• Nenhum resultado encontrado

Disponibilização: Eva e Liz Tradução/Revisão: Fabricia e Tamires Leitura Final: Eva Bold Formatação: Monica Bellini

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Disponibilização: Eva e Liz Tradução/Revisão: Fabricia e Tamires Leitura Final: Eva Bold Formatação: Monica Bellini"

Copied!
124
0
0

Texto

(1)
(2)

D

isponibilização: Eva e Liz

T

radução/Revisão: Fabricia e Tamires

L

eitura Final: Eva Bold

(3)

Bem-vindo a série Promisse. Esta série é dedicada

a grandes amores. Com os habituais machos alfas e

beijos quentes.

Estes pequenos livros serão tradicionais e

clássicos, e se encaixam no código Alexa Riley:

clichês e sempre apaixonantes. Essa é minha

promessa para você.

(4)

MR AND MRS

Phillip está casado com Molly há um ano. Ele é além de

obcecado pela esposa, a ponto de esconder seus verdadeiros

sentimentos. Se ela soubesse quão louco ele é, poderia se

afastar.

Molly está sentindo a crescente distância entre eles, e está

preocupada de não ser o suficiente. Uma noite, enfrenta

Phillip e muda tudo.

Quando Phillip descobre que Molly se envolveu num

acidente e está com amnésia, vai fazer o possível para que ela

se apaixone por ele novamente. Desta vez sem nada esconder.

Atenção: É tão louco quanto parece e sim, um total clichê.

Se quer um tempo bobo e alegre longe da realidade, aceite este

presente! Para todos vocês que sorrateiramente leram a

coleção secreta da mamãe e adoraram. Essas histórias são

suas!

(5)

Capítulo um

Molly

— Molly, apenas dê um tempo. Tenho certeza que vai engravidar. Olho para cima da salada insípida que estou empurrando no prato, não sentindo nem um pouco de fome. Mas um jantar fora parecia mais divertido que comer sozinha pela quarta vez esta semana. Phillip vai trabalhar até tarde. Mais uma vez. Algo que estava se tornando normal demais para o meu gosto.

É a “sua” casa, mesmo que diga que é “nossa”. Ainda acho estranho chamá-la de casa, sendo um apartamento. Embora esteja casada e morando nele há um ano. Não acho que já tenha me sentido em casa alguma vez. Não é como as que sonhei, de qualquer maneira. Ainda parece mais dele do que minha. Ainda não encontramos a casa ideal. A que sonhei a vida toda. Phillip parece animado, mas continua

(6)

a deixar a busca em segundo plano, e começo a pensar que eu também.

Cindy coloca a mão no meu braço, dando um aperto reconfortante. Todo mundo sabe que temos tentado ter um bebê. Era difícil esconder como estou animada sobre iniciar uma família, e Phillip me incentivou a falar sobre o assunto, a vê-lo como uma realidade. Ele começou a dar vida aos pequenos sonhos que tinha na cabeça. Era tudo parte do conto de fadas que caí no momento que conheci Phillip.

A menina se apaixona perdidamente pelo novo parceiro de negócios do seu pai, e ele a pede em casamento rapidamente. A imprensa devorou a história.

Milionário Phillip Tanner finalmente sobe ao altar. Não só isso, mas com a filha de seu novo parceiro Charles Moore. A parceria reuniu duas das maiores empresas de fundos do país, e acredita-se que serão incríveis juntos.

E tem sido.

Sorrio para Cindy, dando-lhe um olhar tranquilizador.

— Eu sei. Quando tiver que ficar grávida, vai acontecer. — Nem tenho mais certeza se quero um bebê, parece estranho, afinal ter uma família é tudo que sempre quis.

(7)

Eu queria tudo. A cerca branca, crianças, e um marido que me adorava. Tinha o marido apaixonado quando ele estava perto, de qualquer maneira. Poderia não ser o centro de sua atenção, mas não queria isso para nossos filhos. Fui uma criança com um pai assim, e não faria isso com meus filhos. Nunca vou cria-los numa casa que não pareça um lar.

Posso lidar com isso. Amo meu marido, e sei que ele me ama, mas tem sido estranho ultimamente, e me preocupo que talvez não seja apenas trabalho o mantendo longe. Talvez seja eu. E se eu não tiver o

mesmo apelo para ele? E se a novidade passou da mesma maneira que aconteceu com meus pais? Cerro os dentes, tentando afastar a

insegurança.

Mas isso só não significa nada, não com a maneira que Phillip me toca. Ele faz amor comigo todas as noites quando rasteja na cama, mesmo depois de um longo dia de trabalho. Não pode dormir sem antes me ter.

Exceto noite passada. Não sei quando ele chegou em casa, e foi a primeira vez. Adormeci antes que chegasse e acordei com ele se despedindo esta manhã. Disse que tinha uma grande reunião para preparar e que me diria tudo no fim de semana.

— Há mais alguma coisa? Você não parece normal. — Cindy soltou a mão que tinha em meu braço para me estudar. Ela é muito boa em

(8)

ler pessoas. Na verdade, me disse na primeira vez que nos vemos que seríamos amigas, e assim tem sido.

Ela está certa. Há outra coisa. A mesma coisa que está começando a plantar pequenas sementes da dúvida na minha mente. A única coisa que tem me feito pensar mais sobre as longas horas de trabalho durante esse mês.

— Ele tem uma nova secretária. — Finalmente desabafei, sabendo que Cindy iria arrancar a verdade, eu querendo ou não.

— Oh, ouvi que Debora se aposentou.

Acenei que sim. Debora saiu a mais de um mês e mudou para a Flórida para aproveitar a aposentadoria com o marido. Eu amava aquela mulher. Ela era tão doce, e sempre que eu ligava fez parecer que a coisa mais importante era meu marido me atender, não importando o que ele fazia. Tudo o resto era colocado em espera e reuniões interrompidas.

A nova secretaria não se importava.

— Nem sequer pense. — Cindy se inclinou para trás na cadeira, o cabelo castanho balançando em volta do rosto.

Não posso sequer dizer. É tão clichê, não posso deixar as palavras saírem dos meus lábios. Ela é clichê, também. Grandes olhos azuis e cabelo loiro, tão alta e magra que parece totalmente perfeita. Cada cabelo sempre no lugar e ela usa saltos de cinco centímetros todos os dias. Eu quebraria meu pescoço. É como se fosse natural para ela.

(9)

— Na verdade, nem eu vou dizer. Quer dizer, é Phillip, pelo amor de Deus. — Ela ri como se eu tivesse enlouquecido. — O homem é louco por você. Você não conheceu o Phillip antes da Molly, mas eu sim.

Cindy é uma das minhas únicas amigas em Nova York, e a conheci através de Phillip. Foi assim que conheci todos aqui. Sai do internato, direto para a faculdade e depois para o apartamento de Phillip. Toda a minha família e amigos estavam a milhares de milhas em Seattle.

— Ele era chato... bem, ele ainda é. — Ela sorri como se ele pudesse nos ouvir. — Sempre trabalhando, sem nenhuma diversão. Até você. Por que acha que a imprensa ficou tão alvoroçada? Estavam tentando pegá-lo com uma mulher há anos, então ele surge na cidade com uma. Confie em mim, ele não está te traindo com a secretaria. O conheço desde a faculdade, e nunca o vi num encontro até que te conheci.

Eu sei que é verdade. Busquei seu nome no Google a primeira vez que eu o conheci. Ele surgiu do nada. Nunca em um milhão de anos achei que iria mostrar interesse em mim. Ele é dez anos mais velho. Mal tinha vinte na época que nos conhecemos. Alguns diziam que era só para tornar a parceria com meu pai mais sólida. Nunca concordei com isso. Ele me fez sentir especial, algo que ninguém tinha feito. Ser o centro do mundo de alguém era estranho para mim. Mas estava me acostumando com isso. Até o trabalho passar a frente e as coisas

(10)

começarem a parecer solitárias novamente. A solidão era um sentimento que ele tirou de mim no momento em que o conheci. Não gosto dela rastejando de volta para minha vida.

Namoramos por dois meses em segredo, até meu vigésimo primeiro aniversário, então oficializamos e casamos um mês depois. Ele fez-nos esperar até a noite de núpcias antes de me tomar completamente. Desde o início, conversamos sobre querer uma família, e ele disse que não queria nada entre nós, por isso, tínhamos que esperar até o casamento.

Bem, esperamos para fazer tudo, pelo menos. Phillip passou muitas noites com a boca em mim. Dizendo-me todas as coisas que faria quando eu finalmente dissesse sim.

