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Caroline Almeida Barros Costa Karla Janilee de Souza Penha

No documento ODONTOLOGIA Uma visão contemporânea (páginas 192-200)

CAPÍTULO 14

Resumo

A

deficiência visual (DV) caracteriza-se pela limitação ou perda das funções bá-sicas do olho é do sistema visual. O deficiente visual pode ser a pessoa cega ou de baixa visão. O cirurgião-dentista tem uma tarefa muito importante, uma vez que deve partir dele a intenção de comunicar-se, encontrando alternativas para uma aproximação com os pacientes com essa deficiência. Em vista dispondo, o entendimento das limitações dos deficientes visuais é de interesse do cirurgião--dentista, pois influencia a interação ativa destes tipos de pacientes facilitando construção de abordagens e manejo odontológicos apropriados. O objetivo desse trabalho é evidenciar as estratégias de atendimento odontológico com pacientes portadores de deficiente visual apresentando implantação de novas técnicas, inte-gração sensorial, manejo e interação ativa desses pacientes para um atendimento mais eficaz que possa apresentar resultados positivos para familiares, pacientes e dentistas. Foi realizado uma revisão bibliográfica, qualitativo e descritivo, do perí-odo de 2002 a 2020, por meio da busca ativa de informações nas seguintes bases de dados: Scielo, Pubmed, Google Acadêmico, entre outras. Foram incluídos estu-dos transversais, longitudinais e revisões de literatura, em português e inglês. Fo-ram excluídos trabalhos sem o texto completo disponível. De forma geral pode se entender que o entendimento das habilidades e limitações dos deficientes visuais nos facilita a desenvolver uma abordagem odontológica e social de excelência. DV são capazes de manter adequada a própria saúde bucal, desde que seja fornecida motivação particularizada.

Palavras chave: Deficientes visuais, manejo odontológico, dificuldades, do-enças bucais

Abstract

V

isual implement (DV) is characterized by the limitation or loss of basic func-tions of the eye and the visual system. The visually impaired person may be blind or have low vision. The dental surgeon has a very important task, since the intention to communicate must start from him finding alternatives for getting closer to patients with this deficiency. Give having, the professional needs more information outside his area of expertise, to acquire essential knowledge to relate and solve problems of local and systemic order. The objective of this work is to highlight the dental care strategies with visually impaired patients, presenting the implementation of new techniques, sensory integration, management, and active interaction of these patients for a more effective service that can present positive results for family members, patients and, dentists. A bibliographic review, qualita-tive and descripqualita-tive, was carried out from 2002 to 2020, through the acqualita-tive search for information in the following databases: Scielo, Pubmed, Google Scholar, among others. Cross-sectional, longitudinal studies and literature reviews, in Portuguese and English, were included. Papers without the full-text available wireless exclu-ded. In general, it can be understood that the understanding of the abilities and limitations of the visually impaired facilitates us to develop an excellent dental and social approach. DV can maintain theiroral health adequately, provided that indivi-dualized motivation is provided.

1. INTRODUÇÃO

A deficiência da visão é uma limitação sensorial que pode atingir uma gra-vidade capaz, de, praticamente, anular a capacidade de ver, abrangendo vários graus de acuidade visual e permitindo diversas classificações de redução da visão (MAIS, 2002). Assim, ao se adotar determinada classificação, deve-se considerar as finalidades propostas para sua utilização, sendo as mais utilizadas, aquelas que tratam da conotação clínica (Organização Mundial da Saúde) e a classificação com propósitos educacionais.

Para fins educacionais, as pessoas com deficiência visual são divididas em dois grupos: cegos e baixa visão. Considera-se cegueira uma alteração grave ou total de uma ou mais das funções fundamentais da visão e traz alguma consequência irremediável para o sujeito (na percepção de cor, tamanho, distância, forma, po-sição e movimento). A baixa visão, por sua vez, deve ser considerada caso a caso em função de variedade e intensidade, comprometimentos relacionados às funções visuais. Nesses casos, a execução de tarefas e desempenhos geral do indivíduo se vê afetado devido a dificuldades de percepção de luz, redução da acuidade e do campo visual (BRASIL,2007). O processo de ensino e aprendizagem de pessoas ce-gas deve se dar por meio dos sentidos remanescentes, utilizando o Sistema Braille como principal forma de comunicação escrita (BRASIL, 2006).

