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IX – Oligopóio S A 2005 Concentração do Poder Corporativo

Contexto: Não é segredo que atu-

almente as corporações exercem um po- der sem precedentes para desenhar as políticas sociais, econômicas e comerci- ais. Hoje em dia somos testemunhas de um controle mais concentrado que nun- ca – não só no sistema alimentício – como também sobre produtos e processos vi- tais e sobre blocos fundamentais da cons- trução da natureza.

Ao começar essa década, muitas análises assumiram que o furor das fu- sões coorporativas visto nos anos 90 ti- nha terminado e não se repetiria jamais. Uma razão que fez pensar isto foi o ta-

manho das corporações (e sua participa- ção no mercado) que tem aumentado em um escala que inclusive os reguladores mais míopes não poderiam seguir igno- rando. Em segundo lugar, a confiança dos investidores e o entusiasmo dos capita- listas em financiar novas tecnologias ou novas aquisições que ficaram sumamen- te mermados com a caída dos preços das ações no mercado do ciberespaço. Co- meçando 2004 as preocupações se aba- teram na medida em que mais e maiores fusões se anunciaram. Este ano o valor global das fusões e aquisições corporativas chegou a $1 bilhão 950 milhões de dóla-

res, um brinco de 40% em comparação com $1 bilhão 380 milhões de dólares em 2003. As vendas combinadas das 200 corporações maiores do mundo signifi- cam 29% da atividade econômica do pla- neta em 2004. Devido aos acordos co- merciais entre as próprias firmas, o que aparece como compra e venda entre os paises é muito freqüente na redistribuição do capital entre subsidiarias da mesma corporação multinacional “padre”. A globalização deslumbrante tem cegado os reguladores ansiosos de que as empresas multinacionais em seus paises sejam com- petitivas. Frequentemente se passa por alto a denominação do mercado median- te a manipulação da propriedade intelec- tual (como quando se reciclam as inova- ções para estender a patente monopólica) e o comércio da tecnologia que chega a formação de cartazes tecnológicos glo- bais.

Como é comum, o domínio corporativo é reflexo das crescentes disparidades entre ricos e pobres, tanto dentro como entre as nações da OCDE e do sul. Alguns indicadores são os seguin- tes:

• Os economistas do sistema afirmam que o capital sempre busca os mais altos rendimentos e que tipicamente flui dos paises ricos aos pobres – mas The Economist enfatiza que as eco- nomias emergentes enviaram apro- ximadamente 350 milhões de dóla- res aos países ricos em 2004.

• As 400 pessoas mais ricas nos Esta- dos Unidos somam um montante aproximado de 1 bilhão 130 milhões de dólares – mais de duas vezes o

Produto Interno Bruto do Brasil. • Os executivos das corporações dos

Estados Unidos ganham mais em um só dia que um trabalhador em média ganha em um ano. Em 2004, a com- pensação em média dos diretores executivos estado-unidenses se incrementou em 30%, seis milhões de dólares por ano.

Oligopólio S.A. 2005 revela que a concentração corporativa – não só na ali- mentação e a agricultura, como também em todos os setores relacionados aos pro- dutos e processos vitais – se incrementou notoriamente desde nossa ultima revisão há dois anos. Desde esse artigo de 2003 o Grupo ETC, as dez companhias de se- mentes mais importantes do mundo, pas- saram a dominar de um terço a pratica- mente a metade do comercio global de sementes, e as 10 empresas biotecnológicas maiores do planeta au- mentaram sua porção, de um pouco mais da metade do mercado, a quase três quar- tos das vendas mundiais nesse setor. A porção de mercado dos dez fabricantes de agrotóxicos mais poderosos aumen- tou modestamente, de 80% para 84%, mas os analistas prevêem que somente três companhias sobreviverão à próxima década. Se é alarmante uma concentra- ção tão rápida entre as companhias que produzem insumos agrícolas, o controle exercido pelos 10 processadores e os 10 distribuidores de alimentos dominantes é assombroso. Em cada categoria, em mer- cados que deveriam - quase por defini- ção – estar sumamente diversificados, as companhias dominantes controlam uma quarta parte dos mercados que valem

muitos bilhões de dólares. Entretanto, enquanto os produtores e os distribuido- res de mercadorias lutam por sobreviver e dominar, este novo artigo mostra tam- bém que uma luta subterrânea está acon- tecendo na nano escala, para controlar os blocos fundamentais da vida e da na- tureza. O investimento corporativo em nanobioctecnologia (ou biologia sintética) poderia dar o controle final a um conjun- to muito inesperado de fatores.

