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Uma primeira e óbvia condição na qual não existe liber­ dade é a restrição física. Algemas, camisas de força e prisões são exemplos típicos. Para Skinner (197 1/2 00 2), esses eventos são geralm ente utilizados com o m etáforas para um a prim eira definição de liberdade, qual seja, a ausência de resistência ou restrição. M uitas pessoas já devem ter observado algum dia, com o sím bolo da liberdade, um a algema sendo quebrada. Mas essa não é um a boa defi­ nição, segundo o autor, pois desconsidera um outro tipo de restrição, im posta pelas contingências de reforçamento positivo que determinam o com portam ento atual do indi­ víduo. No entanto, a metáfora pode ser considerada im por­ tante por sinalizar quais são os eventos aos quais aqueles que defendem a liberdade estão se referindo. Restrição física é um a condição na qual m uitos operantes, que de outra maneira seriam eficazes na obtenção de reforçadores, não podem sequer ser emitidos, embora possam ter elevada probabilidade. U m a condição desse tipo assemelha-se à punição em que se impede, ou se retira, o acesso a refor­ çadores, sendo, portanto, um evento aversivo.

Skinner (1971/2002) sugere que, nesse sentido, há um a instância de luta pela liberdade no próprio comportamento reflexo. Ao espirrarmos, por exemplo, quando um a subs­ tância nociva entra em contato com as nossas narinas, estamos, a p artir de um com p ortam en to filogenetica- m ente selecionado, nos livrando do risco. N o entanto, os processos que norm alm ente interessam àqueles que lutam pela liberdade estão mais intim am ente relacionados com o condicionam ento operante, principalm ente as técnicas de controle aversivo. Reforçam ento negativo e punição são maneiras de controle aversivo que podem provocar fuga, esquiva e contracontrole (ver Capítulo 2), ou seja, são condições das quais os indivíduos têm a predisposição natural para tentar se “libertar”.

Nesse sentido, podemos dizer que, quando usamos inse­ ticidas para m atar os insetos de nossa casa, ou criamos cam panha para acabar com o m osquito da dengue, estamos envolvidos em certo tipo de luta pela liberdade. Eventos aversivos acontecem norm alm ente no m u n d o real, no contato do hom em com a natureza, mas a “lite­ ratura da liberdade”, a qual se refere Skinner (1971/2002),

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está preocupada com o controle aversivo estabelecido por outras pessoas ou agências sociais, mais especificamente o controle intencional.

E im portante a distinção entre o controle com ou sem intenção. Um a pessoa, por exemplo, pode ser um incô­ m odo para outra e esta pode se com portar de m odo a se “livrar” da pessoa que a incom oda (Skinner, 1953/1965). Assim, alguém que esteja fumando em um recinto fechado pode ser convidado a se retirar, ou ainda fazer com que as pessoas incom odadas saiam do local. Observe que o com portam ento de fumar, neste caso, pode não se m anter devido a qualquer efeito sobre o com portam ento do outro, no entanto produz reações de contracontrole e fuga. No caso do controle intencional aversivo, o com portam ento do controlador (fonte de estimulação aversiva) ocorre sob controle da consequência da sua emissão sobre o com por­ tam ento do outro. Por exemplo, quando um pai dá bronca (punição) em um filho “para que” ele pare de fazer barulho, podem os supor que o silêncio, ou o filho fazendo um a atividade com m enos barulho, deve ser reforçador para o com po rtam en to de dar bronca do pai. O com porta­ m ento de exercer influência, de lim itar o com portam ento do outro, deve ser reforçado pelas consequências dessa limitação ou influência.

Aqueles que defendem a liberdade, segundo Skinner (1971 /20 0 2 ), têm suas ações voltadas para ind uzir as pessoas a se com portarem de maneira a se libertarem desse tipo de controle, seja escapando ou atacando as fontes que as controlam. São estratégias chamadas de contracontrole, ou seja, com portam entos causados por coerção, que têm a função de alterar ou impedir o com portam ento do contro­ lador (Sidman, 1989/1995). Consideremos, nesse ponto, que a luta pela liberdade corresponde, em certa m edida, à tendência a se livrar de certos tipos de eventos, chamados de aversivos, e o termo “liberdade” é utilizado principal­ m ente quando estes eventos são estabelecidos por outros indivíduos, intencionalm ente.

