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ASSOCIANDO EMOÇÕES A VALORES (E VIRTUDES)

Tudo pode ser tirado de um homem, exceto uma coisa: a última das liberdade humanas – escolher a sua atitude em um determinado conjunto de circunstâncias, escolher do seu próprio jeito. – VIKTOR E. FRANKL, O homen em busca de um sentido

O motivo por que os humanos experimentam emoções é que “alguma coisa tem importância” para nós. Sentimos raiva porque achamos que as pessoas não nos respeitam, nos humilham ou violam nossos direitos – e respeito, tratamento atencioso e nossos direitos são importantes para nós. Um objetivo importante da terapia focada no esquema emocional é auxiliar o paciente a clarificar quais valores, objetivos ou qualidades pessoais de caráter ou virtude são importantes, bem como associar as emoções a esses propósitos. A terapia focada no esquema emocional não visa simplesmente acalmar as emoções ou livrar o indivíduo de sentimentos desconfortáveis. Ao contrário, tenta colocá-las em um contexto de significado mais amplo e encorajar o cliente a aceitar as dificuldades a que as emoções podem levar para viver uma vida mais completa. O objetivo não é necessariamente uma “vida feliz” no sentido em que se possa postar uma “carinha feliz” após a própria assinatura. O objetivo não é viver uma vida fácil, livre de frustrações, raiva, tristeza ou solidão. Também não é “se sentir bem”, como se a vida fosse um cálculo hedônico que envolve comparar um sentimento com outro e sempre escolher o “sentimento feliz”. Em vez de visar “sentir-se bem”, o objetivo é conseguir viver uma vida em que se esteja disposto a aceitar sentir tudo para poder alcançar uma vida mais completa, mais rica e mais significativa. Se o sofrimento faz parte dessa vida, então o objetivo é viver uma vida pela qual valha a pena sofrer.

A importância dos valores em psicoterapia foi desenvolvida por Viktor Frankl em O homem em busca de um sentido (1963). Frankl, um psiquiatra austríaco, foi prisioneiro em Auschwitz, e observou que muitos dos presos que morreram (antes de serem executados) tinham desistido da vida. Os poucos que pareciam ter mais probabilidade de sobreviver eram aqueles que tinham esperança – mesmo que esta fosse uma ilusão – de que, um dia, se reuniriam com suas famílias e suas vidas continuariam depois que fossem libertados do campo de concentração. Frankl (1959, 1963) acabou rejeitando o modelo psicanalítico, com seu foco no passado e nas defesas contra a libido. Ele desenvolveu uma nova forma de terapia denominada “logoterapia”, a qual foca no significado que o indivíduo dá às suas ações e à vida. Em várias versões atuais da terapia cognitivo-comportamental, existe uma ênfase crescente no propósito e no valores: por exemplo, tanto a TAC quanto a TCD destacam a importância dos valores em “uma vida que valha a pena viver” (Hayes, Levin, Plumb- Vilardaga, Villatte, & Pistorello, 2013; Wilson & Murrell, 2004; Wilson & Sandoz, 2008). Esta ênfase está há tempo ultrapassada. Além disso, a terapia focada na compaixão de Gilbert (2009) está centrada na importância do papel desempenhado pelo valor e pela emoção da compaixão ao ajudar as pessoas a encontrar propósito, superar a ansiedade e a depressão e estabelecer vidas significativas.

