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PARTE I A INEVITABILIDADE DA PALAVRA

3. Ensino de uma língua de sinais (Abbé de l‟Épée)

3.3 Aspectos sintácticos de maior confusão aos surdos-mudos

Quando o regime directo do verbo fosse um nome substantivo, o mesmo deveria ser posicionado depois dos verbos, como nos dois exemplos já citados. Mas quando o

regime directo, ao qual se reportava, terminava numa acção expressa pelo verbo, tratava-se de um pronome relativo ou conjuntivo, tal como nas duas frases exemplificativas, “Je vous honore” (eu honro-vos), “Ils nous regardent” (eles olham- nos). Os dois pronomes nós/nos e vós/vos encontravam-se posicionados antes dos tempos verbais “honorent” e “regardant”; o mestre deveria socorrer-se do sinal de pronome conjuntivo, quando lhes ditasse um exercício que contivesse esta espécie de pronomes, em função da confusão e do erro em que os alunos poderiam incorrer se aqueles não fossem devidamente sinalizados (Abbé de l‟Épée, 1784, p. 75).

Relativamente ao regime indirecto presente, os surdos encontrariam ainda maiores dificuldades, dado que era considerado regime indirecto um nome ou pronome através do qual se exprimia um objecto e ao qual também correspondia, de forma indirecta, a acção de um verbo. Assim os pronomes ou nomes eram colocados antes do verbo, como na frase “je vous presente le livre” (eu apresento-vos o livro). Neste tempo, o mestre apontava o sinal do caso dativo, porquanto não se tratava de um conjuntivo, nem do regime directo do verbo, correspondendo aquele ao terceiro caso. Contrariamente à sintaxe da lìngua francesa que suprimira a preposição “à”, tal como no exemplo da frase “je présent (à) vous le livre” (eu apresento (a) vós/vos o livro), na gramática de sinais dos surdos-mudos a preposição não era suprimida.

No que respeita ao ensino do verbo ser, o procedimento era idêntico aos dos restantes verbos já ministrados. No entanto, o gesto convencionado deveria ser um sinal natural, tal como se afixasse, com ambas as mãos, as pessoas em várias posições, assim elas estivessem em pé, sentadas ou de joelhos. Isto sucedia sempre que o verbo ser fosse tomado como verbo atitudinal. Segundo o Abbé de l‟Épée, a conjugação do verbo ser, no presente do indicativo, estaria condicionada ao conhecimento que os alunos já possuíam dos nomes dos adjectivos e os dos substantivos. O Autor referia que o “verbo ser” poderia ser mimado como uma união em caso de concordância; mas caso se tratasse de uma situação de não concordância ou de separação, dever-se-ia executar o sinal de negação. Só então estariam reunidas as condições para que o mestre ensinasse aos discìpulos o “verbo ser”, que era um verbo substantivado, introduzindo a lição do modo de conjugação no presente do indicativo: “je suis, tu es, il est, etc” (eu sou, tu és, ele é, etc). Também era necessário que o mestre recorresse a vários exemplos através do exercício de pequenas frases em que tratassem a sua conjugação, bem como que se

praticassem pequenas orações com os alunos para que alcançassem a sua compreensão (Abbé de l‟Épée, 1784, pp. 31-32).

No que se refere aos advérbios, o Autor informava que os verbos concordavam com os adjectivos, bem como com os nomes substantivos. Os adjectivos teriam o valor de advérbios se estivessem posicionados antes ou após os verbos, com a finalidade de aumentar ou diminuir a sua significação. Exemplificava com a frase “j‟ai frappé” (eu bati); mas ajuntando a palavra “fortement” (intensamente, fortemente) o adjectivo alterava o seu significado, não sendo passível de ser declinado, nem de se lhe atribuir um género ou número, singular ou plural. Para sinalizar o advérbio, o Autor socorria-se da palavra “grandement” (grandemente) e da sua representação simbólica, elevando a mão direita a uma altura razoável, e logo a mesma era colocada acima da mão esquerda, a que correspondia o sinal de adjectivo “grand” (grande). Para adverbiar o adjectivo, o professor levava a sua mão direita à parte lateral do seu corpo. De igual modo, se posicionava um advérbio ao lado do verbo para o modificar, sucedendo então que o sinal a aplicar aos advérbios, enquanto o terceiro elemento na ordem em que se juntava aos dois precedentes, passava a significar a palavra “grandement”.