Não posso contar quantas noites ele se esgueirou para o meu quarto depois de uma reunião no escritório do meu pai. Eu ia para a cama sozinha e acordava com Phillip entre minhas pernas. Algumas noites ele parecia morrer de fome. Outras noites me fazia prometer mais e mais que ia casar com ele antes de finalmente me dar o que precisava. Ele nunca me permitiu devolver o favor. O mais próximo que cheguei do seu pênis antes de noite de núpcias foi o tocando por cima da roupa.

Mas os homens realmente passam meses sem sexo? Afastei o pensamento.

(11)

— Eu sei. Estou sendo boba. Sei que ele me ama. Ela só é tão estranhamente rude quando ligo ou apareço. Juro que cada vez que a vejo ela está empurrando os peitos gigantes no seu rosto ou dando uma risadinha estridente. Toda vez que ligo, diz que Phillip está ocupado. Toda. Vez. — Tudo isso, as horas extras e minha solidão nessa cidade gigante aumentou a insegurança gigante que sinto.

— Diga alguma coisa. — Cindy sugere, inclinada para frente, os olhos azuis estreitando como sempre fazem quando ela está se preparando para uma luta. O que faz frequentemente no tribunal.

— Sei que deveria. Vou falar com ele. Só que às vezes me sinto fora de lugar. Sou muito mais jovem que todos, sei que ele controla uma empresa e não quero ser a esposa pegajosa e insegura.

Às vezes me sinto um pouco perdido em seu mundo, e seria uma mentira se dissesse que nunca interrompi reuniões do meu pai, apenas para me sentir importante. Tenho licenciatura em história da arte, e estou orgulhosa disso, mas às vezes fico perdida. Sei que o problema é comigo. Phillip nunca falou nada negativo ou tentou me excluir, mas velhas inseguranças são profundas.

— Foda-se. — Ela xinga, me fazendo sorrir. Uma das coisas que amo em Cindy é que ela não é como a maioria das mulheres que conheci em Nova York. Nem como as esposas de alguns colegas de trabalho de Phillip. Ela sempre diz o que pensa e quero ser assim também.

(12)

— Aquele homem vai ficar puto se descobrir que a secretária está te tratando como merda. Na verdade, aposto que ele a despediria se sequer suspeitasse de algo assim.

Sei que ela está dizendo é verdade. Uma vez disse a Phillip, de passagem, que achava que o porteiro não gostava de mim. Sempre que eu perguntava algo, ele era grosso e falava que eu não deveria sair sem meu marido. Perguntava constantemente sobre minha idade, como se eu não pertencesse a este mundo. Foi o limite quando ele apareceu depois de Phillip ter saído para o escritório. Então ele saiu do meu pé. Depois de contar a Phillip o que tinha acontecido, nunca o vi novamente.

— Você está certa. Estou fazendo isso maior do que é. — Pego minha bolsa da cadeira, fazendo Cindy sorrir. — Você se importa? — Pergunto. Ainda nem tínhamos chegado ao prato principal.

— De jeito nenhum.

Inclino-me para beijá-la na bochecha. — Me liga. Quero saber os detalhes.

Certa do que fazer saio do restaurante para a agitada Nova Iorque. Olhando para baixo no relógio, vejo que são oito horas. Caminho até a empresa, que fica a apenas quatro quarteirões.

Red, o segurança, me olha enquanto caminho para dentro do prédio praticamente vazio. Aperto o botão do elevador para a presidência. Quando saio, o corredor está totalmente claro. Ando até

(13)

seu escritório, contornando a mesa vazia da secretária, e abro a porta pesada.

A visão quase me deixa de joelhos, e teria caído se não tivesse uma mão ainda na porta.

Ali, no meio do escritório de Phillip, completamente nua, está Cary. A secretária. Phillip está no sofá, o rosto virado, mas posso ver a gravata desfeita e os sapatos longe. Seu terno amassado. Cary apenas me olha em choque.

— Pode ficar com ele. — Nem tenho certeza de como consigo dizer as palavras.

Corro, fugindo do escritório. Aperto o botão do elevador e, felizmente, ele abre imediatamente. Faço a descida em transe, tentando me segurar. Não vou quebrar aqui. Respiro fundo, tentando me acalmar.

— Senhora Tanner. — Red chama, vendo as lágrimas escorrendo por meu rosto. Pego o primeiro táxi que vejo e vou direto para o apartamento. Não paro para pensar no que estou fazendo. Acho que estou em choque.

Faço uma mala em tempo recorde, rabisco uma nota, e mando um texto para Cindy antes de largar o celular e a aliança no balcão da cozinha.

Talvez Cindy não conheça Phillip tão bem quanto pensa. Talvez todo mundo o ache chato, porque ele é bom em esconder a verdadeira

(14)

natureza. Meu pai era bom em esconder seus segredos sujos, também, mas como a maioria das coisas, só precisa olhar mais perto. É quando tudo se torna claro.

— Deus, você é tão ingênua. — Sussurro para mim mesma.

Pego o metrô para a estação de trem, onde compro um bilhete com meu cartão de crédito, em seguida, tiro tanto dinheiro quanto os cartões permitem. Pego um táxi para a rodoviária. Quero ficar longe por um tempo e colocar minha cabeça no lugar antes de enfrentá-lo. Sei que ele vai me encontrar se eu não cobrir meu rastro bem o suficiente.

Olho para a lista de destinos e escolho um lugar que espero que ele nunca vá pensar.

(15)

Capítulo dois

Phillip

Acordo devagar. Olhando para o relógio noto que perdi a hora. Estico o pescoço, tentando descobrir porque dormi no maldito sofá. Eu sentei por alguns minutos antes de ir para casa. Tenho dormido tão mal ultimamente que precisava de um cochilo.

A fusão no ano passado correu bem, mas os últimos meses têm sido um inferno. Tenho trabalhado todas as noites. Nunca chego a ver Molly, e quando chego em casa, tudo o que quero fazer é amá-la, precisando de um sabor dela para me segurar, na esperança de manter sob controle a necessidade que tenho. Então, depois que ela dorme, passo o resto da noite apenas segurando-a e observando-a dormir. Não posso evitar. Sou obsessivamente apaixonado por ela. Não pode ser saudável, mas desisti de lutar há muito tempo. É o que é. Não há luta contra essa necessidade que sinto por ela.

(16)

Aprendi desde o início. Ela acordou meu mundo inteiro no momento em que a vi. Sentimentos que nunca senti vieram à vida. Nunca precisei tanto de outra pessoa. Talvez porque nunca tive ninguém para mim. Desde muito cedo, estive sozinho, e gostava assim. Não queria ser um dos filhos adotivos querendo atenção ou implorando para ser adotado. Sabia que só precisava de mim.

Consegui terminar a escola e a faculdade, economizando cada centavo que consegui através da luta subterrânea que fazia para pagar minhas contas. Então comecei a investir em uma coisa e outra. Parecia que tinha um bom olho para o que seria lucrativo. Tornou-se um vício. Era tudo que pensava: como poderia fazer minha empresa crescer? E isso foi o centro da minha vida até ela aparecer.

Agora ela é meu vício. Cada pensamento e cada ação. Fazendo-me querer e desejar coisas que nunca pensei que quisesse. Não quero perder um minuto quando estou com ela, nem para dormir. Continuo dizendo que vou dormir quando estiver morto, mas está começando a me atingir.

Tenho um grande fim de semana planejado, e se eu aguentar até lá, tudo será perfeito. Venho treinando meu substituto nos últimos seis meses, recebendo-o aqui e mostrando-lhe o que faço. Levou longas horas, e não disse a Molly. Depois que nos casamos, tentei segurar minha necessidade por ela. Ela é tão jovem e linda, e não quero sufocá-la com tudo. Ela é uma flor desabrochando, e sinto como

(17)

se quisesse mantê-la a sombra, só para mim. Não quero que ela murche e se ressinta de mim por isola-la. Então, trabalhei duro e tentei me segurar, dizendo-me que era para fazê-la feliz. Nenhuma mulher quer um marido sufocante. Quero que ela faça amigos e tenha uma vida aqui. Se dependesse de mim, estaríamos em nossa casa longe da cidade. Egoisticamente a quero só para mim. O pensamento de estar trancado com ela na casa à beira-mar e nunca sair é como um sonho tornado realidade. Nunca desejei algo parecido antes de Molly, mas ela mudou tudo para mim. Fez-me querer outra coisa.

