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Características do artigo científico e da monografia

Em ambos os gêneros textuais, predomi- nam os modos de organização textual expositivo e argumentativo, que normalmente vêm entrela- çados. A expectativa é que se comece expondo,

criando o contexto da pesquisa, e que na análise dos dados e nas conclusões se enfatize o tom ar- gumentativo, defendendo pontos de vista e suge- rindo aplicações.

As qualidades básicas do estilo acadêmico devem estar presentes no artigo científico e na monografia. Portanto, o texto deve ser marcado por concisão, coerência, coesão e clareza, aspec- tos já estudados neste curso, além de ser escrito na modalidade culta, tema da próxima unidade.

A estrutura do artigo científico e da mono- grafia segue o que se esboçou anteriormente no projeto de pesquisa, o qual já supõe uma pesquisa de campo e/ou de revisão bibliográfica. No entan- to, cabe ressaltar que um artigo tem dimensões menores que a de uma monografia, devendo, por- tanto, se centrar em um recorte mais específico.

Vejamos a seguir as partes componentes do artigo científico e da monografia:

1. Elementos pré-textuais – Neste ponto, artigos e monografias diferem, visto que, en- quanto aqueles têm poucos elementos pré-tex- tuais, estas dedicam considerável número de páginas a esses elementos.

1.a. Elementos pré-textuais do artigo – Um artigo deve apresentar título, nome do autor, breve currículo do autor e resumo na língua vernácula. O resumo deve apresentar de forma concisa os objetivos da pesquisa, sua metodo- logia e seus resultados, não ultrapassando 250 palavras e não contendo citações. Em seguida, enumeram-se de três a cinco palavras-chave, que sintetizem o tema do texto.

A formatação dos elementos pré-textuais varia de periódico para periódico, mas, de modo geral, utiliza-se a fonte Times New Roman em todo o texto, com as seguintes distinções de fon- te: tamanho 14 para títulos e subtítulos, 12 para o corpo do texto e 10 para notas de rodapé, sal- vo casos específicos a serem analisados a seguir. 1.b. Elementos pré-textuais da monografia – Sendo um texto mais longo (em torno de 60 pági- nas, embora isso varie muito de instituição para instituição), a monografia apresenta uma série de elementos pré-textuais, discriminados a seguir.

1.b.1. Capa – Este é um elemento obrigató- rio, pois, além de proteger o trabalho, apresen- ta informações essenciais a sua identificação, como os nomes da instituição e do autor, o título do trabalho, o local e a data. A inclusão de ou- tros elementos é opcional.

Segue abaixo um modelo de capa que pode facilmente ser adaptado à sua monografia.

Vale lembrar que o título deve ser informa- tivo, claro, com o mínimo possível de metáforas. O título revela o conteúdo central do estudo. Se o título tiver duas partes, a ideia principal deve aparecer em primeiro lugar.

1.b.2. Folha de rosto (anverso) – Ela segue o formato da capa, com a inclusão da natureza (monografia, tese, dissertação e outros), do ob- jetivo (aprovação em disciplina, grau pretendido e outros) e do orientador do trabalho.

Veja a seguir um modelo de folha de rosto que pode ser adaptado à sua monografia.

1.b.3. Folha de rosto (verso) – Nessa par- te da monografia, inclui-se a ficha catalográfica, isto é, os dados necessários para a arquivação do trabalho na biblioteca. Tal ficha não é elabo- rada pelo aluno, mas sim pela biblioteca da ins- tituição.

1.b.4. Dedicatória/Agradecimentos – Este é um elemento opcional, no qual se prestam ho- menagem e agradecimentos às pessoas que con- tribuíram, de alguma forma, para a execução do trabalho.

1.b.5. Epígrafe – Folha em que o autor apre- senta uma citação, seguida de indicação de auto- ria, relacionada com a matéria tratada no corpo do trabalho.

