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4.1 APRENDIZAGEM NOS NÍVEIS INDIVIDUAL E GRUPAL

4.1.1 Aprendizagem predominantemente em nível individual

4.1.1.3 Aprendizado a partir de práticas formais

A aprendizagem formal é normalmente promovida pela organização, em sala de aula e demasiadamente estruturada (MARSICK; WATKINS, 1990). A aprendizagem formal também se refere à ocorrência de aprendizagem em estabelecimentos ou em eventos organizados e estruturados para isso (BORGES-ANDRADE et al., 2006). Da aprendizagem

individual, outra categoria que emergiu foi o aprendizado a partir de práticas formais, no qual os treinamentos ajudam a aprender. Estes treinamentos ajudam a aprender principalmente pela troca de experiências entre os agentes durante o evento.

Dos doze respondentes sobre esta questão, um agente disse não ter recebido treinamento (Agente 02 da IES B) e outro agente disse ter recebido apenas orientações antes de ir a campo. Os demais informaram ter tido treinamentos logo que foram contratados, o que é repetido e mantido periodicamente por meio das reuniões mensais onde dúvidas podem ser esclarecidas. O Agente 04 da IES D disse “a gente teve uns cursinhos, mas na rua é totalmente diferente”. Também foi abordado o fato de ter havido treinamento para utilização do sistema de lançamento dos cadastros e dos diagnósticos das empresas. O Agente 07 salientou o apoio da IES B e do SEBRAE para o seu aprendizado.

De acordo com o relatado nas respostas obtidas, o acesso ao material do agente, há os treinamentos de equipe, tanto com a coordenação quanto com o pessoal do SEBRAE, para incrementar a aprendizagem dos agentes.

Que a gente tem treinamento das ferramentas, abordagem, teve desde que eu entrei no projeto no terceiro ano, então a gente teve treinamento, então a gente procura aplicar no dia a dia a partir das ferramentas passadas pra nós (AGENTE 04 IES C).

[...] contribuem bastante porque passam as ideias iniciais do que era o projeto, no momento inicial do treinamento, para que com o tempo, que a gente fosse aplicando o projeto em si, participando do projeto, tivesse um desenvolvimento maior da aprendizagem (AGENTE 05 IES B).

[...] quando a gente ingressa, ele faz o treinamento de toda a metodologia do projeto que é essencial, fundamental. E durante o projeto são feitas as reuniões e algumas capacitações de como atender melhor, numa questão até de motivação porque o projeto é bem, tu recebe muito não dos empresários, então tu tem que estar motivado, então acho que essas capacitações são muito importantes para o agente conseguir realizar o trabalho com sucesso (MONITOR, IES C).

[...] a gente tem um treinamento de início, eu tive com o professor e recentemente eu tive um no SEBRAE que me auxiliaram bastante e depois é a tua forma de trabalhar mesmo, eles te dão o suporte, o material, e você como estudante, como funcionário e agente do projeto tem essa responsabilidade, esse desafio de desenvolver todo esse planejamento, essa abordagem, todo esse trabalho (AGENTE 11, IES A).

A aprendizagem formal no ambiente organizacional recorre a atividades de aprendizagem intencionalmente construídas e habitualmente desenvolvidas pela área de recursos humanos e também apresenta em algumas situações o caráter de experiência. Essas atividades de desenvolvimento formal são compostas por educação continuada, treinamento e educação básica, cursos de especialização, mestrado profissional, seminários e workshops, por

exemplo (DUTRA, 2001). O treinamento geralmente acontece em seminários ou em palestras expositivas, para suprir lacunas de aprendizagem dos treinados (DOS-SANTOS et al., 2013).

Quanto a aprendizagem formal, também foi citado o curso de graduação, pois foi relatada a importância da aprendizagem acadêmica na qual foi explicitada a relevância da teoria por fundamentar as atividades do agente de orientação empresarial, conforme a seguir:

Então a gente tem as cadeiras da faculdade que falam muito de cenário atual, de política, economia, instabilidade. Então com o projeto a gente consegue vivenciar isso, então a gente chega lá no mercadinho e conversa com a pessoa e ela te fala: “no ano passado eu tinha oito funcionários, hoje eu estou trabalhando com dois”. Assim tu vê o cenário atual na vida, na realidade [...]então tu vê assim o que tu aprende em sala de aula, tu vê na rua, isso o projeto negócio a negócio ajuda bastante, é uma realidade que vem ao encontro do universitário (AGENTE 07 IES B).

