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N ã o é de hoje que a Análise do C o m p o rtam en to se debate com a dimensão verbal do com portam ento e, em especial para este capítulo, tam bém do com portam ento psicopatológico. Em dois estudos, um de 1958 e outro de 1961, Salzinger e Pisoni dem onstraram que o discurso esquizofrênico de pacientes internados eram parcialmente controlados pelas perguntas do entrevistador e por verba­

lizações m ínim as (“h u m h u m ”, “sei”, “hãhã” etc.) feitas em seguida à verbalização delirante. Mais do que isso, em um estudo de I9 6 0 esses autores dem onstraram que as mesmas variáveis afetavam igualm ente a fala de pessoas consideradas normais (Salzinger e Pisoni, I960).

A intervenção sobre respostas verbais

As primeiras aplicações da Análise do C om portam ento tam bém foram feitas sobre respostas verbais de indivíduos psicóticos. Estudos relatados na literatura utilizaram-se de

Conjunto de estímulos e respostas (verbais e não verbais) p resen tes na situação em qualquer ponto d a cadeia de eventos, podendo fazer parte d as c lasses de estímulos equivalentes

Tf

Aversivo Pré-aversivo Eiiciador Estimulação pública Respostas Preocupação O b sessão Respostas Autonômicos Medo, desconforto Estimulaçao privada

1

Contexto t antecedente \ - Repertório empobrecido j

\

T

r *\ Eliminação ou adiamento Restrição variabilidade Fortalecimento da cadeia Reforço negativo Esquivas de d em andas e situações indesejadas. S uspensão

de interações aversivas

Reforço positivo

Desem penho aparentem ente superior, atenção e cuidados

Resposta ansiosa aberta

(compulsão, verificação, evitação, fuga)

FIGURA 11.1 Possíveis relações funcionais entre eventos am bientais e a resposta ansiosa. N o esquem a, as operações estabelecedoras (condições de privação ou estim ulação aversiva) com põem , ju n tam en te com os estím ulos discrim inativos/eliciadores públicos e privados e com as res­ postas encobertas, o contexto antecedente para a emissão da resposta aberta sem a participação dos elos privados. O esquem a ainda apresenta outras possíveis consequências que p odem se seguir à resposta, além da elim inação o u adiam ento da estim ulação aversiva. Essas consequências p o d em controlar a ocorrência de to d a a cadeia de eventos com portam entais, fortalecendo a cadeia de eventos e restringindo a variabilidade da resposta. C om o resultado, tem os um repertório em pobrecido e estereotipado, característico dos transtornos de ansiedade. O s estím ulos (e respostas) presentes em qualquer p o n to da cadeia de eventos p o d em fazer parte de classes de estím ulos equivalentes p o r m eio de relações de equivalência e de generalização de estím ulos, eliciando o u evocando respostas de ansiedade.

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procedim entos de extinção e reforçam ento aplicados não apenas a respostas motoras, mas tam bém a verbalizações: por meio de aplicação ou retirada de atenção por parte dos cuidadores, esses estudos dim inuíram o núm ero de falas delirantes e aum entaram o núm ero de verbalizações com sentido em pacientes psicóticos (p. ex., Ayllon e Michael, 1959; Ayllon e H aughton, 1964). Esses estudos e tantos outros que os seguiram demonstraram claramente que boa parte das falas delirantes tem um a função operante (para um a descrição mais detalhada, ver W ong, 2006).

Estes prim eiros estudos, apesar de sua sim plicidade, foram de grande im portância para a época, já que, até então, o com portam ento verbal delirante era considerado “intratável”. Ao dem onstrar que tais com portam entos p oderiam ser influenciados p o r eventos am bientais, a análise do com portam ento explicitou a dimensão social dos problemas psicopatológicos e abriu um a nova frente de intervenções. Ao assumir que tais comportamentos causam sofrimento para o indivíduo ou para pelo menos mais uma pessoa que esteja em relação com ele e que exercem um a função na interação social, a Análise do C om portam ento passa, necessariamente, a explorar as variáveis culturais que podem determ inar a origem e m anutenção dos quadros psicopatológicos.