Sentando no sofá, tento apagar as rugas na minha calça. Estive muito tempo aqui e agora pareço uma bagunça. Estou ansioso para chegar em casa, mas sei que no segundo que entrar pela porta, vou estar com ela. Não é justo quão forte minha necessidade é. Não posso esperar que ela queira transar comigo todas as manhãs e todas as noites. Nenhuma mulher quer sexo demais. Antes, não dava a mínima para sexo. Era sempre sobre o próximo negócio ou o próximo movimento para expandir minha empresa. Isso era o que costumava me excitar. O que dominava meu dia. Gostava de me perder no trabalho, e agora tudo que quero é perder-me nela.

Coloco os sapatos e levanto para pegar meu casaco e as chaves. Estou surpreso ao ver Cary à sua mesa. Disse-lhe para ir para casa horas atrás. Ela está se tornando um problema. Ryan, meu substituto, a contratou. Desde que seria ele quem iria assumir as

(18)

operações do dia-a-dia, disse que poderia substituir Debora como quem quisesse. Estava triste em vê-la ir. Era foi à única figura materna que já tive, mas não poderia culpá-la por querer passar mais tempo com o marido. Sentia-me da mesma maneira.

— Cary, por que está aqui? São quase onze horas. — Não esperei pela resposta, fui para o elevador e apertei o botão. Estou pensando em chamar Ryan e dizer para se livrar dela. Não gosto de suas insinuações. Ele é casado, e não precisamos desse tipo de merda acontecendo.

— Phillip, quero falar com você. Talvez pudéssemos tomar uma bebida antes de ir para casa.

Ouço-a enquanto espero o elevador abrir. Leva tudo de mim para não virar e gritar. Sua mera presença me irrita, e estou cansado. Peguei-a algumas vezes tentando flertar comigo. No começo pensei que talvez estivesse a interpretando mal, mas tornou-se claro que não era o caso. Felizmente, o elevador chegou. Entro e a olho.

— Já disse várias vezes para não me chamar Phillip, e não estou interessado. Nem seria apropriado tomar uma bebida com você. Falei para sair às cinco horas, então vou assumir seu quadro de horários e contar como hora extra. Isso não é profissional, e vou falar com o Sr. Arrow. —Estendendo a mão, pressiono o botão para o primeiro andar e vejo seu rosto entrar em pânico quando as portas fecham. Não tenho

(19)

tempo para tentar descobrir o que significa. Estou pronto para chegar em casa e ver minha Molly.

Chamo um táxi, não querendo andar ou pegar o metrô. Durante a corrida, converso com Ryan e explico que Cary é um problema. Ele me garante que vai falar com ela e transferi-la. É a parte do trabalho que eu mais odeio, mas é um mal necessário. Alguém como Cary está querendo a cama de um homem rico, e não passei anos construindo minha empresa para um pedaço de bunda arrastar o novo líder para a lama. Há uma abundância de homens dispostos, e não estou dizendo que Ryan é santo, mas trabalho não é lugar para isso.

Quando o táxi para em nosso prédio, dou o dinheiro ao taxista e saio. Meu coração já está acelerado e tento acalmá-lo. Se dependesse de mim, invadiria o apartamento e tomaria Molly, fodendo como coelhos no balcão da cozinha. Passaria a noite toda fodendo e falando o quanto a amo.

Mas não posso fazer isso.

Ela provavelmente já está na cama, pronta para quando a acordo no meio da noite. Às vezes, minha necessidade é tão forte que domina o bom senso e a acordo, levando-a quando ainda está meio adormecida. Sinto vergonha de mim mesmo mas não posso controlar meu amor e estou tentando fazer melhor. Na noite passada sentei na cadeira ao lado da cama e a vi dormir. Sabia que se fosse para a cama,

(20)

iria querer mais, e ela precisava descansar. Não quero que pense que é somente sexo.

Continuo dizendo a mim mesmo que quando eu sair e tivermos mais tempo juntos, esta necessidade insaciável vai passar. Estamos casados há um ano, e sinto medo, porque só tem piorado. Quanto mais tempo estamos juntos, mais profundo meus sentimentos ficam. Mas tenho um plano para parar de trabalhar e começar nosso casamento de verdade. Pode ser difícil para ela ficar tanto tempo comigo, mas estou esperando que possamos fazer as coisas que ela goste para que não me sinta um fardo em seus delicados ombros.

Quando entro em nossa cobertura, coloco minhas chaves na casa ao lado do telefone e sinto minha testa franzir. A imagem que lhe dei em seu aniversário não está lá. Tirei uma foto do primeiro lugar que a beijei e emoldurei. Foi na biblioteca da casa de seu pai. Eu sabia que a amava. Não expliquei a razão da foto. Só disse que era porque eu sabia que ela amava os livros. Pensei que dando algo que era dela para colocar em nossa casa a estimularia a decorar o lugar. Dar toques pessoais. Até disse onde pensei que a imagem ficaria boa, onde a veríamos todos os dias. Ela deu um sorriso tenso, e a imagem permaneceu numa caixa no canto da sala.

Disse que poderia fazer o que quisesse em nosso espaço, mas ela parecia desinteressada. Conversamos sobre comprar uma casa, e isso a animou. Ela me contou detalhes sobre o que queria, e por isso

(21)

contratei um arquiteto, contando o que havia descoberto. Queria um lugar construído como o conto de fadas que ela descreveu, e então a surpreender com ele.

E seria nesse fim de semana. Planejei tudo até o último detalhe, ao mesmo tempo em que trabalhava.

Quando passei no balcão da cozinha, notei algo lá, mas segui em frente. Estou muito ansioso para ver Molly e parar para checar algo me atrasaria.

Caminhando para o quarto, posso dizer que algo está errado. Não a sinto lá. Acendo as luzes sentindo um ligeiro pânico. Ao ver a cama intocada, um nervosismo cai sobre mim.

— Molly? — A chamo, pensando que talvez esteja no banheiro. Mas quando ando pela casa, vejo que cada quarto está silencioso e sem sua energia.

— Molly! — Desta vez grito pelo corredor, deixando meu pânico aparecer. É hora de parar com jogos.

Corro para frente, pegando meu telefone, e indo para a cozinha. Verifico as mensagens, mas não há nada, então envio uma. Ela deve ter esquecido de dizer que iria sair. Talvez possa encontrar-me com ela. Sinto muita saudade, e não gosto da ideia dela fora tão tarde sem mim. Deveria ter estado aqui para ir com ela. Balanço a cabeça.

Espero um momento, e meus olhos deslizam sobre o que chamou minha atenção quando entrei. É um pequeno pedaço de papel.

(22)

Sinto como se alguém tivesse me dado um soco no estômago. Eu olho para os anéis de casamento sobre o granito, e caio de joelhos. Meu coração está batendo nos ouvidos, e não posso processar o que está acontecendo. É como se estivesse num túnel, caindo. Minha respiração sai rápido, e vejo manchas pretas na visão. Pouco antes da escuridão me dominar, as palavras piscam novamente na minha frente.

(23)

Capítulo três

Molly

— Wow, Molly, isso parece bom. — Olho para Oscar. Ele segura um saco branco que estou supondo ter vindo do Elaine Diner, o restaurante local a duas quadras da praia. Ele sorri para mim, o sol batendo no cabelo escuro, mostrando os fios grisalhos.

Meus olhos voltam para a pintura que tenho trabalhado por toda a manhã, e pela primeira vez, o vejo. É um momento em minha vida que eu nunca poderia esquecer. Poderia pintar isso até dormindo.

— Adoraria saber o que está vendo. — Acrescenta ele, sentando-se ao meu lado no velho banco de madeira que dá para a praia. Tornou-se o meu banco ao longo dos meses. Passo a maior parte do meu tempo nesta praia pintando.

Cheguei aqui antes do sol realmente aparecer sobre o oceano sem fim. Tudo ao meu redor acordando, voltando à vida, me deixando para

(24)

trás na escuridão. Não durmo mais. Não sei como alguém pode estar tão exausta e ser incapaz de dormir. Fico pensando que vou dormir, mas assim que o faço, acordo momentos depois. Os sonhos agridoces são mais do que posso suportar. Eles me ofendem e torturam.

Quem diria que doces lembranças poderiam doer tão profundamente? A ponto de te fazer ter medo de fechar os olhos à noite, porque sabe o que verá? Te fazer doer por algo que não pode ter? Comecei a me questionar sobre o que realmente vi no escritório de Phillip naquela noite porque nenhuma vez sonhei com aquela noite. Não. Tudo o que sempre sonho são as coisas que me fizeram apaixonar. O desejo tão profundamente. Acho que nunca vou melhorar.

As noites, ele me segura e diz todas as coisas que vamos fazer juntos. A vida que teríamos. Que ele queria essa vida, ter uma família. Ele sempre sorri quando diz que nunca quis uma até me encontrar. Que esteve me esperando chegar e desperta-lo. Que as coisas eram solitárias sem mim. Que não tinha percebido quão sozinho estava. Que não vivia realmente até mim. Mais uma vez me fazendo sentir o centro de seu mundo.

