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Aquisição de habilidades de interação social – Aprendizagem afetiva ou

Foto 20  Módulo 7: Gestão da Comunicação

3.2 Polo teórico

3.2.3 A Educação Gerencial

3.2.3.1 Programa de desenvolvimento gerencial

3.2.3.1.3 Aquisição de habilidades de interação social – Aprendizagem afetiva ou

O último grupo de habilidades debatidas por Mc Gregor (1999) retrata a aquisição de habilidades de interação social. Há um resgate da história de vida do sujeito, repleta de experiências. Neste contexto, analisa-se a área da psicologia social, e o sistema investe em cursos de comunicação, supervisão, motivação, liderança, criatividade, aconselhamento, relações humanas, dinâmica de grupo, brainstorming, uso de assessoria, influências interpessoais, questões de transferências, projeções e contratransferências, enfim,

o indivíduo age e reage, para se ajustar às situações que o ambiente impõe. A partir dessa vertente, as pessoas começam a se apoderar de palavras novas, “[...] ou talvez nos dar novos

insights do comportamento dos outros, mas, raramente, fornecem mais do que novas

racionalizações para defender nosso atual comportamento.” (MCGREGOR, 1999, p. 249). Evidencia-se que as pessoas começam a intelectualizar as ocorrências, a racionalizar, enfim, a concederem explicações, as mais variadas possíveis. Esses procedimentos representam uma forma de defesa e de não se assumir, enquanto sujeito de transformação da realidade que se apresenta. Os feedbacks não são informados na presença dos outros, mas na sua ausência. A motivação para a mudança é diminuta e a zona de conforto tem preferência, o que não provoca mudanças reais nas habilidades de interação social.

Para a aquisição de habilidades de interação social, há que se valer da aprendizagem apreciativa ou afetiva, de forma que se imprima a sua marca, aproximando-se do outro. Esse novo tipo de aprendizagem sempre acompanha as demais aprendizagens, já discutidas. Não se aprende uma só coisa de cada vez. Esse tipo de aprendizagem ajuda no aperfeiçoamento da personalidade do educando, numa constante interação entre as bases hereditárias e o meio.

A aprendizagem apreciativa compreende atitudes e valores sociais, pois, sem essas prerrogativas, a vida não teria sentido. O homem deve ser visto na sua totalidade biopsicossocial, então, não há aprendizagem de apenas um aspecto, os três caminham de mãos dadas e em constante interação.

Cada experiência afetiva, de tonalidade positiva, envolve uma tendência motora positiva, que visa a aproximar, prolongar e perpetuar esta vivência, ao passo que, estados emocionais desagradáveis acarretam tendências de fuga, reações de aversão e uma tendência reacional, que visa o afastamento da situação estimuladora. Expectativas cognitivas e significados perceptivos e conceituais tornam-se, igualmente, parte integrante da reação total, que é de natureza predominantemente, afetiva. Assim, por exemplo, percebem-se como amigáveis e desejáveis as situações, em que foram agradáveis as experiências anteriores semelhantes. Ao contrário, são percebidas como ameaçadoras e conceituadas como perigosas e más situações, pessoas, ou objetos que foram, previamente, fontes de frustrações, conflito, ansiedade, culpa ou dor. (CAMPOS, 1983, p. 73).

Campos (1983) estabelece dois processos básicos que contribuem para a realização da aprendizagem afetiva ou apreciativa:

a) processo de condicionamento de reações, que acontece quando uma resposta afetiva agradável associa-se a uma situação semelhante; e,

b) processo de imitação, que é seletiva, “[...] é um modo mais eficiente de obter prestígio, aceitação social e segurança emocional; assim como de adquirir habilidades motoras e sociais que possibilitam isto, com mais eficiência, do que o ensaio-e-erro cego.” (CAMPOS, 1983, p. 74).