A prestação de cuidados com a saúde bucal à pessoa com deficiência visual difere das demais quanto ao acesso físico e às informações, e à metodologia de procedimento, bem como deficiências associadas ou condições médicas que afe-tam o atendimento odontológico. Indivíduos com deficiência visual podem preferir frequentar o mesmo profissional por muitos nãos, pois isso faz com que as rotas e os layouts de construção possam ser aprendidos e memorizados, assim como os procedimentos realizados sempre da mesma maneira pelo menos profissional, para que se tornem familiares (MMAHONEY, KUMAR, PORTER, et al.,2008).

Assim, quais as estratégias para promover a educação em saúde bucal e quais os principais problemas enfrentados pelos cirurgiões-dentistas no atendimento de deficientes visuais? Nesse contexto, é imperativo que haja um processo educativo de promoção de saúde bucal especialmente direcionado aos deficientes visuais e seus responsáveis (MACIEL et al., 2009, WATSON et al.,2019; BHANDARY,2013), visto que um programa educacional efetivo e cuidados adequados podem reduzir drasticamente os índices de cárie e gengivite nesta população (ZERAATI; MOTLA-GH, 2006; PRASHANTH et al., 2011). A educação e motivação para saúde são im-portantes constituintes da autonomia que deve ser conquistada pelos portadores de deficiência visual. Nesse sentido, os princípios de autocuidado não só trazem benefícios à saúde bucal, mas são também um incentivo à independência. O cirur-gião dentista tem uma tarefa muito importante, uma vez que deve partir dele a intenção de comunicar-se, encontrando alternativas para essa aproximação

(VA-RELLIS et al., 2006). Em vista disso, o profissional necessita de maiores informa-ções fora de sua área de atuação, a fim de adquirir conhecimentos indispensáveis para relacionar e solucionar os problemas de ordem local e sistêmicos (ARAÚJO, 2001).

O entendimento das limitações dos deficientes visuais é de interesse do cirur-gião-dentista, pois influencia a interação ativa destes tipos de pacientes facilitando a construção de abordagens e manejo odontológicos apropriados (DEBNATH et al.2017).

O presente trabalho tem como objetivo principal evidenciar as estratégias de atendimento odontológico com pacientes portadores de deficiência visual e, espe-cificamente, apresentar as dificuldades enfrentadas por eles em relação a saúde bucal, descrever os desafios enfrentados por cirurgiões-dentistas durante o aten-dimento do paciente com deficiência visual e verificar os métodos e recursos que são utilizados para promover educação em saúde bucal à portadores de deficiência visual.

Assim, foi realizado um trabalho de Revisão Bibliográfica, qualitativo e des-critivo, do período de 2002 a 2020, por meio de busca ativa de informações nas seguintes bases de dados: Biblioteca Científica Eletrônica Online (Scientific Eletro-nic Library Online-SciELO), Google Acadêmico, Pubmed,, entre outras. A busca foi realizada utilizando-se os termos: “deficiente visual”, “manejo odontológico”, “di-ficuldades”, “doenças bucais”. Foram incluídos estudos transversais, longitudinais e revisões de literatura, em português e inglês. Foram excluídos trabalhos sem o texto completo disponível.

2. DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO DEFICIENTE VISUALA PARA

O CUIDADO DA SAÚDE BUCAL

2.1 Hábitos e higiene associados à saúde oral

Uma boa saúde bucal é fundamental para uma mastigação adequada, apa-rência e fala, influenciando diretamente a nutrição, âmbito social e psicológico do indivíduo. No entanto, promover qualidade de vida para deficientes visuais ainda se apresenta como um grande desafio na área odontológica, sendo de extrema relevância abordar as estratégias voltadas para educação em saúde bucal neste público (MOURADIANOS et al., 2001).

Essa condição pode dificultar a rotina diária de autocuidado, levando a necessi-dade do desenvolvimento de estratégias para a manutenção de uma boa saúde bu-cal, que muitas vezes chega a ser negligenciada. Por isso é tão relevante o desen-volvimento de habilidades, adaptações e medidas apropriadas, além dos habituais, contribuindo desta forma para a melhoria de saúde dos indivíduos com limitações

visuais (RUFUSET et al., 2017).

