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2.2 INOVAÇÃO

2.2.2 Inovação tecnológica nos bancos

Em detrimento da crescente competitividade, mudança nos hábitos dos consumidores, sistema político-legal, fornecedores, entre outros, a inovação pode tornar-se mais favorável a alguns ambientes organizacionais do que outros. A criação de produtos inovadores pode ocorrer em processos operacionais, como a forma com que novos produtos e serviços são entregues aos consumidores, agregando vantagens competitivas à organização, favorecendo e influenciando o ambiente estratégico (NEMOTO; SANTOS; PINOCHET, 2018).

Para Giardino et al. (2014), startups são empresas recém-criadas com pouco ou nenhum histórico operacional, estão diante de uma alta volatilidade nas tecnologias e mercados e constituem um fator importante na economia. Conforme Ries (2011, p. 18), a startup pode ser definida como uma organização, independentemente de seu tamanho ou setor de atuação, projetada para a criação de um produto ou serviços em condições de extrema incerteza. As startups nasceram no Brasil durante a denominada bolha da internet, na década de 90. Estão ligadas ao empreendedorismo e a inovação e pode ser definida como uma organização de modelo embrionário de pequenos projetos empresariais, ligados à pesquisa, investigação e desenvolvimento de ideias inovadoras, frequentemente de base tecnológica. Desenvolvem hardwares e softwares para as tecnologias da informação e comunicação e podem utilizar-se da internet para implantar suas plataformas de negócios.

As inovações tecnológicas promovidas pelas startups voltadas aos serviços financeiros, as fintechs, promovem reflexões nas instituições financeiras. Para a

Accenture (2018);

As instituições financeiras percorreram um longo caminho nos últimos anos, descobrindo o valor que as fintechs podem trazer para a o segmento e como as startups podem ajudar as empresas mais tradicionais a inovar. Eles também entendem que precisam mudar sua cultura interna e adaptar sua força de trabalho para atender a esses novos requisitos e tecnologias na era digital.

As inovações e novos modelos de negócios com base em processos tecnológicos, na área de serviços financeiros, passaram a ser o principal foco das

fintechs. Produtos e serviços como cartão de crédito e de débito, conta corrente,

pagamentos, seguros e empréstimos estão entre os mais focados por essas organizações em seu processo criativo. Bancos tradicionais começaram a se envolver com as fintechs através de parcerias, programas de incubadoras e aquisições definitivas (GULAMHUSEINWALA; BULL; LEWIS, 2015).

Na visão de Juengerkes (2016), as fintechs e os bancos podem colaborar em diferentes fases de desenvolvimento, podem testar novos produtos e explorar o que é tecnicamente possível. Os bancos geralmente são avessos ao risco e agem muito mais lentamente devido a seus limites regulatórios e seus passivos. Juntos, fintechs e bancos criam um ecossistema que lhes permitem atender melhor às necessidades dos clientes para fechar a lacuna entre os serviços oferecidos pelos bancos tradicionais e as demandas reais dos clientes.

Gulamhuseinwala, Bull e Lewis (2015, p. 18) define fintech como: “empresas que combinam modelos de negócios inovadores e tecnologia para capacitar, aprimorar e interromper serviços financeiros”. Na visão de Lee e Shin (2018, p. 36):

Embora a fintech seja geralmente considerada uma ameaça às empresas financeiras tradicionais, ela também oferece amplas oportunidades para que essas empresas obtenham uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes. A maioria das grandes empresas financeiras começou a levar a fintech a sério e está desenvolvendo estratégias para competir, coexistir e colaborar com startups de fintech.

No Brasil, as principais instituições financeiras atuam como investidores ou parceiros estratégicos das fintechs. O governo, através dos órgãos reguladores do setor, a exemplo do Banco Central, manifesta interesse crescente em aproximar-se

destas startups. Torna-se essencial entendê-las, colaborar com suas inovações, permitir a entrada e competição no mercado e exercer regulação, apenas quando necessário (FEBRABAN, 2017).

Na visão do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID (2017, p. 26), a América Latina passa por um momento muito favorável aos ecossistemas de

startups, tendo em vista a grande especialização apresentada em serviços

financeiros e tecnologias digitais. Há presença de investidores de capital de risco nacionais e internacionais que apostam na região, devido ao grande acesso às tecnologias digitais de baixo custo pela população e incentivos por parte dos governos. Há uma tendência de que haverá um “grande salto digital” com soluções financeiras de baixo custo.

Os diferentes desenvolvimentos tecnológicos ocorridos no mundo ao longo da última década, aliados aos novos modelos de negócios por eles gerados, estão alterando o status quo da indústria de serviços financeiros. Hoje é impossível analisar o setor sem levar em conta o impacto das novas tecnologias financeiras, bem como dos empresários ou das empresas de “fintech” que as implementam (BID, 2017, p. 4).

Para Ribeiro, Machado e Tinoco (2010), mesmo com a alta competitividade apresentada entre as instituições financeiras, existe um equilíbrio entre elas e muitas vezes competem pelos mesmos clientes. A demanda por serviços e produtos tem sido crescente e possui interação com todos os setores da sociedade.

As instituições financeiras estão em busca de novos dispositivos que possam desenvolver soluções às suas atividades e melhorar a experiência do cliente. Tecnologias que por base o onboarding digital, big data analytics, blockchain e interface de inteligência artificial e soluções cognitivas para transações financeiras são cada vez mais exploradas.

Segundo o Relatório de Economia Bancária (BACEN, 2017, p. 97-101), estamos em um processo de transformação da indústria financeira, em que startups e fintechs estão ganhando espaço e destaque por meio de inovações focadas na ampliação dos serviços e na oferta de soluções tecnológicas.

Na visão de Parasuraman e Colby (2014), desde a década de 2000 a tecnologia revolucionou a prestação de serviços em praticamente todas as categorias de serviços. A magnitude da mudança é evidente nas estatísticas de crescimento e penetração das tecnologias fundamentais.