• Nenhum resultado encontrado

KLlNGER, Bertoldo Narrativas autobiográficas RJ, O Cruzeiro, 1951 v 6 p 150.

No documento Revolução de 30: seminário internacional (páginas 151-156)

1932

I . Logo após um levante de sargentos ocorrido no

1 8�

BC de Mato Grosso, é descoberta uma conspiração de sargentos, marcada para eclodir em maio, com o objetivo de obter melhorias para a classe. A noticia é dada por boletim do comandante da Circunscrição, gen. Bertoldo Klinger, que informa ter sido apreendida correspondência anônima do Rio Grande do Sul destinada a um dos corpos de tropa paulista A correspondência anuncia que os sargentos estão organizados e articulados com uma das facções politicas gaúchas, indicando um

1 56

Seminário Internacional

profundo ódio pelos sargentos comissionados em tenentes, denominados " sar­ gentos melhorados" .

Ver

Revoltas

n!\;

1

e 2. BK

32.04.02.

2.

Em final de maio, possivelmente Valder de Lima Sarmanho, Luis Aranha e Flores da Cunha comentam, em palestra telegráfica, que sargentos comunistas vinham sendo aliciados pelo ex-deputado Azevedo Lima a fim de promover com "políticos decaldos" do Distrito Federal um golpe contra o governo. Os conspiradores contavam com a adesão de tenentes, em vinude de centenas deles terem sido presos pelo ministro da Guerra, não tendo, contudo, nenhum deles se vinculado ao movimento. Pensavam obter para o Distrito Federal uma solução semelhante a do "caso paulista", que foi resolvido com a nomeação de um interventor civil e natural do estado. Segundo as declarações dos conspiradores, eles não se opunham ao governo, sendo suas manifestações contrárias ao ministro da Guerra. OA

32.05.27/5.

3.

Em junho, o interventor gaúcho comunica que há possibilidade de explodir um movimento militar no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul contra a permanência do gen. Leite de Castro no Ministério da Guerra OA

32.06.24/1 .

4 .

Avisos de várias procedências informam a respeito de u m movimento de sargentos, oficiais e comandantes de alguns corpos que pretendem garantir a permanência do ministro da Guerra e, caso necessário, depor o chefe do Governo Provisório. Segundo Osvaldo Aranha, a situação é grave e a

1

� Região Militar se encontra em rigorosa prontidão. OA 32.06.27/7, OA 32.06.28/6 e OA 32.06.29/2.

5.

O comandante do encouraçado

São Paulo,

capitão-de-mar-e-guerra Carlos Augusto Gaston Lavigne, declara ter havido a bordo deste navio, em agosto, uma "tentativa de comunismo". Do inquérito abeno resultou a expulsão de seis praças da Marinha.

IPM. Ourubro de 1 932. TestemunhaCap. M.G.C.A. Gaston Lavigne. Gaveta

1 552,

Gabinete do Ministro. AM.

Policia do Distrito Federal.

26

de março de

1936.

Gaveta

1 550,

Gabinete do Ministro. AM

6.

Um marinheiro é preso por se achar envolvido em movimento comunista a bordo do encouraçado

Minas Gerais.

Polícia do Distrito Federal.

26

de março de

1 936.

Gaveta

1550,

Gabinete do Ministro. AM.

7. Militar"s e civis, exilados por terem participado da Revolução Paulistade julho, articulam a reorganização do movimento constitucionalista. Em Lisboa, 34 militares delegam a um "Conselho de Generais" poderes para conduzir o movimento. Planeja-se a criação de um "Comitê Organizador" 1 sediado em

A Revolução de

30

157

Buenos Aires, com um representante dos militares. O movimento armado deverá irromper no Rio Grande do Sul e ser secundado por São Paulo, provavelmente durante as eleições da Constituinte. Cerca de 80 oficiais do Exército em São Paulo ofereceram-se para cooperar no programa de ação. O ten. Severino Sombra procura convencer os conspiradores da importância de envolver o Norte no movimento. Participam ativamente das articulações, dentre outros militares, o gen. Bertoldo Klinger e os coronéis Euclides de Figueiredo, Palimércio Rezende e Basílio Taborda. BK

32. 1 2 . 1 9, BK 32. 1 2.20 e BK 32.00.00/

I . Cartas de Sociedade etc,

1 933. 1 5 de fevereiro de 1 933.

