• Nenhum resultado encontrado

Brasil: Por um projeto de desenvolvimento nacional, popular e democrático

I. Sociedade, valores, e etnias

1. Queremos ser uma sociedade que vive

harmonicamente em nosso território, com sua diversidade étnica, cultural,com oportunidades iguais para todos brasileiro, com democracia eco- nômica, social, política e cultural. Como já determina a constituição brasileira,mas é solenemente ignorada na realidade da economia e da prática dos tres poderes constituídos.

2. Precisamos de políticas públicas, que

garantam oportunidades para todos e que de fato combatam os preconcei- tos e as discriminações relacionadas com as condições de gênero, cor, etnia, orientações sexuais, crenças religiosas, idade e classes sociais. E que garan- tam oportunidades e serviços públicos para todos e todas.

3. Precisamos de uma sociedade em que

o poder real do país seja exercido pelo povo. E não apenas em seu nome.

4. Precisamos de políticas publicas e de

medidas econômicas que tenham no centro de suas prioridades o combate permanente à pobreza e a desigualda- de social, como as duas maiores cha- gas de nossa sociedade e do atual mo- delo econômico e social.

5. Queremos construir uma sociedade

generosa, que reconheça as diferen- ças entre seus membros e respeite e cultive na diversidade: a solidarieda- de, a igualdade e a indignação diante de qualquer injustiça.

II. O sistema político

1. Queremos um país que crie e utilize

permanentemente mecanismos de par- ticipação e decisão direta da popula- ção, nas várias instancias de decisão do poder político e social, construin- do uma verdadeira democracia popu- lar participativa.

2. Regulamentar os plebiscitos,

referendos e consultas populares para tomada de decisões de importância para o povo. Garantindo o direito do povo convoca-los. Bem como outros mecanismos permanentes de, audiên- cias publicas, conselhos populares, participação nos orçamentos públicos, garantindo a ampliação da democra- cia direta.

3. Defendemos uma ampla reforma polí-

tica que garanta liberdade de organi- zação política e partidária, financia- mento público exclusivo das campa- nhas eleitorais em todos os níveis, con- trole da propaganda mentirosa, fideli- dade partidária, revogação de manda- tos pelo voto popular, fim do sigilo bancário, patrimonial e fiscal de todos os candidatos e de todos ocupantes de cargos públicos, em todos os níveis. Ajuste dos salários dos eleitos equiva- lente a média dos ganhos dos servido- res públicos .

4. Controle rigoroso por mecanismos po-

pulares e punição drástica de todas as práticas de corrupção, clientelismo, nepotismo, fisiologismos exercidas nos cargos públicos nos três poderes da Republica.

5. Reorganização da atual representação

política no poder, garantindo a repre- sentação proporcional de toda popu- lação e dos setores minoritários. Que se instituam mecanismos de democra- tização do poder judiciário, colocan- do-o sob controle da sociedade, atra- vés de conselhos populares externos e outras formas democráticas.

III. A soberania nacional e popular 1. Precisamos de políticas e práticas dos

governantes que garantam a plena so- berania de nosso povo, sobre nosso território, nossas riquezas naturais, mi- nerais, nossa biodiversidade, a água e as sementes.

2. O Estado deve ter o controle, com a

participação da sociedade e dos traba- lhadores, das empresas estratégicas para o desenvolvimento nacional que já existem e criar as que forem neces- sárias, para gerir as riquezas do: pe- tróleo, minérios, energias renováveis como a Biomassa, energia elétrica e as comunicações.

3. O governo deve instalar uma auditoria

da dívida externa e examinar todos os contratos, para controlar a transferên- cia de riquezas pro exterior, a titulo de juros e amortização de dividas e de contratos não transparentes ou ilegais e imorais.

4. O Governo deve controlar a moeda, a

taxa de cambio, a taxa de juros e o Banco Central, como questão funda- mental de soberania sobre a econo- mia nacional. Controlar e impedir a remessa de riquezas pro exterior.

5. O Governo deve realizar acordos in-

ternacionais apenas em prol da integração dos povos, do maior entre- laçamento regional e submetidos aos interesses do povo brasileiro. Buscar integração latinoamericana que interes- se ao povo, e condenar os acordos de livre comercio (ALCA, TLC, OMC, EU-Mercosur) que são na verdade im-

posições dos interesses das empresas transnacionais e de seus governos im- periais.

6. Recuperar e valorizar o verdadeiro pa-

pel das forças armadas brasileiras, como guardiãs da soberania nacional e dos interesses do povo, exercendo- o com democracia, transparência e ampla participação popular. Garan- tindo assim a segurança nacional, o patrimônio nacional de nossas rique- zas, em favor do povo.