O u tra linha de pesquisa desenvolvida por analistas do comportam ento tem investigado os problemas de compor­ tam ento a partir da conceituação proposta por Skinner no livro Verbal Behavior ( 1957). Em bora esse livro tenha sido publicado em meados dos anos de 1950, ele deu origem primeiramente a análises conceituais, e seu impacto sobre a prática clínica ocorreu um pouco mais tarde, por volta do final dos anos de 1980 (Kazdin, 1978; M acCorquodale,

1969; Zam ignani e Nico, 2007).

Zam ignani e Nico (2007), a partir de um levantamento sobre os estudos dos operantes verbais aplicados ao ensino de crianças com desenvolvimento atípico, analisaram as funções de queixas envolvendo com portam ento agressivo ou autolesivo. Estes autores defenderam que tais com por­ tam entos podem ser m antidos por consequências sociais, cujas funções seriam análogas àquelas encontradas nos operantes verbais do tipo “m ando”. Essa proposta parece especialmente im portante para o atendim ento a clientes com problemas graves e crônicos que, com um a frequência significativa, apresentam com portam entos destrutivos ou autolesivos, com déficits nas habilidades necessárias para interações sociais de qualidade. Em determinadas histórias de interação, estabelece-se um tipo de interação idiossin­ crática na qual, em vez de respostas de m ando cultural­

m ente apropriadas, são emitidas respostas agressivas ou autolesivas com a função de obter reforçadores específicos. Partindo dos dados da literatura sobre o ensino de m and : a pacientes com desenvolvim ento atípico, os autores defendem que estratégias para o ensino de m andos cultu­ ralm ente apropriados podem m inim izar tais problemas. Segundo os próprios autores:

“Um a série de queixas clínicas presentes em casos graves e que, portanto, são alvo de intervenção (... pode ser com posta de com portam entos análogos a m andos. E possível pensar diversos exemplos de com portam entos dessa natureza (tais como amea­ ças à integridade física do outro ou de si mesmo, com portam entos ditos histriónicos, déficits com­ portam entais que resultam em graves restrições ce contato com o m undo físico e/ou social, dentre outros) que são m antidos pela mediação de refor­ çadores específicos, mas apenas por alguns indiví­ duos, não constituindo um a prática da cultura.

Tais comportam entos, presentes em casos gra­ ves, causam sofrimento a estes indivíduos e àque­ les que com ele convivem, por variadas razões.

A

primeira delas é que, embora produzam importan­ tes consequências via mediação do outro — e, por isso, sejam m antidos - , tais com portam entos nãc obtêm sucesso quando o cliente interage com ou­ tros membros da cultura. A história idiossincrática desses clientes, no que tange à obtenção de refor­ çadores específicos contingentemente à emissão de com portam entos destrutivos, autolesivos, histrió­ nicos etc. (p. ex., na interação com sua família), constitui parte do problem a a ser abordado [pele terapeuta] (Zamignani, Nico, 2007, p. 109). U m últim o aspecto que m erece ser abordado corzi relação ao com p ortam ento verbal refere-se aos estudes, recentes sobre teorias de equivalência de estímulos e des quadros relacionais. D e acordo com Kovac, Zamigna* . e Avanzi (2009), o avanço nessa linha de estudo torne d possível analisar a função do contexto social verbal naj produção e m anutenção de problemas psicológicos.

Um a vez que relações de equivalência tenham sido esta­ belecidas entre eventos verbais e não verbais, situações palavras e pensam entos constituem m em bros de um â classe funcional. Tal situação possibilita que as situações; remetam ao estado psicológico tanto quanto as explicações, relativas aos estados psicológicos rem etam às situações Pérez-Alvarez (1996) afirma que “um a situação depressora

justificaria estar deprimido. Porém pensar deprimidamente e falar que se está deprim ido seria p o r si equivalente à situação causadora [da depressão]”.

