movimento armado deverá irromper no Rio Grande do Sul e ser secundado por São Paulo, provavelmente durante as eleições da Constituinte. Cerca de 80 oficiais do Exército em São Paulo ofereceram-se para cooperar no programa de ação. O ten. Severino Sombra procura convencer os conspiradores da importância de envolver o Norte no movimento. Participam ativamente das articulações, dentre outros militares, o gen. Bertoldo Klinger e os coronéis Euclides de Figueiredo, Palimércio Rezende e Basílio Taborda. BK32. 1 2 . 1 9, BK 32. 1 2.20 e BK 32.00.00/
I . Cartas de Sociedade etc,1 933. 1 5 de fevereiro de 1 933.
Gaveta2346. Gabinete do Ministro. AM.
1933
• Militares e civis exilados prosseguem na articulação do movimento constitucio
nalista, que conta com a participação de elementos de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Os conspiradores do sul do país e do exílio divergem profundamente quanto
à escolha do chefe do movimento,
dividindo-se as opiniões em torno do ceI. Euclides de Figueiredo, ccl. Basílio Taborda e gen. Bertoldo Klinger. Em novembro, fundam a "Ação Nacional Constitucionalista", com o objet.ivo de garantir o funcionamento da Assembléia e impedir a eleição de Getúlio Vargas para a Presidência da República. O movimento procura obter a adesão de oficiais revolucionários descontentes com o governo, esperando fortalecer-se a partir do retomo ao país dos oficiais anistiados. Capitães e oficiais subalternos mantêm estreita ligação com os coronéis Lima e Silva, Sampaio e Leitão de Carvalho. Discute-se a validade de incorporar à.. Ação Constitucionalista" o movimento de sargentos que pretende o restabeleci
mento da Constituição de
1891.
Essa possibilidade encontra forte oposição do gen. Bertoldo Klinger. BK33.03. 1 1 , BK 33.03.18, BK 33.04 . 1 4,
BK 33.07.07, BK33. 1 1 .01
e BK 33. 1 1 .25.I. No I? semestre, o ministro da l\.larinha recebe adenúnciade um suboficiaJ de que um grupo de sargentos projeta um asssalto à sede integralista na Ilha do Go· vernador.
IPM. SO Floriano Sales de Souza.
1 9 de dezembro de 1 935.
p. 3. AM.2.
Uma "Circular Secreta" dirigida aos sargentos do Exército propõe um levante para o dia 6 de setembro, a fim de impor a concessão de vantagens para a classe. A entidade organizadora do movimento, representando4 1 2
associados, estabelece como principais reivindicações: a criação de um quadro de subo6ciais, em substituição aos postos de sargentos; o aumento de vencimentos; a reintegração de todos os sargentos excluldos depois de I � de junho, por terem prestado solidariedade à entidade e por motivos que não desabonem sua conduta moral. São previstas algumas vantagens para as praças do Exército e das milicias estaduais que participem do levante. As instruções para o levante determinam a prisão de oficiais que não sejam solidários com os sargentos e que se evite o choque com os adversários.158
Seminário InternacionalCircular Secreta.
1 933.
AGM·AN.Relatório do capo Silva Barros ao gen. Daltro Filho.
24
de fevereiro de1934.
AGM·AN.
Correspondência do ministro da Guerra.
4
de janeiro de1 937.
AEx.3.
Em setembro, são fornecidos a Danton Coelho detalhes sobre uma conspiração que teria por finalidade deflagrar um movimento armado de caráter nacional, envolvendo militares e civis de diversas correntes politicas. Participam de reuniões, em Niterói e no Rio, comunistas da Marinha de Guerra e Mercante, da estiva e do Centro Comunista carioca, inferiores do Exército representantados por dois sargentos e oficiais e elementos da Polícia Militar. Os partidos gaúchos, Libertador e Republicano e o PNT se fazem representar em reunião realizada no Rio de Janeiro. São acusados de estarem conspirando os generais Valdomiro Lima e Daltro Filho, Etchegoyen, o chefe de Polícia e Gustavo Capanema, dentre muitos outros.4. O comandante da 4� Região Militar é informado pelo Catete de um movimento marcado para
1 9
de setembro no1O�
e12?
Regimentos de Infantaria do Exército em Minas Gerais, provavelmente promovido por sargentos. G e C33.09.02.
5.
Em20
de outubro, há informações de que Bias Fortes, Negrão de Lima, Virgílio de Melo Franco e Djalma Pinheiro Chagas articulam com os oficiais um movimento da Força Pública de Minas Gerais em reação ao acordo que tomou aForça Pública dependente do Exército. G e C
33.09.02.
6.
