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Há Práxis Na Indexação?

No seguimento anterior deste trabalho expusemos diferentes perspectivas acerca da atividade teorética no âmbito da indexação e o processo de formulação seus enunciados. No entanto não definimos o significado da palavra conceito.

Isto ocorreu propositalmente, a definição deste conceito no segmento anterior resultaria em ambiguidades da maior escala visto a polissemia inerente a uma palavra tão longínqua e a variedade de visões acerca do conceito , ao consultarmos manuais de filosofia nos deparamos com as seguintes definições Santos (1965 , p.1217) define teoria como : “a visão que conexiona factos, É assim, a teoria uma construção especulativa do espírito, que conexiona as conseqüências a princípios, que revelam leis , que ligam os factos ou as idéias os explicam”. e é definida já em outro sentido segundo Abbagnano (2003, p.954): “1º o que é puramente cognitivo e opõe-se ao prático; 2º o que não é redutível à experiência e opõe-se a empírico”

Apesar da diferença entre os enunciados tais definições podem ser incluídas em uma classe, no entanto há outra modalidade de visões acerca do conceito de teoria que difere fundamentalmente das citadas anteriormente, esta modalidade de conceituação pode ser apreendida através do seguinte exemplo:

as teorias não passam de meios de conhecer e estudar os fenômenos” de modo que neste seguimento trataremos de teorias que não se adequavam propriamente a primeira classe de conceituação desta palavra, visto que a tarefa de definir o que é algo fundamentalmente é feita através de teorias. (PARETO, 1984, p.15)

Apesar da pretensão de descrever o que é propriamente a prática da indexação utilizaremos a literatura da área para tal finalidade e consequentemente subsídios teóricos havendo esclarecido esta questão iremos passar a definir a prática da indexação.

3.5.1 A práxis da indexação

A indexação é um processo complexo e a fim de compreender se funcionamento os estudiosos de tal campo de compõem a indexação em facetas menores, assim dividindo sua prática em fases. Segundo (LANCASTER, 2004) há duas fases distintas no processo de indexação a análise conceitual e a tradução.

A análise conceitual é o momento de avaliação do item em questão tal item é examinado, e por meio de criteriosa análise é definido de que trata, mas um processo aparentemente simples tem grande grau de complexidade ao levar suas nuances, segundo (LANCASTER, 2004) ao realizar tal processo o elemento mais importante é levar em consideração o usuário dos sistemas de informação, sendo assim o objeto tem que ser definido não só com base no conteúdo que trata, mas também pelo paradigma que os consumidores de tais serviços enxergam o objeto e por ele nutrem interesse, visto que tal interesse está também condicionado ao aspecto temporal pois no decorrer dos anos tais usuários podem muito bem buscar o mesmo item por uma miríade de fatores que outrora negligenciaram

A tradução é o momento que as considerações analíticas desempenhadas na análise conceitual passarão a exprimir um conjunto de termos responsáveis pela indexação de um item , para tal feito condizer com o esperado de uma indexação estratégias de confecção de tais termos foram feitas, (LANCASTER, 2004) descreve tal modalidade apresentando a indexação por extração , na qual palavras do próprio texto são selecionadas para descreverem tal texto, e a indexação por atribuição que é a formulação de descritores por meio de outros fatores que não o texto em si, de modo que o indexador pode retirar os termos de um vocabulário controlado ou de seu próprio discernimento.

A estratégia de indexação também é um elemento importantes na realização das fases anteriormente referidas, para a formulação de estratégias uma série de decisões tem de ser tomadas. Decisões referente a exaustividade, seletividade e especificidade.

A exaustividade se refere ao número de termos na indexação. A indexação exaustiva implica o emprego de termos em número suficiente para abranger o conteúdo temático do documento de modo bastante completo. A indexação seletiva, por outro lado, implica o emprego de uma quantidade muito menor de termos, a fim de abranger somente o conteúdo principal do documento (LANCASTER 2004, p.27), tais decisões têm impacto considerável no modo com que o usuário acessa ou não a informação quanto aos mesmos fatores, o autor

aponta: “Quanto mais seletiva for a indexação mais necessidade haverá de combinar termos numa relação do tipo ou, afim de melhorar a revocação”.

Quanto a especificidade tal nomenclatura surge através do princípio da especificidade segundo (LANCASTER, 2004) tal princípio dita que um tópico tem de ser indexado em sua máxima especificidade para que contemple adequadamente. Tal princípio pode resultar em combinações de termos na ausência de um específico e é contraditório a indexação seleta.

4 CINEMA

Nesta seção do trabalho trataremos acerca do cinema propriamente dito, antes de se ater às considerações de maior extensão devemos tratar de uma questão fundamentalmente importante para o exame das que se seguem.

A tarefa de escrever sobre o cinema em si não é fácil apesar de conforme anteriormente enfatizado contar com uma tradição histórica de mais de 100 anos de escritos das mais diversas configurações escritas nos mais diversos idiomas por pessoas igualmente heterogêneas. No entanto apenas tal enunciado é fruto de assombro.

Paradoxalmente podemos resolver esta questão simplesmente através da leitura do próximo segmento, e aparentemente parece-nos uma questão menor se realmente a consideraremos como tal, no entanto uma série de enunciados estão implícitos em tal questão que apesar de sua falta de eloquência demanda sério exame.

Para tratar dos pressupostos que esta questão subsidia-se iremos o resumir através da formulação de um enunciado, este enunciado é: filmes são sequências de imagens- independentemente de sua velocidade- que podem estar em movimento e podem ter som ou cores, traduzir tais imagens para palavras seria impossível, incorrer-se-ia imediatamente em violações aos pressupostos fílmicos e para tanto utilizar-se-ia elementos próprios de outro âmbito como os literários.

As considerações contidas nesse enunciado são indubitavelmente pertinentes, usualmente imagina-se crônicas, artigos jornalísticos ou “críticas de cinema’’ ao falar acerca de textos sobre o cinema, a tais publicações que consistem inteiramente de “descrever filmes” este enunciado é insofismável, mas não só há este tipo de escrita acerca do cinema, o tipo de considerações que examinaremos tem pressupostos radicalmente díspare, não se há tentativas de descrever cenas ou filmes mas sim pensar acerca do que estes constituem. Esta modalidade de escritos tem como objetivo entender o que é o cinema, como este pode ser definido, questões pertinentes a sua categorização e uma série de outras questões que podem ser sucintamente denominadas como Escritos Teóricos acerca do cinema.

Antes de examinarmos estes escritos propriamente trataremos de algumas noções importantes acerca do cinema, sem o devido entendimento destas dificilmente poderíamos entender as questões que suscitaremos posteriormente, a fim de evitar qualquer ambiguidade trataremos da maioria das notas abarcadas sob o cinema.