Para provocar melhorias nas habilidades de interação social, McGregor (1999) analisa dois métodos educacionais: a psicoterapia, que é muita usada e aplicada aos problemas gerenciais. O autor considera provável haver grandes desenvolvimentos nessa área, nas próximas décadas. O outro método educacional passa pelo treinamento de “laboratório” e cita o National Training Laboratory for Group Devolopment (NTL) – (Laboratório Nacional de Treinamento para Desenvolvimento de Grupo), em Washington.

Assim, para se aperfeiçoar as habilidades de interação social, as pessoas procuram o T – Grupo (Grupo de treinamento), que compreende um grupo entre dez e quinze indivíduos junto a um instrutor, que se reúne regularmente por certo tempo, durante duas horas diárias, num intervalo de duas semanas. O T – Grupo tem como objetivo precípuo promover interações sociais de todos os tipos, utilizadas pelos indivíduos para aumentar “[...] a sua compreensão (1) do impacto do seu comportamento sobre os outros, (2) das suas reações ao comportamento dos outros, (3) dos fenômenos da dinâmica de grupo e sua importância.” (MCGREGOR, 1999, p. 252).

Esses trabalhos previstos no T – Grupo criam oportunidade para se desenvolver as habilidades de interação social. Observa-se alto grau de sensibilidade. Os membros, entre si, crescem, visto que fornecem e recebem feedbacks. Os momentos iniciais desse grupo, são repletos de tensões, experiências confusas e frustrantes, mas que são favoráveis à aprendizagem das pessoas. Esses programas funcionam em regime de imersão e em locais distantes do dia a dia das pessoas, criando uma “ilha cultural”. “Isso parece que, também, ajuda a aprendizagem, em parte, porque a situação incomum cria um ambiente no qual os indivíduos são mais flexíveis ao experimentar novos comportamentos para ver como se ajustam.” (MCGREGOR, 1999, p. 254).

É notório que, o T – Grupo se desenvolve e enfrenta avanços. Para McGregor (1999), há uma tendência para a sua ampliação e aprimoramento, haja vista que será aperfeiçoado nos próximos anos. Não se pode duvidar do seu valor, no sentido de melhorar a sua habilidade em interação social. Como ainda trata-se de técnicas que são incipientes, as suas potencialidades são grandes, acenando com um futuro promissor.

Todos esses trabalhos visam desenvolver as pessoas que desejam se tornar gestores. Nesse tocante, considera-se, igualmente, o sistema de avaliação desses programas

de desenvolvimento de gerentes. Nesse processo de avaliação, entre outras tarefas, destaca- se a descoberta das potencialidades dos treinandos no que se refere ao auxílio para a busca de sua autorrealização. A avaliação ajuda a iluminar os caminhos da descoberta, clareando um ambiente que parece obscuro. A avaliação permite que se observe bem o aluno, tanto em sala de aula como fora, aproveitando momentos de informalidade. É necessário conhecer bem sua realidade, suas potencialidades ilimitadas para que estas possam ser evidenciadas e trabalhadas.

Levando-se em conta essa aprendizagem apreciativa, que se volta para atitudes e valores, a avaliação se torna essencial e deve ser realizada pela negociação e pelo diálogo e se apresenta pela interação e pelo encontro com as pessoas, nas relações interpessoais o que estabelece condições para que estas invistam no seu autodesenvolvimento, na tomada de consciência, enfim, encontrem-se consigo mesmas e, consequentemente, com a empresa, na medida em que compreendem os seus apelos, captando os verdadeiros sinais, permitindo o estabelecer de uma identidade em comum.

O trabalho avaliativo assegura que as pessoas se direcionem e sejam mais vistas, destacadas e confirmadas. Isso ocorre através dos feedbacks emitidos. As pessoas vão autoavaliando-se com a ajuda, o apoio, a cooperação e a colaboração dos sujeitos mais experientes, dos avaliadores, dos professores e dos especialistas na área. E a cada vez que as pessoas se conhecem, nesse processo, tomam decisões que são significativas, não apenas para si, como também para o trabalho e a sociedade. Desta forma, todos ganham ao se beneficiarem dos resultados.