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DESCRIÇÃO DAS MEDIDAS NA ADMISSÃO

A Escala de Afeto Positivo e Afeto Negativo (PANAS) produz dois fatores gerais, Afeto Positivo e Afeto Negativo. Os indivíduos podem ter escores altos ou baixos em cada um dos fatores. Os escores na PANAS são estáveis por um pe​ríodo de dois meses e estão relacionados a outras medidas da emocionalidade e personalidade. O clínico deve observar quais emoções positivas e negativas são mais comumente experimentadas, bem como a proporção entre essas polaridades. É de particular interesse se o paciente relata ausência de emoções positivas, mas um alto endosso das negativas. A terapia pode focar no aumento da frequência de emoções positivas. Alguns clientes podem relatar baixa frequência de cada tipo de emoção, sugerindo anedonia ou alexitimia. Para um paciente com escore alto em Afeto Negativo, as emoções específicas podem ser identificadas, junto com crenças sobre elas e as estratégias de regulação emocional que são obtidas.

O Questionário de Estratégias de Regulação Emocional (ERSQ) avalia 10 respostas diferentes às emoções, algumas das quais podem ser problemáticas (p. ex., ignorar ou esconder sentimentos, preocupação, criticar-se), enquanto outras, úteis (p. ex., tentar pensar nas coisas de modo diferente, aceitar, resolver problemas). Esse questionário será de grande valor na avaliação de como os esquemas emocionais do paciente estão relacionados a estratégias problemáticas específicas para enfrentamento da emoção, e seus resultados podem ser úteis na explicação dessas relações para o paciente, conforme descrito no Capítulo 5. Essa escala é apresentada na Figura 5.1 do Capítulo 5.

O Questionário de Metacognições-30 (MCQ-30) avalia cinco fatores subjacentes à preocupação, com base no modelo metacognitivo de Wells: Crenças Positivas sobre Preocupação, Crenças Negativas sobre Preocupação, Confiança Cognitiva, Necessidade de Controle e Autoconsciência Cognitiva. Esses fatores não apontam apenas como os indivíduos pensam ou respondem aos seus pensamentos intrusivos (i. e., preocupações), mas também indicam como pensam sobre a sua emoção. Por exemplo, crenças negativas sobre emoção e neces​sidade de controlá-la possuem paralelos diretos em dois dos fatores no MCQ-30. Além disso, é provável que indivíduos continuamente focados em sua emoção apresentem escores mais altos em Autoconsciência Cognitiva. Presume-se que essas pessoas tenham dificuldade em “deixar de ser autocentrados”. Esses fatores metacognitivos estão de fato relacionados a esquemas emocionais problemáticos, com indivíduos que endossam crenças negativas sobre suas emoções tendo maior probabilidade de endossar também crenças positivas sobre a função da preocupação, enquanto, simultaneamente, acreditam que esta precisa ser controlada.

O Questionário de Aceitação e Ação-II (AAQ-II) está baseado no modelo de flexibilidade psicológica, consciência e aceitação desenvolvido por Hayes e seus colegas. Indivíduos com esquemas emocionais negativos têm maior probabilidade de ter baixa flexibilidade psicológica, dificuldade em aceitar seus pensamentos e emoções, bem como problemas em se afastar deles. Os conceitos e as técnicas da TAC podem ser muito úteis na facilitação da maior

aceitação e menor emaranhamento com emoções momentâneas, ao mesmo tempo focando em objetivos valorizados.

A Escala de Ajustamento Diádico (DAS) é uma medida amplamente utilizada de satisfação no relacionamento, avaliando áreas de conflito entre os parceiros. Escores mais altos estão associados a maior satisfação no relacionamento. Nossa pesquisa indica uma forte relação entre os escores na DAS e a percepção do paciente de como seu parceiro encara as suas emoções.

A Medida dos Estilos Parentais (MOPS) abrange três dimensões para recordações de como a mãe e o pai respondiam ao paciente quando criança: Indiferença, Abuso e Controle Excessivo. É esperado que indivíduos que experimentaram indiferença, abuso ou controle excessivo de um dos pais tenham crenças negativas sobre as próprias emoções, dificuldade em confiar nos outros e dificuldade em experimentar validação.

As respostas na escala Experiências em Relacionamentos Íntimos – Revisada (ECR-R) são de interesse para a terapia focada nos esquemas emocionais, na medida em que alguns indivíduos podem se tornar desregulados nos relacionamentos íntimos devido ao seu apego ansioso ou se afastar devido a seus temores de emaranhamento, controle ou rejeição. Essa escala mede estilos de apego ansioso e evitativo nos relacionamentos íntimos adultos. O exame dos itens individuais oferece ao clínico informações sobre os desencadeantes nos relacionamentos íntimos que podem provocar ansiedade, ciúme, raiva ou tristeza.

A Escala de Autocompaixão – Forma Curta (SCS-SF) é um questionário de 12 itens que avalia como o indivíduo responde a emoções negativas. A escala avalia seis dimensões (Autocompreensão, Autocrítica, Humanidade Comum, Isolamento, Consciência e Superidentificação). A autocompaixão está relacionada a uma ampla gama de medidas de psicopatologia (Neff, 2012). A SCS-SF oferece ao clínico informações sobre como o paciente pode se autoacalmar ou regular suas emoções – seja demonstrando compreensão com o self, normalizando a emoção ao encontrar humanidade comum ou criticando o self ou se superidentificando com uma emoção.

Por fim, o Inventário Clínico Multiaxial de Millon-III (MCMI-III) é um formulário de autorrelato padronizado e amplamente utilizado que produz escores fatoriais em 10 síndromes clínicas e 14 transtornos da personalidade. O MCMI-III é de valor particular para a avaliação de áreas de funcionamento como depressão, ansiedade, TEPT, abuso de substância e uma ampla gama de dimensões de transtornos da personalidade com base no modelo de Millon.

Terapeuta:

Paciente:

Capítulo 5

SOCIALIZAÇÃO PARA O MODELO DO ESQUEMA