Essa possibilidade de análise am plia enorm em ente a compreensão de fenôm enos psicológicos, dentre eles os fenôm enos que com põem a psicopatologia. D e acordo com Kovac, Zam ignani e Avanzi (2009):

“(...) quando o assunto em questão é a psicotera­ pia, algumas questões relacionadas com o sofri­ m ento psicológico tornam de primordial interesse a análise e a compreensão de um destes três níveis [o terceiro nível de seleção do com portam ento]. Entende-se o sofrimento (psicológico) como um a experiência reservada aos seres hum anos verbais, um a vez que descrever e analisar a experiência vi­ vida, assim como olhar para sua própria história e antecipar um sofrimento futuro, é um a experi­ ência em inentem ente verbal [...]. Tal constatação aponta para o com portam ento verbal como algo que produz a diferenciação do hum ano com rela­ ção às outras espécies, mas que é tam bém a base do sofrimento psicológico [...]”

Assim, o com portam ento relacionado com o sofrimento clínico envolve, necessariamente, rela­ ções verbais. Adquirem im portância ím par ques­ tões relacionadas com o terceiro nível de seleção, especialmente no que se refere ao com portam ento verbal”.

Partindo de tal análise, torna-se de prim ordial im por­ tância o entendim ento das relações verbais e suas nuances, to rn an d o o co m portam ento verbal o objeto direto da análise e intervenção terapêutica.

A análise da cultura e a psicopatologia

Skinner, já em 1987, fez um a aterradora análise sobre a cultura ocidental e os efeitos que as m udanças culturais e o desenvolvimento econôm ico e tecnológico estavam produzindo sobre os indivíduos. N a apresentação desse texto, Skinner afirma:

“M uitos daqueles que vivem nas democracias oci­ dentais desfrutam de um grau razoável de fartura, liberdade e segurança. Mas eles têm o seu próprio problema. Apesar de seus privilégios, muitos estão aborrecidos, inquietos ou deprimidos. N ão estão desfrutando suas vidas. N ão gostam daquilo que fazem: não fazem aquilo de que gostam. Em um a palavra, estão infelizes” (Skinner, 1987).

O s aspectos culturais que Skinner ressalta para esses efeitos são:

• A alienação do fruto do trabalho dos trabalhadores • As pessoas não produzirem aquilo que consomem • O seguimento excessivo de conselhos e regras • M uitas atividades contem plativas ou que exigem

pouquíssim a ação (p. ex., o apertar de botões). Desse m odo, segundo Skinner, o h om em ocidental torna-se d ep rim id o, ocioso, irritado, p o r não en trar em contato com contingências que operam sobre seus com portam entos. Pode ter tudo, sem fazer nada, ou fazer m u ito pouco, e ter m uitos estím ulos prazerosos à sua disposição (quadros, filmes, músicas etc.), mas tu d o o que faz é ver, ouvir e assistir. O u seja, a vida m oderna evita um tipo de controle aversivo, mas im pede que o efeito do reforço m antenha o bem -estar dos indivíduos. N a m esm a linha, S idm an analisou as im plicações do excessivo controle aversivo que im pera nas sociedades contem porâneas e in terpreto u vários problem as psico­ patológicos como com portam entos evitativos e de fuga (Sidman, 1989).

Pérez-Álvarez (2 0 0 3 ), a d ic io n alm en te às questões apontadas p o r Skinner e Sidm an, defende qu e certos padrões de interação existentes em nossa cu ltu ra carac­ terizam o que ele cham ou de “personalidade esquizoide” (reveja o conceito de Personalidade no capítulo an te ­ rior). D e acordo com este autor, o que é categorizado nos m an u ais com o u m tra n s to rn o de p erso n alid ad e não é mais que um a adaptação dos indivíduos a deter­ m in adas exigências do m u n d o c o n te m p o râ n e o , que produzem :

• Frieza emocional, afetividade distanciada ou embotada • Capacidade limitada para expressar sentimentos calo­

rosos, ternos ou raiva para com os outros • Indiferença aparente a elogios ou críticas

• Preferência quase invariável por atividades solitárias • Falta de amigos íntimos ou de relacionamentos confi­

dentes

• Insensibilidade marcante para com normas e conven­ ções sociais predom inantes.