E talvez eu pudesse ter essa vida se pudesse ser aquela mulher novamente. Era patético, porque realmente considerei isso. A dor de não tê-lo machucava mais do que saber da traição.

(25)

— Me vejo. — Digo finalmente, percebendo que não tinha respondido Oscar. Era a primeira vez que vi Phillip. Entrei no escritório, e lá estava ele, esperando meu pai voltar. Nunca vou esquecer o olhar em seu rosto. Seus profundos olhos azuis se estreitaram em mim, então seu rosto iluminou, uma covinha que só eu poderia fazer surgir. Minha covinha. Beijei-a centenas de vezes. Foi instantâneo. Soube naquele momento que adoraria o homem até minha última respiração. Ninguém nunca me olhou assim. Fez-me sentir como se o mundo começasse e terminasse em mim.

Acima de tudo, amei como parecia ser diferente para mim. Aos outros era duro, frio e calculista. Intimidante, muitos diriam, mas isso não era o que vi no primeiro dia. Ele era doce e encantador, e conversamos durante três horas. Nem sequer sentimos o tempo passar. Meu pai entrou correndo, pedindo desculpas, e perguntando por que não tinha respondido aos telefonemas ou mensagens. Era como se tivéssemos perdidos em nosso próprio mundo, algo que facilmente acontecia em torno dele. Poderia ver o olhar chocado no rosto de Phillip quando tirou o telefone do bolso do terno, surpreso por tê-lo esquecido. Meu pai ainda fez uma piada sobre o telefone estar normalmente colado à sua mão.

(26)

— Teria o deixado há horas e jogado este negócio pela janela, mas agora não há nada que eu não faria se isso significa que vou ter que esperar no escritório do seu pai por horas apenas para falar com você.

Sempre doce comigo. Contando sobre sua vida, que eu sabia não ter sido como a dos outros. Mesmo Cindy havia dito que, quando se conheceram há anos, ela não sabia sobre seu passado. Ninguém parecia saber além de mim. Sobre a luta, o sistema de adoção, o esforço para ser o melhor, como se sentia um nada.

Não foi até que o vi no trabalho que percebi que só eu tinha isso. Ele deu a ela, também? O pensamento foi como um tapa. Um lembrete do que realmente aconteceu. O que me levou a este banco, sentada sozinha como faço quase todos os dias.

Essas memórias doces desapareceram porque acreditei nas palavras de Cindy durante o jantar naquela noite. Phillip nunca faria

algo assim. Mas ele fez. Eu vi. Assim como vi meu pai fazer o mesmo

com minha mãe. Demorou um pouco para vê-lo, ou talvez minha cabeça estivesse nas nuvens, mas estava bem na frente do meu rosto. Gostamos de nos enganar acreditando que as coisas não são o que parecem. Phillip disse que tinha partes escuras nele.

Seria mais fácil ter agido como minha mãe? Ela parecia feliz até que simplesmente não estava, mas me pergunto se teve a dor profunda que sinto. Provavelmente. Por que mais ela iria sumir? Sempre me perguntei se era porque eu a lembrava meu pai. Ela

(27)

sequer se incomodou em participar das minhas formaturas ou do casamento. Havia sempre uma razão para não poder fazê-lo.

— Hmm. Ele é o pai de seu bebê? — Olho para Oscar em estado de choque. Ele vira seus grandes olhos castanhos para mim, as sobrancelhas arqueadas e um sorriso no rosto. Ele lembra meu avô. Talvez por isso me identificasse com ele. Ele é a única pessoa nesta pequena cidade no meio do nada que realmente conversei, mas sendo sincera, ele não me deu escolha. Como hoje, ele normalmente aparece com algo para comer e ficamos lá.

Minha mão vai para a pequena barriga que não achei ser tão perceptível.

— Te conheço há um tempo, mas você não parece bem. — Pensei que tinha escondido direito.

— Você é uma coisinha pequena. Confie em mim, essa barriga vai continuar crescendo. Eu sei, minha esposa teve oito.

Sorrio. Ele sempre me fazia sorrir ao falar da esposa. Um sorriso assumia todo seu rosto com a menção dela. Eu amo isso. Queria o que tinham. Uma vida juntos sem o resto do mundo os pressionando, mas eu conhecia as responsabilidades nos ombros de Phillip. Sabia a realidade do homem com o qual escolhi casar, mesmo que ele tivesse me prometido que um dia teríamos a vida que sonhei.

Sei que Oscar tem um monte de filhos, todos mais velhos que eu, e muitas vezes os confundia quando falava sobre eles. Mas isso é o

(28)

que acontece quando dá a todos os filhos nomes que começam com S. É difícil lembrar.

Acaricio meu estômago. Quero uma barriga enorme. O pensamento realmente me anima, talvez porque lembro todas as vezes que Phillip falou sobre o desejo de me ver redonda com nosso bebê, mas não quero que as pessoas façam perguntas. Perguntas que não quero responder ou pensar. Gostava de evitar tudo isso. Pode não estar funcionando maravilhosamente, mas estou me dando um momento e ainda tenho tempo. Tempo para me recompor.

— Então. — Oscar me cutuca com o ombro, em seguida, puxa a caixa do saco, abrindo-a para revelar rolos de canela, e oferecendo-me. Pego um deles. O rolo ainda está quente, e dou uma mordida enorme. A fome vem e vai. Às vezes sinto que posso comer qualquer coisa, e às vezes tudo me enjoa.

— Ele é o pai. — Finalmente admito.

— Gosto do jeito que o pintou. Ele não parece tão legal na televisão.

Meu rosto se afasta da pintura para o olhar. Ele sabe.

— Sabe quem sou? — Ele apenas acena como se não fosse grande coisa. — Há quanto tempo?

(29)

— Oh. — Me recosto contra o banco. Estou sem palavras. Não é como se eu fosse famosa, mas de vez em quando Phillip vira notícia devido ao trabalho.

Oscar não é a primeira pessoa que diz que Phillip parece mau. Ele é um cara grande. Mais de um metro e oitenta e musculoso. Não tem nada magro nele. Construído como um tanque, pensei muitas vezes, mas sempre me fez sentir segura. Mas, novamente, sempre tive o Phillip doce. Seus olhos nunca foram frios para mim. Ou não eram. Não apostaria nisso agora. Sei que ele está me procurando. Tive que ligar para o Departamento de Polícia de Nova York para impedi-lo dar queixa sobre meu desaparecimento. Então mandei meu advogado lidar com os papéis do divórcio. Disse que iria concordar com o que ele quisesse. Não ia lutar contra.

Não tive resposta e depois meu advogado disse que ele ainda não tinha assinado. Não o pressionei. Só queria ficar sozinha um pouco mais. Ainda tentava aceitar o fato de estar grávida. Estava o absorvendo lentamente. Só descobri a cerca de um mês.

O tempo parecia um borrão interminável de tristeza. Não foi até não poder manter nada no estomago que tudo se encaixou.

— Ele parece uma merda.

— Não assisto TV ou vejo os jornais.

Nem sequer tenho uma televisão no pequeno apartamento que vivo em cima de uma loja de impressão. Ainda assim, não entendo

(30)

como as palavras de Oscar me fazem sentir. Feliz que ele se parece como merda sem mim, ou remorso porque ainda o amo e odeio a ideia de ele estar triste, mesmo depois de ter me machucado.

— Não posso evitar. Tenho que ver as notícias todas as noites. — Vou contar a ele. — Digo na defensiva. Não quero que pense que vou afasta-lo do bebê, porque não vou. Só quero ficar longe. Colocar minha cabeça no lugar. Fico pensando que o tempo vai diminuir a dor, mas estou começando a achar que não vai.

Uma coisa que sei é que não vou ser como minha mãe. Ela correu. Fugiu e me deixou para trás. Isso pode não ter sido a vida que eu queria, a família que sonhei em ter, mas tinha que funcionar. Me recompor. Voltar para a cidade e fazer o que tiver para que possamos ser parte da vida da criança. Este bebê vai ter nós dois. Só espero que Phillip esteja mais envolvido na vida desta criança do que esteve no nosso casamento.

Me mataria se a novidade do bebê o afastasse ainda mais. De qualquer forma, seria melhor do que não ter nenhum pai. Meu pai pode não ter sido perfeito, mas ele estava lá, ao contrário de minha mãe. Isso significava algo.

— Sabia que o faria. Basta tomar seu tempo. Vai chegar lá. — Com isso, ele se levanta e joga a caixa no lixo.