Um exemplo literário icônico de encontrar significado na vida é uma pequena novela de Tolstoy (1886/1981), A morte de Ivan Ilyich. Ivan Ilyich havia vivido uma vida boa e apropriada, mas tinha um casamento sem amor, sem nenhum significado fora do comportamento convencional. Aos 45 anos, ele sofre uma lesão enquanto pendura cortinas; após consultar inúmeros médicos, percebe que sua morte é iminente. Enquanto jaz em seu leito de morte, reflete se sua vida foi de algum valor. Uma forma de identificarmos os valores que nos guiam é fazer a pergunta que Ilyich poderia ter respondido antes em sua vida: “Se você pudesse avançar no tempo deste instante até o momento no seu leito de morte, o que você gostaria de ter vivido? Como você gostaria que sua vida tivesse sido?”. De acordo com a História de Heródoto, escrita quase 2.400 anos antes do conto de Tolstoy, o rei-filósofo grego Solon disse ao rei persa, Croesus, que não se pode saber se a vida foi feliz até o momento da própria morte. Mesmo o homem rico e poderoso pode terminar sua vida em desgraça e humilhação, de acordo com Solon. E a ideia da reflexão sobre como foi a sua vida é um componente central da terapia de revisão da vida (ou terapia da reminiscência) inicialmente desenvolvida por Robert Butler (1963). A ideia de refletir sobre a própria vida – seja por meio das reflexões no leito de morte imaginadas por Ivan Ilyich, pelo exemplo de Solon das horas finais ou pela revisão de Butler do que significou nossa vida – foi incorporada à TAC (Hayes, 2004). Clarificar o significado e encontrar propósito também são elementos-chave da terapia focada no esquema emocional. De fato, os valores constituem uma das 14 dimensões da terapia focada no esquema emocional discutidas em capítulos anteriores e avaliadas com a LESS II.

Este capítulo apresenta 10 técnicas para ajudar a clarificar os valores que são essenciais para um indivíduo – e para demonstrar como as emoções resultam deles. Os valores são componentes centrais para que tenhamos propósitos, significado e a capacidade de tolerar emoções difíceis como um meio para um fim. Também discuto as virtudes caracterológicas que desde a antiguidade clássica moldaram ideias do que constitui “felicidade” – ou seja, a vida que vale a pena ser vivida.

VISUALIZAÇÃO NEGATIVA

Os antigos estoicos propuseram que um objetivo na vida é ser feliz ou contente com o que já temos. A justificativa é que com frequência ficamos excessivamente focados no que não temos (objetivos que estamos tentando atingir, os quais muitas vezes são inatingíveis), e isso nos deixa insatisfeitos e frustrados. Por exemplo, um homem descreveu sua frustração por não ter sido promovido no trabalho, e ruminou e se lamentou durante semanas sobre a injustiça da sua situação. Embora reconhecendo que a situação poderia ser injusta, o terapeuta sugeriu que ele considerasse uma série de exercícios simples – cada um focado em imaginar que não tivesse alguma coisa que, na realidade, já possuía.

Reconhecer o que já temos, mas que não conseguimos valorizar ou perceber, pode com frequência clarificar que já possuímos aquilo que valorizamos; o sentimento de posse simplesmente depende da capacidade de apreciá-lo. Uma mulher se queixou de que queria perder peso, mas se sentia “presa” em seu apartamento em uma grande cidade. O terapeuta a encorajou a dar mais caminhadas na cidade ou se associar a uma academia, mas a paciente confidenciou que raramente fazia alguma coisa apenas porque era bom para ela. Ela não se sentia suficientemente importante. O profissional sugeriu que ela contatasse uma organização

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que auxiliava indivíduos cegos, e que poderia considerar a possibilidade de levar uma pessoa cega para fazer caminhadas. Algumas semanas mais tarde, ela relatou que tinha achado a experiência imensamente significativa: “Eu levei uma senhora cega para andar no parque. Era um dia muito lindo de verão; nós caminhamos juntas, e eu lhe falava dos pássaros e da paisagem para que ela pudesse imaginar o que eu estava vendo. E eu me senti muito bem por ajudá-la. Sabe, eu nunca tinha me dado conta de que o parque era tão bonito –nunca o tinha visto antes até que o descrevi para ela.”

O terapeuta respondeu: “Somente vendo por meio dos olhos da cega é que você conseguiu ver o que havia lá”.

Uma abordagem semelhante, embora envolvendo uma experiência puramente imaginária, foi usada com outro paciente: Agora vamos imaginar algumas coisas que você tem como certas. Talvez possamos considerar seu corpo e seus sentidos. Vejamos suas pernas. Eu observei que você consegue caminhar, e você me disse que corre regularmente. Isto é ótimo. Agora quero que feche seus olhos. Tente liberar toda a tensão. Apenas relaxe e se concentre no que eu estou dizendo. Imagine que as suas pernas estejam paralisadas. Imagine que nunca mais pudesse caminhar. Do que você mais sentiria falta por não caminhar?