1.b.6. Resumo e palavras-chave na língua vernácula – Este é um elemento obrigatório, que deve seguir as normas indicadas na uni- dade referente ao gênero resumo. Em linhas gerais, não há diferenças significativas em comparação ao resumo e às palavras-chave do artigo científico.

1.b.7. Resumo e palavras-chave em língua estrangeira moderna – O inglês, o espanhol e o francês são as mais frequentes, mas há periódi- cos que admitem ou restringem determinadas línguas.

1.b.8. Sumário – Este é um elemento obri- gatório, que permite ao leitor conhecer a estru- tura geral do trabalho. Tome o cuidado de uti- lizar com bom senso o recurso de dividir seu texto em capítulos, seções e subseções. Tal re- curso deve garantir clareza a seu texto, não frag- mentação excessiva.

1.b.9. Listas de ilustrações, tabelas, abre- viações, símbolos ou qualquer outro elemento recorrentemente utilizado no texto.

2. Elementos textuais do artigo e da mo- nografia – Quanto aos elementos textuais, ou ao texto propriamente dito, artigo e monografia são gêneros bem semelhantes, os quais se dividem em introdução, desenvolvimento e conclusão. Em todos eles, usa-se a fonte Times New Roman, em tamanho 14, adotando-se espaçamento de 1,5 cm entre as linhas.

2.1. Introdução – Nessa etapa, como

já vimos na unidade sobre projeto e relatório de pesquisa, devem constar contextualização, situação-problema, justificativa e objetivos da pesquisa.

2.2. Desenvolvimento – Nessa etapa,

metodologia e revisão da literatura são etapas imprescindíveis, bem como a apresentação e a discussão dos resultados. Para ratificar sua ar- gumentação, é importante apresentar outros pontos de vista e pesquisas de relevância, citan- do os pesquisadores por elas responsáveis.

A citação é um importante elemento no trabalho acadêmico, podendo ser feita de for- ma direta ou indireta. Uma citação direta é uma transcrição literal do texto de outro autor, res- peitando-se fielmente o original. Uma citação in- direta é uma paráfrase de trecho de outro texto. Ambas, no entanto, exigem que se informe a fon- te de onde a citação foi retirada.

Algumas instituições adotam o sistema numérico, em que a fonte é enunciada em nota de rodapé. O sistema alfabético, no entanto, é muito mais frequente, em que se apresentam no corpo do texto, entre parênteses, o autor e o ano (e a página, em caso de citação direta). Para identificar o autor, utiliza-se o último sobrenome em maiúsculas.

Exemplos: Citação direta

É preciso perceber que “conceituar ‘uni- versidade’ significa indicar atributos de natu- reza técnico-científica e de natureza filosófica para atingir um domínio amplo e mais profundo” (BARROS; LEHFELD, 2007, p.11).

Citação indireta

É preciso perceber que o termo “univer- sidade” pressupõe atributos técnico-científicos e filosóficos que garantem um domínio amplo e mais profundo (BARROS; LEHFELD, 2007).

Atente para a necessidade de estabelecer coesão entre a citação e o texto por você escrito. Uma série de citações mal entrelaçadas com a monografia ou o artigo pode causar a má impres- são de uma “colcha de retalhos”. A citação deve dar embasamento a sua argumentação, sendo essencial que ela se integre de forma harmônica ao restante do texto.

Outro ponto fundamental a ser observado é o tamanho do texto citado, caso você opte pela forma direta. Se a citação é curta (até 3 linhas), é apresentada entre aspas, no corpo do parágra- fo que a introduz. Observe, acima, o primeiro exemplo.

No entanto, se a citação for longa, deverá ser apresentada em um parágrafo separado dos demais por uma “linha”, em fonte de tamanho 10 e espaçamento simples entre as linhas. Veja o exemplo a seguir:

Exemplo:

A extensão é uma função importante da uni- versidade, pois, por meio dela,

a universidade vem atender a sua respon- sabilidade social, isto é, desde que ultra- passe seus próprios domínios, para pres- tar serviços voltados para a melhoria da população. Nesse sentido, a universida- de possui uma dívida social para com o povo: deve trabalhar para a melhoria dos padrões de saúde, educação e cultu- ra, tratando de combinar os direitos dos indivíduos com os direitos da coletivida- de (BARROS; LEHFELD, 2007, p. 11).

