• Nenhum resultado encontrado

A Tabela 7 apresenta as mesmas consultas, porém com as orientações alteradas, conforme originalmente propostas pelos alunos As alterações

8 A FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

8.1 APRENDIZAGEM COLABORATIVA

8.1.1 Aprendizagem Colaborativa Apoiada por Computador

colaborativo é preciso motivar os usuários a participar e interagir”. Eles afirmam que ao se criar um conjunto de ferramentas para poder motivar os estudantes no aprendizado virtual colaborativo surgiu a Aprendizagem Colaborativa Apoiada por Computador (CSCL - Computer Supported Collaborative Learning).

Aprendizagem Colaborativa Apoiada por Computador é uma área de pesquisa muito ampla, que envolve diversas áreas do conhecimento humano e, logicamente, inclui as novas Tecnologias da Informação e Conhecimento. Ela traz os aprendizes para um ambiente comum, onde possam compartilhar e difundir seus conhecimentos com uma interface criativa e estimulante, além de recursos para interação social, sem dispensar a presença do professor.

É facilmente observável que em um trabalho em grupo presencial há pouca participação dos integrantes. Normalmente, alguns participantes assumem o trabalho de todos. Ao contrário, em ambientes colaborativos virtuais, trabalhar on-

line traz motivação ao grupo e observa-se um maior envolvimento dos integrantes.

Os resultados obtidos nestes ambientes dificilmente são obtidos individualmente, conforme relatam Perosa e Santos (2003).

A Universidade de Évora, em Portugal, possui um centro de competência na área das Tecnologias da Informação e Comunicação em contextos educativos chamado Núcleo UE-Minerva114. Sua missão é o “[...] apoio e desenvolvimento de projectos na área das Tecnologias da Informação e Comunicação em contextos educativos, quer para a formação nesta área”.

Este centro possui um grupo de pesquisa em Aprendizagem Colaborativa Apoiada por Computador que possui um sítio na Internet (http://www.minerva.uevora.pt/cscl/) onde afirmam que

A aprendizagem colaborativa assistida por computador (CSCL - Computer Supported Collaborative Learning) pode ser definida como uma estratégia educativa em que dois ou mais sujeitos constroem o seu conhecimento através da discussão, da reflexão e tomada de decisões, e onde os recursos informáticos atuam (entre outros...) como mediadores do processo de ensino-aprendizagem.

Na visão desse grupo, a CSCL cresceu ao redor das pesquisas sobre Trabalho Colaborativo Apoiado por Computador (CSCW - Computer Suported Collaborative

114

Work), ou seja, quando se buscava ampliar as possibilidades de uso do computador

nas diversas esferas das atividades humanas com enfoque colaborativo. No mesmo sítio na Internet (http://www.minerva.uevora.pt/cscl/), eles também se preocuparam em conceituá-lo

CSCW é definido com um sistema de redes de computadores que suporta grupos de trabalho com tarefas comuns, fornecendo uma interface que possibilita a realização de trabalho em conjunto.

A conceituação de ambas é importante, a fim de distinguir essas duas abordagens para que se possa conhecer e aplicar corretamente aquela que é voltada exclusivamente para a aprendizagem. A Tabela 13 apresenta as diferenças entre elas.

Tabela 13. Diferenças entre abordagens colaborativas

CSCW CSCL

Tende a focalizar a sua atenção nas técnicas de comunicação.

Tende a concentrar a sua atenção no que está a ser comunicado.

Está a ser utilizada principalmente no domínio empresarial.

Está a ser explorada em ambientes educativos.

A sua finalidade é a de facilitar a comunicação e a produtividade do grupo.

A sua finalidade é a de sustentar uma eficaz aprendizagem em grupo. Fonte: Universidade de Évora, disponível em: <http://www.minerva.uevora.pt/cscl/>

A diferenciação é importante porque explicita o enfoque de cada abordagem. Por exemplo, a CSCL preocupa-se no conteúdo a ser comunicado para permitir a aprendizagem do grupo, enquanto que a CSCW enfoca nas técnicas de comunicação com objetivo de melhor transmitir algo ao grupo. Entender o processo, objetivos e resultados das diferentes abordagens permite distingui-los, realçar as qualidades e apontar as oportunidades de melhoria.

