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4.3 ANÁLISE FATORIAL CONFIRMATÓRIA

4.3.1 Regressão de equações estruturais

4.3.1.1 Cargas fatoriais dos constructos e descrição

Uma vez realizados o teste de especificações é estimado a regressão de equações estruturais. Os resultados das cargas fatoriais para cada constructo do modelo com a exclusão das variáveis sugeridas pela análise fatorial confirmatória são apresentados no quadro a seguir.

Quadro 10 - Resultados padronizados do modelo de MEE

Dimensões Questões Carga

Padronizada

Erro

Padrão t Sig

Valores Humanos Abertura

A2 0,664

A3 0,585 0,08

7 9,105 ***

A4 0,844 0,09

A5 0,761 0,11 11,434 *** A6 0,843 0,09 2 12,391 *** A7 0,585 0,10 5 9,093 *** A8 0,567 0,10 5 8,847 *** Autopromoção B1 0,56 B4 0,836 0,15 3 10,036 *** B5 0,867 0,14 7 10,214 *** B6 0,828 0,13 6 9,991 *** B7 0,586 0,12 9 8,064 *** B8 0,612 0,12 8,317 *** B9 0,572 0,12 8 7,928 *** Conservação C1 0,785 C2 0,866 0,06 16,495 *** C3 0,861 0,05 4 16,369 *** C4 0,725 0,07 13,222 *** C5 0,713 0,06 6 12,961 *** C6 0,707 0,06 1 12,832 *** C12 0,465 0,07 1 7,999 *** Autotranscedência D1 0,747 D2 0,819 0,06 9 14,708 *** D4 0,839 0,06 7 15,108 *** D5 0,85 0,06 7 15,334 *** D6 0,757 0,07 4 13,451 *** D7 0,671 0,09 3 11,767 *** D8 0,674 0,09 5 11,817 *** D9 0,778 0,06 6 13,859 *** D10 0,674 0,07 7 11,831 *** D11 0,66 0,08 6 11,563 *** D12 0,673 0,07 5 11,813 *** D15 0,564 0,10 2 9,758 *** Adoção

Tecnológica Condutores Otimismo

E1 0,736

E2 0,741 0,09

E3 0,761 0,11 9 11,612 *** E4 0,689 0,12 8 10,677 *** Inovação F1 0,771 F2 0,834 0,07 3 14,479 *** F3 0,825 0,07 14,333 *** F4 0,727 0,07 3 12,526 *** Inibidores Desconforto G1 0,631 G2 0,843 0,11 3 11,378 *** G3 0,841 0,11 4 11,36 *** G4 0,798 0,10 8 10,998 *** Insegurança H2 0,740 H3 0,899 0,11 11,688 *** H4 0,591 0,10 6 9,554 *** Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

Tendo as cargas fatoriais obtidas após a análise fatorial confirmatória é apresentado abaixo os resultados obtidos para cada constructo.

Para as cargas fatorais da dimensão abertura à mudança, as respostas das afirmativas A4, A5 e A6 são as variáveis que possuem maior peso nas cargas fatoriais na dimensão abertura, isto é, estão bem distribuídas entre as variáveis do constructo. Estas variáveis estão relacionadas à importância de se tomar decisões sobre sua vida, fazer as coisas de forma independente e ter liberdade para escolher o que faz. A independência de pensamento, ações e sentimentos se opõe à manutenção do status quo.

Referente à análise da dimensão Autopromoção, foram encontradas cargas fatoriais superiores para as afirmativas B4, B5 e B6. Estas afirmativas estão mais relacionadas a status e poder elevados. Para os respondentes, é importante ter a sensação de poder advinda do dinheiro e ser rico. A ênfase é dada no seu próprio bem-estar, em detrimento dos outros. Conforme a visão de Schwartz (2005), essa dimensão se opõe aos valores que enfatizam a aceitação dos outros como iguais (universalismo e benevolência), com aqueles que destacam a busca de sucesso pessoal e o domínio sobre os outros (realização e poder).

Considera-se que pessoas com a dimensão autopromoção mais expressiva têm como motivação a realização de seus valores pessoais e a aquisição de poder

em relação às pessoas, se opondo à dimensão autotranscedência. Segundo Gomes (2019, p. 106): “Uma mesma pessoa, sem estar em estado de conflito, não pode, ao mesmo tempo, buscar igualdade e justiça social e desejar poder sobre os outros”.

As cargas fatorais mais expressivas encontradas na análise da dimensão Conservação foram as variáveis C1, C2 e C3. A ênfase é dada em evitar situações que possam colocar em risco a segurança pessoal, já que viver em um ambiente seguro é extremamente importante, na visão dos respondentes. Esta dimensão, em um aspecto mais amplo, diz respeito à preservação das práticas tradicionais, proteção da estabilidade, conformidade e segurança em geral.