N ão há maiores problemas, a princípio, em usar a defi­ nição de liberdade em term os de ausência de controle aversivo, pois, com o a p o n to u Skinner (1971/2002), m uito tem sido feito pela elim inação dessas estratégias em diversas áreas, com o no governo, na religião e nas escolas. N o entanto, deixamos de resolver os problemas que se apresentam com técnicas de controle que não provocam este tipo de luta. Reforçam ento positivo não é coerção e não causa, naturalm ente, contracontrole (Sidman, 1989/1995), mas algumas contingências progra­ madas, que utilizam esquemas de reforçamento positivo na

m anutenção do comportamento-alvo, podem levar ao que Skinner cham ou de consequências aversivas atrasadas ou a longo prazo. U m exemplo clássico é o pagamento por peça de trabalho. Em bora seja um a estratégia de reforçamento positivo, ao ser aum entada a exigência de produção para a mesma quantia de dinheiro, cria-se um a condição aver­ siva na qual o pagamento não compensa o desgaste físico provocado pela intensidade do trabalho.

O utro sistema baseado no reforçamento positivo e que, sem dúvida, causa contingências aversivas para aquele que está sob seu controle são os jogos de azar. Nesse tipo de atividade, com o salientou Skinner (19 71/2 0 02), o comportam ento do apostador é reforçado em um esquema de razão variável, onde ele ocasionalmente ganha, e a quan­ tidade de apostas que precisa fazer varia bastante até que ganhe novamente. N o final das contas, o valor investido nas apostas frequentem ente supera o valor total recebido. Q uando um governo estimula o uso das loterias para arre­ cadar dinheiro sem as contingências aversivas envolvidas no pagamento de impostos, ele está utilizando um a técnica de controle positivo, que, no entanto, pode levar a conse­ quências aversivas atrasadas, mas que não exercem nenhum tipo de efeito sobre o com portam ento no m om ento de seu fortalecim ento (Skinner, 1974/1976).

A ausência da defesa pela liberdade nesses casos está relacionada com o fato de os envolvidos na luta lidarem com o tema em termos de sentimentos ou estados mentais. Skinner (1971/2002) resum e a concepção criticada na seguinte declaração: “Liberdade é uma ‘posse’. Um a pessoa escapa ou destrói o poder do controlador de form a a se

sentir livre e, um a vez que se sente livre, pode fa zer o que deseja (p. 30, grifos nossos). N o entanto, sentim entos

são produtos das mesmas contingências responsáveis pelo com portam ento de luta pela liberdade, e expressões como “desejar” e “querer” descrevem predisposições para agir de determ inadas maneiras, que são, como qualquer outra, determinadas pelas histórias de seleção filogenética, onto- genética e cultural (Skinner, 1974/1976).

Tais descrições, por outro lado, fornecem informações sobre outra característica da liberdade, que diz respeito não apenas à predisposição para escapar ou atacar certos tipos de controle, mas tam bém tem relação com o estado de com portam ento sob reforçam ento positivo. Essa é a condição na qual é dito ser possível fazer o que se quer. Com o afirm ou Skinner (1974/1976):

“C om portam ento operante sob reforço positivo é distinguido pela falta de qualquer evento antece­ dente imediato que poderia servir plausivelmen-

te como causa, e como resultado é dito m ostrar um a origem interna cham ada de livre-arbítrio” (p. 217).

Fazer o que se quer é se comportar de acordo com as variá­ veis que controlam positivamente seu com portam ento, e as condições corporais que acom panham o responder sob reforço positivo são chamadas de sentimento de liberdade.

