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C ARACTERIZAÇÃO FÍSICA

O acesso ao Maria da Paz, feito partindo-se da cidade do Natal, se dá através da BR-406, até a cidade de João Câmara. Chegando-se nesta, em seguida, após 5 km da sede municipal, toma-se à direita, mais precisamente na RN-120, na direção da cidade de Parazinho. Percorrendo, aproximadamente, 7 km, toma-se a margem esquerda, onde se encontra o seu

97 A metodologia do GERAH foi abordada no início deste capítulo (páginas 99-103).

98 As informações aqui expostas foram baseadas no laudo de vistoria e avaliação do imóvel, elaborado por

técnicos do INCRA

acesso principal100. Ao total, percorre-se da cidade de Natal à sede do assentamento uma distância de 86 km, todos em estrada asfaltada de boa qualidade.

FIGURA 12: LOCALIZAÇÃO DO ASSENTAMENTO MARIA DA PAZ

O assentamento possui uma área total de aproximadamente 1.163,034 hectares. Na época de sua desapropriação este quantitativo encontrava-se assim distribuído: 240 hectares de cultura permanente; 14,69 hectares de área de preservação permanente; 38,85 hectares de área inaproveitável e 869,48 hectares de área aproveitável, mas não utilizada, que atualmente correspondem à área de produção individual e habitat101.

A região abrange terrenos cristalinos situados entre os tabuleiros litorâneos e os relevos residuais da Borborema, com solos rasos, arenosos e argilosos. A área se apresenta praticamente plana, com desníveis localizados que variam de 100 a 200 metros de altitude.

O clima é considerado árido e semi-árido ao sul, com precipitações pluviométricas variando de 644,40 a 1.259,50mm, sendo o período chuvoso de março a junho, quando a temperatura média anual é 24,7o C e a umidade relativa do ar corresponde a 70% (média).

A cobertura vegetal predominante é a hipoxerófila e hiperxerófila, favorecendo o uso diversificado dos solos. Praticamente toda a superfície do imóvel encontra-se coberta por vegetação secundária, densa e pouco densa, em estágio avançado e médio de regeneração,

100 Ver Figura 12: Localização do Assentamento Maria da Paz.

com exceção de, aproximadamente, 200 ha, ainda com mata nativa e as partes mantidas com plantios de sisal.

CARACTERIZAÇÃO SOCIAL

O assentamento foi criado com o intuito de beneficiar 45 famílias, capacidade estabelecida a partir da constatação da potencialidade agrícola e uso das terras do imóvel. Contudo, além deste contingente, abriga atualmente famílias de agregados. Estas são originadas dos filhos dos assentados que foram casando e constituindo novos arranjos familiares, mas, por motivos diversos, permaneceram morando no assentamento. Na maioria dos casos habitam nas edificações remanescentes da antiga fazenda, que estão localizadas logo na entrada do imóvel. Seguindo o que estabelece as diretrizes do MST, a organização das famílias assentadas, seja nos aspectos produtivos, sociais e políticos, foi efetivada por meio dos núcleos de famílias, com o intuito de garantir uma melhor estruturação. Desse modo, as 45 famílias assentadas encontram-se divididas em quatro núcleos de família, a saber: 11 famílias no núcleo 1; 10 famílias no núcleo 2; 14 famílias no núcleo 3 e 10 famílias no núcleo 4. As famílias agregadas não foram levadas em consideração, pois ainda não existiam na época da efetivação desta distribuição.

No período do processo de implantação do habitat, a distribuição por núcleos de família era a única forma de organização das famílias. Somente no final do ano de 2007, os assentados resolveram instaurar uma Associação para representá-los, possuindo os seguintes cargos: presidente, vice-presidente, 1º tesoureiro, secretário e conselho fiscal.

CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA E PRODUTIVA

As terras do assentamento apresentam vocação para a produção agrícola, que pode ser praticada por meio da exploração individualizada ou associativista, com exploração de agricultura de subsistência, cultivos industriais e/ou pecuária de modo geral102. No entanto, a produção de subsistência consiste na mais realizada, especialmente nos lotes de moradia, pois os lotes de trabalho ainda não foram liberados para a produção efetiva103.

102 Tomando como base as informações contidas no laudo de vistoria e fiscalização

4.2.1 Perfil da configuração espacial do habitat do Maria da Paz

MACROESPAÇO (A CHAMADA AGROVILA”)

O habitat encontra-se situado nas mediações da entrada principal do assentamento, sendo tangenciado pela rodovia RN-120. Seus limites obedecem à seguinte ordem: a Nordeste e Leste confrontam-se com área para produção agrícola; a Sudeste, com as edificações remanescentes, como habitações e galpões e área para produção agrícola; a Sudoeste, Oeste, Nordeste e Norte limita-se com a área de reserva legal104.

FIGURA 13: IMPLANTAÇÃO DO HABITAT DO MARIA DA PAZ FONTE: ARQUIVO GERAH

A composição deste espaço físico é constituída por 45 lotes de moradia e suas respectivas habitações; edificações remanescentes, principalmente casas que abrigavam os antigos trabalhadores da fazenda e galpões, que funcionam atualmente como equipamentos coletivos, (escola e posto de saúde); campo de futebol e arruamento. Além destes, foi acrescentado um elemento a mais neste habitat: áreas para produção coletiva destinadas a cada núcleo de família. O objetivo é garantir a segurança alimentar das famílias, destinando, próximo ao local de moradia, áreas para a produção agrícola105.

A distribuição destes elementos no espaço físico acontece da seguinte forma: margeando a via de acesso, na entrada principal, encontram-se distribuídas as edificações remanescentes. No sentido de quem entra no assentamento, logo no início e do lado direito aparecem as casas dos antigos moradores da fazenda, que hoje abrigam famílias de agregados e o posto de saúde.

104 Ver anexo A6: Prancha contendo o parcelamento do solo do Assentamento Maria da Paz 105 Ver anexo A7: Prancha contendo a implantação do habitat do Maria da Paz

Adiante, do lado esquerdo e mais afastado da via de acesso, situa-se o campo de futebol. Mais abaixo aparece um galpão, onde se encontra instalada a escola que atende a comunidade106.

Seguindo a via de circulação, fazendo uma leve curva para a direita, surgem as moradias. Estas estão distribuídas em duas vias perpendiculares entre si, formando quatro núcleos. O primeiro possui 10 casas; o segundo, 14; o terceiro, 10 e o quarto apresenta 11 casas. Em cada núcleo, existe uma área destinada ao uso coletivo, cujas dimensões equivalem à de dois lotes de moradia. Já a área triangular atrás dos lotes de moradia de um núcleo e do seguinte destina- se à produção agrícola coletiva. Cada núcleo possui a sua107.

No cruzamento das duas vias de circulação forma-se uma área circular reservada aos equipamentos sociais de uso coletivo. Porém, ainda não foi ocupada.

FOTO 29: VISTA GERAL DO HABITAT DO MARIA DA PAZ