Para a compreensão dos advérbios “avant” e “après” (antes e depois), escrevia- se a palavra “midi” (meio dia) no quadro negro, tomando-a como referência para todas as horas da manhã ou da tarde que seriam registadas anteriormente e posteriormente. Os advérbios “devant” e “derrière” (diante de e atrás de) eram mimados pelo mestre através do seu olhar, que se fixava no objecto ou na pessoa que estivesse à sua frente; tudo o que estivesse fora do alcance, situado na parte detrás da sua cabeça/ corpo, era simbolizado como “atrás de”. O mestre fechava os quatro dedos da mão esquerda e aí faria entrar o dedo indicador da mão direita ou colocaria ambas as mãos nos bolsos para gestualizar a palavra “dans” (dentro de). Mas para uma situação indeterminada a que correspondia o advérbio “en” (em), posicionava perpendicularmente o seu dedo indicador direito sobre o tampo da mesa, fazendo o mesmo gesto e sucessivamente, em vários locais, sem se deter em algum. E sucediam os sinais para o advérbio “contre” (contra), fazendo chegar os dois dedos indicadores por diversas vezes, directamente, um contra o outro, como se batessem entre si, havendo para cada advérbio um sinal convencionado e que lhe era próprio ou sugestivo, quer na acção do gesto, quer na associação do contexto à ideia que representava (Abbé de l‟Épée, 1784, pp. 77-82). Segundo o Autor, as conjunções serviam para “juntar um verbo a outro verbo” ou

tinham o fim de “juntar a segunda parte de uma frase à primeira”, tal como nos exemplos, “ il faut que vos étudiez” (vós deveis estudar), ou “je vous donnerai en livre lorsque vous apprenez bien vos leçons” (eu dar-vos-ei um livro logo que aprendais bem as vossas lições). O mestre constatava ainda que decorrente de todas as palavras que possuíssem sinais naturais, não seriam necessárias demasiadas explicações. Mas existiam excepções para simbolizar algumas conjunções. Por isso, o professor primeiramente executava o sinal de junção dos dois dedos indicadores em forma de gancho e fazia os sinais particulares da palavra “afin que” (a fim de), sendo efectuados pelo sinal de preposição “à” (a, para), e logo de seguida mimava construir uma barreira à sua passagem, representando a palavra “fin” (fim), juntando, finalmente, o sinal da conjunção “que”. Já para a conjunção “cependant” (no entanto, todavia), esta continha dois significados diferentes entre si, pelo que a palavra seria decomposta em “pendant ce temps” (entretanto), gestualizando então as palavras “pendant” (durante), “ce” (este, esse, aquele) e “temps” (tempo). Para a conjunção “puisque” (pois que, visto que, já que), o mestre mimava deixar um objecto sobre a mesa e, seguidamente, fazia o sinal que correspondia ao “que” relativo e conjuntivo. Relativamente à palavra “ni” (nem), o Autor dizia tratar-se de uma palavra que se executava através de sinais, fazendo simultaneamente o sinal de negação com ambas as mãos. O professor solicitava a atenção para o artigo 7.º, como já houvera solicitado no artigo 6.º, dado que era possível enganar-se em algum gesto/ sinal. Nem sempre seleccionava os melhores sinais ou os mais expressivos, tomando em conta as críticas que lhe fizessem, pois seria uma forma de aperfeiçoar a sua obra em favor dos surdos-mudos, podendo sempre aperfeiçoá-la:

Je demande grâce sur le septième article, comme je l‟ai demandé sur le sixième. Il est très -possible que je me sois trompé sur quelques-uns de ces signes, et plus encore, que je n‟aie pas toujours choisi les meilleurs et les plus expressifs. Je pris les Personnes qui s‟en apercevront, de vouloir bien m‟en donner avis, et je profiterai de leurs lumières, autant qu‟il me sera possible pour l‟instruction des sourds et muets (pp. 95-96).