M as é im p ortante salientar que, para Skinner (1974/1976), ao analisarmos as características definidoras da liberdade, tem os que considerar que “o fato im p or­ tan te não é o que nós sentim os q uan d o somos positi­ vam ente reforçados, mas que não tendemos a escapar ou

contra-atacar (p. 217). A liberdade só adquire sentido pela

existência da coerção um a vez que é sua ausência que lhe dá significado (Sidman, 1989/1995). Isso é m uito im por­ tante p ara entender o conceito e im plica que, quando falamos de liberdade, em bora possamos estar nos refe­ rindo ao que sentim os qu ando se pode fazer o que se quer, o co m portam ento denom inado livre depende de um a condição aversiva anterior, q u and o fazer o que se quer era impossível devido a algum tipo de controle aver- sivo. Essa condição de controle aversivo é que evocou a fuga ou o contracontrole. Isso quer dizer que, se não há controle aversivo, não há busca pela liberdade, embora isso não implique, de maneira alguma, que não haja controle (Skinner, 1953/1965; 1971/2002).

C ontro le em que se exploram os controlados pode ocorrer tan to com reforçam ento positivo q u an to com reforçam ento negativo, em bora o prim eiro não evoque tendências a se libertar. Controle é toda relação entre os eventos do contexto atual e o com portam ento do indi­ víduo, em um a relação funcional, estabelecendo sua ocor­ rência devido à história de seleção. Uma teoria do compor­ tam ento que considere todas as relações não está, absolu­ tam ente, ameaçando a liberdade do indivíduo. O papel da Ciência do C om portam ento seria, em certo sentido, libertar o hom em , quando se propõe a identificar todas as relações de controle, o que tornaria possível eliminar práticas de controle que levam a condições potencial­ m ente aversivas ou de exploração (Skinner, 1953/1965;

1971/2002).

Para Skinner (1 9 7 2 /1978c), não há vantagem em sim plesm ente libertar o indivíduo do controle aversivo. Ao considerar, por exemplo, a simples eliminação desse controle exercido na educação, vejamos como o autor se manifesta em relação ao objetivo desta estratégia e os seus efeitos sobre o ensino:

“Eles [os estudantes] deveriam estudar porque eles querem , porque eles gostam , porque eles estão interessados no que estão fazendo. O erro (...) é supor que eles irão fazer isso tão logo nós paremos de puni-los. Estudantes não são literalmente livres quando eles são libertados de seus professores. Eles então ficam sob controle de outras condições, e nós devemos olhar para estas condições e para seus efeitos de form a a m elhorar o ensino” (Skinner,

1972/1978C, p. 143).

A discrim inação das variáveis que exercem controle sobre u m dado com p ortam en to em certo m om en to é dificultada devido à natureza probabilística do com por­ tam ento operante, ou seja, o com portam ento tem um a probabilidade de ocorrência, mas mesmo um a probabili­ dade alta não significa que o com portam ento necessaria­ mente ocorrerá. Além disso, muitas das variáveis relevantes não podem ser acessadas, já que estão na história filogené­ tica e ontogenética do indivíduo. O controle intencional é som ente m ais evidente que o controle exercido pelo am biente natural, e para Skinner (1953/1965) a objeção a qualquer tipo de controle surge de um a generalização a partir de técnicas coercitivas. O próprio term o “controle” torna-se aversivo e passa a ser algo do que as pessoas devem fugir e se libertar.

Skinner (1971/2002) afirma que concepções de hom em autônom o, presentes na literatura da liberdade, em vez de libertarem, fazem com que práticas coercitivas continuem a serem usadas. Deveríamos esperar que aqueles que lutam pela liberdade trabalhassem em direção a um m undo no qual a punição seja m enos com um . Mas o que o autor sugere é que a defesa do hom em autônom o e livre para ser o que quiser tem levado à perpetuação dessas práticas. Um a vez que o hom em é autônom o, ser “bom ” ou “m au” passa ser um ato de vontade; deve-lhe ser perm itido “esco­ lher” (eliminação de controle), mas se ele “opta” por ser “mau” deverá ser, ou será, punido, na maioria das culturas, devido aos efeitos desta “escolha” sobre os outros. Ser livre, no sentido da autonom ia, é um a questão de não identifi­ cação de modelos menos visíveis de controle.