Gaveta

2346. Gabinete do Ministro. AM.

1933

• Militares e civis exilados prosseguem na articulação do movimento constitucio­

nalista, que conta com a participação de elementos de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Os conspiradores do sul do país e do exílio divergem profundamente quanto

à escolha do chefe do movimento,

dividindo-se as opiniões em torno do ceI. Euclides de Figueiredo, ccl. Basílio Taborda e gen. Bertoldo Klinger. Em novembro, fundam a "Ação Nacional Constitucionalista", com o objet.ivo de garantir o funcionamento da Assembléia e impedir a eleição de Getúlio Vargas para a Presidência da República. O movimento procura obter a adesão de oficiais revolucionários descontentes com o governo, esperando fortalecer-se a partir do retomo ao país dos oficiais anistiados. Capitães e oficiais subalternos mantêm estreita ligação com os coronéis Lima e Silva, Sampaio e Leitão de Carvalho. Discute-se a validade de incorporar à

.. Ação Constitucionalista" o movimento de sargentos que pretende o restabeleci­

mento da Constituição de

1891.

Essa possibilidade encontra forte oposição do gen. Bertoldo Klinger. BK

33.03. 1 1 , BK 33.03.18, BK 33.04 . 1 4,

BK 33.07.07, BK

33. 1 1 .01

e BK 33. 1 1 .25.

I. No I? semestre, o ministro da l\.larinha recebe adenúnciade um suboficiaJ de que um grupo de sargentos projeta um asssalto à sede integralista na Ilha do Go· vernador.

IPM. SO Floriano Sales de Souza.

1 9 de dezembro de 1 935.

p. 3. AM.

2.

Uma "Circular Secreta" dirigida aos sargentos do Exército propõe um levante para o dia 6 de setembro, a fim de impor a concessão de vantagens para a classe. A entidade organizadora do movimento, representando

4 1 2

associados, estabelece como principais reivindicações: a criação de um quadro de subo6ciais, em substituição aos postos de sargentos; o aumento de vencimentos; a reintegração de todos os sargentos excluldos depois de I � de junho, por terem prestado solidariedade à entidade e por motivos que não desabonem sua conduta moral. São previstas algumas vantagens para as praças do Exército e das milicias estaduais que participem do levante. As instruções para o levante determinam a prisão de oficiais que não sejam solidários com os sargentos e que se evite o choque com os adversários.

158

Seminário Internacional

Circular Secreta.

1 933.

AGM·AN.

Relatório do capo Silva Barros ao gen. Daltro Filho.

24

de fevereiro de

1934.

AGM·AN.

Correspondência do ministro da Guerra.

4

de janeiro de

1 937.

AEx.

3.

Em setembro, são fornecidos a Danton Coelho detalhes sobre uma conspiração que teria por finalidade deflagrar um movimento armado de caráter nacional, envolvendo militares e civis de diversas correntes politicas. Participam de reuniões, em Niterói e no Rio, comunistas da Marinha de Guerra e Mercante, da estiva e do Centro Comunista carioca, inferiores do Exército representantados por dois sargentos e oficiais e elementos da Polícia Militar. Os partidos gaúchos, Libertador e Republicano e o PNT se fazem representar em reunião realizada no Rio de Janeiro. São acusados de estarem conspirando os generais Valdomiro Lima e Daltro Filho, Etchegoyen, o chefe de Polícia e Gustavo Capanema, dentre muitos outros.

4. O comandante da 4� Região Militar é informado pelo Catete de um movimento marcado para

1 9

de setembro no

1O�

e

12?

Regimentos de Infantaria do Exército em Minas Gerais, provavelmente promovido por sargentos. G e C

33.09.02.

5.

Em

20

de outubro, há informações de que Bias Fortes, Negrão de Lima, Virgílio de Melo Franco e Djalma Pinheiro Chagas articulam com os oficiais um movimento da Força Pública de Minas Gerais em reação ao acordo que tomou a

Força Pública dependente do Exército. G e C

33.09.02.

6.

Em carta ao gen. Bertoldo Klinger, o ten. Adacto Pereira de Melo comunica em novembro que sargentos do Exército e Marinha, contando com a adesão da Polícia e Bombeiros, articulam um movimento armado para restabelecer a Constituição de

1891,

moralizar o regime e evitar o surto comunista. O programa de ação do movimento apresenta basicamente refennas de caráter assistencial e econômico. As demandas internas

à

organização militar dizem respeito aos vencimentos, restrição

à

perda de patente de oficiais e extensão do direito de voto ás praças de pré. Uma junta Governativa composta por um general, um almirante e um jurista seria encarregada de proceder ás eleições para a Presidência da República e

à

formação dos Congressos. Os sargentos envolvidos na conspiração procuram entrar em contato com os militares constitucionalistas através dos tenentes Agildo Barata e Adacto Pereira de Melo, representantes dessa corrente. BK

33. 1 1 .0 I .