Em síntese, no capítulo IX, o Autor reflectia na forma de rever todas as lições até aí ministradas. Advertia o leitor de que não valeria a pena duvidar da capacidade dos surdos para aprender toda a matéria ou se eles retinham exactamente os inúmeros sinais ou gestos, porque sem dúvida que saberiam executá-los, tendo sido confirmado por inúmeras pessoas, mesmo de diversas nações que assistiram aos exames públicos. Nesta fase, o mestre informava que se munia de um cartaz, onde registava oito palavras mestras que poderiam ser usadas no discurso e que aquelas indicavam na oração a que

parte ou lugar pertenciam. Os alunos, uma vez munidos de uma vara para apontar o que o mestre requeria, partiam de três palavras, como no exemplo, “nous avions compri” (nós compreendemos) e executariam 47 espécies de exercícios distribuídos por dois cartazes, que continham os conteúdos das lições ministradas, sendo graduados por ordem crescente de dificuldade:

Quadro 3

Adaptação dos exercícios de exame

Exercício

1.º Il est ….. à la Première……à la Seconde…… à Troisième……Personne. 2.º ……du Singulier ………..du Pluriel.

3.º Du Présent…de l‟Imparfait…du Parfait…du Plus-que-Parfait…du Futur. 4.º…De l‟Indicatif….de l‟Imparfait…du Subjonctif.

5.º De *** qui est un Verbe Actif/ en er/en ir…Passif…Neutre en oir, c‟est-à-dire/ en re, ni Actif

no Passif.

6.º De la Première; de la Seconde; de la Troisième; de la Quatrième Conjugaison.

7.º Il est au Présent; au Parfait de l‟Infinitif Active /Passif de ***qui est un Verbe Actif/ en er/en

ir…Passif…Neutre en oir, c‟est-à-dire/ en re, ni Actif no Passif.

8.º C‟est le Présent; le Parfait; du Participe Actif de *** qui est un Verbe Actif/ en er/en

ir…Passif…Neutre en oir, c‟est-à-dire/ en re, ni Actif no Passif.

9.º C‟est le Présent; le Parfait du Participe Passif*** qui est un Verbe Actif/ en er/en

ir…Passif…Neutre en oir, c‟est-à-dire/ en re, ni Actif no Passif.

10.º Il est au Nomin.; Au Génit.; au Datif.; à l‟Accusat.; au Vocat.; à l‟Ablat. /Singulier/Pluriel… Aluno respondia apontando com a vara

1º à la Première Personne; 2.º du Pluriel; 3.º du Plus-que-Parfait; 4.º Indicatif; 5.º Verbe Actif; 6.º

Quatrième conjugaison;

Fonte: Abbé de l‟Épée, 1784 (p. 98).

Os exames contemplavam inúmeras questões expressas nos cartões, contendo toda a matéria das lições anteriormente ministradas, tendo sido apenas apresentado um exemplo de como eram adaptados os exames aos alunos surdos. Referia o Autor que os exames já assistidos tinham adesão de inúmeros sábios de diferentes academias e de

vários países. Pelo seu conteúdo e pelos bons níveis de execução, provava-se que os alunos surdos eram capazes de aprender em igualdade com os alunos que ouviam bem, entendendo perfeitamente a metafísica dos verbos e não apenas, tal como seria comum pensar, que eram possuidores de uma boa memória mas igualmente, dotados de uma grande inteligência (Abbé de l‟Épée, 1784, p. 98).

Do que foi compulsado do método do Abbé de l‟Épée, enfatizamos a importância da avaliação diária dos conhecimentos dos alunos, porquanto os conteúdos eram sucintos, articulados, quer nas temáticas, quer nas ideias, e sempre operacionalizados pelos discípulos. Decorrente dos temas se encontrarem inter- relacionados, não era possível ao mestre ministrar novos conteúdos sem que os discípulos soubessem as matérias de ensino e os respectivos signos, gestos ou mímica que as coadjuvavam. Logo que os alunos reunissem os conhecimentos básicos da gramática da língua nacional e os respectivos sinais, os primeiros exames eram apresentados em público, sendo, igualmente, um meio de divulgação do seu método, bem como da sua consagração e respectiva aceitação na comunidade científica.