Indústria Farmacêutica As 10 companhias farmacêuti- cas mais importantes segundo suas vendas, 2004 (em milhões de dólares)

As 98 companhias de medicamen- tos monitoradas por Scrip´s Pharmaceutical League Tables 2005 ti- veram vendas combinadas de 415 milhões de dólares em 2004. As 10 companhias dão conta de 59% do total. A fusão entre Pfizer e Pharmacia em 2003 originou a maior companhia farmacêutica do plane- ta. Hoje Pfizer domina o ramo em ven- das e lucros. A consolidação continuou em 2004 com a absorção de Aventius por Sanofi-Synthelabo, resultando na tercei- ra maior companhia de medicamentos do mundo, Sanofi- Aventis.

“Em vez de ser fonte de inovação, são vas- tas maquinas de mercadotecnia. Em vez de ser historias de sucesso em livre mercado, se aprovei- tam da pesquisa financiada pelo governo e dos di- reitos monopólicos.”

Márcia Angel, The Truth About the Drug

Companies, p.20.

As aflições da indústria farmacêu- tica

Como proteger suas patentes e como desencadear a invenção de novos fármacos – aparentemente não há êxitos próximos em porta – continuam sendo os problemas da grande indústria farma- cêutica. Em 2004 a imagem da indústria se deteriorou ainda mais devido aos es- cândalos regulatórios e da retirada de medicamentos do mercado. Merck foi obrigada a retirar seu medicamento antiinflamatório de muito sucesso com valor de $2,5 milhões de dólares, Vioxx, depois de que se comprovou que causa- va ataques do coração e derrames. A companhia enfrenta mais de sete mil ações legais relacionadas com Vioxx, e estima-se que os gastos com indenizações irão dos $5 aos $50 milhões de dólares. Merck espera que seus investimentos atraiam outros $2 milhões quando ven- cer a patente de seu medicamento mais vendido, Zocor, em junho de 2006 (o segundo fármaco de maior sucesso do planeta, responsáveis por 20% das ven- das de Merck). No final de novembro de 2005, Merck anunciou que recortaria 7 mil empregos e fecharia cinco de suas 31 plantas de manufatura.

“No último quarto de século vimos o nasci- mento de um vasto complexo médico industrial, no qual os médicos, os hospitais e as instituições de pesquisa desenvolveram profundos vínculos finan- ceiros com as companhias farmacêuticas e os fabri- cantes de equipamentos. Os conflitos de interesse não são a exceção, são a norma.”

Paul Krugman, New York Times, 16 dezem-

bro de 2005

Apesar das enfermidades crônicas da grande indústria farmacêutica, as com- panhias estão usando muitas táticas para manter saudáveis seus lucros - mais de 6 milhões de dólares em 2004. De 51 in- dústrias monitoradas por Fortune, a in- dústria farmacêutica ocupou o terceiro lugar em ganâncias (somente a banca e a refinação de petróleo são mais lucrativos).

Por exemplo:

• Nos Estados Unidos, a indústria de produtos farmacêuticos e para o cui- dado com a saúde gasta mais no que qualquer outra indústria, exceto as companhias de seguros que gastam quantidades incríveis em campanhas em conjunto. Em 2004, as compa- nhias farmacêuticas gastaram uma quantia recorde de $123 milhões de dólares em mais de 670 cabilderos, (52% antigos funcionários do gover- no federal).

• As companhias farmacêuticas gastam mais em serviços legais que em qual- quer outro ramo industrial, principal- mente para evitar que os rivais pro- duzam versões genéricas dos fármacos de maior venda. Um ad- vogado de patentes estima que, num ano qualquer, aproximadamente de

70% dos gastos legais de uma com- panhia farmacêutica grande são por litígios sobre patentes.