IV. Por um desenvolvimento economi- co justo

1. As políticas de desenvolvimento da

economia devem estar baseadas fun- damentalmente nos interesses de melhoria das condições de vida de

toda a população, em especial dos

mais pobres. Sua missão é produzir bens, que eliminem o grau pobreza e a desigualdade social existente em nos- so país.

2. A organização da produção deve bus-

car em primeiro lugar o atendimento das necessidades básicas de toda po- pulação brasileira, como: alimentos, vestuário, construção de moradias, transporte publico coletivo, educação e cultura.

3. Devemos investir recursos públicos de forma prioritária, para garantir a pesquisa e o desenvolvimento cientí- fico, na busca de soluções mais bara- tas e práticas para o desenvolvimento da sociedade.

4. O Governo deve orientar suas políti-

cas econômicas de acordo com esses interesses, e impedir ingerência de or- ganismos internacionais como OMC, FMI, Banco Mundial, ou influencias de governos imperialistas que querem ampliar seu controle sobre nossa eco- nomia. Os recursos públicos devem ser aplicados prioritariamente em ser- viços públicos e investimentos sociais . O superávit de contas públicas é uma mera exigência do capital financeiro, que quer abocanhar os recursos pú- blicos através do pagamento de juros. As taxas de juros devem ser controla- das pelo estado, aos níveis do merca- do internacional e dos interesses po- pulares. As grandes fortunas e heran- ças acumuladas ao longo de anos de exploração devem ser taxadas pesadamente para buscar a distribui- ção de renda.

5. O Estado deve coordenar a poupan- ça nacional em investimentos produti- vos e de interesse publico, em infra- estrutura social básica, como: trans- porte, energia, portos, escolas, ferro- vias e saneamento básico.

V. O direito ao trabalho

1. O estado deve garantir a todos cida-

dãos brasileiros o direito ao trabalho. Como condição de cidadania plena, como direito fundamental de realiza- ção humana. E criar condições para que seja um trabalho produtivo, cria- tivo, não alienado e voltado para as necessidades da maioria.

2. A política econômica governamental

investimentos que garantam trabalho a todos/as brasileiros.

3. O estado deve garantir salários dignos

para todos/as trabalhadores, na ativa e aposentados. E a valorização ime- diata do salário mínimo, como instru- mento fundamental de repartição da riqueza e da renda.

4. O Estado deve garantir os direitos

socais que constam de nossa consti- tuição e amplamente desrespeitados, como o acesso universal a previdên- cia, a garantia de ampla organização e liberdade sindical e sem discriminações laborais de qualquer tipo. O Estado deve ir reduzindo paulatinamente a jornada de trabalho dos brasileiros, para ampliar o tempo livre para famí- lia e a elevação cultural.

5. Implementar políticas públicas que es-

timulem novas formas de organização e gestão social da produção pelos tra- balhadores, em todas as áreas da eco- nomia, através de cooperativas, asso- ciações autogestionárias, parcerias, e outras formas de economia solidária.

VI. A organização das cidades

1. Reorganziar o convívio e o planeja-

mento urbano de nossas cidades, bus- cando criar condições humanas de vivencia para toda população. Deve haver políticas que evitem o êxodo rural, as migrações massivas e a insta- lação de famílias em locais inadequa- dos para a sobrevivência humana.

2. O Estado deve ter uma política públi-

ca de garantia de construção de mora-

dias a toda população, utilizando das mais variadas formas de execução.

3. Implementar políticas publicas que

combatam e punam a especulação exercida pelos grandes proprietários de terrenos nas cidades. Que se busque acima de tudo o bem comum e os in- teresses da comunidade.

4. Garantir o direito igualitário de acesso

a água de qualidade, a saneamento básico, a coleta de lixo, segurança pu- blica, energia elétrica e ao transporte publico barato e de qualidade, em to- das as cidades brasileiras, em especial nas regiões metropolitanas e suas pe- riferias. O estado deve garantir a to- das famílias pobres, o acesso gratui-

to de consumo mínimo necessário de

água e energia.

5. As cidades devem ser espaços, em pri-

meiro lugar, de vivencia digna para as pessoas.

VII. Reforma Agrária: A organização da agricultura e da vida no campo 1. A nação, através do estado, do gover-

no, das leis e da organização de seu povo deve zelar permanentemente, pela soberania e pelo patrimônio cole- tivo e pela sanidade ambiental de nos- sa natureza, da biodiversidade, das águas, da fauna e flora existentes.

2. Realizar uma ampla reforma agrária,

popular, para garantir acesso a terra a todos os que nela querem trabalhar. Garantir a posse e uso de todas as co- munidades originárias, dos povos in- dígenas e dos quilombolas. Estabele-

cer um limite máximo no tamanho da propriedade da terra, como forma de garantir sua utilização social e racio- nal.