Isso porque o foco de qualquer trabalho no campo sobre a aprendizagem colaborativa deve ser muito mais no processo a ser utilizado, nos objetivos almejados, na análise contínua dos resultados obtidos e, muito menos, nas ferramentas e técnicas empregadas. Esta distinção é conceitual e importante para seu entendimento, porém não é algo natural. Lévy tem uma visão sobre isso:

É impossível separar o humano de seu ambiente material, assim como dos signos e das imagens por meio dos quais ele atribui sentido à vida e ao mundo. Da mesma forma, não podemos separar o mundo material – e

menos ainda sua parte artificial – das idéias por meio das quais os objetos técnicos são concebidos e utilizados, nem dos humanos que os inventam, produzem e utilizam. (LÉVY, 2007, p. 22)

Lévy aprofunda na temática CSCL apontando o novo papel do professor neste contexto emergente. Antes, o professor era responsável pela difusão do conhecimento (ou sua ‘transmissão’), agora isso é feito de forma mais eficaz pelas novas tecnologias. Então, o papel do professor deve ser outro:

Sua competência deve deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento.[...] Sua atividade será centrada no acompanhamento e na gestão das aprendizagens: o incitamento à troca dos saberes, a mediação relacional simbólica, a pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem, etc (LÉVY, 2007, p. 171).

As transformações são ainda mais profundas: o professor torna-se um ator aprendente juntamente com os alunos. Segundo Lévy (2007, p. 172), “Os professores aprendem ao mesmo tempo que os estudantes e atualizam continuamente tanto seus saberes ‘disciplinares’ como suas competências pedagógicas”.

A CSCL possui um ferramental específico. Otsuka (1999) diz que um sistema de CSCL deve reunir certas funcionalidades que propiciem as atividades colaborativas. Entre essas funcionalidades, encontram-se as seguintes:

 Comunicação: é a mais importante atividade da aprendizagem colaborativa,

sem ela não há colaboração, pois durante a comunicação entre os pares ocorre a troca de idéias, discussões e mesmo conflitos;

 Negociação: não apenas comunicação, mas o sistema deve conter recursos

para que permitam a resolução de conflitos, através da negociação de propostas entre os participantes;

 Coordenação: devido às interdependências de atividades, a coordenação e

sincronização delas é essencial a fim de que as metas sejam atingidas de maneira organizada e produtiva;

 Percepção: nas atividades em grupo, é fundamental ter um entendimento das

ações dos demais participantes, provendo um contexto e contribuindo para uma maior sinergia entre os membros;

 Construção colaborativa de conhecimentos: devem prover meios que

possibilitem e estimulem a participação ativa dos alunos na construção de novos conhecimentos através da pesquisa, da troca de idéias, da argumentação e da reflexão.

Com a Internet, a CSCL tomou rumos muito mais amplos, pois potencializou propostas de trabalho colaborativas on-line. Com o seu advento, diferentes projetos emergiram congregando virtualmente indivíduos dispersos temporal e geograficamente, porém com objetivos comuns criando verdadeiras comunidades. Segundo d’Ávila (2006), estas comunidades podem se constituir, mediante uma Didática Colaborativa, em ambiente propício à construção e reconstrução de conhecimentos.

Um dos exemplos mais expressivos dessa tendência são os chamados wikis que permitem a edição coletiva de seus documentos e sua publicação sem a figura de um editor prévio. Esta ferramenta permite que os membros registrados em um grupo possam criar uma infinidade de páginas com conteúdos correlacionados, construindo um hipertexto coletivamente. Haetinger et al. (2005) destaca o potencial desta ferramenta nas atividades educacionais dizendo sobre ela:

[...] é de grande valia em atividades educativas, pois sabemos que a interação e a comunicação entre os integrantes do grupo favorecem a aprendizagem. O ato de escrever e organizar um texto conjunto acaba estimulando a articulação, a interdependência entre os membros e a coesão do grupo (p. 10).

Um dos resultados mais significativos derivados do uso desta ferramenta é a Wikipedia. Haetinger et al. (2005) explicam que a Wikipédia é uma enciclopédia livre, colaborativa, baseada em wiki, escrita por voluntários. Livre aqui significa que qualquer artigo da Wikipedia pode ser copiado e modificado desde que os direitos de cópia e modificação sejam preservados.

Tais propostas de trabalho condizem com o objetivo inicial da Internet, que foi o de reunir, de forma ágil, informações provenientes de inúmeros centros acadêmicos localizados em universidades situadas em localidades geográficas diferentes, diga- se EUA e Europa.

presencial em uma perspectiva de aprendizagem colaborativa utilizando um Ambiente Virtual de Aprendizagem na Web, na perspectiva de formação de uma comunidade de aprendizagem.