Meu Deus. Este é um pensamento horrível. Não consigo nem imaginar. Isto seria terrível.

Ok, parece que caminhar é importante para você. Em que você sentiria falta de caminhar?

Simplesmente poder me levantar e ir até a outra sala. Essa é uma coisa que você faz todos os dias. O que mais?

Andar pela cidade. Eu sentiria falta da liberdade de ir a qualquer lugar que eu quisesse.

Quantas vezes você já pensou enquanto caminhava pela cidade que sentiria falta se não conseguisse fazer isso?

Nunca.

Então você já percebeu que uma coisa que lhe é muito importante é algo que você tem a sorte de conseguir fazer.

A visualização negativa pode ser usada para quase todas as experiências que se possa valorizar. Por exemplo, pode-se praticar uma visualização de que o parceiro da pessoa se foi para sempre, ou que seus filhos não existem, ou que o sol nunca mais nasça, ou que a pessoa ficou surda. O propósito da visualização negativa não é deixar os pacientes infelizes (embora alguns possam responder assim). Ao contrário, o propósito é ajudá-los a obter satisfação e valorizar o que já possuem.

A visualização negativa é o antídoto para a “esteira hedônica”, em que o indivíduo consegue alguma coisa que valoriza e então se habitua a ela, que agora passa a ser tida como certa. Praticando a consciência momentânea da sua ausência, o sujeito renova a experiência do seu retorno. Existe um valor em perder alguma coisa – e, ironicamente, um valor agregado em ser capaz de perder alguma coisa que já possui.

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EXEMPLIFICAÇÃO NEGATIVA: “ONDE ESTÁ A MINHA SORTE”

Outra técnica para melhorar o significado emocional do “que é importante” é observar o infortúnio alheio. Esta não é uma forma de Schadenfreude, na qual temos prazer na percepção de que as pessoas que invejamos estão tendo dificuldades. (Schadenfreude é discutido em mais detalhes no Cap. 11.) Ao contrário, podemos usar nossa valorização dos infortúnios alheios para nos lembrar de nossa melhor sorte – algo que podemos valorizar. Além do mais, pode ser útil reconhecer que tais infortúnios têm uma forte probabilidade de parecer – ou exemplificar – algo que podemos sofrer um dia.

Agora, quando você caminha pela cidade, nota uma pessoa idosa usando um andador – talvez alguém que sofreu um derrame ou tem muita dificuldade? Sim, eu sinto pena deles.

É possível que também se lembre do quanto você tem sorte por ser capaz de andar e até mesmo correr com grande facilidade e conforto?

Eu na verdade nunca penso assim. Tenho que confessar que não gosto de ver pessoas com incapacidades.

Mas e se pensasse nelas como lhe possibilitando a consciência do quanto você tem sorte? Talvez possa até dizer: “Como sou afortunado por ser lembrado da sorte que eu tenho”.

É, isto é certamente melhor do que não querer vê-los.

E você também pode se dizer: “Algum dia serei velho. Posso precisar de um andador. Eu posso ter um derrame”. Você pode dizer: “Onde está a minha sorte”.

É triste pensar, mas – sabe – é verdade. Meu pai teve um derrame e tinha muita dificuldade para caminhar, e eu sentia pena dele.

Bem, então você pode olhar para alguém que está tendo muita dificuldade para que se lembre do quanto tem sorte. E também pode ser uma oportunidade de sentir compaixão por essa pessoa – como você tem pelo seu pai – e perceber que nossa boa sorte é temporária. E que depende de nós valorizá-la enquanto a temos.

O terapeuta pode sugerir que os pacientes observem exemplos no noticiá​rio, pessoas que eles encontram ou veem, ou eventos de que tomam conhecimento que representam os infortúnios de outros. Os clientes podem então dirigir a essas pessoas (incluindo estranhos) pensamentos de compaixão, e depois lembrar a si mesmos: “Onde está a minha sorte”.