Acredito que no próprio curso, como eu faço administração, então tem total relação com o trabalho e a troca com os empresários. Eu já tinha essa experiência profissional anterior e o próprio curso que eu faço me ajuda (AGENTE 01 IES A).

Uma forma de aprendizagem individual fornecida formalmente pela coordenação da IES D é o acompanhamento do coordenador, para esclarecimento de dúvidas, nas visitas, quando necessário, o que é uma exceção de acordo com o verificado nas outras IES pesquisadas.

Na medida em que precisarem qualquer auxílio, a gente recorre, o professor acompanha, se for possível a gente marca com ele, ele vai, tira mais dúvidas. Tudo bem minucioso a gente procura fazer. Com certeza, o professor está sempre à disposição, a gente liga, bem tranquilo, a gente combina, marca se precisar. Ele faz o acompanhamento, ele já fez bastante comigo. Ah, é uma bagagem e tanto, não tem preço, isso aí, o conhecimento é. É um exemplo o professor aqui, nossa (AGENTE 01 IES D).

Dois agentes se manifestaram sobre o envolvimento nos treinamentos em campo, ou seja, no acompanhamento aos agentes novos para orientá-los a atender, inclusive tendo a oportunidade de melhor a sua própria forma de atendimento aos empresários.

[...] a gente foi tendo agentes novos e eles foram pedindo para alguns treinarem eles, alguns que já estavam antes. Os agentes novos acompanham a gente nas visitas, nas primeiras para ver como a gente faz e vão tirando dúvidas pra fazer igual (AGENTE 01 IES B).

Sim, muitas vezes entram pessoas novas no projeto, a gente é convidado para treinar essas pessoas e acaba que ajuda a gente a melhorar também. Daí a gente vê que uma pessoa nova consegue enxergar o projeto de diversas maneiras, então além de a gente estar ajudando a melhorar a abordagem da pessoa, porque não melhorar as estratégias de atendimento diária, a gente acaba tendo também uma nova visão de quem vem de fora do projeto (AGENTE 03 IES A).

primeiros atendimentos de agentes novos.

Sim, porque principalmente quando um agente ingressa no programa, eles sempre saem nas primeiras visitas com os colegas para o aprendizado. E depois como eles vão para locais mais distantes, eles vão juntos e às vezes eles fazem as visitas juntos para clientes de cada um (SUPERVISOR IES D).

Assim como as práticas formais citadas anteriormente, há a possibilidade de esclarecimento de dúvidas com a coordenação e equipe de apoio, conforme pode ser visto a seguir:

Eu acho que no dia a dia, conforme cada caso que eles pegar, cada empresa diferente, é situação diferente, é no dia a dia que eles vão aprendendo e qualquer dúvida eles vêm e perguntam pra nós [...] (MONITOR IES D).

[...] principalmente quando eles vão a campo, só em campo, acredito mais na prática mesmo porque vem as dúvidas, eles entram em contato com nós aqui no escritório sobre a dúvida que surgiu em campo[...] (SECRETÁRIO IES A).

[...] costuma funcionar assim, tira as dúvidas naquele instante, naquele momento ou pelo e-mail, aí nós temos a secretária e o monitor que ficam aqui mais tempo, ficam manhã e tarde e acabam tirando essas dúvidas também por ali (TUTOR IES C). [...] a minha maneira de aprender a rotina do trabalho é sozinha e pedindo ajuda. Então, aconteceu uma situação em uma visita que eu fiz hoje, e pergunto para alguém que já tenha um pouco mais de experiência, ou as meninas ali que dão o suporte da parte administrativa [...] (AGENTE 02 IES B).

A aprendizagem do agente de orientação empresarial é facilitada formalmente a partir de práticas formais que podem ser reuniões, treinamentos e aprendizagem acadêmica. Pode haver acompanhamento do coordenador durante determinadas visitas e duas IES relataram utilizar a experiência de agentes mais antigos para treinar os mais novos no momento de suas primeiras visitas. Outra questão abordada foi o esclarecimento de dúvidas com a coordenação e equipe de apoio. Inclusive, estas formas de aprendizagem formal relacionam-se ao trabalho diário do agente.