(31)

Não tenho tanta certeza. O tempo não ajudou enquanto passo os dias pintando e as noites olhando para o teto. Deixando as memórias me machucarem. Tenho que voltar. Quanto antes melhor.

Para preparar as coisas para esta criança. Para resolver como Phillip e eu vamos ajustar nossas vidas.

Terminando meu rolo de canela, lambo os dedos antes de começar a arrumar meu material. Coloco tudo na bolsa, dobro o cavalete, e o coloco debaixo do braço. Pego meu telefone e ligo para o número que sei de cor. Não tenho certeza se quero que ela atenda.

— Cindy Reed. — A voz de Cindy vem através do telefone, o som fazendo meus olhos lacrimejar. Sinto saudade. Ela provavelmente vai me matar.

— Cindy, aqui é...

— Molly! — Ela grita, me cortando. — Onde diabos você está? A ouço suspirar ao fundo. Isso realmente me faz sorrir. Deus, sinto falta dela.

— Estou voltando. Será que posso ficar com você? — Pergunto, andando pela calçada para atravessar a rua na direção do meu pequeno apartamento. Vou ter que começar a arrumar as coisas porque sei que assim que sair do telefone, Phillip vai encontrar-me. Ou pior, ele não vai se importar.

Mal ouço o som do carro antes de sentir alguém me empurrar para o chão e tudo fica preto.

(32)

Capítulo quatro

Phillip

Apertar o apoio da cadeira não faz nada para aliviar a raiva pulsando em minhas veias e a tristeza pesando no coração. Estou tão irritado, muitas vezes sinto que isso me consome, e assustado a ponto de não saber o que fazer. Parece impossível, como se ela fosse aparecer através da porta.

— Sr. Tanner, por favor, entenda que estamos fazendo o possível para localizar a Sra. Tanner.

Soltando o punho, tento me controlar. Não faz eu me sentir melhor, mas é tudo que posso fazer. Tenho uma equipe de três investigadores particulares, e ninguém encontrou um traço dela. Tem sido semanas, e nada.

(33)

Meu coração para com esse pensamento. Não, sinto que perderia minha alma se ela não estivesse viva. Sentiria no fundo nos meus ossos se não estivesse na terra. Ela é a outra metade do meu coração e vou encontrá-la. Não importando quanto tempo leve. Ela contatou a polícia e um advogado. Ambos afirmaram não saber onde estava, só que estava bem.

Correu para longe sem uma palavra. Ela me deve uma explicação, uma chance de fazer direito. Esfrego o rosto com a mão e suspiro. Eu ia fazer tudo certo. Tinha planejado. Íamos ter tudo. Estava a poucas horas de consegui-lo, e, em seguida, puf!

Caminho pelo meu escritório em casa, sem saber como entender isso. O que disse? Como causei isso? Já gritei com todos, pelo menos uma vez hoje. Parei de ir ao trabalho após a noite que ela saiu, esperando aqui no caso dela voltar. Depois da primeira noite, soube que não podia ficar parado, então contratei Carl Major e sua equipe para encontrar minha Molly. Ela podia precisar de um tempo, mas poderia fazer isso no outro quarto. Não precisava sair de casa se tinha dúvidas sobre o casamento.

— Como pode não ter nada? — Grito a última palavra, minha voz ecoando nas paredes.

Os homens sentados diante de mim recuam, e tenho certeza que pareço uma bagunça. Não durmo há semanas, apenas andando por aí como um zumbi. Minha assistente, Debora, voou de volta da Flórida

(34)

por alguns dias quando soube que Molly sumiu. Ela me fez comida que realmente não toquei e deixou mais no freezer. Voltou para sua família semana passada, e a pequena visita foi um conforto por pouco tempo. Mas agora estou sozinho com minha dor e não aguento mais. Talvez esteja louco, mas vou ser amaldiçoado se ela me deixar assim. Os investigadores perguntaram se tínhamos problemas no casamento. Não sabia como explicar que a amava além de todo o raciocínio sensato, e tinha que me manter ocupado no trabalho para parar a obsessão que crescia. Perguntaram se houve traição e ri na cara deles. Não existia ninguém além da minha Molly. Estava cego até que ela entrou na minha vida, e depois daquele dia, é a única mulher que vejo. Os homens pareceram céticos, mas não dei à mínima. Podiam pensar o quisessem desde que a encontrassem.

Vivo dividido entre estar sofrendo e louco como o inferno. Estou triste que ela se foi, e daria qualquer coisa para segurá-la em meus braços novamente. Mas, por outro lado, estou tão furioso por ela ter me deixado que não poderia olha-la nos olhos. Finalmente precisei de alguém e ela foi embora.

Sei que a última parte é mentira, mesmo enquanto o pensamento atravessa meu cérebro confuso. Nunca ficaria longe dela novamente se a visse de novo. Quão estúpido é perder noites longe dela quando poderia tê-la debaixo de mim fazendo amor na nossa cama. O pensamento traz um caroço na minha garganta e contenho um

(35)

soluço. Passei o último ano tentando arrumar as coisas para não precisar ir ao escritório. Fiz tudo o que pude para montar nossas vidas, e isso tirou meu foco do relacionamento.

Partes de nossas vidas se repetiam mais e mais no meu cérebro, e continuo tentando descobrir por que ela me deixou. Deixou-nos assim. Sabia que ela estava infeliz na cobertura, mas ia mudar isso. Viver de acordo com as promessas que tinha feito, mas talvez demorasse um pouco.

Não achei que estivesse tão infeliz a ponto de sair. Nenhuma explicação, apenas uma nota dizendo que não podia fazer isso e pedindo para não a seguir. Segurei tanto a pequena nota que agora está toda amassada.

Continuo andando tentando pensar em algo. Mesmo depois da polícia dizer que estava bem. Talvez foi sequestrada e forçada a escrevê-lo. Talvez estivesse doente e tendo alucinações.

Ambos os cenários deixam minhas mãos suadas de medo. Mas quando verifiquei as câmeras de segurança, ela estava sozinha e não parecia sob coação. Moveu-se rapidamente para fora do prédio. Depois, sacou os cartões de crédito num caixa eletrônico. Então, nada.

Continuo pensando que tem uma razão. Talvez houvesse outro

(36)

Sem pensar, pego o peso de papel na minha mesa e o atiro do outro lado da sala como uma bola de beisebol. Ouço o barulho da colisão, mas ignoro. Se realmente desse uma olhada ao redor, tenho certeza que veria destruição, mas é melhor aqui do que o resto da casa. Deixei a casa intocada até ela voltar. Porque ela vai voltar. Não há outro caminho.

Em algum lugar distante, ouço a porta do escritório abrir. Não olho para cima ao ver os investigadores levantarem, simplesmente caminho para a janela e olho a chuva. Pergunto-me se minha Molly está com frio, se tem um abrigo. Pergunto-me pela milésima vez, se está segura. Acho que poderia viver com qualquer coisa, contanto que ela estivesse segura.

— Sr. Tanner. Temos alguma coisa.

Giro ao redor, vendo o mais novo do trio, Jeremy, entrar e entregar o telefone para Carl. Depois de olhar, ele balança a cabeça e, em seguida, me olha. Há esperança em seus olhos, mas não me atrevo a ler mais. Quero ouvir o que tem a dizer primeiro.

— Estamos observando todos os conhecidos desde que solicitou os nossos serviços, e parece que sua amiga Cindy recebeu um telefonema de um número desconhecido. Jeremy grampeou a chamada e tem uma gravação.

(37)

A voz de Molly enche meus ouvidos, e caio de joelhos, agarrando o peito. É a primeira vez em semanas que tenho uma informação, e o som de sua voz é esmagadora.

Estou voltando. Será que posso ficar com você... Então Molly para de falar. Há o som de alguém gritando, e então o barulho de freios. Cindy diz seu nome em pânico, e, em seguida, a linha cai.

Um frio mortal corre minha espinha, e estou em pé num segundo, pronto para agir. Nem sequer pergunto antes de Jeremy começar a falar.

— Rastreei a ligação e fomos capazes de identificar sua posição em Washington Beach. Cerca de cinco horas ao sul.

— Sei onde ela está. — É a duas horas de distância de onde rastrearam sua chamada para a delegacia e o advogado. No momento que cheguei lá, ela estava longe.

Corro pela cobertura, pegando minhas chaves. Não sei o que aconteceu na gravação, mas sei onde Molly está e é para lá que eu vou.

— Senhor, espere. Vamos acompanhá-lo. — Carl diz, me seguindo.

— Ok. — É tudo o que digo quando entro no elevador e aperto o botão para o térreo.