EXEMPLIFICAÇÃO POSITIVA

Assim como condições penosas e difíceis dos outros podem nos fazer lembrar de nossa boa sorte temporária, também podemos reconhecer que a boa sorte ou a excelência alheias podem exemplificar qualidades ou experiências que podemos valorizar. O Capítulo 11 discute como as qualidades positivas dos outros podem despertar inveja – e o desejo de ver outras pessoas de mais sucesso fracassarem. No entanto, a exemplificação positiva envolve

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reconhecer que o sucesso dos outros pode servir como um lembrete do que gostaríamos de atingir, ou modelos que podemos imitar. Por exemplo, observar a relação próxima e afetiva entre marido e mulher pode despertar sentimentos de tristeza e inveja em uma mulher que se sente sozinha e sem esperança em sua vida de solteira. Esse “gatilho” para o seu reconhecimento do que está faltando em sua vida pode provocar-lhe um sentimento de desesperança, repleto de lamentos sobre relações passadas que terminaram. Em contraste, ela pode usar a exemplificação positiva para perceber “sentimentos amorosos” como um objetivo positivo a ser perseguido. O objetivo positivo de “sentimentos amorosos” ou “proximidade” não precisa estar limitado a um relacionamento conjugal ou mesmo íntimo. Ele pode ser incorporado em qualquer relacionamento em que cuidado, amor, afeto e compaixão estão presentes. De fato, a relação não precisa ser entre duas pessoas que se conhecem bem; pode ser direcionado para estranhos, para colegas, para causas valorizadas e até mesmo animais.

Você se sentiu triste quando viu Juan e Maria de mãos dadas. O que fez você se sentir triste?

Percebi que eu não tenho ninguém a quem expressar amor – ninguém me ama. Então parece que amar e ser amado são valores que você quer buscar em sua vida. Parecem valores excelentes. Vejamos se existem maneiras de fazer isso agora. Você mencionou que realmente se importa com sua irmã Daniela. Consegue pensar nas formas como demonstrou amor e afeição por ela?

Oh, sim, toda vez que eu a vejo lhe dou um abraço e a beijo. Eu a amo.

Ok, então existe amor aí, e você me disse que fala com ela com frequência. E quanto a alguns dos seus amigos? Existem pessoas de quem você se sente próxima, com quem se importa?

Sim, meu amigo Xavier – ele é meu amigo desde que eu tinha 8 anos. Nós temos uma longa história. Eu não o vejo há algum tempo, mas nós sempre nos sentimos muito próximos quando nos vemos.

E eu me pergunto sobre estranhos que vemos todos os dias. Às vezes, penso em procurar oportunidades para lhes demonstrar gentileza. Eu me sinto bem quando ajudo alguém que tem dificuldades. Lembro de outra noite, quando caminhava até em casa, que percebi uma mulher idosa que parecia estar tendo dificuldade para atravessar a rua, então me ofereci para ajudar, e ela disse: “Obrigada, Deus o abençoe”. Eu lhe disse: “Não, obrigado por me deixar ajudá- la”. Faz bem ser gentil, não é?

Eu nunca pensei dessa forma, mas você está certo.

O terapeuta pode orientar os pacientes a reunirem exemplos de gentileza, afeição, compaixão e amor durante a semana. Estes podem incluir lembranças de sentimentos de proximidade e amor em relação a uma ampla variedade de pessoas e exemplos atuais de afeição, gentileza e compaixão por pessoas que os pacientes veem e com quem interagem. O importante com a exemplificação positiva é que os indivíduos podem identificar as emoções e os valores que desejam buscar, bem como encontrá-los em suas vidas diárias. Tais valores não precisam ser restringidos a um relacionamento específico (p. ex., com um cônjuge ou

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parceiro); eles podem ser experimentados na vida diária com uma ampla variedade de pessoas.

“TUDO LHE FOI TIRADO”

Uma triste ironia é que frequentemente não sabemos o que tinha valor para nós até que esteja perdido. Um filho se dá conta de que gostaria de ter dito ao seu pai o quanto o amava, mas agora o pai morreu repentinamente, e essa oportunidade está perdida para sempre. Ou uma amiga se muda, sem que nunca mais dê notícias, e a amiga que fica para trás finalmente percebe o quanto sente a falta dela. A técnica – “tudo lhe foi tirado”– é uma variação da visualização negativa; ela foca em pedir que o paciente priorize o que parece ser mais importante.