A escovação e outras formas de remoção mecânica são os meios mais práticos e eficazes de alcançar e manter a higiene bucal adequada (CHOO; DELAC; MES-SER, 2001). A literatura demonstra que muitos deficientes visuais nunca recebe-ram orientações adequadas sobre técnicas de higienização (CERICATO;LAMAHA, 2012) e este é um fato preocupante visto que frequentemente estes pacientes necessitam de ajuda especial para aprender a utilizar a escova e o fio dental (RATH et al., 2001).

Cericatto (2007) afirma que quanto à relação existente a odontologia e os deficientes visuais, nota-se a necessidade de programas que sejam adaptados a eles, pois mesmo quando informados, ainda apresentam dificuldades para exercer uma higiene bucal. Rath et al., (2001) afirmam que um fator importante para a educação em saúde bucal é o período em que a deficiência visual se instalou no indivíduo, uma vez que aquelas pessoas que nunca enxergaram ou que perderam a visão precocemente, não possuem conceitos visuais e, portanto, necessitam de ex-plicações mais detalhada para perceberem o ambienteodontológico diferentemente daquelas pessoas que vieram a perder a visão na fase adulta.

3. DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS CIRURGIÕES DENTISTAS NO

ATENDIMENTO A PACIENTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL

3.1 Atendimento odontológico a pacientes com deficiência visual

As maiores necessidades odontológicas do deficiente visual estão relaciona-das com suas dificuldades de aprendizado e de manutenção de uma higiene bucal adequada, pois podem apresentar pouca habilidade motora para realizarem uma higiene bucal satisfatório, o que pode levar ao acúmulo de placa bacteriana dental, resultando em processo inflamatório gengival e/ou na instalação da cárie dentária (RATH et al., 2001).

Cericato e Fernandes (2008) em um estudo que verificou as implicações da deficiência visual na capacidade de controle de placa e perda dental, concluíram que a condição visual não influenciou significamente no índice de controle de placa bacteriana, principalmente fator etiológico, tanto da cárie quanto da doença pe-riodontal, demonstrou-se também que a ausência ou dificuldade de 4.3 métodos e recursos para promover educação em saúde bucal para pacientes portadores de deficiência visual.

O cirurgião dentista tem uma tarefa muito importante, uma vez que deve par-tir dele a intenção de comunicar-se , encontrando alternativas para essa aproxi-mação (VARELLIS et al., 2006). Em vista disso, o profissional necessita de maiores informações fora de sua área de atuação, a fim de adquirir conhecimentos

indis-pensáveis para relacionar e solucionar os problemas de ordem local e sistêmicos (ARAÚJO, 2001).

Procedimentos odontológicos com anestesia, assim como consultas e exames médicos de maior complexidade, são alguns dos fatores que mais geram preocu-pações nas famílias (ARÁOZ et al., 2000).

Uma estratégia é procurar manter uma rotina de atendimento, para que o pa-ciente possa memorizá-la, sentindo-se seguro naquele ambiente. Os pais sempre devem ser previamente informados a respeito do procedimento, e os auxiliares de saúde bucal devem estar capacitados, a fim de favorecer o sucesso do tratamento (ARÁOZ; COSTA, 2008). Iniciar procedimentos mais simples (profilaxia e escava-ção), como adequação, ou seja, dessensibilizacão da cavidade bucal, é uma boa alternativa. Além disso, as consultas devem ser curtas, evitando que o paciente mantenha a boca aberta por muito tempo (PUESTA, 2009).

3.2 Cuidados nos atendimentos odontológicos

Inicialmente, é necessário realizar anamnese detalhada com os pais/respon-sáveis ou guia-interprete sobre as causas da surdo-cegueira (SALUSVITA,2004). Existe uma relação entre surdez e hipoplasia dental, devido ao fato de o desen-volvimento do nervo auditivo ocorrer no período embrionário do dente, podendo provocar alterações na estrutura dentária. Com relação aos deficientes visuais, não existe qualquer característica odontológica associada, apenas se percebe falta de higiene bucal, traumas dentais e lesões em tecidos moles por acidentes ou quedas. (HADDAS et al., 2007).