No capítulo X, o Autor aplicava a assistência dos sinais metódicos, após o sinal do infinitivo de um verbo, contextualizando a temática com base na afirmação de que uma mesma operação ou disposição do espírito e/ ou do coração e do corpo poderiam ser expressas através de um verbo ou por um nome, substantivo, adjectivo ou até por um advérbio. E tratando-se da mesma operação ou disposição, era necessário que se partisse de um signo radical, ao que se anexavam outros gestos que indicavam nos verbos a diferença entre as pessoas, número, tempo e modo. O mesmo sucedia com os nomes, segundo o número e género, que, por sua vez, caracterizavam o nome dos adjectivos substantivados ou adverbiados. Assim o signo radical era regulado pelo verbo.

A título de exemplo, o Autor citava o verbo amar em todas as partes, fossem activas ou passivas, e todas as palavras que dele derivavam: “l‟amitié, l‟amour, aimé, aimée, aimable, amabilité, ami, amie, amiablement, amical, amicalement, amateur” (amizade, amor, amado, amada, amável, amabilidade, amigo, amiga, amigavelmente, amigável, amigavelmente, amador). Tomando como referência estas palavras, o mestre executava o signo radical que simbolizava o presente do infinitivo do verbo amar: fazia o respectivo gesto, ao fixar o olhar no objecto de que se tratasse, e levava a sua mão direita, de forma firme, à boca, enquanto a mão esquerda era levada ao peito, na zona do coração. Com a mão direita, executava o mesmo gesto, juntando-a à mão esquerda,

significando que desta forma lhe ajuntava o sinal do infinitivo (Abbé de l‟Épée, 1784, p. 101). Caso se tratasse de alguma parte do verbo, o mestre começava por executar o signo do pronome pessoal que lhe correspondesse, bem como o número; de seguida, fazia o sinal radical e subsequente, os respectivos signos de tempo e de modo, de acordo com a exigência da palavra de que se tratasse. Quando o verbo se encontrava na forma activa, não era necessário o recurso aos sinais, mas, na forma passiva, era imperioso sinalizá-lo, tal como no caso da palavra “l‟amitié”, em que o mestre sinalizava o signo da apóstrofe, logo executando o signo do artigo que o assistia, e de seguida fazia o signo radical para que os alunos compreendessem tratar-se de um nome substantivo.

Para o caso de “l‟amour”, o mestre executava os mesmos signos da palavra anterior, mas accionando grande energia, tanto sobre a boca, como sobre o coração, dado que o amor era sentido de forma mais ardente do que no caso do conceito da palavra amizade. Abbé de l‟Épée salvaguardava que o conceito de amor deveria ser transmitido no sentido e no espírito da religião. Já para as palavras “aimé” e “aimée”, que eram dois adjectivos, um no género masculino e outro no feminino, era necessário que o mestre juntasse os respectivos signos do masculino e feminino ao signo radical do verbo e também o signo do adjectivo (Abbé de l‟Épée, 1784, p. 103). Tomando como exemplo as palavras que terminassem em “able” ou “ible,” nomeadamente no caso da palavra “aimable”, os signos seriam executados da seguinte forma: primeiramente, executava o sinal que representasse a ideia de necessário, logo seguido do signo radical do verbo “aimer”; depois, o signo do adjectivo, completando com um terceiro sinal que informava que ao sujeito da frase era-lhe atribuída a qualidade do adjectivo. Assim, a palavra “adorer” representava a acção no verbo, e a palavra “adoré” representava o adjectivo; “adorable” representava o nome do adjectivo, sendo necessariamente atribuído a Deus, enquanto o sujeito da frase (id., pp. 23-24). Sendo o termo “d‟ami” correlativo, era necessário idear duas pessoas e, neste caso, se fosse o mestre a sinalizar a palavra, apontava para si e executava o signo radical, apontando de seguida para a pessoa que era sua amiga e retomava o apontar para si próprio, fazendo entender aos alunos que o conceito de amizade era recíproco (id., pp. 104-105). Relativamente à palavra “amiablement”, o mestre sinalizava o signo radical e o sinal do adjectivo e logo ajuntava o signo que anunciava não haver contradição, guiando a sua mão para o lado direito, fazendo entender tratar-se de um adjectivo adverbiado (id., p. 104). E para a palavra “amical” executava o signo do radical, acoplando um sorriso gracioso e uns

