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Apertar o apoio da cadeira não faz nada para aliviar a raiva pulsando em minhas veias e a tristeza pesando no coração. Estou tão irritado, muitas vezes sinto que isso me consome, e assustado a ponto de não saber o que fazer. Parece impossível, como se ela fosse aparecer através da porta.

— Sr. Tanner, por favor, entenda que estamos fazendo o possível para localizar a Sra. Tanner.

Soltando o punho, tento me controlar. Não faz eu me sentir melhor, mas é tudo que posso fazer. Tenho uma equipe de três investigadores particulares, e ninguém encontrou um traço dela. Tem sido semanas, e nada.

Meu coração para com esse pensamento. Não, sinto que perderia minha alma se ela não estivesse viva. Sentiria no fundo nos meus ossos se não estivesse na terra. Ela é a outra metade do meu coração e vou encontrá-la. Não importando quanto tempo leve. Ela contatou a polícia e um advogado. Ambos afirmaram não saber onde estava, só que estava bem.

Correu para longe sem uma palavra. Ela me deve uma explicação, uma chance de fazer direito. Esfrego o rosto com a mão e suspiro. Eu ia fazer tudo certo. Tinha planejado. Íamos ter tudo. Estava a poucas horas de consegui-lo, e, em seguida, puf!

Caminho pelo meu escritório em casa, sem saber como entender isso. O que disse? Como causei isso? Já gritei com todos, pelo menos uma vez hoje. Parei de ir ao trabalho após a noite que ela saiu, esperando aqui no caso dela voltar. Depois da primeira noite, soube que não podia ficar parado, então contratei Carl Major e sua equipe para encontrar minha Molly. Ela podia precisar de um tempo, mas poderia fazer isso no outro quarto. Não precisava sair de casa se tinha dúvidas sobre o casamento.

— Como pode não ter nada? — Grito a última palavra, minha voz ecoando nas paredes.

Os homens sentados diante de mim recuam, e tenho certeza que pareço uma bagunça. Não durmo há semanas, apenas andando por aí como um zumbi. Minha assistente, Debora, voou de volta da Flórida

por alguns dias quando soube que Molly sumiu. Ela me fez comida que realmente não toquei e deixou mais no freezer. Voltou para sua família semana passada, e a pequena visita foi um conforto por pouco tempo. Mas agora estou sozinho com minha dor e não aguento mais. Talvez esteja louco, mas vou ser amaldiçoado se ela me deixar assim. Os investigadores perguntaram se tínhamos problemas no casamento. Não sabia como explicar que a amava além de todo o raciocínio sensato, e tinha que me manter ocupado no trabalho para parar a obsessão que crescia. Perguntaram se houve traição e ri na cara deles. Não existia ninguém além da minha Molly. Estava cego até que ela entrou na minha vida, e depois daquele dia, é a única mulher que vejo. Os homens pareceram céticos, mas não dei à mínima. Podiam pensar o quisessem desde que a encontrassem.

Vivo dividido entre estar sofrendo e louco como o inferno. Estou triste que ela se foi, e daria qualquer coisa para segurá-la em meus braços novamente. Mas, por outro lado, estou tão furioso por ela ter me deixado que não poderia olha-la nos olhos. Finalmente precisei de alguém e ela foi embora.

Sei que a última parte é mentira, mesmo enquanto o pensamento atravessa meu cérebro confuso. Nunca ficaria longe dela novamente se a visse de novo. Quão estúpido é perder noites longe dela quando poderia tê-la debaixo de mim fazendo amor na nossa cama. O pensamento traz um caroço na minha garganta e contenho um

soluço. Passei o último ano tentando arrumar as coisas para não precisar ir ao escritório. Fiz tudo o que pude para montar nossas vidas, e isso tirou meu foco do relacionamento.

Partes de nossas vidas se repetiam mais e mais no meu cérebro, e continuo tentando descobrir por que ela me deixou. Deixou-nos assim. Sabia que ela estava infeliz na cobertura, mas ia mudar isso. Viver de acordo com as promessas que tinha feito, mas talvez demorasse um pouco.

