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4 REFERENCIAL METODOLÓGICO 4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

4.3 CARACTERIZAÇÃO DOS ENTREVISTADOS 1 Participantes da pesquisa

Os participantes da pesquisa pertencem a diferentes setores do Instituto e foram divididos em dois grupos: o grupo de alunos e o grupo de professores. Optou-se por não identificar esses sujeitos para resguardar a confiabilidade de suas informações, bem como permitir-lhes maior liberdade de expressão. Para melhor compreensão de quem são esses participantes, seguem-se alguns dados sobre eles:

4.3.1.1 Grupo 1 – Alunos evadidos do curso PROEJA

Participaram da pesquisa 10 (dez) alunos desistentes do PROEJA, no período entre 2007 a 2010. Este número foi definido de forma aleatória, sem contudo perder de vista uma quantidade satisfatória de participantes que corresponda à necessidade de respostas da pesquisa. Os resultados não têm a pretensão de serem representativos do universo de evasores. Esse número corresponde a 52,63% do total dos alunos desistentes.

Os entrevistados foram escolhidos levando-se em consideração a variável sexo, por meio de sorteio, cinco (5) homens e cinco (5) mulheres, ao todo 10 alunos desistentes. Optou- se por formar um banco de dados composto por nomes, endereços e telefones de todos os alunos evasores, 19 alunos. Esta estratégia de organização possibilitou ao pesquisador a oportunidade de valer-se de outros participantes, se, acaso, não fosse encontrado o aluno desistente. A escolha do período de 2007 a 2010 se explica por só ter havido essa experiência relativa ao programa. Desde que o Governo Federal propôs a implantação do PROEJA no atual IFMA, em 2006, este só ofereceu uma turma em seu principal campus. Reitera-se, pois, que a turma estudada é única.

É imperativo acrescentar que a escolha, por meio do sexo, na amostra, se explica pelo pressuposto de que as causas dos alunos desistirem não sejam as mesmas das alunas. Sendo assim, para melhor esclarecimento da questão, organizou-se o Gráfico 2, por sexo, dos alunos evadidos entrevistados.

Gráfico 2 - Relação de participantes segundo o gênero

Fonte: Pesquisa de campo

Por ser um dos objetivos deste estudo e por se entender que o perfil socioeconômico dos participantes pode, consideravelmente, conter explicações que possam ajudar na compreensão da temática, procedeu-se ao levantamento do perfil socioeconômico dos participantes, no que foram considerados, a idade, o sexo, a situação de moradia, a renda, a participação da vida econômica na família, se o aluno trabalhava, nível de escolaridade, se estudou em escola pública e/ou particular e estado civil. Vale destacar que se utilizou, para tanto, de questionário já existente, de autoria do grupo de Assistentes Sociais e Psicólogos da Coordenadoria de Assistência ao Educando/CAE do IFMA (ANEXO A).

50% 50%

Quadro 2 – Perfil socioeconômico dos alunos evadidos no PROEJA

Escolaridade Nível

A -1 F-23 Alugada 1 Não ajuda Não Médio Incompleto Particular Solteiro Própria Não quitada Própria Médio Quitado Incompleto Própria Quitado Própria Não quitada Própria Quitado Própria Quitado Própria Não quitada Própria Quitado Est Civil

A-2 F-30 1 Ajuda Sim Médio Completo Pública Solteiro

Código Sexo/ Idade Moradia Particip. Familiar / Financeira Trabalho Escola Renda Familiar/ Salário Mínimo Solteiro A-4 F-28 1 Não ajuda Não Médio Completo Pública Solteiro

A-3 F-25 1 Não ajuda Não Pública

Médio Incompleto Pública Solteiro

A-6 M-35 2 Ajuda Sim Médio Completo Pública

A-5 F-26 Alugada 2 Ajuda Sim

Casado A-7 M-34 1 Não ajuda Não Médio Incompleto Pública Solteiro Pública Solteiro

A-9 M-41 1 Ajuda Sim Médio Incompleto Pública Casado

A-8 M-25 1 Não ajuda Não Médio Incompleto

Particular Solteiro

A-10 M-27 Menos de

1 salário Não ajuda Não Médio Completo Fonte: CAE/Coordenadora de Assistência ao Educando