Tal análise com partilha com alguns aspectos da análise apresentada por Tourinho (2009). Conform e já apresen­ tado no capítulo sobre Personalidade, esse autor discute que, com o aum ento da complexidade das relações sociais no m undo m oderno, os indivíduos passaram a se deparar com um enorm e rol de possibilidades para sua atuação,

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sendo que os determ inantes sociais foram ficando mais e mais obscuros, e gradativam ente sendo substituídos por um a noção de autodeterm inação do Ser H um ano. Ao mesmo tem po, por encobrir as determinações do compor­ tam ento, esse desenvolvimento cultural levou à noção de “livre-arbítrio” e a consequente im putação de m éritos, responsabilidades e culpas dos (bons e maus) com porta­ mentos aos próprios indivíduos.

Tal condição pode causar, quando falamos de com por­ tam entos passíveis de punição, estados de desam paro, ansiedade e solidão, presentes em m uitos quadros psico­ patológicos.

Fuentes O rteg a e Q u iroga (2005) apresentam um a análise m u ito sem elhante da cultura atual ao conceituar o que eles denom inam “conflito pessoalmente irresoluto de norm as”. D e acordo com esses autores, o aum ento da com plexidade das relações nas sociedades m odernas to rn o u cada vez mais problem ático o processo de reso­ lução das assim etrias existentes entre os indivíduos de diferentes grupos sociais. C om o agrupam ento de in d i­ víduos, desprendidos de seus círculos culturais iniciais e

de suas norm as de funcionam ento, dá-se um a nova tota­ lidade social, repleta de enfrentam entos, pois cada um a das partes sociais defen d eria seus p ró p rio s interesses (privados ou coletivos) em ações que não contribuiriam para a estabilidade do grupo. As norm as sociais, então, perdem a capacidade de guiar coletivam ente a relação recíproca de resolução ou igualação en tre as pessoas. C o n stitu iu -se, então, a necessidade de u m a personali­ zação do co m p o rtam en to ético. O indivíduo teria que agir p o r sua co n ta de m odo a solucionar os conflitos ou en frentam entos entre os contextos norm ativos defi­ nidos, donde se dão os conflitos morais e a reflexividade ética. D ad o o grande n ú m ero de variáveis envolvidas nesses conflitos entre as norm as e suas possíveis solu­ ções, ocorre um a proliferação de pseudorresoluções ou quase resoluções substitu tiv as das norm as que incre­ m entariam a m ultiplicidade num érica de trajetórias que cada indivíduo poderia seguir.

Tais trajetórias parecem apresentar-se com o indivi­ dualizadas quando, na realidade, seriam apenas trajetó­ rias mais particularizadas dentro da rede de determinações sociais, trajetórias estas menos simétricas e, portanto, com m enor valor coletivo. Segundo Fuentes O rtega e Quiroga (2005), é exatamente a partir do “conflito pessoalmente irresoluto de normas” que se constitui o campo de relações sociais que dariam origem aos problemas psicológicos e à própria psicologia enquanto instituição social.

O C O M P O R T A M E N T O VERBAL

D O C IE N T IS T A D E T E R M IN A N D O

O C O M P O R T A M E N T O

P S IC O P A T O L Ó G IC O _______

E m o M ito da Liberdade, Skinner (1971/1977) afirma:

“(...) um a pessoa não se expõe apenas às contin­ gências que constituem uma cultura; ajuda a m an­ tê-las e, n a proporção em que elas o induzem a fazê-lo, a cultura apresenta um a autoperpetuação. (...) O que um determinado grupo de pessoas clas­ sifica como bom é um fato: é o que os membros do grupo consideram reforçador, como resultado de sua herança genética e das contingências naturais e sociais a que estiveram expostos. Cada cultura tem seu próprio conjunto de coisas boas, e o que se considera bom em um a cultura pode não sê-lo em outra” (p. 104).

Em acordo com essa citação, um aspecto cultural de extrema im portância que não poderia ser deixado de fora em um texto sobre psicopatologia é a determinação verbal do cientista para definir o que é patológico. N o últim o século, hordas de profissionais de saúde mental debateram- se com as mais variadas nomenclaturas, descrições e expli­ cações para esse fenômeno.