Um homem se queixou de ter sido trapaceado financeiramente em uma transação comercial e disse que vinha ruminando isso há semanas, se queixando com sua esposa e irritado em casa com seus filhos. Ele também vinha bebendo mais desde que percebeu que provavelmente nunca mais conseguiria receber o dinheiro a que tinha direito.

Eu estou furioso. Eles me passaram para trás.

Você tem todo o direito de estar com raiva. Ninguém o culparia.​ E eu posso ver que isso está lhe consumindo. Mas vamos tentar uma coisa um pouco diferente hoje. Vamos colocar a raiva e o dinheiro numa prateleira – dentro de uma lata –, e você pode retirá-los mais tarde. Mas, agora, quero que imagine que tudo lhe foi tirado. Você não tem corpo, nem família, nem dinheiro, nem existência. Foi reduzido a nada. Agora, percebendo que você não é nada e não tem nada, quero que imagine o seguinte: eu vou fazer o papel de Deus, e você pode receber de volta uma coisa por vez, mas só vai receber alguma coisa de volta se conseguir me convencer de que realmente a valoriza. Além disso, você não sabe quantas coisas irá receber de volta – talvez poucas, talvez muitas. O que quer de volta primeiro?

Minhas duas filhas. Qual delas você quer? Eu tenho que escolher?

Não, boa resposta. Eu vou escolher. Vamos pegar a sua filha mais velha primeiro. O que você aprecia nela?

Ela é especial para mim. Mesmo as dificuldades que tivemos no ano passado fizeram com que eu percebesse o quanto a amo. [O paciente entra em detalhes sobre sua filha, com lágrimas nos olhos. Depois discute sobre a caçula.]

Ok. Você me convenceu de que as valoriza e pode tê-las de volta. O que mais quer de volta e por quê?

Minha esposa. Ela me aguenta, mas é a melhor amiga que já tive. [O paciente continua, descrevendo suas boas qualidades.]

OK, você pode tê-la de volta. E quanto aos seus olhos? Imagine que a sua visão foi retirada e agora você fica sabendo que terá 15 minutos em que poderá ter a

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sua visão de volta. O que você quer ver? Minha família. Eu quero vê-las.

Bem, o que é irônico e interessante é que você tem essas coisas que são mais importantes neste exato momento, mas como tem estado principalmente focado no dinheiro, não percebeu o que já tem.

Eu sei. Eu sei.

Agora me diga isso, em que aspectos você é o homem mais sortudo que conhece?

Eu tenho as pessoas que amo na minha vida.

Sim, e então você tem uma opção todos os dias nesta semana. Ou pode focar no dinheiro, ou em fazer com que suas filhas e sua esposa se sintam amadas.

Essa técnica tem a vantagem de encorajar os pacientes a priorizar o que lhes é mais importante. Imaginar que tudo lhes foi tirado pode parecer para alguns uma fantasia, mas o terapeuta pode lembrar que isto não é uma fantasia, mas uma realidade final, inevitável: “Tudo será retirado. Tudo é impermanente. Nós iremos morrer, e todos os que amamos irão morrer. Tudo irá embora. Então imaginar que tudo já se foi é de fato a realidade final. Mas a pergunta que precisamos fazer é esta: ‘O que tenho neste momento que eu ignorava, que não valorizava?’”.

EXPLICANDO AS LÁGRIMAS

Há muitos anos, depois que minha mãe faleceu repentinamente devido a uma hemorragia cerebral inesperada, contei a um amigo sobre essa experiência terrível. Enquanto falava com ele ao telefone, comecei a chorar. Ele me disse – num momento de autorreflexão – “Sabe, estou me dando conta falando com você de que eu nunca chorei depois de adulto”. Pensei por um segundo: “Que coisa estranha de me dizer”, embora eu soubesse que ele se importava comigo e com o meu sofrimento. E então pensei: “Que triste não ter alguma coisa pela qual valha a pena chorar”. Frequentemente, acreditamos que nosso objetivo emocional é evitar