Na anamnese, é importante avaliar:

a) Grau de deficiência auditiva e visual, porque, dependendo do grau, podem variar o nível de comprometimento neuropsicomotor e agravos no seu de-senvolvimento (SOUZA et al., 2010).

b) É fundamental que os pais informem o modo de comunicação mais adequa-do, seus objetos de referência e seus hábitos (BOAS et al., 2012).

c) Como é feita a higiene bucal do paciente?

d) Orientar os pais/responsáveis o quanto é importante para o sucesso do tra-tamento a assiduidade nas consultas.

Iniciar por procedimentos mais simples (profilaxia e escovação), como ade-quação, ou seja, dessensibilização da cavidade bucal, é uma boa alternativa. Além

disso, as consultas devem ser curtas, evitando que o paciente mantenha a boca aberta por muito tempo (PUESTA, 2009).

É igualmente importante permitir que o paciente toque nos equipamentos e instrumentos a serem utilizados, oportunizando-lhe conhecer e sentir a textura, o tamanho, o peso e a temperatura. Se houver a possibilidade de optar entre mate-riais, o ideal é escolher aqueles que possuam menos odor e sabor mais agradável. Deve-se, ainda, evitar, ao máximo, movimentos bruscos e utilização de instrumen-tos que liberem resíduos (como água e pó) para não assustar o paciente (CARVA-LHO et al., 2010).

No caso de pacientes que utilizam aparelhos auditivos, sugere-se que estes se-jam removidos, pois os sons de alta-rotação, ultrassom e sugadores poderão gerar desconforto durante o atendimento (HADDAD et al., 2007).

Caso o paciente não seja colaborativo, pode-se optar por utilizar medicamen-tos, sob orientação médica, para reduzir a ansiedade, a fim de obter comporta-mento mais adequado, facilitando o atendicomporta-mento. O cirurgião-dentista pode, ainda, utilizar recursos para estabilização do paciente (auxílio do acompanhante, de fai-xas, lençóis, estabilizadores) e dispositivos para manter a abertura bucal (abrido-res de silicone, bor- racha, madeira, plástico etc.). Como última opção, o paciente é levado a realizar os procedimentos odontológicos sob anestesia geral (PERES et al., 2005).

Vale ressaltar que a garantia do sucesso no atendimento ao paciente surdo-cego dependerá da habilidade e aptidão do cirurgião-dentista, além do estabeleci-mento de um processo de mútua confiança entre ambos.

4. MÉTODOS E RECURSOS UTILIZADOS PARA PROMOVER EDUCAÇÃO

EM SAÚDE BUCAL A PACIENTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Promover palestras ministradas para portadores de deficiência visual, lingua-gem verbal simples e clara, segundo a idade e o grau de instrução desses indivídu-os, explicando a anatomia bucal normal, a textura, o tamanho e a cor das estrutu-ras pertencentes à cavidade oral, a anatomia dental externa (formato dos dentes, grupos de dentes) e interna (polpa, dentina e esmalte) bem como a origem e o desenvolvimento das patologias orais mais comum (cárie, gengivite, periodontite, pulpite, abscessos periodontais, placa bacteriana e cálculos dentários).

Indivíduos com deficiência visual têm a sua saúde bucal prejudicada, pois as patologias orais são exacerbadas a partir do momento em que os pacientes não estão aptos a reconhecer e detectar, de forma precoce, as doenças que afetam a sua boca, a menos que sejam informados da situação (TREJO et al., 2006). A partir disso, durante o ciclo de palestras, deve ser ensinados a técnica correta de higiene

oral (utilização do fio dental e a escovação dos dentes) e autoexame preventivo de câncer oral, adaptado aos portadores de deficiência visual.

A necessidade da urgência de programas de promoção de saúde para Defi-cientes Visuais também é enfatizada por Cericato e Fernandes (2008), pois esses programas assumem grande importância, quando buscam utilizar metodologias de educação como parte do processo de capacitação dessa população, auxiliando, assim, no processo de inclusão.

