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EDUCAÇÃO BÁSICA

3.1 BUSCANDO CONEXÕES: A PRIMEIRA ETAPA DO PROJETO

Meu contato com alguns dos pressupostos do GPDEE, tais como: a) o entendimento da Dança como linguagem artística na escola; b) as práticas educativas em Dança em diálogo com as demais linguagens da Arte; c) o jogo e a apreciação estética como possibilidades do ensino da Dança, aconteceram por meio do projeto Poéticas da Dança na Educação Básica.

Esses pressupostos, que foram discutidos por Godoy (2003; 2014), Sgarbi (2009), Antunes (2010), Almeida (2013), entre outros, foram motivadores para pensar e organizar a Proposta que apresento adiante, fruto do processo de ação-reflexão-ação (SCHÖN, 1992) realizado durante o projeto. Após o distanciamento dos fatos, tenho nesse momento da escrita da tese a oportunidade de realizar uma reflexão sobre a ação, com o intuito de buscar novas perspectivas para o ensino da Dança para as crianças. Essa maneira de pensar/trabalhar a Dança na escola feita pelo grupo de pesquisa provocou o desejo da

133 organização desses conhecimentos e o anseio em adaptá-los para a Educação Infantil.

Depois de dois anos da finalização do projeto, o modus operandi do GPDEE foi sendo incorporado, experienciado e utilizado como estratégia nas práticas de ensino em Dança que realizo. Isso só ocorreu porque no decorrer desse processo permiti colocar em suspensão minhas crenças e abandonar a segurança daquilo que já era conhecido por mim, permitindo-me ser o sujeito da experiência. Sobre esse fato, Larrosa (2010) aponta que esse sujeito não se define por sua atividade, mas por sua receptividade, disponibilidade e abertura para o novo.

Por esse viés, percebi que foram desmontadas estruturas iniciais para posteriormente organizar esses novos saberes e conhecimentos148, ―cada vez mais, temos a sensação que temos que aprender de novo a pensar e a escrever, ainda que tenhamos de nos separar da segurança dos saberes, dos métodos e das linguagens que já possuímos (e que nos

possuem)‖ (LARROSA, 2010, p. 7).

Esses pensamentos me forneceram subsídios para propor novas estratégias e, como sujeito da experiência, fui atravessada por ela, por meio das reflexões ocorridas durante o projeto e principalmente nas vivências na Creche da USP.

A integração das linguagens artísticas foi outro procedimento adotado durante o projeto, tendo a Dança como mote principal, com proposições acerca de que Dança se ensina no espaço escolar. Nessa perspectiva, foram abordadas as seguintes temáticas: o corpo e o movimento expressivo; improvisação, fatores do movimento: peso, espaço, tempo e fluência; jogos. Esses e outros aspectos apresentam a maneira de trabalhar a Dança na escola que o GPDEE vem organizando e repensando durantes os últimos anos.

Dessa maneira, desde 2006 o grupo tem desenvolvido projetos de formação de professores por meio do oferecimento de cursos de formação continuada em Artes e Dança. Algumas das ações desenvolvidas foram: o Projeto Formação Continuada de Professores do Município de Jundiaí (2006-2007); o Projeto Teia do Saber em Araraquara, Presidente Prudente e São José dos Campos (2006-2007); e intervenções junto ao Projeto Pedagogia Cidadã em Itaquaquecetuba (2006-2009) e no Programa de Pedagogia UNESP/UNIVESP – Universidade Virtual do Estado de São Paulo (2011-2013).

O GPDEE participa ainda da elaboração de materiais didáticos que auxiliam o professor a criar novas alternativas para trabalhar na prática com seus alunos e refletir

148 Nos estudos de Godoy (2003; 2014) e para o GPDEE, os saberes se constroem a partir da vivência que na

Dança acontece no corpo do indivíduo. E a partir do sentido da experiencia (LARROSA, 2002), o sujeito dançante se apropria, in-corpora (vive pelo corpo) o acontecimento e transforma a vivência em experiência.

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sobre sua práxis pedagógica. São os casos de ―Caderno de Formação em Artes do Projeto Pedagogia Cidadã‖ (2007), que apresenta artigos sobre Artes Visuais, Dança, Música e Teatro; dos livros digitais ―Dança Criança na Vida Real‖ (2008) e ―Movimento e Cultura na Escola: Dança‖ (2010); e de ―Caderno de Formação de Professores: Conteúdos e Didática de Artes‖ (2011) para o curso de Pedagogia UNESP/UNIVESP.

