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Givanildo de Gois1, Roberta Fernanda da Paz de Souza Paiva1, José Francisco de Oliveira Júnior2, Anderson Silva de Souza1*, Welington Kiffer de Freitas1

1*

Universidade Federal Fluminense. andersonengenharia6@gmail.com

2Universidade Federal de Alagoas

RESUMO

Nas últimas décadas, tem sido registrado um aumento significativo nas concentrações de poluentes atmosféricos, sendo motivo de preocupação global. Tal fato é decorrente das atividades antropogênicas, muitas vezes desenvolvidas de forma não sustentável, fazendo com que os poluentes atmosféricos sejam causadores de vários efeitos adversos na saúde humana - destacando-se o acometimento da população por doenças respiratórias e cardiovasculares (DAPPER et. al., 2016) - e no meio ambiente, principalmente em cidades com elevado grau de urbanização e atividade industrial (HORGNIES et al.; 2012). Portanto, o objetivo desse estudo é analisar as violações do dióxido de nitrogênio (NO2) nas regiões de Congonhas (aeroporto) e Osasco, segundo

a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA Nº 491/2018 e da Organização Mundial de Saúde - OMS (SANTANA et al.; 2012). Foram utilizados dados de qualidade do ar obtidos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) de estações de monitoramento das regiões acima citadas durante o período de 1996 a 2011. Com base na resolução CONAMA Nº 491/2018, que estabelece os padrões de qualidade do ar intermediários PI-1 com limite de 60 μg/m³ e para a OMS, sendo que a mesma adota o limite de 40 μg/m³, foram determinados para as estações de Congonhas e Osasco, os percentuais anuais de dias que apresentaram violações dos limites das emissões de NO2.

Figura -1: Percentuais (%) Anuais de Dias de Violações dos Limites de (NO2), segundo CONAMA e OMS, nas

estações de qualidade do ar de Congonhas (a) e Osasco (b), no estado de São Paulo – SP, período de 1996- 2011.

Entre os critérios de violação da qualidade do ar, o critério da OMS é bastante restritivo em comparação ao do CONAMA, pois estabelece um limite de 40 μg/m3 por dia contra os 60 μg/m3 admitidos pela Resolução CONAMA Nº 491/2018 de NO2. A análise da qualidade do ar das estações de Congonhas e Osasco Figuras 1(a)

e 1(b) mostrou que os maiores percentuais de dias com violações segundo o critério da OMS ocorreram os anos de 1996, 1997, 1998, 1999, 2001 e 2010 com percentuais entre 89% a 99% do limite de violação de emissão de

NO2, superior 200 dias. Situação contrária, nos anos de 2004, 2006, 2007 e 2008 com percentuais anuais de

dias de violações de NO2 iguais a 100% na estação de Osasco (Figura 1b). As exceções foram os anos de 1999,

com 46,85% em 171 dias de violações na estação de Congonhas, e 2000 com 5,46% de violações anuais em 20 dias em Congonhas Figura (1a), e 31,42% dos 115 dias de violações em Osasco Figura (1b), segundo o critério da OMS. A análise das estações de Congonhas e Osasco mostrou alta variabilidade dos percentuais de dias que violaram os limites da qualidade do ar, por exemplo, para a estação de Congonhas foram observados os maiores percentuais de dias que violaram os limites da Resolução CONAMA Nº 491/2018 acima de 200 dias para os percentuais no intervalo entre 72% a 97% nos anos de 1996, 1997 e 1998, e nos anos de 2002 a 2010, porém, os menores percentuais de dias que violam os limites de NO2, menores que 200 dias, ocorreu nos intervalos de 1%

a 54% para os anos de 1999, 2000, 2001 e 2011. Para a estação de Osasco, os maiores percentuais de dias que violam os limites de qualidade do ar superior a 200 dias, foram observados nos intervalos de 65% a 89% nos anos de 1997, 2006, 2007 e 2008. Os percentuais de dias de violações de NO2, abaixo de 200 dias, foram