Para que um programa de prevenção seja efetivo é preciso que aconteça jun-tamente com o ensino de técnicas de manutenção da higiene, um programa de instrução educacional abrangendo conceitos básicos como, por exemplo, de quê os dentes são feitos, o porquê e como eles “adoecem”, os benefícios da higiene bucal e a necessidade de alimentação adequada (SHETTY et al., 2013). Para que o apren-dizado seja completo e significativo é importante possibilitar a coleta de informa-ção por meio dos sentidos remanescentes destes indivíduos, visto que a audiinforma-ção, o tato, o paladar e o olfato são importantes canais de entrada de informações que se-rão levados ao cérebro (SÁ; CAMPOS; SILVA, 2007. Para elucidar sobre os agentes causadores da cárie dental, por exemplo, é imprescindível lembrar que a língua é uma ferramenta muito útil para sentir a placa e outras estruturas na cavidade bucal através do tato, assim como os dedos das mãos (GOULART; VARGAS,1998; COSTA et al., 2012). Também é preciso ensinar ao paciente com deficiência visual métodos alternativos para que este possa avaliar com eficiência seu real estado de saúde bucal (SOUZA FILHO; NOGUEIRA; MARTINS, 2010) encontraram em sua pesquisa que apesar dos altos índices de cárie e doença periodontal a grande maioria dos deficientes visuais consideravam sua saúde bucal como regular, boa ou excelente.

Para a educação em saúde bucal de deficientes visuais, é indispensável uti-lizar recursos que possuam estímulos visuais e táteis que atendam às diferentes condições de visão (SÁ; CAMPOS; SILVA, 2008). É necessário proporcionar a es-tes pacienes-tes uma variedade de estímulos sensoriais para que tenham a máxima quantidade de experiências e acumulem o maior número de informações sobre o assunto que está sendo abordado (RATH et al., 2001). Os momentos em que a criança cega utiliza os sentidos de tato, olfato, paladar e audição são extrema-mente importantes, pois é assim que aprendem a interpretar o mundo e copiar comportamentos (YALCINKAYA; ATALAY, 2006). Uma aprendizagem significativa deve sempre considerar a importância da integração sensorial, somente por esse caminho a criança cega poderá conhecer o que a cerca, elaborar noções e conceitos e, principalmente, obter o desenvolvimento de autonomia e independência (BRU-NO, 2006), desenvolveram material lúdico especialmente para o trabalho com de-ficientes visuais, como cartilha de prevenção escrita em Braille e em tinta ampliada com figuras em alto relevo feitas com papel de EVA e cola textura; folhetos didá-ticos escritos em tinta; macromodelo e manequins odontológicos; material lúdico desenvolvido especialmente para o trabalho com deficientes visuais, com isopor, silicone, corante, tecido e arame.

Figura 1 – Cartilha em EVA, escrita em braille com figuras

em alto relevo. Figura 2 – Cartilha em EVA, escrita em braille com figuras em alto relevo.

A educação e motivação para a saúde são importantes constituintes da autono-mia que deve ser conquistada pelos portadores de deficiência visual. Os resultados encontrados nos estudos aqui citados deixam clara a necessidade e importância da implantação de estratégias de educação em saúde bucal para essa população. Pro-gramas de orientação de higiene bucal envolvendo recursos adaptados e comuni-cação verbal são efetivos no estabelecimento de uma rotina de higiene adequada, agregando conhecimento aos pacientes e seus familiares e resultando em melhora nos índices de saúde bucal.

Figura 3 - kit de higiene adaptável para pacientes

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observou-se que as principais estratégias de atendimento odontológico a pa-cientes portadores de deficiência visual é permitir que o paciente toque nos equi-pamentos e instrumentos a serem utilizados, oportunizando-lhe conhecer a sentir a textura, o tamanho, peso e a temperatura, sempre procurar manter uma rotina de atendimento. As consultas devem ser curtas, evitando que o paciente mantenha a boca aberta por muito tempo.

Foi evidenciado que a comunicação, encontrar alternativas para uma aproxi-mação com o paciente, utilizar métodos para a segurança e estabelecimento de um processo de mútua confiança entre ambos são desafios enfrentados por

No documento ODONTOLOGIA Uma visão contemporânea (páginas 192-200)