• Nenhum resultado encontrado

A Tabela 7 apresenta as mesmas consultas, porém com as orientações alteradas, conforme originalmente propostas pelos alunos As alterações

7 O PROJETO DE PESQUISA

7.1 AS NOVAS TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO

O contexto da sociedade atual caracteriza-se pela globalização da informação, do conhecimento e da economia. Cada vez mais, os novos recursos tecnológicos da Informação e Comunicação se desenvolvem e se aperfeiçoam proporcionando múltiplas alternativas de construir, acessar e disseminar conhecimentos.

Com o rápido desenvolvimento tecnológico, há uma constante necessidade das pessoas se manterem atualizadas com os recentes aparatos tecnológicos os quais ocupam uma posição de mediação dos relacionamentos entre essas pessoas. Surgem com eles possibilidades de ensino e aprendizagem distante fisicamente das instituições tradicionais de ensino como as escolas e as universidades, mediante práticas de educação à distância (CARDOSO; FRÓES BURNHAM, 2007).

Pode-se afirmar, entretanto, que a disponibilização e o uso de recursos tecnológicos não assegura a melhoria da Educação e das instituições de ensino103. E, muito menos que o processo de ensino-aprendizagem seja eficaz:

O simples uso das novas tecnologias na EAD não garante melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Seria uma impropriedade admitir que o computador em si, através dos seus recursos, ou seja, pela forma como disponibiliza os materiais instrucionais [sic] para o estudante seja garantia de aprendizagem (MOREIRA et al., 2006, p. 194).

Moreira et al. (2006, p. 196) dizem inclusive que “como qualquer outra modalidade de educação, a EaD supõe relação, interação e conectividade” entre todos os

103

A utilização de sistemas informáticos nas organizações governamentais e produtivas (comerciais e industriais) ocorre desde os anos 60. O uso massivo destes sistemas iniciou-se nos anos 90 e perdura nos dias atuais, principalmente com a Internet. Apesar desta longa tradição, as organizações possuem ainda diversos desafios e riscos a serem superados para um uso eficaz das tecnologias computacionais, mencionando alguns: interdependência, integração, especialização, caducidade e complexidade. O uso e o tempo levaram às organizações a perceber que os recursos tecnológicos por si só não resolvem os problemas nem atendem a todas as situações que se apresentam no seu dia-a-dia. Os recursos tecnológicos somados aos processos organizacionais bem estabelecidos, juntamente com um corpo funcional devidamente capacitado e em sintonia com os objetivos da organização configuram uma empresa digital moderna e eficiente.

participantes do processo educativo: educadores e aprendizes. Para eles, esse processo não pode ser linear nem unidirecional, como ocorre na educação ‘tradicional’:

Isso porque ensinar não é simplesmente repassar informações, além do que o aluno não é apenas um mero receptáculo de idéias; para que a aprendizagem ocorra, é preciso uma adaptação e uma reconstrução das informações recebidas (p. 196).

Adicionando ao que foi dito por Moreira et al, é preciso uma reconstrução das informações compartilhadas e não simplesmente recebidas. Silva (2007, p. 45) reitera este pensamento, afirmando que é necessário

[...] romper com uma educação entendida como transmissão, onde a relação na sala de aula ocorre no formato transmissor-receptores, passando a adotar uma postura interativa que traz possibilidades de modificar, partilhar e produzir conhecimento. [...] Portanto o professor é chamado a mudar sua postura, deixando de representar uma fonte única de informações para ser um orientador / produtor de questionamentos, provocações e indagações que abram vários caminhos e despertem a curiosidade nos alunos, impulsionem a buscar e investigar.

A comparação e a articulação dos novos conhecimentos com aqueles já consolidados exigem um diálogo constante entre o professor e os alunos, assim como também entre os alunos. Freqüentemente, este segundo aspecto é esquecido ou mesmo negligenciado nas práticas pedagógicas cotidianas.

A depender da forma como seja planejada a utilização dos novos recursos tecnológicos em um ambiente educacional, possibilita enriquecer e ampliar as condições e as chances de construção do conhecimento pelo aluno e a conseqüente melhoria no aprendizado. Ao adotar diferentes métodos e abordagens de ensino com os novos recursos tecnológicos, complementando os modelos convencionais já amplamente utilizados no cotidiano dos professores, pode-se flexibilizar a maneira como ocorrem os momentos vividos presencialmente em sala de aula com os de aprendizagem virtual, de forma integrada e alternada.

Primeiramente, os novos recursos tecnológicos podem propiciar atividades interativas que integrem um projeto de investigação, com trocas de experiências entre os colegas no ambiente digital, potencializando a construção do conhecimento. A interação pode ocorrer diretamente com o material de estudo, bem como na busca de informações com professores. Para a interação, não há restrição de espaço nem tempo: da instituição que se faça parte, dos colegas, do conteúdo e do material de

estudo. Tudo pode ser ampliado e extendido.

Em segundo lugar, os novos recursos tecnológicos podem também possibilitar a descentralização das atividades pedagógicas, tornando o aluno mais participativo e autônomo. A realização colaborativa e/ou cooperativa de atividades de aprendizagem é muito importante no processo de aprendizagem. Assim, viabilizar e facilitar a participação e o intercâmbio entre os alunos, para debater opiniões, expressar pensamentos e trocar idéias sobre os vários temas estudados, amplia de modo significativo as chances de crescimento deles.

Sob estas considerações, compreende-se então que o uso de computadores pode ser interessante e mesmo importante. Todavia, Aguerrondo (apud CARDOSO; FRÓES BURNHAM, 2008) alerta sobre o uso de artefatos tecnológicos ao responder sobre um questionamento sobre a importância da tecnologia, especificamente dos computadores, na escola atual e naquela que se deseja para o futuro, dizendo que

Uma coisa é o artefato tecnológico: o computador, o vídeo etc. A outra é o pensamento tecnológico, que requer o artefato, mas existe de modo independente. O pensamento tecnológico é a capacidade de pensar um problema, delineá-lo, armar um projeto para resolvê-lo, buscar os materiais necessários e conseguir solucioná-lo. O fundamental no sistema educativo é desenvolver o pensamento tecnológico, para aplicar o conhecimento na prática. Não é simplesmente por ter um computador que a escola e as aulas deixam de ser ultrapassadas (p. 3, grifo nosso).

Assim, nessa situação, o professor não é apenas o organizador do processo de aprendizagem, agora se torna principalmente mediador das ações dos alunos. Como Lévy (2007, p. 158) escreve “[...] o professor é incentivado a tornar-se um animador da inteligência coletiva de seus grupos de alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos”.

Frente ao posto, conclui-se que o professor deve provocar e propiciar atividades para o aluno executá-las, mas, principalmente, permitir que ele realize a ação de análise e reflexão crítica.

Por outro lado, os alunos devem ser estimulados a produzir conhecimento, colaborar com outros colegas e gerenciar seu próprio processo de aprendizagem (PALLOFF; PRATT, 2002).

Senge (2002, grifo nosso), em uma palestra, reforça este pensamento ao dizer que “você não pode fazer com que o outro aprenda, na verdade, os grandes professores criam um ambiente no qual o aprendizado ocorre naturalmente”.