Esse percurso do grupo contribuiu para a construção de algumas premissas de trabalho, tais como valorizar o saber docente; partir da prática para estabelecer relações com os conhecimentos teóricos; proporcionar aos professores as mesmas vivências e procedimentos que utilizamos com as crianças; valorizar o conhecimento que o professor apresenta, e a partir disso, dialogar com os pressupostos do grupo; discutir a Dança em relação a um contexto mais amplo da educação, da realidade local e da sociedade; e explorar a integração da Dança com as demais linguagens artísticas (SGARBI, 2010).

Por esse viés, o projeto Poéticas da Dança na Educação Básica foi construído com a preocupação de formar professores críticos e transformadores da sua realidade. Nesse contexto, seguindo os pressupostos do GPDEE o projeto teve a intenção de formar um professor que aprofunde seus conhecimentos em relação ao corpo, ao movimento, à Arte e à Dança. O fato de o grupo de pesquisadores desenvolverem o trabalho coletivamente facilitou e enriqueceu as discussões, pois permitiu que as observações individuais fossem submetidas ao grupo, possibilitando a todos perceberem seus encaminhamentos e aprenderem uns com os outros. A proposição das atividades desenvolvidas em cada encontro era dividida entre os integrantes da equipe GPDEE, de modo que cada um contribuía com questionamentos e práticas vinculadas com as pesquisas individuais149.

Os encontros150referentes à primeira etapa foram 10, com carga horária total de 60

149 As temáticas desenvolvidas no Poéticas da Dança na Educação Básica apresentam um percurso de

estudos e metodologias trabalhadas nas pesquisas de iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso, mestrado e doutorados desenvolvidos no GPDEE, assim a formação de professores foi tema da dissertação de SGARBI, Fernanda. Entrando na Dança: reflexos de um curso de formação continuada para professores de Educação Infantil. Dissertação (Mestrado em Arte-Educação). Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista – UNESP. São Paulo, 2009. A integração da Dança das demais linguagens artísticas foi assunto da dissertação de CRAVO, Claudia de Souza Rosa. A criança, a dança e a sociabilidade na escola. Dissertação (Mestrado em Arte-Educação). Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista – UNESP. São Paulo, 2011. Os projetos artísticos culturais são discutidos na dissertação de PIMENTA, Rosana Aparecida. Dança:

difusão e discussão: um projeto social na cidade de São Paulo. Dissertação (Mestrado em Arte-Educação).

Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista – UNESP. São Paulo, 2008. Os jogos para a dança são abordados na dissertação de ALMEIDA, Fernanda de Souza. Que dança é essa? Uma proposta para a educação infantil. Dissertação (Mestrado em Arte-Educação). Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista – UNESP. São Paulo, 2013.

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A primeira etapa do projeto começou em agosto de 2011, mas iniciei minha participação a partir do 2º encontro, esses dados foram obtidos nos artigos citados anteriormente. Vale lembrar que na primeira etapa do

135 horas, de agosto a dezembro de 2011. As temáticas abordadas foram distribuídas nos dez encontros da seguinte maneira:

1º encontro: Chegada, sensibilização e integração.

O objetivo desse encontro foi o acolhimento e a interação dos professores e um levantamento sobre os conceitos trazidos em relação à Arte, integração das linguagens artísticas, avaliação e Dança na Escola. A opção para abordar tais ações foi o jogo. Nos projetos desenvolvidos pelo grupo, os jogos escolhidos envolveram o corpo e o espaço em relação à Dança, a fim de estimular a improvisação, a investigação de movimentos expressivos, criativos e característicos de cada corpo (ALMEIDA, 2013).

2º encontro: Espaço, PCN e Além.

Esse encontro contou com atividades de interação, jogos e posterior reflexão sobre as ideias trazidas acerca da Arte, integração das quatro linguagens artísticas, avaliação em Arte e Dança na escola, iniciadas no encontro anterior. A partir dessas temáticas, a equipe GPDEE sugeriu uma reflexão por meio das perguntas: ―O que a área de Arte estuda?‖,

―Qual a função da Arte na sociedade?‖, ―Qual a contribuição específica que a Arte traz

para a educação do ser humano?‖, ―Qual o espaço da Arte na escola?‖, ―Como se aprende a criar, experimentar e entender a Arte e qual a função do professor nesse processo?‖. Tais provocações foram complementadas pela leitura de trechos dos PCN de Artes (1997). Considerando essas questões, os professores trouxeram depoimentos sobre as escolas nas quais trabalham apresentando essas instituições de ensino. Nesse momento, os multiplicadores (tutores/formadores) puderam apresentar suas vivências profissionais ou pessoais relacionadas à Arte e à Dança. As perguntas apresentadas, além de estimularem a reflexão crítica, procuraram considerar os saberes dos professores como resultado não só da formação profissional e do exercício da docência, mas também de aprendizagens realizadas ao longo da vida, dentro e fora da escola151.