Os três homens mal escorregam antes das portas fecharem, e sinto-me inquieto. Finalmente, tenho uma direção. Só preciso ter

(38)

certeza de que ela está bem e então falar com ela. Descobrir o que diabos aconteceu. Ela está bem. Ela está bem. Ela tem que estar.

Saio do prédio ao volante da minha McLaren. Esta foi uma compra extravagante quando tinha vinte e poucos anos, mas agora estou contente de tê-la. Este bebê faz duzentos e quarenta quilômetros por hora. Talvez chegue a Molly em duas horas ao invés de cinco.

Quando peguei a ponte para fora da cidade, acelerei. Nada nem ninguém vai me impedir. Não me importa o que tenha que fazer ou quem tenha que matar. Minha esposa é minha. E estou trazendo-a para casa, ela queira ou não.

(39)

Capítulo Cinco

Phillip

Estou dirigindo a uma hora e não acho que meus dedos pararam de doer enquanto aperto o volante. Mantive meu foco em chegar a Molly, incapaz de pensar em outra coisa. Mas com as milhas sumindo sob os pneus, minha mente deriva. Penso sobre o nosso dia do casamento, e então meus pensamentos vão para a noite de núpcias. Todo mundo diz que deve se lembrar, tanto quanto pode, porque ao longo do tempo o dia vai desaparecer e tudo que terá são fotos. Besteira. Vou lembrar cada segundo desse dia para o resto da vida. E não preciso de nenhuma foto para isso.

Estou em um pomar de pêssegos no final de uma longa fila, vestindo um terno e gravata. O ar cheira a frutas e primavera, mas o cheiro não faz nada para me acalmar. Arrumo o punho da camisa,

(40)

incapaz de acalmar minhas mãos. Estou esperando Molly caminhar até o altar, e se não parar meus dedos, posso muito bem correr no segundo que a ver e puxá-la para mim. Preciso respirar devagar quando ela finalmente aparece, não vou gritar como um homem das cavernas e joga-la sobre o ombro.

Depois do que parece uma eternidade, a vejo no final da longa fila de pessegueiros. Branco espreita por entre as folhas enquanto ela caminha pelo bosque até onde estou. É preciso toda a força que tenho dentro de mim para não dar um único passo. Em vez disso apenas assisto quando ela entra em plena vista.

Está usando o cabelo solto em ondas suaves. Uma parte está presa por uma flor de cor creme, e está sorrindo para mim com olhos excitados. Sinto-me engolir de volta um gemido de entusiasmo e amor. Caralho, ela está linda.

Enquanto meus olhos viajam mais baixo, vejo que usa um vestido creme simples. Tem pequenas tiras sobre os ombros, e o resto é longo e fluente. Há um pequeno laço na parte inferior, e vejo as sandálias azuis que está usando a cada passo. Seu pai está ao lado, mas ela poderia estar sozinha por tudo que vejo. A pequena multidão desaparece, e quando ela me atinge, não posso ver nada mais.

Dando três passos, vou até ela, levando-a para longe de quem a está segurando e para onde preciso. Há palavras sendo ditas, mas não ouço, só falando quando solicitado. Passei toda a cerimônia, sorrindo

(41)

para a minha noiva e sussurrando quão bonita ela estava. Suas bochechas estão rosadas, embaraçada por estar sendo observada por todos e por minhas palavras repetidas. Acho que digo a ela milhares de vezes, mas simplesmente não posso parar. Ela está perfeita, e a amo mais do que jamais imaginei ser possível.

Após a cerimônia, não solto sua mão. As pessoas a chamam para dançar, mas eu recuso. É o dia em que posso ser egoísta como quero e ela não vai sair do meu lado. A seguro enquanto dançamos, à espera do momento em que possa levá-la. Quero que ela aproveite o dia do casamento e ter todos os momentos que planejou, mas tive o suficiente de partilha-la.

— Está pronta, amor? — Me inclino e dou um beijo suave sobre a pele nua de seu ombro. Ela se inclina, pressionando as curvas suaves contra mim. Quando sinto seu aceno, nos afastamos para longe da festa.

Entramos num carro logo depois que pedi a Molly para se casar comigo. Quando ela viu a fazenda de pêssego, me fez encostar para que pudéssemos dar uma olhada. Os donos da propriedade foram gentis e permitiram um piquenique lá. No final do dia, os convenci a alugar para nosso casamento. Ele disse que deveria dar sorte, porque ele e a esposa tinham casado na fazenda e celebrado o quinquagésimo aniversário de casamento naquele ano. Foi perfeito, e estava grato de dar a Molly o que ela queria.

(42)

Nossa recepção foi no celeiro, e tinha o carro esperando pronto para ir. Depois de fugir, dirijo para uma casa que aluguei para a semana. Disse a Molly que a levaria para qualquer lugar do mundo que quisesse, mas tudo o que ela disse era que queria ficar comigo e nada mais importava.

Quando cheguei a casa, a faço esperar enquanto pego as malas no carro e subo as escadas. Dei uma volta rápida no local, certificando que tudo estava no lugar.

Ela sorria para mim como se eu tivesse lhe dado à lua, e juro ali mesmo manter esse olhar em seu rosto todos os dias pelo resto de nossas vidas. Ninguém nunca me olhou assim. Nunca pensei que iria querer alguém. Mas gosto dela. Não, porra eu a adoro. Ela é tão doce e inocente. Quero proteger isso.

Pegando-a nos braços, chuto a porta do carro e levo minha noiva para a casa. O local estava iluminado com luzes suaves, e a cozinha abastecida, por isso não temos razão para sair. Eu a levo para o quarto. Vejo a cama coberta de pétalas de rosa. Depois de coloca-la suavemente sobre a borda, me ajoelho e a olho.

Ela ainda usa o vestido de noiva, sorrindo para mim. É sua primeira vez, e nossa primeira vez juntos, mas ela não parece nervosa. Ao contrário, está radiante, como se brilhasse. Ela não queria esperar até nossa noite de núpcias, mas não quero nada entre nós. Nunca. E se

(43)

esperar significava fazê-la casar mais rápido, então melhor ainda. Precisava que fosse minha no segundo que a conheci.

Ela estende a mão, tocando meu rosto, e não posso impedir o gemido com o contato.

— Deixe eu me trocar.

Relutantemente o faço, e leva toda a minha força de vontade deixá-la.

Molly se levanta da cama e leva a mala para o banheiro, fechando a porta. Tiro meu terno, nervoso com antecipação. Caminho por um segundo, em seguida, penso melhor e sento na cama. Tento me acalmar um pouco.

Minutos passam, parecendo horas, e estou discutindo se devo bater quando a porta finalmente abre.

Ela está ali de pé com a luz suave em suas costas. É como se brilhasse. Quase tenho um ataque cardíaco quando ela caminha para mim, meu coração querendo bater para fora do peito, seus quadris sensuais balançando a cada passo. Pensei que ela usaria algo branco, virginal, mas essa mulher sedutora no final da cama é a coisa menos virginal que já vi. Meu pau está de pé e gotejando com necessidade depois de apenas dez segundos.

— Puta merda. — Sussurro.

Ela usa um pedaço de renda preta que parece uma fita transparente. Amarra em volta do pescoço como uma blusinha e corre

(44)

para baixo do peito, mal cobrindo os mamilos e sua vagina. Não, vai direito para o meio do clitóris, deixando os lábios abertos.

Ela se arrasta até o final da cama, parando antes de chegar a mim, e se ajoelha. Ela espalha as pernas largas, deixando-me vê-la onde a fita mal cobre o clitóris molhado. Sei que ela está molhada porque vejo a umidade que reveste o interior de suas coxas.

— Molly, eu... — Minha língua está pendurada para fora da boca e não posso falar.

Passando as mãos pelo corpo, ela não tem um pingo de timidez sobre o que está mostrando.

— Não quero que seja gentil comigo, Phillip. Eu te quero e tenho implorado desde o início. Sou sua agora, e quero que me leve. Não esconda nada. — Ela diz, fazendo-me perguntar se ela viu a necessidade profunda que tenho, tão poderosa que tento esconder, com medo de que vá assustá-la, porque a verdade é que ainda me assusta. Engulo audivelmente e, em seguida, aceno. Vou dar o que ela quer. Assim que o sangue deixar meu pau e voltar para o cérebro.

Molly rasteja mais perto de mim e agarra a borda do lençol, afastando-o e expondo meu pau. A visão da cabeça vermelha a faz lamber os lábios, e estou um pouco chocado. Sempre fui o agressor, mas ela está certa. Estava preparado para uma noite suave. Queria ser gentil na primeira vez e tratá-la como uma flor preciosa. Mas ela não

(45)

quer nada disso. Posso ver a fome em seus olhos, dando-me esperança de que talvez um dia ela vá precisar de mim tanto quanto preciso dela. Recostando-me contra a cabeceira, afasto minhas pernas. Se é isso que ela quer, então vou dar a ela. Quero minha Molly tão insana quanto eu.