De acordo com o que foi constatado no Quadro 2, 50,0% dos participantes disseram que residem em casa própria quitada, 30,0% em casa própria não-quitada e 20,0% em casa alugada. Com relação à renda mensal da família, 20,0% declararam renda familiar de 2 salários mínimos, 70,0% afirmaram sobreviverem com 1 salário mínimo e 10,0% com menos de 1 salário mínimo. No que tange a ajudar na despesa familiar, somente 20,0% afirmaram que eram os responsáveis pelo sustento do lar, enquanto 80% reiteraram não trabalhar e serem ajudados e mantidos pela família. 80,0% dos entrevistados eram solteiros e 20,0%, casados. A maioria era oriunda de escola pública, ou seja, cerca de 80,0% e 20,0% fizeram o fundamental em escola privada. 60,0% já tinham o curso médio incompleto e 40,0% já haviam concluído o curso médio. A ocupação laboral deste grupo era bastante diversificada, pois, dos que trabalhavam, três exerciam ocupação de vendedor, um ocupação de ajudante de pedreiro, (trabalho não-estável) e 60,0% não exerciam nenhuma ocupação.

4.3.1.2 Grupo 2 – Professores que participaram do Programa

Foram entrevistados 5 (cinco) professores atuantes no Programa: 2 de formação geral e 2 de formação profissional, dentre os quais 1 (um) de Língua Portuguesa, 1 (um) de Matemática, 1 (um) de Química Geral, 1 (um) de Toxicologia e 1 (um) pedagogo. Também, no que se refere à escolha dos professores, decidiu-se fazer a investigação com docentes das disciplinas que, via de regra, são consideradas as mais difíceis, possuem carga horária mais elevada e que, suspeita-se, desestimulem os alunos, culminando com sua desistência. No que se refere à escolha do pedagogo, deve-se ao fato de que o curso contava, na época, com dois desses especialistas, os quais tinham a função de acompanhar a atuação dos professores e a vida escolar do aluno. No que tange aos professores específicos do curso técnico, escolheram- se aqueles que ministravam as disciplinas que, efetivamente, eram as mais próximas dos objetivos do curso e que, possivelmente, ajudariam os alunos a adentrarem o mercado de trabalho.

Reiterando o que já foi explicitado, no que concerne ao perfil socioeconômico do aluno, sentiu-se a necessidade, também, de fazer o perfil dos professores entrevistados, no que foram considerados a idade, a escolaridade, o tempo de serviço, se recebeu capacitação para trabalhar no Programa e regime de trabalho. Entende-se que os resultados obtidos podem conter informações que ajudem na compreensão da temática.

Quadro 3 – Perfil dos professores entrevistados do curso de TQA do PROEJA

Professor Idade Escolaridade Tempo de Serviço Recebeu capacitação para

trabalhar no PROEJA Regime de Trabalho

P1 52 anos Mestrado 21 anos Não Dedicação Exclusiva

P2 41 anos Mestrado 6 anos Não Dedicação exclusiva

P3 50 anos Mestrado 15 anos Não Dedicação Exclusiva

P4 50 anos Mestrado 15 anos Não Dedicação Exclusiva

P5 53 anos Especialista 15 anos Não Dedicação Exclusiva

Fonte: Pesquisa de campo

De acordo com o Quadro 3, percebeu-se que, no tocante à idade, 80,0% dos entrevistados estavam acima de 50 anos e 20,0%, abaixo. Quando perguntados sobre sua escolaridade, 80,0% declararam Mestrado e 20,0%, Especialistas. No que concerne ao tempo de trabalho, 80,0% tinham mais de 14 anos de serviço e 20,0% estavam abaixo desse limite. Quanto à capacitação específica para o Programa PROEJA, 100% responderam que não participaram e, no que tange ao regime de trabalho, 100% dos professores tinham dedicação exclusiva.

Os dados das percepções dos alunos evadidos foram cruzados com os depoimentos dos professores para esclarecimento dos motivos de evasão do estabelecimento.