3º encontro: O espaço na Dança e o espaço da Dança

A equipe do GPDEE fez uma apresentação da bibliografia básica a fim de apresentar quais autores são usados como referências no grupo de pesquisa. O aporte teórico em Dança se mostrou pautado nos estudos de Rudolf Laban (1978; 1990) e nos seus interlocutores brasileiros: Marques (1999; 2003; 2010; 2012), Rengel (2003;2004;2006), Godoy (2003; 2010; 2011; 2012; 2013; 2014) e Strazzacappa (2001; 2006), os quais

projeto participei como aluna, não integrava ainda a equipe do GPDEE, ou seja, não participei da concepção dos encontros durante a 1ª etapa.

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vinculam os estudos de Laban ao ambiente escolar contemporâneo e às propostas atuais de ensino e aprendizagem em Dança, centradas não apenas nos alunos, mas na sociedade e nas relações entre ambos.

Esse terceiro encontro tratou da Dança relacionada com o espaço. A escolha por esse tema aconteceu após conversas com as tutoras/formadoras com o enfoque: O que significa de fato o espaço escolar? Essa questão se desdobrou da seguinte maneira: Qual o espaço físico e político da escola?; Como trabalhar os corpos aprisionados no ambiente escolar? (FOUCAULT, 1997); Como transpor os muros da escola a fim de trazer a comunidade para esse local? , entre outros assuntos relacionados.

Essas perguntas trazidas pelas tutoras/formadoras levaram a equipe GPDEE a acreditar que iniciar o trabalho pelo fator de movimento espaço seria uma boa estratégia para discutir e vivenciar no corpo o papel da Arte/Dança na escola.

Figura 5 – Atividade de exploração de espaço com barbante.

Dessa maneira, foram propostas experimentações corporais envolvendo articulações e ações corporais por meio dos níveis152.

Além disso, o grupo de pesquisa situou os participantes sobre sua maneira de trabalhar, que parte de dois princípios para o desenvolvimento de suas atividades: a) o

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De acordo com Rengel (2003) nível é a relação de posição espacial em relação à altura. Por exemplo, nível alto, nível médio e nível baixo.

137 movimento como forma de expressão e comunicação do aluno e b) todos somos corpo, e assim podemos: criar, aprender, exercitar, reinventar, assistir e refletir sobre as diferentes Danças.

4º encontro: De qual território de Dança falamos?

A abordagem escolhida foi um desdobramento do tema espaço, discutido no encontro anterior. A intenção foi apresentar o corpo e a Dança em termos de território, como área definida e caracterizada por relações de poder que estão interligados, pautados nos estudos de Milton Santos (1979; 1996).

Este encontro foi reservado à apresentação e sociabilização de algumas referências teóricas para o desenvolvimento de trabalhos em Dança, tanto por parte dos professores como da equipe GPDEE.

Após a roda de conversa, realizamos uma atividade corporal que culminou em uma composição coreográfica advinda da reflexão sobre espaço cênico, representação, expressão e comunicação.

5º encontro: Tempo e composição – que tempo é esse!

Esse encontro teve como foco o fator de movimento Tempo (LABAN, 1978; 1990)153. A pergunta que impulsionou esse encontro foi ―O que significa trabalhar com o

tempo?‖. A partir dela surgiram discussões sobre a submissão e distribuição do tempo nas

rotinas escolares e como esses aspectos limitam a exploração da criatividade e sensibilidade.

Para isso, as atividades práticas envolviam o ritmo biológico e métrico, tempo prolongado e repentino. Em seguida, tivemos a oportunidade de apreciar uma apresentação do Grupo de Músicos do Projeto de Extensão Grupo de Choro do Instituto de Artes da UNESP, coordenado pelo Prof. Dr. Giácomo Bartoloni.

Essa apresentação culminou em uma jam session154, que envolveu regras pré- estabelecidas a fim de promover a improvisação em Dança com a intenção de ampliar o repertório de movimento, por meio da exploração de diversos ritmos que provocassem diferentes reações corporais relacionadas às mudanças de tempo. Nessa experimentação, os tutores/formadores e os orientadores/coordenadores do GPDEE dançaram/improvisaram junto com os músicos, que também improvisaram suas partituras, essa atividade teve como intuito relacionar, tempo, troca e possibilidades de criação em diferentes repertórios corporais.