Vem aqui, esposa.

Descendo a mão dou a meu pau alguns golpes, mostrando-lhe o que fez para mim no momento que pus os olhos nela, quando meu corpo veio a vida pelo que parecia ser a primeira vez, e vejo seus olhos se arregalam. Estamos na mesma página. Ela pode ser virgem e não ter experiência, diferente de mim, mas sabe o que quer. Não tem vergonha de seu corpo, nem de me dizer como usá-lo, e a respeito por isso.

— Temos anos para fazer amor, Phillip. — Ela diz, esgueirando-se entre as minhas pernas. — Neste momento, não quero preliminares. Esperei muito tempo por você. — Posso ouvir a necessidade em sua voz. Ela pega a fita cruzando seu corpo e dá um bom puxão. O material se desenrola, e gemo, liberando pré-sêmen. Ele lubrifica meu pau.

Ela atravessa minhas pernas. Solto meu pau e seguro seus quadris, ajudando-a a subir em mim. Cerro os dentes com a visão dela, nua e se preparando para ter meu pau. A mão dela vem entre nós e me orienta a sua abertura. Eu assobio através dos dentes com o aperto na cabeça do meu pau.

(46)

Afasto os olhos de onde ela está me segurando em sua entrada para os olhos verdes. Ela sorri, e é como se compartilhássemos um segredo. Sorrio de volta, e ela desce no meu pau num movimento rápido.

Meu gemido é alto, e ela deixa escapar um pequeno grito de dor. A abraço enquanto respiramos através do novo sentimento de me ter dentro dela, sendo estrangulado por sua gloriosa buceta. Leva mais tempo para ela se recuperar. Começa a se mover um pouco, mas agarro seus quadris tentando manter o controle.

Depois que acho que me recompus o suficiente, dou-lhe um aceno. — Vá devagar. — Digo, dando-lhe um olhar severo. Ela me dá um travesso sorriso, e sei que estou em apuros.

Ela testa o comprimento do meu pau, lentamente se movendo para cima e para baixo até se familiarizar. Ela sobe e desce, e gemo alto em cada passagem. Porra, não vou durar.

Quando agarro seus quadris, os seios saltam na minha cara. Inclino-me para frente e mordo a carne macia. Ela é tão suave em todos os lugares, e não aguento mais. Ela queria tudo de mim, e vou dar a ela.

Levantando-a, empurro forte. Ela agarra a cabeceira da cama e geme alto, as costas arqueando para a cama. Pétalas de rosa nos cercam, mas não poderia me importar menos.

(47)

— Você está me levando tão bem, baby. — Ela solta outra maldição, amando minha fala suja. — Deus, você é virgem, mas quer isso forte. Graças a Deus por ser minha esposa. Toda. Minha.

Suas pernas vêm em torno de meus quadris e ela mói em mim. Não há um pingo de hesitação em nosso amor. E fazemos amor. Pode ser feroz e rápido, mas há amor entre nós.

Dou o que ela quer. As unhas arranham meus ombros e costas. Nossa paixão não vai durar muito. Ela é gostosa pra caralho e não vou conseguir durar.

Toquei meu pau pensando sobre este momento tantas vezes, mas não foi sequer um décimo tão incrível como a realidade.

Alcançando entre nós, toco seu clitóris e digo o que precisa fazer. — Goza para mim, amor. Dê a seu marido um orgasmo. É meu. Você pertence a mim.

Ela aperta ao meu redor e, como uma boa menina, goza no meu pau. É tão bonito vê-la contorcer-se enquanto estou dentro dela. O rubor que toma sua pele ao gozar me envia pela borda. Gozo dentro dela, incapaz de segurar. Ela é perfeita e toda minha.

Pisco algumas vezes e ajusto minha ereção, uma reação aos pensamentos sobre nossa noite de núpcias. Passamos uma semana na casa e não vimos a praia. Eu odiava sair. Parecia como nossa bolha explodindo. Sabia depois dessa semana as coisas tinham de mudar

(48)

na minha vida. Não poderia ficar longe dela depois de ter tudo de todas as maneiras imagináveis.

Batendo meu punho contra o volante, me culpo. Deveria ter agido mais cedo. Mantido a estabilidade da empresa e a mandado a merda antes de chegar a este ponto. Ela merecia mais. Merecia tudo de mim. Agora vou recuperá-la, buscá-la. Fazer isso direito. Assim que a tiver sobre meu joelho por ter pensado em me deixar. A necessidade que tenho está me matando.

(49)

Capítulo Seis

Molly

Dor surge na parte de trás da minha cabeça quando tento abrir os olhos, mas eles não cooperam, não importando o quanto tente.

— Bebê. — Tento sussurrar, sem saber se alguém ao redor pode ouvir o que eu estou dizendo através do caos. O som das sirenes atinge minha cabeça, fazendo a dor aumentar.

— Senhora, vai ficar bem. Apenas tente não se mover. — Ouço alguém dizer. O som está longe, mas posso sentir sua respiração contra meu ouvido quando se inclina para falar.

— Bebê. — Tento dizer a palavra de novo, ainda sem saber se é audível. Tento levar minha mão ao estômago.

— Senhora, por favor, tente não se mover. — Diz o homem novamente. Seu tom é suave, porém firme.

(50)

— O caminhão saiu do nada e te empurrei para fora do caminho. Não quis que batesse no chão com tanta força.

Ouço outro homem dizer. — Será que ela vai ficar bem? — Senhor, um passo para trás.

Vozes começam a aumentar, e tento abrir os olhos, mas tudo parece estar se esvaindo. As vozes e o caos estão até que a escuridão cai.

— É a minha mulher!

A voz penetra a escuridão, me trazendo de volta. — Pode ser, senhor, mas é a minha função...

— Se quer manter seu emprego, eu não terminaria a frase, doutor. Não pense que eu não compraria este hospital e qualquer outra coisa apenas para despedir sua bunda.

— Phillip, acalme-se. Isso não está ajudando. — Uma voz feminina diz. Ela soa tão familiar quanto o homem... Phillip. O pensamento de seu nome envia um doce calor por meu corpo, e sinto-me novamente a deriva na escuridão.

— Deus, vou amar fazer isso todos os dias para o resto de nossas vidas. — O homem se inclina, tomando minha boca num beijo suave. É

(51)

preguiçoso e doce, como se ele tivesse todo o tempo do mundo para me beijar. Ele se afasta, e os olhos azuis escuros examinam meu rosto. Seu cabelo negro parece como se ele estivesse correndo as mãos por ele, ou talvez eu tenha. — Ainda não parece verdade que estamos casados. — Ele se move um pouco mais perto, as pernas nuas enroscadas nas minhas.

Sua mão vem para o meu rosto, e me inclino, enquanto o polegar traça meus lábios. Sinto sua outra mão sob o cobertor, vindo sobre meu estômago.

— Não vou deixar você sair dessa cama no fim de semana. Vou aproveitar cada segundo da minha esposa. — Ele pega a minha boca novamente, e desta vez empurro minha língua na sua. Não, não quero deixar essa cama também.

Há algo sobre este homem que está me chamando de esposa. Ele me faz sentir segura, afastando a escuridão. Eu me aproximo, querendo-o mais perto. Precisando senti-lo contra mim. Estou solitária.

Ele pode consertar isso, uma voz sussurra em minha mente.

Ele se afasta e começa a beijar meu pescoço. Parece que a boca está em toda parte, não deixando nenhuma parte de mim esquecida quando desce por meu corpo, parando no umbigo e lambendo em torno dele. Sinto-me sorrir e nossos olhos se encontram.

Uma covinha aparece em sua bochecha. Isso faz meu estômago vibrar.

(52)

— Você sabe. — Suas grandes mãos vêm para meus quadris, me segurando com firmeza no lugar. Não que eu tivesse qualquer intenção de tentar ficar longe. Ele continua me chamando de esposa, e estou bem. Ele parece bem. Está aqui, puxando-me da escuridão. Trazendo-me de volta à vida. — Talvez eu já tenha colocado um bebê aqui. Perdi a conta de quantas vezes gozei dentro de você.

Bebê.

A palavra faz meu coração acelerar, os olhos abrir.

A suave escuridão enche a sala, e levo minha mão ao estômago, mas paro quando percebo que tenho a mão de outra pessoa na minha. Olho para baixo vendo uma cabeça de cabelos escuros ao lado de nossas mãos unidas. É o homem do meu sonho. Ele é ainda maior em pessoa, enchendo a cadeira que tinha empurrado para perto da cama de hospital.

