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Os Desenvolvimentos advindos da Invenção da Prensa

3.1 Uma Breve História Da Indexação

3.1.10 Os Desenvolvimentos advindos da Invenção da Prensa

Nos segmentos anteriores delineamos a história da indexação no mundo antigo e medieval, grandes avanços foram feitos neste período, no entanto este delineamento histórico não poderia ser igualmente percebido às épocas que ocorreram e isto se dá por um motivo particular. A produção de livros - chamaremos de livros, neste caso específico matérias que contém informações escritas de duração maior que 100 páginas- neste recorte histórico ainda não ocorria em moldes industriais, apesar da existência de várias bibliotecas particulares e públicas neste período ainda era relativamente raro ver um livro, no entanto isto mudou drasticamente pela invenção da prensa no século 14, de forma que a maioria das convenções acerca da confecção de livros foram criadas neste período e pouco de modificaram desde

então- estes dizeres não estão relacionados a tecnologias mas sim o resultado que estas produzem- da mesma forma que a confecção de livros a 40, 50 anos atrás se assemelha assustadoramente a atual as convenções da época de Gutenberg ainda vivem nas oficinas de impressão dos dias presentes.

Assim sendo procuraremos encerrar este breve relato histórico justamente onde usualmente se convém o iniciar, logo após a disseminação da prensa. Isto se dá pelo mimetismo inerente a produção industrial que faz com que a tarefa de investigar estes documentos mereça a atenção de um trabalho exclusivo.

No entanto é frutífero analisar o primeiro exemplo suscitado pelo comercialismo das primeiras edições feitas á prensa de acordo com Wellisch (1986, p.74) “Among the thirty or so works from the joint press before 1467, there is only one that has an index, namely St Augustine's De arte praedicandi (On the art of preaching)” levando em conta de que a invenção da prensa data de 1439, é possível ver que realmente trata-se de uma das primeiras edições comerciais de sua época, este índice no entanto tinha uma série de particularidades sendo sua estrutura.

The indexer divided Augustine´s text into 80 paragraphs which were indented, marked by red paragraph signs and indicated by a sequence of single and double letters , set out in the inner margins opposite the first line of each paragraph(...)Note that , for unknown reasons, the letters used as the first ones in a sequence were not repeated as second letters in the next one Wellisch (1986, p.76)

Podemos ver a hereditariedade de uma série de mecanismos do mundo antigo ainda presentes nesta publicação, a mais interessante desta é a ausência da numeração de páginas da forma que nos é convencional é substituído por um sistema de numeração alfabética de parágrafos extremamente complexo que é utilizado como referente no índice no índice. Apesar da dificuldade de se verificar sua inserção no cânone histórico devido á grande quantidade de produções literária pós-inábula não poderíamos deixar de mencionar os esforços de Samuel Johnson ao indexar a totalidade da língua inglesa.

A expansão bibliográfica ocasionada pela invenção da prensa teve como efeito não só a disseminação maciça da produção livresca de forma incomparável ao que lhe era contemporâneo- e concomitantemente a expansão do letramentos nas sociedades medievais - mas também a circulação de outro tipo de publicação , os periódicos, com isso não queremos dizer que este processo ocorreu simultaneamente mas sim que houve certamente uma relação de causalidade entre a proeminência de tais publicações - usualmente creditadas ao

pioneirismo da revista teológica alemã Erbauliche Monaths Unterredungen ou o jornal do mesmo país Avisa Relation oder Zeitung- e a criação da imprensa.

Durante o século 16 ao século 19 Inúmeras publicações circulavam as grandes cidades europeias contendo quantidade igualmente inumerável de informações em suas páginas ainda não se haviam desenvolvidos mecanismos hegemônicos de representação sistemática de seu conteúdo àquele período; Em meio a este panorama destaca-se os esforços de William Poole que formulou índices para periódicos segundo Cornog (1983) a versão que foi à publicação em 1848 de seu índice continha 154 páginas e passou a ser frequentemente publicado com o auxílio de colaboradores voluntários. Outro nome notável na indexação de Periódicos é Samuel Palmer, Palmer não indexou publicações acadêmicas como Poole o fez, Palmer indexou um jornal diário de grande proeminência em seu tempo o The Times. compilando um índice para o jornal britânico que alcançou grande proeminência de importância igual ou até maior aos outros desenvolvimentos históricos que foram outra cuidadosamente escrutinados aqui, seu índice abrange os jornais publicados entre os anos de 1790 até 1905 e é de tal modernismo que poderia nos ser contemporâneo, seu índice representava todos os acontecimentos importantes daquelas edições com referências precisas a data e página do jornal que era descrito, sua estrutura seguia os seguintes ditames:

The arrangement is alphabetical for headings and for sub-headings, each organised line-by-line with a chronological sub-arrangement for the date and page references, but it is a causal system to say the least. Indefinite articles are sometimes considered in the sequence and sometimes not. Morrison (1986, p,190).

A última figura a ser contemplada neste breve panorama histórico é Henry Benjamin Wheatley , indexador do século 19 que escreveu um tratado acerca da prática da indexação nomeado What is an Index?: A Few Notes on Indexes and Indexers apontado por Knight (1974 , p.2) como realizador do índice de Peppys´ Diary um dos índices que podem ser considerados uma obra- prima. Sua importância pode ser aferida por nos presentes dias nomear a medalha oferecida pela Society of Indexers para aqueles que fazem exímias contribuições ao campo.