observados nos intervalos de 9% a 52%, nos anos de 1997 a 2011. Resultados similares foram observados na região Metropolitana de Curitiba no ano de 2009, segundo o Relatório de Qualidade do Ar, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMA. A SEMA verificou em 2009 que houve uma diminuição das violações de NO2, em relação ao ano de 2008 quando foram registradas 9 violações, enquanto

em 2009 foram registradas apenas 5 violações sendo 4 violações na Estação Centro/Nordeste de Araucária (REPAR) e uma violação na estação automática no centro de Araucária (UEG). Em Araucária foram registradas 97,38% das médias diárias horárias na categorização BOA, 2,61% como REGULAR e 0,02% na categorização INADEQUADA. Em Curitiba não foi observada nenhuma violação, sendo 99,4% das médias diárias horárias na categorização BOA, 0,6% como REGULAR. Na Estação REPAR, a concentração de NO2 apresentou uma

média anual de 31,4 µg/m3 com 96,64% das médias diárias na categorização BOA, 3,31% como REGULAR e

0,05% como INADEQUADA.Baseado nos resultados obtidos, entre a comparação de critérios de violação de NO2 (nacional e internacional) para ambas as estações de qualidade do ar de São Paulo (Congonhas e Osasco) é

evidente que o critério da OMS (mais restritivo) consegue identificar um período maior de violações diárias nos anos analisados em comparação ao critério CONAMA. Vale destacar que entre as estações de qualidade do ar avaliadas existe uma variabilidade temporal com relação aos critérios de violação de NO2, visto que a estação

de Osasco viola mais no critério internacional em comparação ao critério nacional, situação contrária, na estação de Congonhas, onde há uma proximidade em alguns anos por ambos os critérios. As áreas analisadas no presente estudo apresentam intenso tráfego de veículos e atividade industrial, fontes de vários poluentes do ar, inclusive o NO2, o que contribui para tal resultado. Isso indica a necessidade da adoção de políticas públicas e

privadas que tenham como objetivo a redução da emissão dos poluentes, para que os impactos de curto e longo prazos sejam mitigados.

REFERÊNCIAS

CETESB. COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Qualidade do Ar - Dados

Horários. Disponível em: < https://cetesb.sp.gov.br/ar/qualar/>. Acesso em: 01 de jan. de 2019.

DAPPER, Steffani Nikoli. SPOHR, Caroline. ZANINI, Roselaine Ruviaro. Poluição do ar como fator de

risco para a saúde: uma revisão sistemática no estado de São Paulo. Estud. av., São Paulo , v. 30, n. 86, p.

83-97, Apr. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 40142016000100083&lng=en&nrm=iso>. Acesso: em: 20 abr. 2019.

HORGNIES, Matthieu. DUBOIS-BRUGGER, Isabelle. GARTNER, Ellis. NOx pollution by hardened concrete and the influence of activated charcoal additions. Cement and Concrete Research, v.42, n. 10, p.1348 - 1355, out. 2012.

Resolução CONAMA Nº 491/2018 - Dispõe sobre padrões de qualidade do ar. - Data da legislação: 19/11/2018-Publicação DOU nº 223, de 21/11/2018, Seção 01, Página 155-156. Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=740>. Acesso: em: 20 abr. 2019.

SANTANA, Eduardo. CUNHA, Kamyla Borges. FERREIRA, André Luis, ZAMBONI, Ademilson. Padrões

de qualidade do ar Experiência comparada Brasil, EUA e União Europeia..[et al.]. -- São Paulo: Instituto

de Energia e Meio Ambiente, 2012. <https://iema-site-staging.s3.amazonaws.com/padroes-final01.pdf>. Acesso: em: 20 abr. 2019.

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS – SEMA, Relatório da

Qualidade do Ar na Região Metropolitana de Curitiba Ano de 2009. Disponível em:

<http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/programas_e_projetos/relatorios/Relatorio_da_Qualidade_do_Ar_na_ RMC_2009.pdf>. Acesso: em: 27 abr. 2019.

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