3. Reorganizar a produção agrícola naci-

onal tendo como objetivo principal a produção de alimentos saudáveis, para toda população e aplicando as- sim o principio da soberania alimen- tar. A política de exportações de pro- dutos agrícolas deve ser apenas com- plementar, buscando maior valor agre- gado possível e evitando-se a expor- tação de matérias primas.

4. O estado deve aplicar políticas agríco-

las que garantam uma renda mínima justa a todos os agricultores e mora- dores do meio rural. Que haja estabi- lidade para todas as famílias que vi- vem no meio rural, estimulando a per- manência e o seu desenvolvimento aonde moram. Garantir alternativas de trabalho e renda para a juventude do meio rural. E estimular todas as formas associativas e cooperativas de produção agrícola, e de agroindústria nas comunidades rurais , interiorizando a industrialização do país e descentralizando a geração de empregos.

5. O estado deve estimular e controlar as

pesquisas e o desenvolvimento de no- vas técnicas agrícolas que busquem o aumento da produtividade, em equilí- brio com a natureza e o bem estar da população. As sementes são um patrimônio da humanidade e não pode ser objeto de propriedade privada.

VIII. A educação e a cultura

1. A educação e a elevação do nível cul-

tural, do conhecimento, de valoriza- ção dos saberes populares, é condi- ção fundamental para a realização dos brasileiros como seres humanos ple- nos, com dignidade e altivez. Seremos um país desenvolvido e uma socieda- de democrática, somente se conse- guirmos implementar e garantir o di- reito a educação pública e gratuita, em todos os níveis, a toda população. Precisamos de um sistema educacio- nal que priorize a realização humana, e não apenas treine para funções téc- nicas e do trabalho.

2. É obrigação do estado implementar

desde logo e de forma prioritária, to- dos os recursos necessários para universalizar o acesso dos brasileiros, de todas as idades, da escolarização pública, em todos os níveis. E, so- bretudo, garantir o acesso a universi- dade pública a todos os jovens.

3. Realizar, imediatamente, em forma de

mutirão nacional, um programa que erradique num ano, o analfabetismo no Brasil.

4. Implementar políticas publicas de

revalorização dos professores e edu- cadores, como parte do enorme es- forço social, que precisamos fazer para colocar a escola no centro de todas as prioridades sociais.

5. Garantir e desenvolver políticas de

universalização de práticas culturais ao nosso povo, valorizando-as e utilizan- do-as como forma de lazer, de eleva- ção espiritual, e da práticas de valores

sociais.

IX. Comunicação social

1. O povo tem o direito de organizar seus

próprios meios de comunicação soci- al, de forma associativa, seja impres- sos, internet, rádio ou televisão. E o estado deve garantir os recursos para que exerça esse direito.

2. Democratizar o atual monopólio dos

meios de comunicação de massa exis- tente na televisão, nos jornais, revis- tas e rádios. O estado deve estimular, com políticas e recursos para que se amplie o maior numero possível de meios de comunicação, sob controle social, nas mais diferentes formas de organização popular.

3. Deve ser proibido o uso de conces-

sões publicas de meios de comunica- ção como forma de obtenção de lu- cro. A comunicação é, e deve ser, um serviço público em beneficio do povo, como determina a constituição brasileira e não pode estar subordina- da à lógica do lucro.

4. Deve ser proibido qualquer investimen-

to ou ingerência estrangeira em qual- quer meio de comunicação social.

5. O uso e pratica dos meios de comuni-

cação social devem ser fiscalizados e controlados pelo estado e por meca- nismos de conselhos populares locais, para que sua programação e uso se- jam educativos, valorizem nossa cul- tura e garantam o acesso a conheci-

mentos e informações ao povo.

X. Saúde pública

1. O Estado deve garantir e defender a

saúde de toda população, implemen- tando políticas públicas, de soberania alimentar, de condições de vida dig- nas, como medidas preventivas às do- enças.

2. O sistema de saúde pública ,SUS, deve

ser ampliado e melhorado, combina- do com o Programa de saúde familiar(PSF) preventivo. Incluindo o atendimento médico-odontológico e de enfermagem.

3. O estado deve garantir acesso a aten-

dimento médico-odontológico, e me- dicamentos de forma gratuita e racio- nal a toda população necessitada. Deve combater todas as práticas que mercantilizam o atendimento a saúde da população e se transformaram em mero objeto de lucro.

4. O estado deve organizar um processo

de formação massiva, ampliando o maior número possível de profissionais na área de saúde, de agentes populares de saúde a médicos e especialistas.

5. Implementar políticas públicas que

eduquem, orientem a população, em praticas preventivas buscando as me- lhores condições de vida e saúde, seja através da alimentação, de cuidados de higiene, seja através dos saberes populares e da medicina preventiva.

XIV – Plataforma política para uma agricultura