153 A opção do trabalho com Laban ocorreu por esse ser um dos autores que as formadoras mais conheciam e o

GPDEE partiu da referência delas para fazer as interlocuções necessárias e adaptá-las aos pressupostos do grupo de pesquisa.

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Figura 6 – Jam Session com os músicos do Projeto de Extensão Grupo de Choro do Instituto de Artes da UNESP.

Esse trabalho que envolve as práticas de Dança reforça outra premissa do grupo de pesquisa: para trabalhar com essa linguagem na escola, o professor precisa em algum momento de sua formação ter vivenciado ―no corpo‖ essa Dança. Para tanto, o GPDEE parte da exploração prática dessa linguagem para que a partir da apropriação dela, o professor possa mediar e problematizar as percepções corporais de seus alunos.

6º encontro: O tempo e o vento – ações multifuncionais.

Esse encontro retomou a discussão sobre o tempo a partir do texto ―Elogio da

Lentidão‖, de Milton Santos (2001)155

, provocando reflexões sobre o tempo da criação, do ensino, da aprendizagem e do trabalho nos dias de hoje. A discussão foi encaminhada para o tempo histórico da Dança, pois a intenção do GPDEE era o reconhecimento das formas de movimento presentes na história da humanidade, nos diferentes contextos sociais e culturais e a relação com a Dança. Ainda nesse encontro apreciamos o espetáculo156

155Santos, Milton. ―Elogio da lentidão‖. Folha de S.Paulo, São Paulo, 11 de março de 2001. 156

Release da Obra: Este trabalho foi ao encontro de um corpo cênico que se refletiu, migrou entre ―espelhos‖, procurou desvios, atalhos: que aprisionou e se deixou aprisionar. Um corpo com lugares obscuros, incompreensível, cheio de contrastes, paradoxos e paradigmas; um corpo que admitiu a utopia da alma, se tornou opaco, penetrável: com aberturas e fechaduras. O grupo buscou no pensamento foucaltiano inspiração para discorrer sobre as utopias do corpo.

Coordenação/direção geral: Kathya Godoy; orientação cênica e coreográfica: Ítalo Rodrigues; assistente de coreografia: Flávia Borsani; criadores/intérpretes: Cecília Ferreira Bortoli, Fabiana Silva de Moraes, Fabíola Delfino Araújo Lima, Fernanda de S. Almeida, Gabriela Striani Pereira, Flávia Borsani, Jaqueline Lamente, Juliana Corrêa, Katya Freitas Barcellos, Laura Marques de Souza Salvatore,Mariana Teófilo, Nayana Soffiatto, Priscila Ortelã André Novo, Rosa Alessandra da Silva, Wagner Mazzini Brancaccio. Criação gráfica: Ítalo

139 ―Corpos Utópicos‖157

, criação do Grupo de Extensão Universitária IA dança158, que possuía a temática do tempo. O trabalho coreográfico se inspirou no texto Le corps, lieu d´utopies (O corpo, lugar de utopias) de Michel Foucault (1966), em busca de identificar as utopias que cercam o corpo demonstrando que revelam mitos, fronteiras, prisões, desejos, entre outros.

Esta apreciação foi pautada na discussão sobre a importância da formação de público, a percepção das relações entre Arte/Dança e espectador159. A partir da obra, as relações de espaço-tempo foram pontuadas, uma das cenas do espetáculo abordava

especificamente o tema do ―Corpo Aprisionado‖. Para a discussão o grupo de pesquisa

traçou um paralelo sobre como o corpo se apresenta na escola.

Nesse sentido, a intenção de debater, contextualizar, para fruir a obra de uma maneira ativa teve a intenção de proporcionar aos formadores a possibilidade de ser atravessado por ela, no sentido que Larrosa (2002) apresenta.

7º encontro: Projetos – esperas e expectativas.

O GPDEE estabeleceu nesse encontro relações entre os espetáculos apresentados e a importância de construir um pensamento crítico em relação à Arte. Uma das dinâmicas de inserção da Dança na escola propostas pelo grupo é o incentivo à criação de projetos artísticos educacionais.

Esse encontro apresentou os teóricos que embasam essa ação, entre eles Pierre Bourdieu (2005; 2007) e Marcuse (1977), adotados por Pimenta (2008). A discussão fomentada no encontro visou à contextualização da Arte no tempo e no espaço, por meio de sua história, e da história da cultura, com o objetivo de tornar conscientes as diversas maneiras de pensar sobre Cultura e Arte.

Dessa forma, foram apresentados os teóricos acima mencionados, além de um roteiro para elaboração de um projeto de Dança na escola.