• Uma pesquisa recente da revista Nature revela que os painéis de pro- fissionais que escrevem as diretrizes clínicas - que usam os médicos para determinar o diagnostico e o trata- mento - tem enormes compromissos financeiros com a indústria farma- cêutica. Profissionais em saúde pú- blica encontram esses conflitos mui- to perturbadores, especialmente por- que as diretrizes são escritas especi- ficamente para influenciar de manei- ra direta em que tipos de fármacos vão a prescrever os médicos. O es- tudo de Nature considerou mais de 200 diretrizes de todas as partes do mundo. Nem todos os painéis de pro- fissionais que as escrevem deram detalhes sobre os autores individu- ais. Nos casos em que sim brinda- ram essa informação, encontrou-se que:

• A metade dos painéis tinha pelo me- nos um autor com uma posição conflictiva como conselheiro da in- dústria farmacêutica.

• Mais de um terço dos painéis incluiu pelo menos um membro que dava seminários em representação de “uma relevante companhia farma- cêutica”.

• Num caso, cada um dos membros do painel havia sido pago pela com- panhia farmacêutica responsável do medicamento que o painel recomen- dava em suas diretrizes médicas.

“O publico é mais cínico? Sim... Há uma per- cepção de que não nos preocupamos muito com a questão.”

John LaMattina, presidente de pesquisa glo- bal de Pfizer.

Indústria Farmacêutica veteriná- ria

As 10 companhias farmacêutica veterinárias mais importantes segundo suas vendas em 2004.

Segundo Animal Pharm Reports, as vendas globais de farmacêutica e nutri- ção veterinária alcançaram os U$20,255 milhões em 2004 – uma alta de 6,5% em relação ao ano passado. (O mercado de farmacêutica veterinária inclui vacinas e outros aditivos alimentícios biológicos, medicinais e nutricionais).

As 10 companhias mais importan- tes de farmacêutica veterinária consegui- ram 55% das vendas globais do setor em 2004. As 20 maiores companhias con- trolam 75% do mercado global. Os pro- dutos para alimentação animal (rebanho, porcos e aves) representam quase dois terços de suas vendas, mas o mercado dos “animais de companhia” (estimação) representa o verdadeiro crescimento do

setor: 36% das vendas globais da farma- cêutica veterinária foram por esse rumo em 2004.

O enorme crescimento nas vendas de produtos para animais de estimação (mais de 6% por ano desde 1991) quase iguala o crescimento do setor de produ- tos para o cuidado da saúde humana.

Devido aos fortes laços emocionais entre as pessoas e seus bichos de estima- ção, os analistas da indústria afirmam que há um “teto econômico muito alto” para o gasto em produtos para estes animais. As tendências da saúde animal são refle- xos das tendências no cuidado da saúde humana - incluindo mais ênfase nas do- enças geriátricas (medicamentos para tra- tar as artrites caninas e as paradas cardí- acas congestivas) assim como fármacos para a disfunção cognitiva em cães (Alzheimer de cães, segundo site da web).

Animal Pharm prevê que as ven- das do mercado de animais de estimação se incrementarão de 4,5 milhões em 2003 para 5,9 bilhões de dólares para o final da década.

Em contraste, o panorama dos aditivos alimentícios médicos não é mui- to brilhante. Mesmo que alguns grupos comerciais da indústria recusam as pro- vas, um crescente corpo de evidência ci- entífica demonstra que o falta rotineiro de antibióticos aos animais de granja pro- move o desenvolvimento de bactérias re- sistentes a antibióticos que podem trans- ferir-se as pessoas, fazendo mais difícil tratar as infecções bacterianas em huma- nos. A União Européia solicitou que para

final de 2005 todos os antibióticos pro- motores do crescimento fossem retirados do mercado. Como resposta a crescente preocupação do publico em torno aos perigos do uso excessivo de antibióticos, varias cadeias de restaurantes (inclusive Mc Donald’s) anunciaram políticas para proibir que seus provedores avícolas usas- sem rotineiramente, como promotores do crescimento, antibióticos que também são importantes na medicina humana. A Union of Concernes Scientists (União dos cientistas comprometidos) estima que 70% dos antibióticos que se aplicam a frangos, porcos e rebanho vacinados nos Estados Unidos não se usam para tratar doenças, mas como também aditivos ali- mentícios para promover o crescimento e compensar as perdas durante o cresci- mento.