Skinner propõe que práticas de controle social devem ser modificadas a partir de um a tecnologia do com por­ tam ento eficaz. N o nível pessoal, Brandem burg e Weber

(2005) sugeriram que um tipo de liberdade poderia existir

quando o indivíduo, a partir do m om ento que “conhece” as variáveis que afetam seu com portam ento, pode agir de m odo a modificá-las, exibindo o tipo de autocontrole

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descrito por Skinner (1953/1965; 1974/1976). É evidente que não há eliminação do controle exercido pelo ambiente, mas o indivíduo passa a m odificar intencionalm ente5 este am biente que o controla, ainda que a capacidade de fazer isso seja certam ente d eterm inada p o r u m a história de aprendizado que tam bém será responsável pelas mudanças que serão feitas.

Segundo Skinner (1 9 7 1 /200 2 ), deveríam os ensinar com portam entos de autocontrole que tornassem possível ao hom em m odificar as contingências aversivas que estão exercendo controle sobre si, e ainda poder lidar eficien­ tem ente com aquelas contingências de reforço positivo que possam vir a causar consequências aversivas atra­ sadas. Não devemos considerar que isso seria um a ameaça à liberdade, um a vez que as relações de controle entre o co m p ortam ento e o am biente existem, in d ep enden­ tem en te de serem ou não levadas em consideração. O autor apresenta o seguinte argum ento, para am enizar as críticas à concepção do com portam ento como determ i­ nado e para justificar a necessidade de u m planejam ento deliberado:

“O hom em em si pode ser controlado pelo seu ambiente, mas é um ambiente que é quase todo de sua própria criação. O am biente físico de m ui­ tas pessoas é em grande parte feito pelo hom em . As superfícies em que u m a pessoa cam inha, as paredes que o abrigam, as roupas que ele veste, m uitas das comidas que ele come, as ferramentas que ele usa (...). O am biente social é obviamente feito pelo hom em - ele gera a linguagem que uma pessoa fala, os padrões que ele segue e o com por­ tam ento que ele exibe com respeito às instituições ética, religiosa, governamental, econômica, edu­ cacional e psicoterápica que o controlam . A evo­ lução da cultura é de fato um gigantesco exercício de autocontrole. (...) Erros têm sido cometidos e nós não temos segurança de que o ambiente que o hom em construiu continuará a fornecer ganhos que superem as perdas, mas o hom em , como nós o conhecemos, para m elhor ou pior, é o que o ho­ m em tem feito do hom em ” (Skinner, 1971/2002, p. 196-197).

Tntencionalm ente, deve ser entendido como o indivíduo que está sob controle do efeito que a modificação do ambiente exerce sobre seu próprio comportamento, uma vez que em toda relação operante do homem com o ambiente há uma influência recíproca (Skinner, 1953/1965; 1957).

Com o afirm ou Skinner (1971/2002), na m edida em que a visibilidade do controle dim inui, diz-se que a liber­ dade aum enta. A grande complexidade na relação entre o com portam ento dos hom ens e seu ambiente, ampliada pela possibilidade de com portam ento verbal, pode tornar necessárias explicações interpretativas para a conduta, um a vez que as variáveis que produziram o com porta­ m ento atual de u m indivíduo estão, em grande parte, fora do alcance de um a observação direta. Mas isso não significa que o com portam ento deixa de ser ordenado; é um a questão de conhecermos todos os fatos envolvidos (Skinner, 1987b).

O s processos com portam entais, citados aqui, pelos quais as pessoas buscam a liberdade, tam bém levam a um resultado contra a sobrevivência da espécie, assim como a outras condições aversivas. A fuga de estímulos aversivos ambientais, por exemplo, resultou tam bém em um a busca trivial por cada vez mais conforto na vida contemporânea. Esse conforto não está disponível para todos e; para que alguns possam manter essa condição, muitos outros têm de viver sob condições precárias. A tecnologia que nos livrou do trabalho exaustivo e do dano físico tam bém teve um papel na geração de altos índices de desemprego (Skinner,

1976/1978b).