Rodrigues. Fonte: <http://www.ia.unesp.br/index.php#!/pesquisa/grupos-de-pesquisa/danca-estetica- eeducacao/projetos-permanentes--nucleo-contemporania/>. Acesso em: 25 out. 2015.

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A partir desse trabalho, a aluna Priscila Ortelã realizou a pesquisa de Iniciação Científica Um estudo sobre a

voz na construção do movimento em Dança Contemporânea que teve como foco de estudo a voz na dança

contemporânea. O objetivo desta investigação foi aprofundar os questionamentos acerca das relações estabelecidas entre voz e movimento, e o que essas construções interferem na partitura corporal, composta por gestos, que estão sendo usados para a criação de uma obra de dança contemporânea, dentro dos processos criativos do IAdança.

158 O grupo é coordenado pela Prof.ª Dra. Kathya Godoy e pelo orientador coreográfico Ítalo Faria Rodrigues. 159 Essas temáticas partiram das dissertações de BORSANI, Flávia Brassarola. O revelar da paixão: as

relações estabelecidas entre coreógrafo, bailarinos e obra no processo de criação do Pas de Deux de Bachiana n.1. Dissertação (Mestrado em Arte-Educação). Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista – UNESP. São Paulo, 2013; e FARIA, Ítalo Rodrigues. A dança a dois: processos de criação em

dança contemporânea, Dissertação (Mestrado em Arte-Educação). Instituto de Artes da Universidade Estadual

Paulista – UNESP. São Paulo, 2011, que destacam a história da Dança e a apreciação por meio do diálogo com o público.

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8º encontro: A sur marionete.

Com a proposta de integração das linguagens, o oitavo encontro trouxe a Dança em diálogo com o Teatro, com a participação do Projeto de Extensão Universitária ―Atrás do

Grito‖, composto por alunos da graduação em Licenciatura em Arte-Teatro do Instituto de

Artes da UNESP. Esse projeto é coordenado pelo Prof. Dr. Wagner Cintra, especialista em Teatro de Formas Animadas. Os integrantes do projeto ofereceram para os tutores/formadores e para equipe do GPDEE uma oficina de construção de bonecos feitos com jornal, fita crepe e barbante e que dependiam do corpo do manipulador para ganhar vida.

A intenção de trabalhar com a marionete possuía os seguintes objetivos: a) Compreender o corpo e o movimento do ponto de vista funcional; b) sugerir a integração de linguagem por meio de criação artística; c) provocar discussões, tais como: será que somos marionetes? Qual o papel do professor de Arte ao abordar esses questionamentos na escola? Qual o papel da Dança no espaço escolar?

Esse encontro culminou com a proposta de uma composição coreográfica que envolvesse o boneco construído e a integração da criação em Dança com uma das linguagens artísticas (música, artes visuais ou teatro) pelos tutores/formadores.

Figura 7 – Manipulação dos bonecos com participação do Projeto de Extensão Universitária “Atrás do Grito”.

141 9º encontro: Formação de professores.

Nesse encontro foi discutido o artigo ―Movimento de formação com os professores160‖ de Fernanda Sgarbi (2010), e o GPDEE apresentou alguns dos pressupostos que embasam a atuação do grupo nessa esfera. Entre os pressupostos podemos citar: avaliar que a formação continuada deve abordar as necessidades dos professores e da realidade escolar; considerar os significados que os professores atribuem à prática, aos saberes, à formação e ao processo educativo como um todo.

Ao final desse encontro, assistimos161 à apresentação do espetáculo ―Em tempo‖, do Grupo de Extensão ―IAdança‖, a obra inspirada em Domênico De Masi, discutiu as relações da sujeição do homem ao tempo, poder e trabalho. A ideia para a apreciação do espetáculo162 propunha a busca por uma nova maneira de enxergar o ―Ócio Criativo‖ em uma sociedade na qual essa concepção permitisse o uso adequado do tempo, de maneira produtiva, integrando o lazer e a produção com qualidade de vida.

10º encontro: Ação, reflexão, ação diferenciada.

O fechamento dessa primeira etapa foi realizado com a explanação dos projetos artísticos e educacionais sobre Dança na escola163que seriam criados pelos grupos no fim da etapa seguinte.

Os participantes apresentaram as cenas solicitadas no 8º, com integração das linguagens artísticas e o boneco construído pelos formadores.

160 SGARBI, Fernanda. Movimento de formação com os professores. In: GODOY, Kathya Maria Ayres de. &

ANTUNES, Rita de Cássia Souza Franco (org.). Movimento e Cultura na Escola: Dança. São Paulo. Instituto