7 .

O gen. Bertoldo Klinger é informado pelo ten. Adacto Pereira de Melo que conspiram abertamente em prol de uma ditadura militar duradoura parte dos "oficiais modernos", os revolucionários de

1930

(rabanetes) desgostosos com a situação e a grande maioria dos "revolucionários autênticos" (picolés). Possuem como chefes os generais Manuel Rabelo (apesar das criticas ao seu programa positivista), Valdomiro Lima, Daltro Filho, Guedes da Fontoura, comandante de

A Revolução de 30 159 Brigada da 2� RM em São Paulo e, possivelmente, o gen. Góis Monteiro. Comissõés de picolés, orientados pelo ten. Valter Pompeu, procuram atrair os militares constitucionalistas para o seu movimento, acenando-lhes com a anistia e a coesão do Exército. BK 33. 1 1 .01.

8. O inspetor do Arsenal de Marinha de Ladário informa ao chefe do Estado­ Maior da Armada que o sul de Mato Grosso prepara um movimento de caráter separatista, no qual encontram-se envolvidos oficiais do Arsenal da Marinha e do navio Oyapcck.

Cartas recebidas e expedidas do Ministério da Justiça, 1 933. 5 de dezembro de 1933, gaveta 2346, Gabinete do Ministro. AM.

1934

1 . A corrente de militares constitucionalistas defronta-se com o problema de politicos aliados aderirem ao governo e de militares da corrente empenharem-se em "lutas estéreis". O ten. Adacto Pereira de Melo elabora um plano de ação para o caso de a Assembléia Constituinte não levar o pais ao regime legal. O plano prevê o estabelecimento de uma Junta Governativa militar que procederá

à

remodelação do alistamento e das eleições até a instalação da nova Assembléia. Com este objetivo, os oficiais constitucionalistas procuraram manter-se unidos e atrair outras correntes militares. inclusive a dos "revolucionários autênticos". A colaboração do meio civil será buscada através das organizações jovens fundadas em vários estados, a exemplo da Federação de Voluntários de São Paulo, e das forças políticas que apoiaram a Revolução de 1932. Estão integrados na corrente quase todos os sargentos das guarnições do none, que são francamente anti-Góis. O teo. Adacto afirma que os conspiradores mantêm estreito contato com os sargentos, com o objetivo de controlar seus impulsos de subversão. O movimento conta no Rio Grande do Sul com o apoio de corpos do Exército e da Brigada. A chegada de oficiais anistiados ao Rio Grande favorecerá a conspiração. BK 34.01 . 1 5, BK 34.03.26 e BK 34.03.29.

2. Sargentos e cabos dos quartéis de São Paulo aniculam um levante de caráter comunista para o início de março. A Delegacia de Ordem Política e o capitão do Exército encarregado de averiguar a conspiração, através de agentes infiltrados nas unidades militares, descobrem que o movimento conta com a adesão da Força Pública e de grande parte do proletariado, irradiando-se pelos estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Os conspiradores planejam, após o assassinato de autoridades civis e militares do estado e a orupação de locais estratégicos, assumir o comando das unidades e designar representantes para os cargos administrativos. Um dos sargentos envolvidos anuncia que será o Fulgêncio Baústa brasileiro, numa alusão ao recente movimen­ to cubano liderado por este sargento. Relatório do capo Silva Barros ao gen. Daltro Filho. 24 de fevereiro de 1934. AN-GM.

160

Seminário Internacional

• O ten. Oelfino Rezende escreve ao gen. Benoldo Klinger sobre urna conspiração

descobena em Minas Gerais de oficiais e comandantes da Força Pública com

Virgílio de Melo Franco e Bias Fones. São reformados

20

coronéis e tenentes­

coronéis e dez

m

a

jor

es. BK

34.03.26.

3.

Segundo o ten. Oelfino Rezende, o gen. Tourinho e o capo Mena Barreto

lideram no Paraná uma conspiração para depor o interventor do estado.

Representantes destes elementos propõem à corrente constitucionalista uma ação

conjunta. BK 34.03.26.

4.

Um movimento de sargentos, reunindo cerca de dez mil homens,pretende a

melhoria da classe.

O grupo é orientado por advogados, talvez de "idéias sociais

avançadas". Os conspiradores

afirmam não ser

intenção do movimento imitar

Cuba, d

ese

j

an

do enurar

em

contato

com militares constitucionalistas. O

ten.

oelfino de Rezende é favorável à ligação de oficiais da corrente constitucionalista

No documento Revolução de 30: seminário internacional (páginas 151-156)

Outline

Documentos relacionados