As indústrias de gado e avícola são extremamente vulneráveis às catástrofes e perdas econômicas ocasionadas pelas epidemias. Mesmo assim, o panorama da enfermidade da vaca louca (encefalopatia espoginforme bovina) é pouca coisa comparada com a ameaça de uma epidemia de influencia aviar em aves e em humanos. A gripe aviaria pode se espalhar através do contato humano com aves, mas os estudiosos em saúde pública advertem que o vírus muda de uma forma altamente infecciosa e se con- tagia facilmente de pessoa em pessoa, desembocando em uma epidemia global de gripe.

Brotos de uma variedade altamente patogena da influencia aviar (o vírus H5N1) apareceu em meados de 2003 no sudeste da Ásia, onde agora este vírus se

considera endêmico (em partes da Indonésia, Vietnam, Camboja, China, Tailândia e possivelmente Laos), ocasio- nando a morte de 70 pessoas ate dezem- bro de 2005. Também se reportaram bro- tos da influencia aviar na Rússia e Euro- pa do Leste. Segundo a OMS, “nunca antes na historia das enfermidades tantos paises tem sido afetados simultaneamen- te, resultando na perda de muitíssimas aves”.

Milhões de aves nos criadouros avícolas estão sendo segregadas ou vaci- nadas para eliminar o vírus e controlar seu aparecimento. A globalização e inten- sificação dos procedimentos da avicultu- ra industrial prepararam a evolução da influencia aviar.

BIOTECNOLOGIA

As 10 companhias biotecnologias com participação pública mais importante, 2004.

Com base na pesquisa anual da Nature Biotechnology, as 10 empresas biotecnológicas mais importantes com

ações ao público representam menos de 3% do número total de companhias no setor biotecnológico, mas deram conta de 72% dos investimentos de todo o setor (33.429 milhões de dólares em ingressos, de um total de 46.533 milhões de 309 companhias). Em outras palavras, algu- mas companhias biotecnológicas estão prosperando – a grande maioria está per- dendo dinheiro e o setor biotecnológico público como um todo está no vermelho, com perdas aproximadas de 4.160 mi- lhões de dólares em 2004. As 309 com- panhias biotecnológicas com ações pú- blicas gastaram 16 milhões de dólares em pesquisas e desenvolvimento em 2004, e as 10 mais importantes deram conta de somente 14 % do total.

Envelhecendo? A indústria biotecnológica traz suas origens da fun- dação de Genetech de 7 de abril de 1976 – a primeira companhia de engenharia genética. Os analistas industriais Ernst & Yong descrevem assim a evolução da biotecnologia: “Em seu aniversário de 30 anos, a indústria está envelhecendo. Da volaticidade de um adolescente passou para a incerteza de uma idade adulta, a maturidade, o enfoque e a racionalidade de um adulto completo”. Os analistas poderiam ter agregado quem em sua bus- ca por alcançar a idade a adulta, a grande maioria das companhias biotecnológicas morre somente as mais aptas tem sobre- vivido e prosperado.

Três quartos das 309 companhias biotecnológicas demonstradas estavam nos Estados Unidos, 15% na Europa e

8% no Canadá. A grande maioria (82%) está voltada ao setor da saúde humana, 14% são provedoras de serviços (ofere- cem pesquisas e serviços tecnológicos como genoma funcional ou o screening de alto rendimento o high-throughput screening (HTS). A agro biotecnologia representa somente 3% do total.

As novas companhias biotecnológicas podem criar capitais as- sociando-se com as grandes indústrias farmacêuticas para investimentos e/ou negociando concessões, ou mediante a venda de ações para o público. Em 2004, 50 companhias biotecnológicas fizeram ofertas públicas iniciais, gerando quase 2.500 milhões de dólares em fundos.

Sem produtos novos, com medo das regulamentações e dos genéricos:

Em 2004, somente seis novos fármaco-biotecnológicos foram aprova- dos pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, mui- to menos da média de 12 aprovações por ano, nos últimos anos. O tempo de de- senvolvimento dos fármacos biológicos está aumentando em média em 7 anos ou mais. Enquanto que as patentes sobre os medicamentos biotecnológicos bem sucedidos expiram rápido, e as compa- nhias estão preocupadas com as conse- qüências. “Se as versões genéricas dos fármacos biotecnológicos inundarem o mercado, os ganhos com os medicamen- tos de marcas das maiores empresas biotecnológicas provavelmente cairão,” advertem os analistas da indústria.

