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4 ESTUDO DE CASO DESENVOLVIDO NO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO

4.1 MÉTODO ADOTADO NO ESTUDO DE CASO

4.1.2 Caracterização da Instituição e amostra

A instituição Ministério Público Brasileiro tem assento constitucional, tendo sido caracterizado como umas das funções essenciais da justiça após a

promulgação da Constituição Federal de 1988. Trata-se de uma instituição permanente a quem incumbe a defesa da ordem pública, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127 da CF/88).

O Ministério Público teve uma grande projeção dentro do sistema jurídico e social nas últimas duas décadas, dada a ampliação de suas atribuições consagradas pela Constituição Federal de 1988, além da conquista de uma série de garantias e prerrogativas legais que tornaram a instituição independente dos demais poderes do Estado, o que consolidou o Ministério Público que se vê atualmente. E, adiante, várias legislações foram responsáveis pelo incremento de sua atuação.

O Ministério Público Brasileiro se divide em Ministério Público da União, com diversas subdivisões, e Ministério Público Estadual. Nesse último, visualiza-se o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte, foco deste estudo. Esta Instituição Potiguar foi criada juntamente com o Tribunal de Justiça do Estado por meio da Lei nº 12, de 09 de junho de 1892. E, após 50 anos de sua criação, é que se passou a exigir a aprovação em concurso público para o ingresso na carreira (Lei nº 147, de 24 de dezembro de 1948). (MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, 2007).

Contudo, na esteira da evolução desencadeada pela Constituição Federal de 1988, o MPRN vivenciou um crescimento enorme em sua estrutura física e de pessoal a partir desse marco. No que tange a seu quadro de pessoal, é imprescindível apontar que até 2001 a instituição era composta tão só por membros da carreira (Promotores de Justiça e Procuradores de Justiça), exercendo a atividade-fim da instituição, e por servidores cedidos de diversos órgãos do estado para realização das atividades-meio.

Foi apenas em 2001 que o Ministério Público Potiguar realizou o seu primeiro concurso público para compor um quadro de “servidores efetivos dos serviços auxiliares de apoio administrativo do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte”, como passaram a ser denominados os servidores da atividade- meio pela Lei Complementar Estadual nº 425, de 08 de junho de 2010, constituído pelos seguintes cargos: “I – Analista do Ministério Público Estadual; II – Técnico do Ministério Público Estadual; III – Auxiliar do Ministério Público Estadual” (art. 6º), estando este último em processo de extinção mediante vacância do cargo.

Logo, só se pode falar em avaliação especial de desempenho no MPRN a partir de 2001, quando se teve os primeiros servidores nomeados para cargo de

provimento efetivo, que, como visto no capítulo anterior, são os sujeitos destinatários da avaliação de desempenho de estágio probatório. Somam-se a esse concurso os realizados nos anos de 2005, 2010 e 2012, de sorte que o quadro do Ministério Público é bastante novo, no qual os servidores mais antigos com provimento efetivo tem 15 anos de instituição.

Importante ressaltar ainda que os membros do Ministério Público não se sujeitam ao regime estatutário comum dos servidores providos em cargo efetivo, estando sujeitos a normas específicas que regulamentam sua carreira, e, no que importa aqui, método de avaliação de desempenho de estágio probatório diferenciado daquele experimentado pelos “servidores efetivos dos serviços auxiliares de apoio administrativo”, de forma que este trabalho se restringe tão só ao regulamento ao qual se sujeitam esses últimos.

Dessa forma, chegou-se a amostra da pesquisa: servidores providos em cargo efetivo do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte, em cargo de técnico e de analistas de diversas áreas, que ingressaram na Instituição no ano de 2011 e concluíram o estágio probatório em 2014, após o decurso dos três anos exigidos constitucionalmente, e que ainda permaneçam na instituição.

A amostragem foi do tipo não probabilística, por acessibilidade e conveniência, eleita pelo pesquisador por ter havido um ingresso significativo de servidores no MPRN nesse período, para provimento de cargos de técnicos e de analistas, bem como por a Resolução nº 243/2013, que regulamenta a avaliação de desempenho no MPRN, datada de 24/09/2013 e em vigência, ter alcançado esse grupo.

Assim, conforme demonstrado na tabela 1, no item (d), a amostra da pesquisa correspondeu a 82 servidores. Chegou-se a esse número ao serem subtraídos do número dos servidores que ingressaram em 2011 aqueles que não possuíam mais vínculo com o MPRN - item (c), seja por pedido de exoneração ou vacância e a de um cargo de técnico do MPRN referente ao provimento da pesquisadora responsável por este trabalho, para manter a distância necessária da relação pesquisador-objeto, como disposto no item (b).

No item (a) figura a população da pesquisa com o quantitativo de todos os cargos de provimento efetivo do MPRN, permitindo uma visão geral da configuração dos cargos até março de 2016 (data da definição da amostra), que está detalhada no Anexo B desta pesquisa pela nomenclatura dos cargos.

Tabela 1- Quantitativo dos servidores efetivos do MPRN para definição da amostra Nº Técnicos do MPRN Nº Analistas do MPRN TOTAL (técnicos +analistas) (a) Quantitativo total de servidores

efetivos até março/2016

335 77 412

(b) Servidores efetivos que tomaram posse em 2011

99 6 105

(c) Servidores efetivos que pediram vacância/ exoneração entre 2011 e março/2016 mais a pesquisadora

22 1 23

(d) Universo da pesquisa (b - c) 77 5 82

Fonte: Portal da transparência do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte. Disponível em: <http://transparencia.mprn.mp.br/>.

Nota: Dados colhidos em março de 2016.

Ressalte-se que a amostra, que inicialmente era não probabilística, atingiu um porte de pesquisa de natureza probabilística já que, utilizando o nível de confiança de 95% e um erro amostral de 5%, fez-se necessário 68 participantes, e foram alcançadas 71 (86,56% - 5 analistas e 66 técnicos) de um universo de 82 sujeitos.