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As Teorias Da Indexação

Podemos assim afirmar que com a devida observância é possível constatar a possibilidade de se teorizar acerca da indexação passível de constatação pela abrangência de visões que permite que como vimos anteriormente é extensiva ao ponto de comportar a visão que denota a inexistência de todas as outras - ou sua invalidez.

Este segmento tratará acerca de como atualmente o processo teórico se dá neste campo, não investigaremos a totalidade de teorias acerca desta temática, investigaremos questões pertinentes a meta formulação de tais teorias, isto é, a forma com que estas teorias são compostas e os expedientes utilizados para suas composições.

Antes de tratar de tais fatores ainda é necessário traçar algumas conjecturas acerca da arte de se teorizar. Atualmente dentro do esquema geral das ciências há grande ceticismo acerca das teorias ou da atividade de as formular, em parte devido a um zeitgeist apocalíptico associado à uma proclamada autoproclamada “crise da ciência” e em outra a o que é convencionalmente chamado de pós-modernismo de forma que:

Most humanists’ conception of theory—or as we should call it, Theory, aka Grand Theory—is at once too broad and too narrow. It’s too broad because

it presumes that all human activity can be subsumed within some master conceptual scheme (even though some postmodernists advance the conceptual scheme that all conceptual schemes are fatally flawed). The current conception of Theory is too narrow because it presumes a limited conception of how one does intellectual work. (BORDWELL, 2007, p.2)

Este panorama não se refere à indexação. Ao compor estas palavras Bordwell trava de seu campo de estudos - o cinema-, mas descreve acertadamente o que se passa no âmbito da indexação - e debativelmente em todo o esquema da ciência.

Para adequadamente lograr êxito na tarefa que pretendemos não poderíamos efetuar uma investigação comum, partiremos de uma modelo investigativo heterodoxo. Ao contrário de delinear uma concatenação história de todas as teorias acerca da indexação como poderia ser sugerido pela composição das subseções anteriores. Estudaremos o modelo de enunciação das teorias, isto é, os expedientes utilizados para a forma de postulação de determinados Enunciados isto se dá por um fator singular reiteramos constantemente isto por ser um modo inusual na atividade científica os motivos para tanto irão ser devidamente discutido a seguir.

Como dissemos anteriormente esta matéria ainda é uma contenda aberta. Ao contrário da história da indexação no mundo antigo, por exemplo, que é uma matéria acabada pois trata do que necessariamente aconteceu e consequentemente circunstâncias finitas e imutáveis em que a única matéria passível de discussão e desenvolvimento é o delineamento de seu cânone.

Conforme mencionado anteriormente a proposição de teorias ocupa um espaço marginal na indexação, como podemos ver anteriormente a prática da indexação em muito precede suas teorizações que só passaram a ser realizadas na era moderna. Sendo este fenômeno - a novidade de sua existência em termos históricos- de particular importância para a adoção deste modelo investigativo, isto ocorre devido a tendências próprias ao funcionamento da ciência segundo Pareto (1984, p.15-16) “não devemos jamais esquecer que uma teoria somente deve ser aceita temporariamente; a que consideramos verdadeira hoje, deverá ser abandonada amanhã”. Conforme discutido anteriormente os esforços no âmbito teórico da indexação são recentes este fator é emblemático a partir da consideração de que dentre seus primeiros formuladores podemos encontrar algumas que nos são contemporâneos. Se a ciência funciona através do constante aperfeiçoamento de seus conceito e técnicas e suas mais antigas delineações seguem igualmente esta lei logo podemos entender uma ciência jovem como a teorização da indexação assemelha-se a uma arte e tem um longínquo caminho a percorrer.

A primeira forma que estudaremos funciona através da inserção de postulados, avanços, metodologias advindas de outros âmbitos da ciência que se adequam a Indexação

através do princípio de transferência ou a inserção de alguma ciência inteira alegando assim os contributos que a junção entre a referida ciência pode causar a Indexação.

Dentre seus proponentes destaca-se a proposta de Farrow (1996) de se apropriar das descobertas do campo da psicolinguística através da formalização do “conteúdo” de um determinado item em proposições que deveriam ser governados por macro regras responsáveis por depurar as proposições de modo que cada preposição descreva substancialmente determinado item.

A segunda funciona através da proposição de uma teoria geral, as Grand Theory, dentre os proponentes desta se encontram Frederic Jonker segundo Borko (1977) “he formulated a general theory of indexing as expressed by ‘Terminological Continnum’ and a ‘Connective Continnum” no qual o primeiro expressava uma relação de causalidade entre a especificidade do uso de um termo e a ocorrência de ambiguidades o segundo exprime a forma com que tais termos se relacionam, de forma que a seleção de entradas poderia ser aferida matematicamente.

Outra tentativa de formulação de uma teoria geral parte dos Esforços de Bertand Landry. A disparidade de sua proposta inicia-se com a definição que adota para denotar o significado de teoria:

theory is an attempt to provide an organization for a set of observables or expected observables. Emphasis is placed upon the unification, systematization and representation of observables (...) Properly formulated, theory is a statement about the inherent structure of the observables, Thus, theory. (...) Theory is also expected to be evaluated in terms of its predictive ability. Consequently, theory, as a linkage between observables and hypotheses, is a guide to the collection and subsequent interpretation of data. simultaneously describes and analyzes the collection of observables. (LANDRY, 1971, p.18-20)

Por tais pressupostos formula sua teoria da indexação através da observação dos elementos constitutivos do processo de indexação de modo que formaliza o conjunto de observações em proposições e enunciados matematicamente passíveis de prova que surgem através de relações de derivação.

Um dos seus mais importantes enunciados é o conceito de “Data Element” segundo Landry (1971, p.41) A data element, is the smallest thing which can be recognized as a discrete element of that class of things named by a specific attribute, for a given unit of measure with a given precision of measurement. Tal noção é a crença fundacional de sua teoria visto que a miríade de noções abarcadas essencialmente deriva seu significado deste conceito

Sua teoria apesar de formulada com pesados subsídios matemáticos não é uma teoria propriamente matemática da indexação. Apesar da forte influência o fator que a faz integrante do cânone das Grand Theories se dá pelo fato de que todo o rígido modelo de postulados matemáticos rigidamente definidos nasce através de observações de procedimentos próprios da indexação - e o estudos de suas relações- e não o contrário de modo que seu propósito não atende apenas a antecipação e análise descritas anteriormente como fundamentais a uma teoria mas também tem como propósito ser Landry (1971, p.21) “a suitable working model for many of the processes of Information Storage and Retrieval in addition to its standing independently as a theory of the processes of indexing and index creation.”