Para se ter um a ideia, a produção cultural mais moderna que se tem sobre psicopatologia, e que dita parâm etros para pesquisas em saúde m ental, internações em hospi­ tais psiquiátricos, condutas de medicação, pagamentos de seguros-saúde, impedim entos legais etc., é o M anual Esta­ tístico de Transtornos Mentais (em inglês, que origina a sigla consagrada, DSM - Diagnostic and Statistical Manual o f M ental Disorders). Trata-se de um com pêndio form u­ lado por nada m enos do que 27 profissionais que coor­ denam 13 grupos de trabalho, cada um com cinco pessoas qualificadas ou mais, e cada um desses grupos ainda conta com 50 a 100 consultores para a elaboração dos quadros psicopatológicos encontrados (APA, 2002, p. 21-22).

Essa tentativa de classificação e descrição de doenças mentais iniciou-se em 1840, quando o governo dos EUA preparou um censo no qual coletou dados sobre “idio­ tism o/insanidade”. E m 1880, já eram 7 as categorias procuradas pelo censo: mania, melancolia, m onom ania, paresia, demência, dipsom ania e epilepsia. E m 1945, o Código Internacional de Doenças, em sua 6â versão (CID

6), trouxe pela primeira vez um capítulo totalm ente desti­ nado a transtornos mentais. Nele havia 10 categorias de psicose, 9 de psiconeurose e 7 de transtornos de caráter, com portam ento e inteligência.

Em 1946, apareceu a prim eira versão do D SM : um com pêndio exclusivamente voltado para as doenças mentais, variante do capítulo encontrado no C ID 6 (APA, 2002), com a indicação de um pouco mais de 100 trans­ tornos mentais. A versão mais m oderna publicada até o m om en to (D SM , IV versão revisada) indica quase 400 transtornos da psicopatologia (van Pragg, 1997, apud Pérez-Alvaréz, 2003).

M ais algum as evidências de que o co m p o rtam en to psicopatológico pode ser d eterm in ad o p o r este tipo de com portam ento verbal foi a exclusão, em 1973, do com portam ento homossexual do rol de desvios sexuais. Essa exclusão levou anos para ser assimilada pela cultura em geral, e em 1999 o Conselho Federal de Psicologia no Brasil p ro ib iu que profissionais a ele afiliados se propusessem a oferecer tratam ento s psicológicos para esse com portam ento. A inda assim, m uitos m em bros da sociedade brasileira consideram a homossexualidade uma doença.

U m a ação semelhante tem sido esperada a respeito da exclusão do consum o de m aconha do rol de adicção a drogas na versão V do D SM . Se isso, de fato, acontecer, pode ser esperado um grande incentivo para a descrimina-

lização da utilização das drogas (em especial da maconha), como decorrência.

______________RESUM O______________

Este capítulo pretendeu apresentar a visão analítico- co m portam ental sobre a psicopatologia. A bordou os fenômenos psicopatológicos como com portam entos que causam sofrimento ao próprio indivíduo que os apresenta, ou a outros que com ele convivem. Dessa maneira, a inter­ pretação aponta que o com portam ento psicopatológico tem como um a de suas fontes principais o controle aver­ sivo. N a busca por elucidar contingências em três níveis de seleção de com portam entos, exemplificou-as no nível filogenético abordando a sensibilidade diferenciada a estí­ mulos que cada indivíduo apresenta em relação aos outros; no nível ontogenético, abordou os pareamentos entre estí­ mulos que são peculiares em histórias de vida de algumas pessoas para a explicação do com portam ento chamado de masoquista; no nível cultural, apontou como o com por­ tam ento verbal idiossincrático e delirante dos psicóticos pode ter função operante, como contingências culturais de avanço tecnológico podem produzir com portam entos chamados de irritadiços ou deprimidos e, por fim, apontou como os comportamentos verbais dos cientistas e profissio­ nais da saúde m ental podem determ inar a classificação de indivíduos como portadores de doenças mentais ou não.

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