A análise dos dados das cargas fatorais da dimensão Autotranscedência se mostraram semelhantes, estando bem distribuídas entre as variáveis do constructo, que teve como destaque as variáveis D2, D4 e D5. Estas afirmativas demonstram que os respondentes estão intimamente ligados à confiança e ao cuidado com o bem-estar das pessoas com as quais se relacionam. Considera-se que uma pessoa com esta dimensão mais acentuada apresenta tanto a característica do universalismo quanto da benevolência, interessada na sobrevivência do grupo com o qual se relaciona e com a aceitação das diversidades entre os indivíduos.

A seguir, são apresentadas as cargas fatorais das quatro dimensões do constructo Adoção Tecnológica.

O constructo otimismo está positivamente associado à facilidade de uso percebido pelos clientes e à utilidade dos serviços financeiros habilitados por tecnologia. As cargas fatorais E2 e E3 se destacaram entre as quatro analisadas do constructo otimismo. Estas afirmativas demonstram que os respondentes consideraram que a tecnologia dá às pessoas mais controle sobre suas vidas diárias e produtividade. De forma mais ampla, apresenta uma visão positiva da tecnologia e uma crença que oferece às pessoas maior flexibilidade e eficiência em suas vidas. Indivíduos com orientação otimista adotam novas tecnologias abertamente, prestando atenção principalmente em seus aspectos positivos (PARASURAMAN; COLBY, 2014). Os dados demonstram que as pessoas otimistas valorizam mais o uso dos aplicativos de mobile banking, tem maior confiança em novas tecnologias e percebe suas funcionalidades de forma mais positiva.

Ainda, o trabalho de Hallikainen e Laukkanen (2016) sugere que, das quatro dimensões do TRI, o otimismo é a única dimensão que influencia a utilidade e facilidade de uso da tecnologia. O estudo investigou como a facilidade de uso

percebida e a utilidade percebida impacta na satisfação e como a satisfação com os serviços digitais contribui para a lealdade ao cliente. Os resultados do Quadro 10 demostram carga fatorial bem distribuída entre todas as variáveis que compões do constructo.

Para a dimensão Inovação, foram encontradas cargas fatoriais superiores para as variáveis F2 e F3. Estas afirmativas estão relacionadas à adoção de novas tecnologias, por parte dos respondentes. A inovação representa a tendência de um cliente de ser um pioneiro e líder de pensamento na adaptação às novas tecnologias (PARASURAMAN, 2000).

Clientes inovadores estão curiosos sobre novas tecnologias e percebem-se altamente competentes para usá-las e tratar as incertezas presentes. De acordo com Lu, Wang e Hayes (2012), eles percebem a funcionalidade de uma nova tecnologia de forma mais positiva. Quanto mais um cliente abraça tecnologias inovadoras, usa o aplicativo de mobile banking, é mais provável que ele a considere útil.

As cargas fatoriais para a dimensão desconforto se mostraram elevadas G2 e G3. Os respondentes acreditam que as linhas de suporte técnico não são úteis porque não explicam as coisas em termos que a pessoa entende e que os sistemas de tecnologia não são projetados para uso por pessoas comuns, evidenciando uma percepção de falta de controle sobre a tecnologia e uma sensação de estar sobrecarregado por isso.

Para Parasuraman (2000), o desconforto é uma percepção de falta de controle sobre a tecnologia e um sentimento de ser subjugado por ela. O desconforto no uso do aplicativo de mobile banking pode estar associado a um processo de efeito interativo entre os clientes e essa tecnologia. Os resultados sugerem que o desconforto e a insegurança podem levar à desconfiança na utilização dos aplicativos de mobile banking, bem como baixa funcionalidade percebida e sua utilidade.

As cargas fatoriais para a dimensão Insegurança a variável H3 obteve a maior carga entre as três variáveis da dimensão. A questão H3 está relacionada a questão que a tecnologia reduz a qualidade dos relacionamentos reduzindo a interação pessoal. Isso pode representar ceticismo, por parte dos respondentes, ao considerar que muita tecnologia diminui a relação pessoal entre as pessoas. De acordo com Lu, Wang e Hayes (2012), aqueles que se sentem inseguros sobre as tecnologias

também experimentam níveis mais altos de ansiedade ao usar novas tecnologias e são céticos sobre a utilidade da tecnologia. Desta forma, a relação é inversa, sugerindo que quanto mais inseguros os clientes se sentirem em relação ao uso do aplicativo, menos utilizarão os serviços disponibilizados por esta tecnologia, afetando sua satisfação. Na visão de Parasuraman e Colby (2014), a insegurança é um inibidor da adoção tecnológica e reflete, em geral, desconfiança e ceticismo em relação às novas tecnologias, incluindo preocupações sobre o seu potencial e consequências.

A seguir são apresentados os ajustes globais da análise fatorial confirmatória frente ao Modelo de equações estruturais.