pequenos sopapos amistosos que simulava dar a um aluno, para logo executar o signo do adjectivo (id., p. 105). Já para “amicalement”, o mestre tomava os mesmos procedimentos, mas no final da sequência alterava o signo do adjectivo para o do advérbio; no caso da palavra “l‟amateur”, cujo conceito era o de uma pessoa que gostava de pintura ou escultura ou que tinha prazer em observá-las, executava o sinal que consistia em mostrar alguns objectos que o professor gostava e de seguida gestualizava o radical. E tudo o que o mestre arrolasse, poder-se-ia aplicar do mesmo modo a todos os infinitivos dos verbos e a todas as palavras deles derivadas (id., p. 105). Vejamos uma síntese no quadro seguinte:

Quadro 4

A língua de sinais e a construção de uma gramática própria

Órgãos dos sentidos Predomi- nante: visão

Sentir os sons através corpo

Jogos de sons: intensidade, ruído, as

vibrações dos sons no corpo “auribus audire” Alfabeto Manual Vogais e consoan- tes

Dactilologia Materiais de suporte ao ensino

Estratégias de ensino Objectos da natureza Formação das letras e suas combina- ções Sinais Gestos Mímica Jogos lúdicos de identifi- cação de palavras Ensino da es- crita Todos os objectos existentes Mímica corporal Cartona- do e papel Quadro negro Giz Lápis Rosário de contas Varas Dicioná- rio dos surdos

Ordem das letras

nas palavras Palavras

Palavras -frase Sintaxe Modo de Ensino Graduado Ensino “passo a passo” Gramática Substantivos e Verbos Pronomes pessoais Nomes e substantivos três espécies de declinações Artigos

Ver bo s Subst. Adjecti -vos Declinações Caso: Nominativo Genitivo Dativo Género: feminino masculino plural Caso: Nominativo Genitivo Dativo Número: Cardinais Ordinais Contagens Adjectivos Grau Positivo ou comparativo e superlativo

Pronomes Conjunções Advérbios

Pessoais Conjuntivos Possessivos Demonstrativos Interrogativos relativos Regime directo Indirecto Impróprios/ indefinidos Com ligação ao número Simples Comparativo de igualdade, Superioridade Inferioridade

Com ligação aos adjectivos

Ser Tempos Modos

Art e na co mp re ens ã o da met a fís ica Presente Passado Futuro Indicativo Imperativo Conjuntivo Infinitivo/ indefinido

terminação no final dos verbos “er”, “ir”, “oir” ou em “re” Correspondência em “er”, na primeira conjugação “ir” segunda conjugação “oir”, na terceira conjugação “re”, na quarta conjugação Signo radical Imperfeito Perfeito Futuro Suplicativo Conjuntivo Ordem do Perfeito: 1.ª, 2.ª 3.ª e 4.ª

Activos Passivos Neutros Recíprocos

Operações Espirituais enquanto objecto da lógica

Julgamento afirmativo preposição afirmativa Julgamento negativo preposição negativa A ideia do espírito e do pensamento Aprendiza- gem dos mistérios Religião Geografia História Sagrada

Fonte: Adaptação à Primeira Parte da obra La Véritable Manier d’Instruir … (1784), de Abbé de l‟Épée

De uma forma meticulosa, com a ajuda de gestos ou sinais convencionados, o mestre estruturava uma gramática própria em que os sinais, os gestos e a mímica eram elementos auxiliares na aplicação das regras e na combinação das palavras e de outros elementos, em orações ou frases, ou seja, uma sintaxe da escrita. Abbé de l‟Épée procedia então a um conjunto de regras sintácticas, criativas e inovadoras, e, por isso, poder-se-ia afirmar uma “nova ciência” de sinais, no quadro de uma linguìstica própria dos surdos-mudos que respeitava a língua materna do seu país.