Em carta ao gen. Bertoldo Klinger, o ten. Adacto Pereira de Melo comunica em novembro que sargentos do Exército e Marinha, contando com a adesão da Polícia e Bombeiros, articulam um movimento armado para restabelecer a Constituição de1891,
moralizar o regime e evitar o surto comunista. O programa de ação do movimento apresenta basicamente refennas de caráter assistencial e econômico. As demandas internasà
organização militar dizem respeito aos vencimentos, restriçãoà
perda de patente de oficiais e extensão do direito de voto ás praças de pré. Uma junta Governativa composta por um general, um almirante e um jurista seria encarregada de proceder ás eleições para a Presidência da República eà
formação dos Congressos. Os sargentos envolvidos na conspiração procuram entrar em contato com os militares constitucionalistas através dos tenentes Agildo Barata e Adacto Pereira de Melo, representantes dessa corrente. BK
33. 1 1 .0 I .
7 .
O gen. Bertoldo Klinger é informado pelo ten. Adacto Pereira de Melo que conspiram abertamente em prol de uma ditadura militar duradoura parte dos "oficiais modernos", os revolucionários de1930
(rabanetes) desgostosos com a situação e a grande maioria dos "revolucionários autênticos" (picolés). Possuem como chefes os generais Manuel Rabelo (apesar das criticas ao seu programa positivista), Valdomiro Lima, Daltro Filho, Guedes da Fontoura, comandante deA Revolução de 30 159 Brigada da 2� RM em São Paulo e, possivelmente, o gen. Góis Monteiro. Comissõés de picolés, orientados pelo ten. Valter Pompeu, procuram atrair os militares constitucionalistas para o seu movimento, acenando-lhes com a anistia e a coesão do Exército. BK 33. 1 1 .01.
8. O inspetor do Arsenal de Marinha de Ladário informa ao chefe do Estado Maior da Armada que o sul de Mato Grosso prepara um movimento de caráter separatista, no qual encontram-se envolvidos oficiais do Arsenal da Marinha e do navio Oyapcck.
Cartas recebidas e expedidas do Ministério da Justiça, 1 933. 5 de dezembro de 1933, gaveta 2346, Gabinete do Ministro. AM.
1934
1 . A corrente de militares constitucionalistas defronta-se com o problema de politicos aliados aderirem ao governo e de militares da corrente empenharem-se em "lutas estéreis". O ten. Adacto Pereira de Melo elabora um plano de ação para o caso de a Assembléia Constituinte não levar o pais ao regime legal. O plano prevê o estabelecimento de uma Junta Governativa militar que procederá
à
remodelação do alistamento e das eleições até a instalação da nova Assembléia. Com este objetivo, os oficiais constitucionalistas procuraram manter-se unidos e atrair outras correntes militares. inclusive a dos "revolucionários autênticos". A colaboração do meio civil será buscada através das organizações jovens fundadas em vários estados, a exemplo da Federação de Voluntários de São Paulo, e das forças políticas que apoiaram a Revolução de 1932. Estão integrados na corrente quase todos os sargentos das guarnições do none, que são francamente anti-Góis. O teo. Adacto afirma que os conspiradores mantêm estreito contato com os sargentos, com o objetivo de controlar seus impulsos de subversão. O movimento conta no Rio Grande do Sul com o apoio de corpos do Exército e da Brigada. A chegada de oficiais anistiados ao Rio Grande favorecerá a conspiração. BK 34.01 . 1 5, BK 34.03.26 e BK 34.03.29.2. Sargentos e cabos dos quartéis de São Paulo aniculam um levante de caráter comunista para o início de março. A Delegacia de Ordem Política e o capitão do Exército encarregado de averiguar a conspiração, através de agentes infiltrados nas unidades militares, descobrem que o movimento conta com a adesão da Força Pública e de grande parte do proletariado, irradiando-se pelos estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Os conspiradores planejam, após o assassinato de autoridades civis e militares do estado e a orupação de locais estratégicos, assumir o comando das unidades e designar representantes para os cargos administrativos. Um dos sargentos envolvidos anuncia que será o Fulgêncio Baústa brasileiro, numa alusão ao recente movimen to cubano liderado por este sargento. Relatório do capo Silva Barros ao gen. Daltro Filho. 24 de fevereiro de 1934. AN-GM.
160
Seminário Internacional
• O ten. Oelfino Rezende escreve ao gen. Benoldo Klinger sobre urna conspiração
descobena em Minas Gerais de oficiais e comandantes da Força Pública com
Virgílio de Melo Franco e Bias Fones. São reformados
20coronéis e tenentes
coronéis e dez
ma
jores. BK
34.03.26.3.
Segundo o ten. Oelfino Rezende, o gen. Tourinho e o capo Mena Barreto
lideram no Paraná uma conspiração para depor o interventor do estado.
Representantes destes elementos propõem à corrente constitucionalista uma ação
conjunta. BK 34.03.26.
4.