Responder sob controle positivo, sob controle das histó­ rias genética e ambiental, também acarreta problemas para a sociedade. A busca p o r reforçadores, pelo direito de fazer o que se deseja, leva os hom ens a gastar fortunas nas loterias, co nsum ir os recursos naturais e p o lu ir o ar. O hom em é d otad o de um a constituição genética que o leva a se co m p o rtar de m od o a buscar co n tato sexual, se alim entar com alim entos calóricos e g o rd u ­ rosos, atacar o u tra s pessoas q ue de alg um a m an eira o am eaçam , sen d o reforçado p o r sinais de d a n o ao o u tro (Skinner, 1987b). Todas essas tendências ficam disponíveis para o hom em livre, que pode fazer o que quiser; no e n tan to , todas elas são poten cialm en te p eri­ gosas para o ind ivíd uo e para a espécie na m edida em que podem levar à superpopulação, à violência e a um grande núm ero de pessoas com problem as do coração relacionados com a obesidade, para citar os mais óbvios. A busca pela liberdade é im p o rta n te e cham a a atenção para a existência de práticas coercitivas e de exploração, m as o co n ceito de h o m em a u tô n o m o , p o ssu id o r de livre-arbítrio, não considera todas as relações que deter­ m in am o c o m p o rtam e n to do ser h u m an o e p od e até im pedir um curso de ação eficaz na elim inação dessas práticas (Skinner, 19 7 1/2002; 1987b).

Skinner acreditou que seria possível a construção de um m undo melhor, m enos aversivo, mais produtivo e cria­ tivo, justam ente a p artir da com preensão das causas da conduta hum ana. Libertar o hom em seria, de certo modo, criar u m m un do com relações hum anas m enos coerci­ tivas, mas, além da questão liberdade, seria, por meio de um a ferram enta eficaz de controle, baseada em conhe­ cim ento produzido pela C iência do C o m p o rtam en to , buscar resolver im portantes problemas relacionados com o controle do com portam ento. Para o autor, dificilmente, algo além de um a com preensão integral do com porta­ m ento hum ano pode tornar possível tal feito.

___________ C O N C LU SÃ O ___________

Os pressupostos do Behaviorismo Radical de Skinner embasaram a Ciência do Com portam ento por ele proposta. D entro disso, o Behaviorismo Radical, como filosofia, e a Análise do Com portam ento, como ciência, fornecem-nos as diretrizes para a Análise do Com portam ento hum ano de acordo com um modelo de causalidade em que o com por­ tam ento é visto como produto de processos de variação e seleção. Três níveis de seleção e variação são defendidos por Skinner: filogenético, ontogenético e cultural. Portanto, descrever e explicar a cultura e os fenômenos com porta­ mentais que nela ocorrem, de acordo com essa perspectiva, implica entendê-la como um terceiro nível de variação e seleção.

As contingências entrelaçadas e o conceito de m eta­ contingência de G lenn têm surgido para contribuir com o desenvolvimento da análise da cultura de acordo com um a perspectiva behaviorista. Esses novos modelos podem facilitar a identificação de práticas culturais em diversos contextos de atuação do analista do com portam ento.

Além disso, a análise da cultura possibilita-nos questio­ namentos sobre o seu planejam ento, na tentativa de um m undo melhor. A liberdade que pareceria ameaçada nesta empreitada, pelo controle deliberado do com portam ento, pode ser analisada, por outro lado, como algo a ser preser­ vado com este controle. Consideramos que o sentido da liberdade hum ana baseia-se na ausência de controle aversivo, principalmente aquele estabelecido intencionalmente por outros indivíduos, e que o com portam ento livre descreve um estado em que a pessoa está sob controle positivo e de sua história de seleção nos três níveis. Assim, um a análise eficaz da cultura possibilitaria um planejam ento cultural que leve a práticas de controle m enos coercitivas, e que desenvolva nos seus membros repertórios com portam en­ tais “livres”, eficientes em garantir a sobrevivência daquela cultura e que não produzam, na medida em que seja possível prever, consequências aversivas a longo prazo.

Assim, a Análise do C om portam ento apresenta um a proposta para a análise da Cultura e da Liberdade. Tal proposta