Veja que, apesar da semelhança na forma de apresentar a fonte, a citação direta longa, além das diferenças já mencionadas, não empre- ga aspas. Além disso, é preciso utilizar um recuo de 4 cm da margem esquerda.

2.3. Conclusão – Nessa etapa, você deve

traçar as considerações finais de seu trabalho, revisitando os principais pontos do desenvolvi- mento. Além disso, é muito importante que você explicite as contribuições e as limitações de seu trabalho, bem como possibilidades de desdo- bramentos futuros, em pesquisas posteriores.

3. Elementos pós-textuais

3.1. Referências bibliográficas – Essa é

uma seção de extrema importância em um tra- balho acadêmico. Há inclusive avaliadores que, antes mesmo de lerem os elementos textuais, analisam as referências bibliográficas utilizadas pelo pesquisador, pois estas denotam a capaci- dade de seleção de referenciais teóricos relevan- tes para uma área do conhecimento.

É preciso que você seja cuidadoso na sis- tematização de suas referências bibliográficas, pois a clareza e o método garantem ao leitor a possibilidade de encontrar esses textos também, caso se interesse por utilizá-los em suas próprias pesquisas. Os principais elementos a serem cita-

dos são: o nome e o sobrenome do autor, o nome do livro/do artigo, o nome do periódico de onde foi tirado o artigo, a edição, a editora, a cidade e a data de publicação. Veja o modelo abaixo:

SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título: subtítulo. Edição. Local de publicação: Editora, ano de publicação.

O título do livro ou do periódico deve sem- pre aparecer em itálico ou negrito. Caso seja neces- sário apresentar o nome do artigo e depois o do periódico em que ele foi publicado, apenas o nome do periódico vem em itálico ou negrito. Observe:

SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título do artigo: subtítulo. Título do periódico. Edição. Local de publicação: Editora, ano de publicação.

Essas são apenas regras gerais para a sis- tematização de suas referências bibliográficas. Para informações mais detalhadas, consulte a NBR-6023, da ABNT.

3.2. Apêndices – Nessa parte do texto,

incluem-se documentos elaborados pelo autor a fim de complementar o texto principal.

3.3. Anexos – Nessa parte do texto, apre-

sentam-se documentos não elaborados pelo au- tor, os quais servem de fundamentação e ilustra- ção para o texto principal.

Exercitando

Antes de avançar para um novo assunto, que tal pôr em prática o que você acabou de ver na uni- dade? Se você encontrar dificuldades para realizar a tarefa a seguir, retome o conteúdo aqui estudado.

Atividade 3

Você agora vai elaborar um pequeno arti- go científico, o qual, se bem redigido, pode in- clusive ser enviado para periódicos da sua área especializados em textos de graduandos. Para isso, parta do projeto de pesquisa que você ela- borou na Unidade 6, desenvolvendo o que você já havia esboçado de forma sucinta no projeto.

Respostas às atividades

As atividades desta unidade envolviam produção de textos acadêmicos, como relató- rios e um artigo científico. Peça ao tutor da disci- plina que os corrija e, em seguida, escreva uma segunda versão a partir dessa correção.

Referências

BAUER, M. W.; GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Um manual prático. Pe- trópolis: Vozes, 2002.

ECO, U. Como se faz uma tese. Perspectiva: São Paulo, 1989.

FRANÇA, J. L. et alii. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.

GARCIA, M. Normas para elaboração de disserta- ções e monografias. São Paulo: Universidade do Grande ABC, 2000.

VOTRE, S. J. e VOTRE, V. Escrita técnica: o vôo da abelha. Zero Erro: São Paulo, 1991.