Não me lembro de nada. Apenas a esmagadora necessidade de saber se meu bebê está bem.

Ele parece cansado. O cabelo é confuso, assim como no meu sonho, mas o seu rosto parece exausto mesmo durante o sono. Olheiras estão sob os olhos. Olho ao redor da sala. É claro que estou num hospital, mas quase parece a suíte de um hotel. Pensaria estar em um, se não fosse os monitores apitando ao meu lado.

(53)

Meus olhos vão pra um deles, e sinto um nó na garganta. É o batimento do bebê. Observo as linhas verdes para cima e para baixo enquanto o papel sai da máquina, mantendo o controle de tudo. De repente, sinto umidade em meu rosto. O bebê está bem.

Olho para o homem segurando minha mão. Aquele que ocupou meus sonhos pelo que parece uma eternidade. Talvez tenha sido, porque os sonhos são tudo que lembro. E o bebê. Como que por mágica, sinto uma vibração no estômago, fazendo mais lágrimas cair. Coloco minha mão sobre o local onde senti a vibração, querendo de novo, mas não vem. Esfregando minha mão ao longo da barriga, tento lembrar. Estou de quatro ou cinco meses? A barriga é perceptível, mesmo com o cobertor sobre mim.

Olho para o homem ainda segurando minha mão e a puxo lentamente. Levo-a para seu cabelo, correndo os dedos por ele. A ação parece normal. Como se a tivesse feito milhares de vezes. Os fios sedosos deslizando através de meus dedos.

—Molly. — Ele murmura, um sorriso suave puxando seus lábios, e isso me faz pensar que sou Molly. Que ele é como o homem nos meus sonhos. Que é meu marido. Isso é tudo que me lembro de ver: o homem perfeito que preenche meu mundo e faz a solidão sumir.

De repente, ele levanta, me fazendo pular de surpresa. A cadeira cai para trás, batendo no chão com um estrondo.

(54)

— Molly. — A palavra vem com dor. Não posso ler a expressão em seu rosto quando ele paira sobre mim. Jesus, o homem é grande. É como se ficasse maior e maior.

A mão aperta um botão ao lado da cama, então ele está em mim. Suas mãos em meu rosto, enquanto a boca desce na minha, me levando num beijo suave, mas firme. Ele só se mantém lá. Tocando meu rosto, enquanto os lábios pressionam os meus como se ele achasse que eu fosse desaparecer.

Ele não se afasta até ouvir alguém entrar. — Bem, vejo que alguém está acordada.

Ele puxa para trás, colocando a testa contra a minha um momento, em seguida, afastando-se, abrindo espaço para a mulher.

— Como está se sentindo? — Ela pergunta quando começa a analisar as máquinas, acertando alguns botões.

— Sonolenta. — A palavra não sai, e tento de novo. Desta vez consigo falar. O homem ao lado agarra minha mão, como não pudesse se impedir de me tocar. A mulher sorri para a ação antes de balançar a cabeça.

— Como está sua cabeça? A batida foi forte. — Ela se move para mais perto, fazendo-me inclinar para dar uma olhada. — Você machucou o cérebro um pouco, mas acho que vai ficar bem. Esteve fora por mais de doze horas.

(55)

— Será que ela vai ficar bem? — O homem corta, sua impaciência clara. É como se estivesse no limite, e posso ouvir o medo em sua voz. A mulher estuda-me por um segundo antes de puxar uma caneta do bolso do peito. Faço uma nota de seu crachá. Dr. Josie Dixon.

Ela começa a piscar a luz nos meus olhos.

— Todos os exames foram claros. Algumas pessoas demoram um pouco mais para acordar às vezes. Acho que a exaustão teve a ver com a demora. — Ela guarda a luz. — Molly, lembra o que aconteceu hoje? Eu nego, tentando lembrar, agarrando a mão do homem mais apertado. Sua segurança que me faz sentir melhor.

— Sabe onde está?

— Num hospital. — Adivinho. — Em que cidade?

A olho, tentando lembrar. Olho para o homem como se fosse me dar uma resposta, mas ele só me estuda, um olhar cruzando seu rosto e a mandíbula endurecendo.

— Estado? — Ela tenta novamente. Eu nego, incapaz de fazer a conexão.

— Conhece esse homem? Sabe quem ele é?

— Ele é meu marido. — Sorrio, mas ele não devolve. Ainda me estudando.

(56)

— Não. — Eu sussurro, virando, não querendo ver seu rosto. Dor pode atingi-lo quando ele descobrir que não tenho ideia de quem ele é. Só o homem do sonho. Quero aquele olhar. O que me deu quando estávamos juntos na cama.

— Vamos fazer alguns testes amanhã, mas tenho certeza que está bem. Teve uma boa queda. As memórias vão voltar. — Ela diz, soando certa.

— Vai examina-la agora. — A voz do homem é imponente, minha cabeça vira para olha-lo enquanto lança punhais para a médica.

Aperto a mão dele, fazendo-o olhar para mim e sua expressão suaviza.

— O bebê. — Não quero fazer testes agora. Só quero voltar a dormir, mesmo depois de aparentemente, ter dormido doze horas. Mas pelo bebê, faço o que for necessário.

— Ele está muito bem.

— Ele? — Puxo minha mão do meu marido, trazendo-a para a minha barriga, querendo senti-lo mexer novamente.

— É um menino. Parece estar com quatro meses e meio. Ele é, na verdade, um pouco grande. Vou precisar dos registros de seu médico para checar algumas coisas.

Não tenho nenhuma ideia de quem era meu médico. Nem sei onde estou. Olho para o meu marido.

(57)

— Pode consegui-los? — Pergunto, sabendo que ele saberia onde encontrá-los.

— É claro. — Suas palavras são firmes, e não posso me impedir, mas sinto uma frieza fazendo uma suspeita ganhar vida.

— Tudo certo. Por que não descansa e voltamos a isso na parte da manhã? — Com isso, a médica sai.

— Eu, ah... — De repente me sinto estranha. — Não sei seu nome. — Digo finalmente, e o olho através dos meus cílios.

Ele pega a cadeira que tinha derrubado, endireitando-a e sentando ao meu lado. Inclinando para frente, pega a minha mão mais uma vez e a traz aos lábios. O gesto é doce, me fazendo sorrir. Não faz sentido. Ele parece estar em todo o lugar, mas talvez seja eu. Não estou pensando claramente.

— Phillip. — Diz ele, arrastando os lábios pela palma da minha mão. Acho que sinto sua língua sair por um segundo, como se ele estivesse me provando, mas foi embora antes mesmo de eu perceber que estava lá.

— Phillip. — Digo seu nome, recostando-me na cama, meus olhos começam a fechar. — Por favor, não me deixe. É solitário sem você. —Murmuro antes de cair no sono, sentindo sua outra mão em minha barriga.

— Nunca vamos nos separar de novo. — Ele responde sombriamente enquanto deslizo para a terra dos sonhos.

(58)

Capítulo Sete

Phillip

Deslizo a mão sob o cobertor e depois sob a roupa de hospital, colocando a palma da mão em seu estômago sobre o pequeno monte. Fecho os olhos e respiro fundo, tentando me tranquilizar de que tudo está bem.

Quando estava a trinta minutos de onde Molly ligou para Cindy, recebi um telefonema dizendo que ela estava no hospital. Pelo que ouvi antes da linha ficar muda, algo grande aconteceu, mas empurrei o pensamento longe, me recusando a acreditar que algo tinha acontecido com ela quando finalmente a encontrei depois de todos esses meses.

Justamente quando ela ia voltar. Talvez não para nossa casa, mas para Cindy, e ela tinha que saber que não teria poderia pisar em Nova Iorque sem eu saber que estava lá. Iria até ela instantaneamente.

Referências

Documentos relacionados

Ele move sua mão da minha coxa para os meus quadris e em um puxão eu estou em seu colo, com as pernas em volta dele, mas eu não quebro a ligação com seus lábios.. Continuo beijando

Eu realmente gostaria de assistir aquele filme mais tarde e não posso fazer isso se você e Brie estiverem espalhados pela estrada.".. Sorrio e lanço as chaves

Quando ele afasta a sua mão para se virar para encará- la, Arin não pode deixar de olhar para baixo para ver se tem a algum efeito sobre ele, como a voz dele implicou.. Claramente,

“Não, você está ficando azul.” Posso ouvir o sorriso em sua voz, mas não sou corajosa o suficiente para abrir meus olhos e olhar para ele... Eu imediatamente solto sua mão