Os 10 super êxitos biotecnológicos de 2004: Os fármacos geneticamente modificados mais vendidos

Indústria comercial de sementes

Nota sobre o setor da indústria de sementes: É difícil separar os

agrotóxicos das sementes porque as mes- mas corporações dominam em ambos os setores – e porque os produtos de se- mentes e agrotóxicos fazem acordos en- tre si e comercializam frequentemente os produtos vendendo-os juntos. Em setem- bro de 2005 o Grupo ETC publicou um estudo sobre a consolidação da indústria global de sementes, incluindo uma lista das maiores companhias agrícolas do mundo e suas subsidiárias.

Indústria Agroquímica

Segundo Philips McDougall, as ven- das globais de agroquímicos (germicidas, fungicidas e inseticidas) alcançaram os

35.400 milhões de dólares em 2004. As 10 maiores companhias tiveram 84% do mercado (29.566 milhões de dólares). Destas, as seis maiores controlam 71% do mercado de agrotóxicos e as duas mais importantes controlam mais de um ter- ço.

As 10 maiores empresas de praguicidas do mundo.

As 10 companhias de sementes mais importantes.

De acordo com a atual taxa de consolidação, não surpreende a previsão dos analistas industri- ais de que somente as três maiores companhias sobreviverão no negócio convencional de agrotóxicos até 2015: Bayer, Syngenta e BASF.

Segundo os analistas, 2004 foi um ano difícil para a indústria de agrotóxico, pois somente duas das dez companhias

tiveram crescimento de dois dígitos em suas vendas. (Os investimentos da Monsanto em agroquímicos cresceram somente 5%, em grande parte porque a companhia está interessada em avanços biotecnológicos de sementes e em sua estratégia para desenvolver agrotóxicos; os investimentos da Dupont cresceram em 9%).

A ferrugem da soja: a ferrugem do

grão de soja asiático (Phakospsora pachyrhizi) é o principal motivo do au- mento da venda de fungicidas. Disparou a venda dos fungicidas da BASF em 21% e na América Latina contribuiu com o aumento de 18% nas vendas do fungicida da Syngenta, em 2004. Ainda que o esporo tenha sido um problema na Ásia e Austrália por décadas, este fungo aéreo está se espalhando pelas Américas, todas as variedades comerciais são suscetíveis à enfermidade.

No Brasil, a ferrugem se espalhou durante mais de três anos em três quar- tos das áreas onde se cultiva a soja. Em 2005, se descobriu que o fungo apareceu no sudeste dos Estados Unidos – onde se monitora diariamente sua expansão. Enquanto isso, os cientistas estudam os bancos genéticos e buscam outros tipos silvestres do grão de soja na China e ou- tros países asiáticos (onde os agricultores domesticaram o cultivo), na esperança de encontrar variedades que tenham resis- tência genética aos fungos.

Gráfico detalhado de distribuição de comestíveis

Indústria Global de distribuição de alimentos.

Os 10 distribuidores de alimentos mais importantes do mundo

A consolidação, a concorrência mor- tal e a agressiva expansão global são as forças que definem o setor de distribui- ção de comestíveis, tendências que se aceleram a passos largos.

Consolidação da distribuição de comestíveis:

• No ano passado, os dez maiores dis- tribuidores venderam juntos 840 mi- lhões de dólares, 24% das vendas globais, estimadas em 3 bilhões e meio de dólares. (Em comparação, o Grupo ETC divulgou em 2001 que os dez mais importantes distribuido- res de produtos tiveram vendas con- juntas de 5 milhões 137 mil dólares ou 18% do mercado global).

• Os 30 maiores distribuidores de co- mestíveis controlam, aproximada- mente, 36% do mercado global de distribuição de comestíveis (com in- vestimentos conjuntos de 1 milhão 262 mil dólares 2003/04).

• Os 10 maiores distribuidores de co- mestíveis do mundo possuem dois terços de todos os investimentos dos 30 distribuidores mais importantes do