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A AGRICULTURA FAMILIAR COMO UMA ALTERNATIVA À ESCASSEZ HÍDRICA

GT 02: AS FACES DA ÁGUA A ÁGUA COMO MOEDA: O RISCO IMINENTE DE GUERRA SOB UMA PERSPECTIVA

SOCIOECONÔMICA

Darlan Alves Moulin1, Daniele Alessandra dos Reis2*

1,2*Universidade Estácio de Sá. danielereisadv@hotmail.com

RESUMO

A presente pesquisa traz uma reflexão não sobre como salvar o meio ambiente, mas sim como salvar a própria existência humana. Jim Olson, advogado ambiental, no documentário (Ouro Azul, 2008), fala sobre a extração excessiva de água e seus reflexos socioambientais. Ressalte-se que, independente da opinião de cada indivíduo (seja ela política, religiosa ou cultural), ou a sua capacidade econômica, raça e sexo, uma coisa é certa: sem água não haverá vida humana. Percebe-se que a sociedade dá importância para questões como sustentabilidade e o uso consciente dos recursos hídricos. No entanto, não há preocupação quanto ao seu aspecto econômico, e como a detenção de recursos hídricos, em um futuro não muito distante, pode se tornar uma forma de subjugo de nações detentoras desta riqueza sobre as nações com escassez de água. Ao olhar para o passado, verifica-se que grandes nações como Egípcios, Romanos e até mesmo povos como os Maias se posicionavam em torno dos rios e mares ao passo que buscavam base para plantio e expansão econômica. No caso dos Maias, por exemplo, apresentado no documentário Ouro Azul- Guerras pela água do mundo, por algum motivo as alterações climáticas secaram as suas fontes hídricas, os agricultores se iram forçados a rumar ao interior em busca de outras fontes que pudessem servir de base para o plantio. No entanto, não foram felizes nessa empreitada, uma vez que não havendo água suficiente para a agricultura, o solo ficou erodido e os alimentos diminuíram significativamente. O ciclo hidrológico estava danificado bem como a vida ameaçada. Observa-se que a pesquisa em tela tem como objetivo demonstrar como a escassez dos recursos hídricos ocasionará um colapso mundial. Ressalte-se que, no futuro, quem tiver capacidade econômica para pagar terá acesso a água e os que não tiverem esta capacidade ficarão sem água, tornando-se, portanto, a água o recurso de vida ou morte, tratado nesse caso como real possibilidade de lucro e reais chances de guerra entre as grandes nações pela detenção desse poderio aquático. A metodologia utilizada tem escopo na leitura de livros, resumos, sites eletrônicos e como base principal um documentário. O que podemos observar ao longo do trabalho desenvolvido é que temos as mais variadas causas de poluição da água, que vão desde o uso de agrotóxico nas plantações que chegam ao solo e aos lençóis freáticos, passando pela emissão de gases dos automóveis que poluem as nuvens e fazem com que a água retorne com grande concentração de poluição, até a pior das formas de poluição que se refere a poluição industrial. É tão grave o nível global de poluição que o governo Malaio propôs pena de morte para quem fosse pego poluindo a água. Com a contaminação e poluição dos sistemas de água temos inúmeras doenças como cólera e tantas outras que matam mais do que AIDS ou até mesmo as guerras. Ao passo que poluímos, também extraímos desordenadamente, tiramos mais água do meio ambiente do que ela pode ser reestabelecida, em torno de 15 vezes mais do que a própria Terra absorve, as florestas estão sendo abatidas, ficando assim, sem local de armazenamento (dados extraídos da página virtual da ABES). Aos Governos restam chegarem a um acordo com as empresas para encontrarem uma solução para a crise e escassez que bate as portas da humanidade, no entanto o que podemos observar foi uma privatização dos recursos hídricos em troca de ajuda financeira, muitos países já contam com praticamente toda sua água privatizada. Este não é um problema que assombra somente os países em desenvolvimento. No México, por exemplo, temos a Coca- Cola com toda a concessão da água, entretanto, tanto água privatizada quanto a pública tem seus abusos, tendo vista,

que a finalidade é e sempre será o lucro. A garrafa de água em alguns lugares chega a ser mais cara que o próprio refrigerante, isso porque as garrafas de água são de plástico e as de refrigerante são de vidro, os custos e impostos nesse caso, são maiores para o plástico. A Nestlé também viu algo promissor na água e começou a explorar grandes lagos nos Estados Unidos, a empresa entrou na Justiça com um processo judicial onde o Tribunal concedeu a permissão para a extração de água, mesmo havendo um Decreto de 1982 em que o Governo dos EUA proibia a exploração dos Lagos e dizia que pertencia ao povo. Na África do Sul os moradores contam com água na torneira uma vez por semana, sem previsão de dia e hora, os moradores se encontram obrigados a manter as torneiras abertas, por vezes só sai ar e ainda assim, são obrigados a pagar pelo “consumo”. Sem dinheiro não podem comprar água potável e são obrigados a recorrer córregos contaminados. Por fim, os demais países exploram a África, pagando muito pouco pelos produtos, impossibilitando assim, o saneamento básico à população. Em 2008 na Bolívia o preço da água passou a ser superior ao preço dos alimentos, tudo porque o Banco Mundial não quis garantir um empréstimo para financiar uma cooperativa de água obrigando o país a vender seu sistema para a Bechtel, houve uma guerra civil e muitas pessoas se feriram e morreram, mais a frente o governo expulsou a empresa Bechtel. No Brasil temos o Aquífero Guarani e a Usina de Itaipu que são alvos do Governo Americano como forma de exploração e um possível futuro “Oriente Médio da Água”. Ao concluirmos esse estudo, podemos perceber a gravidade da escassez dos recursos hídricos num futuro próximo, a crise global já se alastra por vários países, com sérios riscos de se estender por tantos outros que não possuem poder de compra do bem natural que é a água. Busca-se alguns meios de evitar o colapso preeminente, segundo Maude Barlow, Diretora do Conselho Canadense, em seu Livro (Ouro Azul: Como as Grandes Corporações estão se apoderando da água doce no planeta, 2003), 97% da água do nosso planeta é salgada e apenas 3% é água doce, é possível apostar nas técnicas de dessalinização, por exemplo. No entanto, para ela, não podemos olhar para os recursos como algo inesgotável, é preciso entender que o consumo deve ser consciente e ainda que haja escassez o acesso aos recursos hídricos deve ser um direito de todos como meio fundamental de sobrevivência. Alertar a comunidade global para que lutem pela não privatização da nossa água, tendo em vista, que deve ser um bem acessível a todos sem distinção de sexo, cor, classe social ou qualquer outra forma de classificação humana.

REFERÊNCIAS

ABES, Sessão Espírito Santo. Conheça do filme Ouro Azul: Guerras pela Água do Mundo. [S.1]: Educação, 2015. Disponível em: <http://abes-es.org.br/filme-ouro-azul-guerras-pela-agua-do- mundo/>. Acesso em: 09 mai. 2019.

BARLOW, Maude. Ouro Azul: como as Grandes corporações estão se apoderando da água doce no planeta. 1. ed. Brasil: M. Books, 2003.

3º Seminário de Meio Ambiente UFF VR 2019

Floresta, água e clima no século XXI

GT 02: AS FACES DA ÁGUA

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