Não achei que estivesse tão infeliz a ponto de sair. Nenhuma explicação, apenas uma nota dizendo que não podia fazer isso e pedindo para não a seguir. Segurei tanto a pequena nota que agora está toda amassada.

Continuo andando tentando pensar em algo. Mesmo depois da polícia dizer que estava bem. Talvez foi sequestrada e forçada a escrevê-lo. Talvez estivesse doente e tendo alucinações.

Ambos os cenários deixam minhas mãos suadas de medo. Mas quando verifiquei as câmeras de segurança, ela estava sozinha e não parecia sob coação. Moveu-se rapidamente para fora do prédio. Depois, sacou os cartões de crédito num caixa eletrônico. Então, nada.

Continuo pensando que tem uma razão. Talvez houvesse outro

Sem pensar, pego o peso de papel na minha mesa e o atiro do outro lado da sala como uma bola de beisebol. Ouço o barulho da colisão, mas ignoro. Se realmente desse uma olhada ao redor, tenho certeza que veria destruição, mas é melhor aqui do que o resto da casa. Deixei a casa intocada até ela voltar. Porque ela vai voltar. Não há outro caminho.

Em algum lugar distante, ouço a porta do escritório abrir. Não olho para cima ao ver os investigadores levantarem, simplesmente caminho para a janela e olho a chuva. Pergunto-me se minha Molly está com frio, se tem um abrigo. Pergunto-me pela milésima vez, se está segura. Acho que poderia viver com qualquer coisa, contanto que ela estivesse segura.

— Sr. Tanner. Temos alguma coisa.

Giro ao redor, vendo o mais novo do trio, Jeremy, entrar e entregar o telefone para Carl. Depois de olhar, ele balança a cabeça e, em seguida, me olha. Há esperança em seus olhos, mas não me atrevo a ler mais. Quero ouvir o que tem a dizer primeiro.

— Estamos observando todos os conhecidos desde que solicitou os nossos serviços, e parece que sua amiga Cindy recebeu um telefonema de um número desconhecido. Jeremy grampeou a chamada e tem uma gravação.

A voz de Molly enche meus ouvidos, e caio de joelhos, agarrando o peito. É a primeira vez em semanas que tenho uma informação, e o som de sua voz é esmagadora.

Estou voltando. Será que posso ficar com você... Então Molly para de falar. Há o som de alguém gritando, e então o barulho de freios. Cindy diz seu nome em pânico, e, em seguida, a linha cai.

Um frio mortal corre minha espinha, e estou em pé num segundo, pronto para agir. Nem sequer pergunto antes de Jeremy começar a falar.

— Rastreei a ligação e fomos capazes de identificar sua posição em Washington Beach. Cerca de cinco horas ao sul.

— Sei onde ela está. — É a duas horas de distância de onde rastrearam sua chamada para a delegacia e o advogado. No momento que cheguei lá, ela estava longe.

Corro pela cobertura, pegando minhas chaves. Não sei o que aconteceu na gravação, mas sei onde Molly está e é para lá que eu vou.

— Senhor, espere. Vamos acompanhá-lo. — Carl diz, me seguindo.

— Ok. — É tudo o que digo quando entro no elevador e aperto o botão para o térreo.

Os três homens mal escorregam antes das portas fecharem, e sinto-me inquieto. Finalmente, tenho uma direção. Só preciso ter

certeza de que ela está bem e então falar com ela. Descobrir o que diabos aconteceu. Ela está bem. Ela está bem. Ela tem que estar.

Saio do prédio ao volante da minha McLaren. Esta foi uma compra extravagante quando tinha vinte e poucos anos, mas agora estou contente de tê-la. Este bebê faz duzentos e quarenta quilômetros por hora. Talvez chegue a Molly em duas horas ao invés de cinco.

Quando peguei a ponte para fora da cidade, acelerei. Nada nem ninguém vai me impedir. Não me importa o que tenha que fazer ou quem tenha que matar. Minha esposa é minha. E estou trazendo-a para casa, ela queira ou não.

Capítulo Cinco